sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

DROPS - HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (198)


FESTAS
2022 está logo ali. Eu e Ana desejando para tudo, todas e todos, boas entradas - e saídas também. HPA e ABPA

A BANCA DE JORNAIS, REVISTAS E LIVROS DO TERMINAL TIETÊ, SÃO PAULO, CAPITAL
Este lugar remete ao meu passado de forma significativa. Em tempos já distantes, todas as idas e vindas para Sampa se davam pelo Expresso de Prata e tendo como ponto de chegada ou partida o Terminal Rodoviário do Tietê - depois tudo mudou para o Terminal Barra Funda. Lembranças inenarráveis de todas as vezes que por ali estive. Retornei no dia de ontem aquele lugar e de tudo o que, agora parecendo um shopping center, lotado como sempre, o que mais me chamou a atenção foi a banca de revistas ainda continuar no mesmo lugar. Ela resiste, persiste e insiste em continuar viva.

A de Bauru fechou as portas desde o falecimento do seu proprietário. Ou seja, no terminal rodoviário de Bauru, nem um mero jornal, revista ou livro é mais possível. Sei que a venda somente desse modal papel não mais sustenta seus proprietários, que ao longo dos últimos tempos tiveram que se reiventar para sobreviver. Aqui em Sampa o lugar ainda permanece ativo e com uma frequência de dar gosto. Entrei, circulei, bateu aquela saudade incomensurável de tempos idos. Confesso, quase chorei. Passei ali naquele lugar, creio mesmo que foram muito poucas as vezes em que estive naquele terminal e não tenha ali entrado. Sempre fez parte do meu roteiro o modal papel e leitura. Nunca vivi sem a leitura e daí, a importância que dou para estes santuários.

O que vejo hoje é bem diferente de antanho. A leitura não é mais tão cativante como nos tempos anteriores ao celular. No ônibus onde viajei, quase todos com o celular nas mãos e sem contar comigo, somente uma pessoa lendo. Um livro, por sinal. Deu uma baita vontade de me aproximar, puxar conversa, enfim prosear. A banca e livraria é bem diferente do que conheci no passado. Era vidrado em trazer para Bauru publicações que não chegavam em minha cidade. Principalmente jornais e revistas. Tenho muitas delas até hoje, guardadas no mafuá, abrigando parte considerável de minha história. Hoje na banca eu parecia uma barata tonta e devo ter despertado suspeitas, pois olhava para todos os cantos, como que tentando reviver tudo o que ali já passei.

Eu vivo de saudade. Nada mais me trouxe tanta lembrança naquele terminal do que a banca. Eu continuo sendo assíduo frequentador de lugares assim por onde vá. Dou mais atenção a eles do que ir às compras ou circular pelos pontos comerciais. Tenho recordações das tantas vezes em que, quando precisava marcar encontros com conhecidos ou amigos na rodoviária paulistana o fazia sempre ali dentro ou defronte a banca. Vê-la viva, aberta e diante de tudo o que ali existia e já fechou, algo de bom foi revivido dentro de mim. Olhei para tudo e creio, umas duas ou três lojas permanecem resistindo ao tempo. Essa uma delas. Escrevo dela com um sentimento de profunda saudade. Amo esses lugares.

SÃO PAULO, CAPITAL, AGORA...

Passo pela capital e o que mais vejo são o aumento indiscriminado de pessoas vivendo em situação de rua. A questão não é somente enxergar, mas buscar entender como foi possível tanta degradação a este país, em tão pouco tempo. Já escrevi muito disto e toda vez, como agora, o fato, nu e cru, diante dos olhos, uma só constatação, a de que este País precisa mudar. Com os atuais governantes, isso será meramente impossível. Governantes sensíveis, com olhos para estes. Isso nos faz falta. Nunca antes vi tanta gente morando nas ruas como agora. Isso, evidente, não se deve somente à crise causada pela pandemia, mas ao formato desqualificador deste desGoverno para com o ser humano. O que vejo aqui se repete por todos os lugares neste Brasil negacionista e fundamentalista. Culpo estes, pois sei o que deixaram de fazer. O que poderia ter sido feito, o que deveria estar sendo feito e nada ocorre para socorrer, amparar e dar luz para outras possibilidades.

Como "natalizar" a vida se tudo à nossa volta está mais do que degradado e piorou a olhos vistos, algo premeditado, feito para desestabilizar os mais pobres, deixá-los à mingua, padecimento sem fim? Impossível entrar no clima festivo. Por estes dias, creio ficar é mais triste, muito mais no meu canto, tentando recarregar energias para fortelecido, continuar na lida e luta. Nas andanças de ontem, nos olhares junto a estes, a percepção do abandono, da desesperança, todos sem rumo, sem perspectivas, crendo até que irão dali para algo pior. E são muitos, milhares, milhões, num ambiente onde a esperança já morreu. Ela ainda existe, sei disso, mas não será possível uma mudança para estes, tendo capirotos nos governando. A sensibilidade social de algo novo, uma mudança possível precisa vir de pessoas comprometidas com uma real mudança de rumo. O que está sendo proposto ao Brasil em 2022, através da via eleitoral é o possível, uma retomada, um reencaminhamento. Acredito nisso, nele aposto minhas fichas. Este quadro visto nas ruas da capital pode mudar, deve mudar, precisa mudar e como não faremos nenhum revolução por estes dias, que ela venha através do que ainda nos é possível. Estarei nestes dias muito envolvido nesses pensamentos, junto aos meus, porém sem alarde ou firulas. Temos uma boa briga pela frente e nela estarei envolvido. É o que me resta continuar fazendo nesta vida. Boas entradas para tudo, todas e todos...

NATAL
Queria muito fotografar uma fachada de residência com decoração natalina para aqui constar no dia de hoje. A preferência era por alguma na periferia da cidade. Rodei pouco, mas como nada vi, aproveito foto enviada a mim pela minha irmã, Helena Aquino , moradora da rua Maria José, perto da avenida Duque de Caxias e algo fixado em sua porta da sala, uma guirlanda, feita ali perto, no Quatrina Flores e de muito bom gosto. Com ela, que o espírito de final de ano nos embale para real envolvimento, onde consigamos virar definitivamente essa triste página vivida hoje pelo Brasil.

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