segunda-feira, 19 de agosto de 2019

OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (128)


DIÁRIO DA PASSAGEM DE MORO POR BAURU
Tudo começou dias antes com a notícia de que o ex-juiz da Lava Jato e hoje ministro da Justiça do desGoverno de Bolsonaro, o já declarado deturpador da Justiça, Sergio Moro estaria em Bauru para inaugurar o novo sistema de monitoramento do COPOM, o Centro de observação vias câmeras espalhadas pela cidade, órgão da Polícia Militar. A visita foi hoje e como não poderia deixar de ser, lá estávamos, os de sempre, os que botam a cara para bater, os que colocam o bloco nas ruas, os que enfrentam os dragões da maldade, os que ousam não ter medo e receio. Uma faixa foi confeccionada e rateada entre todos com os dizeres em estado grandioso, MORO MENTE e logo pela manhã sabíamos o lugar onde o que teve suas peripécias divulgadas pelo The Intercept estaria na cidade, no Batalhão da PM, mais conhecido como quartel da vila Cardia. O horário do evento, 14h e a partir disso, cientes de que todo o entorno estaria tomado, ocupado e com acesso dificultado, quando não impedido, foi pensado em recepcioná-lo a contento logo na chegada na cidade, num dos aeroportos. Mas qual deles? A imensa maioria dos que aportam nessa terrinha em jatinhos desprezam o de Arealva, pela distância e desconforto, preferindo descer no Aeroclube, mais central e um pulo do centro da cidade. Foi marcada uma pequena concentração para o pátio deste aeroporto, algo começando em torno das 11h30. Antes, bem no começo do dia, para esquentar os tamborins publico no facebook, aquecimento de ânimos um posto com os seguintes dizeres: "O encolhido e acuado Moro chega em Bauru daqui a pouco - Impossível não querer soltar a boca contra seus pérfidos desmandos. Na rua desde já...". o fiz baseado num dos editoriais da Folha de SP, edição de hoje que começa deste jeito e maneira: "Sergio moro, que entrou no governo como um Super-Homem, foi reduzido a Homem Formiga". Ou seja, o cara está em baixa, sendo levado em banho maria, mas aqui pelo interior paulista, algo é feito ara tentar ampliar um bocadinho mais sua estada como ministro.

No momento Aeroclube a faixa foi apresentada a todos e numa decisão de primeira instância dentre os presentes foi deliberado uma foto diante de uma estátua de um dos carrascos deste nada auspicioso momento, o bauruense astronauta Marcos Pontes. Muitos queria mesmo urinar no pé da escada, diante de tanta ineficácia e falta de coerência, juntada com maledicência de uma pífia atuação, mas por fim, foram votos vencidos e venceu a foto. Conversando com uma atuante rede de informantes infiltrados nos mais diversos escalões das decaídas instituições bauruenses é descoberto que, Moro desceria no outro aeroporto. Desmobilizado o ato surpresa, ou seja, uma espécie de estraga prazeres, somos desmobilizados e todos seguem para as imediações do COPOM. Outros voltavam no outro aeroporto, onde foram devidamente informados de todos os passos dados pela trupe do limitado ex-juiz, dados repassados por pessoas que se encontravam no local e não concordando com o aparato protetivo de grande envergadura utilizado na proteção de um ministro em decadência, contam em detalhes algo de um beija-mão como a muito tempo não acontecia na cidade, mas hoje volta a ocorrer e sob uma névoa cobrindo quase toda cidade, muito apregoando ser causada pelo desmatamento ocorrendo no país de forma acelerada e criminosa. Poderíamos ter produzido uma recepção na rodovia, até com a colocação de uma baita Lula Livre sob uma das passarelas nas imediações da vila São Paulo, mas a opção vencedora me votação apertada foi a de todos incidirem próximos do local do convescote marcado pelo conluio golpista.

Enquanto isso, um dos nossos, uma ovelha desgarrada acabou tendo uma outra ideia e se dirigiu para o local do evento bem antes dele começar e quando lá chegou sem a presença ainda ostensiva do aparato protetivo de grande monta, munido de cartazes produzidos por ele mesmo, consegue se posicionar bem diante da entrada principal do quartel. Ele vem pelo jardim Santana, atravessa a linha numa passagem a pé, sobre uma escadinha e chega na rua sem saída, bem defronte o portão principal. Quando se dão conta da presença de um forasteiro para a insana festa que ali ocorreria, alguns tentam admoestá-lo e um mais ousado, talvez um policial a paisana, quase consegue arrancar de suas mãos os cartazes. No quiprocó até é ameaçado de detenção, porém, quando diz que até vai para o plantão, mas só que junto do agressor que momentos atrás tumultuou o local tentando lhe subtrair os cartazes. Como o dito cujo já havia sido desaparecido, tipo o que foi feito com o Queiróz, aquele que denunciaria a família toda do Bolsonaro e os levariam para a cana dura, esse também não foi mais localizado e diante disto, acabaram o deixando permanecer por ali. Trata-se de João Félix Filho que, pelas redes sociais desabafa: "Quando cheguei eles ainda não tinham interposto obstáculos. Fui agredido, tentaram arrancar meus cartazes. Tentariam me levar para delegacia. Mas falei que não sairia daqui a menos que o agressor aparecesse". Ele consegue postar ao menos um dos seus cartazes, os demais enrolou, colocou debaixo do braço e os segurou com força até nossa chegada algum tempo depois. 

