segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

PRECONCEITO AO SAPO BARBUDO (172)


HPA, DE ESQUERDA MORTADELA PARA CAVIAR OU GOURMET
Já fui chamado na vida de tanta coisa. Talvez demore um pouco para enumerar de tudo o que já me qualificaram. Felizmente, as denominações não foram somente negativas, pois ainda tenho quem nutra algo positivo a meu respeito. Nem consigo mensurar se das citações, a maioria é pejorativa ou "elogiativa". Devo estar no meio termo, ou seja, a balança continua equilibrada.

No dia de hoje algo de novo aconteceu. Investi, junto com meu amigo Marcos Paulo Casalecchi Rezende, induzido por ele a entrar com pedido de Comissão Processante contra o vereador Eduardo Borgo. O danado passou de todos os limites na defesa aberta por todos os canais possíveis do tal kit covid, comprovadamente inútil contra a "gripezinha" e daí, merecedor da justa representação. Por fim ela nem foi lida na sessão de hoje da Câmara dos Vereadores, mas isso foi mais do que sificiente para deixar Borgo irado da cabeça aos pés. Tentou subir nas tamancas, mas foi contido pelas normas regimentais da Casa de Leis. Queria mais palco para falar contra a dupla que o colocou contra a parede, expondo o lado que nos levou a não permanecer quietos.

Fomos intimidados em praça pública. Por ele já estamos condenados, julgados e pagando pena. Esqueceu-se ele de que temos provas do que alardeamos e a mostraremos quando necessário. Aliás, muitas provas, pois o danado é boquirroto. Hoje, ele e o locutor da rádio Jovem Pan, ops, digo, Velha Klan, Alexandre Pittolli, que lhe dá amplo espaço de fala, deitaram falação contra mim e Marcão. Foi hilário. Não nos amedrontaram. Rimos muito. Tentam falar grosso, alto, espalhafatosos, tudo para tentar calar o oponente. