terça-feira, 7 de dezembro de 2021

BAURU POR AÍ (197)


A PENÚRIA DOS HOTÉIS DA REGIÃO CENTRAL DE BAURU
A notícia que corre a boca pequena é que nos últimos dias oitos deles fecheram as portas. Sabem qual o motivo? A Brastell, a empresa de celulose chinesa de Lençóis Paulista concluiu as obras de sua imensa fábrica e desta forma não se faz mais necessário a manutenção daquele gigantesco número de empregados, lotando hotéis de Bauru e região. Bauru mesmo já sente outro clima, sem a presença destes pelas ruas e consumindo pelas entranhas e rebarbas da cidade. Os hotéis, pelo que se sabe, foram os que mais sentiram, pois a maioria deles estavam praticando um regime de dependência total, ou seja, exclusividade absoluta, não atendendo mais a clientela normal. Con saída destes e dependências em petição de miséria, crise total no setor.

O resultado neste momento não poderia ser outro, com a saída desse pessoal a renda advinda deles, totalmente bancada pela empresa chinesa, estes vivem um drama de calamidade pública. Algo premeditado, pois a bola vinha sendo cantada. Em quase todos estes hóteis, no mínimo três pessoas por apartamento e em condição de cortiço, pois se via muita roupa pendurada pelas janelas e conta-se à boca pequena, que o estado em que os hotéis se encontram ou foram deixados, inviabilizam até sua continuidade comercial sem uma grande reforma. Corredores sujos, com cheiro de urina, telhados no entorno de alguns, com lixo proveniente de muita coisa que era lançada das janelas e foram se acumulando pelos arredores. Ar condicionados detornados, portas e janelas destruídas, frigobars arruinados, ou seja, situação lastimável.

Um cenário de final de feira se estabelece no centro velho de Bauru e todos os comerciantes que antes estavam conseguindo auferir renda proveniente destes, hoje estão tendo que se reiventar e os que não conseguem, passam por maus bocados. Certa feita conversei com o proprietário do Hotel Saint Martin e ele me adiantava o que hoje é a realidade: "Meu hotel foi um dos poucos que não entrou na onda, mas a maioria teve tudo alugado de porteira fechada e a deterioração quando sairem vai ser a destruição deles. Não vão ter como se recuperar". Dito e feito.

Ouço hoje de fonte da mais pura confiança que, oito já fecharam as portas e outros tantos estão na mesma situação. Em todos, a necessidade imediata de uma ampla reforma, porém, nenhum em condições de fazê-lo dentro da necessidade. Ainda ontem passei pelo parque Vitória Régia e vi um pequeno comerciante, que revendia até meses atrás, com muita gente no seu entorno, churrasquinhos de beira de calçada e agora, praticamente às moscas. Seu público alvo foi-se com o vento e se não se reiventar, em breve não o veremos mais por ali. Assim como ele, outros tantos na mesma situação. Eis mais uma situação deste final de ano bauruense, o escancaramento do situação dos hotéis da região central bauruense, muitos deles por décadas funcionando e hoje, tendo que fechar suas portas.

MAIS UMA DECEPCIONANTE VISITA AO TERMINAL RODOVIÁRIO DE BAURU
Fui receber meu baita amigo Fausto Bergocce chegando de São Paulo pelo Expresso de Prata na tarde de ontem e novamente, só depepções em mais uma visita ao Terminal Rodoviário de Bauru. Nunca via o terminal com um aspecto tão fantamagórico como o desta feita, ou seja, está se deteriorando a cada dia que passa e a atual administração, capitaneada pelo presidente da Emdurb, Luiz Carlos Valle, parece fingir não notar o estrago proposto por gestão dando o seu jeito de tornar decrépito os espaços públicos.

Quem chega recebe uma golfada de tristeza com o aspecto geral do lugar, num tom de sujeira, sem aquela cor de antes. Num olhar à primeira vista, tem-se a nítida impressão de sujeira no ar, algo descuidado. Isso nem é o pior. Outra coisa que me chamou a atenção foi me deparar com a banca de revistas, algo que sempre funcionou no local, desta feita, fechada, como se um dos principais cartões de visita de um ambiente destes, o das pessoas que viajam irem em busca de algo para ler, distrair o tempo que passam com um jonrsal, livro ou revista, agora inviabilizado. A banca comandanda por Vera Tamião e seu esposa, permissionários há décadas, com a morte de ambos, está acéfala e bem no clima atual do local, aspecto de final de feira.