Quando os informantes, essa rede a ajudar incautos cidadãos como nós, nos avisa que Moro estava a caminho num veículo preto e com batedores na frente e nos seus fundilhos, fincamos o mastro da bandeira da resistência na esquina da Marcondes Salgado com Aymorés, quina da fábrica da Tilibra, pois o cortejo fúnebre saindo da rodovia certamente adentraria a Marcondes e passaria por ali para chegar ao seu destino. E isso se deu de fato, pois momentos depois quatro camburões estacionam no meio da rua, interrompem o trânsito, justamente na esquina onde estávamos com faixas e o gogó preparado para receber tão aviltante visita. O danado foi de uma sem educação sem tamanho, pois passa de vidros fechados e nem se dá ao luxo de reverenciar esses abnegados que o rejeitam por gênero, número e grau. Tudo foi devidamente registrado, com muitas fotos e filmes, algo a ser mostrado com orgulho para nossos netos, pois estivemos envolvidos na resistência contra esse ex-juiz que burlou a Justiça para fazer valer as vontades de um conluio a destruir a nação. O cara passou e tudo ficou devidamente registrado para a posteridade. O Moro se vai em breve e algo dessa resistência, nela certamente todos os envolvidos terão nos registros algo para orgulho eterno.

Nisso o jornalista do Jornal Dois, Lucas Mendes já estava junto do João Félix Filho e de Tatiana Calmon na esquina da entrada principal do quartel e de lá posto algo significativo: "A imprensa comercial de Bauru é provinciana. É isso. Sergio Moro veio fazer o que em Bauru? "Conhecer" o projeto de videomonitoramento que sequer foi implantado? Qual o papel do Ministério da Justiça nesse projeto? Destinará verbas? Qual o custo aos cofres públicos (dinheiro do povo) para a logística da visita de um ministro de Estado à cidade? Qual o efetivo da Polícia Militar foi mobilizado? Qual impacto disso pra cidade e região? Qual motivo do Comando de Policiamento do Interior (CPI-4) ter homenageado Moro? O que Moro tem feito no Ministério que justificasse uma homenagem? Vários (não sei se todos) vereadores foram ver o ministro. Eles (vereadores) fizeram o quê com a sessão da Câmara Municipal que ocorre toda segunda-feira? E o contexto político que Moro está envolvido? Vaza jato? Racha com Bolsonaro? Quais os prós e contras de um projeto de videomonitoramento 24h por dia nas ruas da cidade? Quem vai nos vigiar? Quais dados científicos corroboram essa medida? Quais as discussões éticas sobre o uso de câmeras no planejamento urbano? Existem inúmeras determinações conjunturais, vários fenômenos que compõem um (aparente) simples fato da visita de Moro a Bauru. Não explorar isso é ser refém das aparências. Fica difícil defender". Essa mesma imprensa além de levantar a bola dos maledutos que passam pela cidade, não enxergam os que protestam, daí além de tudo o que foi escrito pelo Luca, são esses vesgos, ceguetas da realidade dos fatos.

Com a passagem do vetusto inaugurador de doze câmeras de segurança em Bauru, fomos todos para defronte a entrada principal nos juntar aos demais em minoria no local. No caminho alguns PMs tentam nos identificar, mas como o livre trânsito ainda não está totalmente impedido de ocorrer no país, rompemos as barreiras e chegamos todos sãos e intactos, com alguns saldadinhos consumidos no caminho, prontos para os embates até o momento da saída do local, onde como é sabido, tudo o que adentra, acaba saindo e como é do conhecimento geral da cidade, o referido quartel só tem uma entrada, tudo o que adentra pelo portão da frente só pode sair pelo mesmo portão. Foi um recarregar de baterias coletivo, uns nos outros e o fato a lamentar foi que a PM, vendo a movimentação no bar ali nas imediações o manda baixar as portas, impedindo que o comerciante pudesse auferir algum lucro derivado de nosso consumo. Todos ali permaneceram até que teve início a debandada dos chapas brancas, os carros com aquelas placas identificando serem do Poder Executivo das cidades no entorno da aldeia bauruense. Muitos passavam com os vidros fechados, alguns envergonhados do ato de beija mão ali praticado, outros abaixando a cabeça e uns poucos provocando os que ali estavam para denunciar a presença de tão aviltante pessoa em território longe de sua esfera conspirativa. Apupos de toda natureza foram desferidos na passagem de fuga do algoz do país, conferindo um ar de sobriedade ao ato de resistência ali perpetrado. Uma foto coletiva foi tirada, até para ajudar as autoridades na identificação dos presentes e com a saída de tudo e todos, desmontamos nossa barraca do local, não sem antes deixá-la de prontidão para outros próximos embates, onde tudo será novamente mobilizado. 

Esse o breve relato deste mafuento hoje na parte da tarde, quando se ausentou de suas atividades normais, para se dedicar num bocadinho de tempo para esbravejar nas ruas contra os desmandos provocados por uns governantes insanos e seus ternos puxa-sacos, rodeando um sujeito em fim de carreira, pois diante de tudo o que tem aprontado com a nação, mesmo que tentem segurá-lo, já se tornou pesado demais da conta e sua sustentação já se torna pesada demais, mesmo para esse despirocado pessoal lá hoje instalado no Palácio Central. Cada um que aparece por aqui...

4 comentários:

Anônimo disse...

o limbo da história está reservado a esse juizeco pau mandado

Anônimo disse...

Enquanto o povo trabalha em plena segunda, desocupados fazem baderna como torcida organizada xingando o time em aeroportos

Anônimo disse...

Ouvir a Tatiana Calmon Karnaval gritando mentiroso em uma gravação oficial não ten preço. Maravilha.
Oscar Fernandes da Cunha

Anônimo disse...

Coitada da mulher desses caras, se é que eles tem mulher. Enquanto elas estão trabalhando os maridos estão brincando igual crianças. Bando de TERCEIRA CAMADA.