Outra coisa que lamentei muito e isso nem tendo muito a ver com a situação do terminal foi a da falência da RIL - Rodoviário Ibitinguense, que por anos fez a linha Bauru-Ribeirão Preto com todas as cidades pelo caminho, desde Arealva, Iacanga, Reginópolis, Ibitinga, Borborema, Novo Horizonte e outras. Só para se ter uma idéia, meu amigo Fausto que iria hoje para Reginópolis, agora sem a RIL, o trabalho foi assumido temporariamente pelo Expresso de Prata, através de resolução da ANTT - Agência Nacional de Transportes Terrestres, até sair nova licitação é desde então só um horário de ida, 17h30 e de lá para cá, também só um horário, 5h2o da manhã. Um horror o que está em curso, não só para Reginópolis, mas para tantas outras pequenas localidades. Demos um jeito e Fausto foi hoje de carona, o que acredito deva estar acontecendo com a maioria dos munícipes dessas cidades todas. Não sei o que a administração da Emdurb faz neste momento para dirimir o problema e reduzir as dificuldades para os usuários, mas se for o mesmo que constatei em curso com tudo o mais no terminal, estão assumindo a incompetência.

Conheço alguns comerciantes e funcionários e fui com eles trocar ideias, como da vez anterior que lá estive. O que deu para perceber é a percepção de um relacionamento cada dia mais tenso. Deu para notar que o terminal é tocado como algo sem objetivo, como se as soluções tivessem por obrigação cair do céu e como sabemos isso não vai acontecer, predomínio de uma explícita tensão. De um destes ouvi algo assim: "Não existe diálogo com essa gente ligada ao Valle. Ele é muito autoritário. Não nos ouve e, na verdade, nem nos cumprimenta. Não circula pelo terminal, vive trancado no seu gabinete e não sente os problemas diários enfrentados por comerciantes, funcionários e usuários. A coisa aqui está medonha. Basta olhar para os lados. Tudo isso aqui não é somente efeito da pandemia, mas de uma administração onde tudo é visto de cima para baixo, sem diálogo e compreensão humana. Com tudo o que já temos de problemas, com Uber, Buser, restrição de horários, moradores em situaçã ode rua espalhados por todos os lugares, sujeira nas plataformas, tudo junto em algo nunca visto por aqui".
Se a primeira impressão é a que fica, saio de lá com uma imagem bem nítida de uma situação beirando o insustentável. As passagens estão com um preço pela hora da morte. diante do que tem sido oferecido pelos meios hoje despontando no horizonte e as próprias empresas sem capital de giro para investimentos, a maioria continua com frotas antigas. Nítido a queda da movimentação no local, com muitos pontos comerciais fechados e nem uma sinalização condizente com a modernidade que o momento exige. Por exemplo, não existe um sistema de som em atuação no terminal e nem um balcão de informações. O usuário ficou muito mais desprotegido que antes e a decrepitude parece ter a cara do atual desGoverno municipal, pouco preocupado com solucionar problemas dessa natureza. Uma taxa de serviço, a de embarque gira hoje em torno de R$ 15, ou seja, muito caro. Como se sabe, a incomPrefeita Suéllen Rosim navega em outros procedimentos, maioria midiáticos, onde acha o suprasumo tecer comentários preconceituosos e descabidos sobre temas variados, através de sua página virtual ou através de um blog. Enquanto isso, o Terminal Rodoviário definha a olhos vistos.

MAKSOUD PLAZA FECHA PORTAS E EM BAURU ESCOMBROS
Ontem foi o último dia de funcionamento do conhecido Hotel Maksoud Plaza na capital paulista, vendido na bacia das almas para quitar dívidas contraídas pelo grupo ao longo de décadas. 

Aqui em Bauru uma herança, com empreendimento abandonado, ferragens expostas, entre rua Araújo Leite e Antônio Alves, com destino agora mais do que incerto. Desde muito tempo o local é um dos maiores abrigos do mosquito da dengue na cidade, criadouro a céu aberto e agora fruto de negociação dos novos compradores. 

Mais incerteza e abandono pela frente.

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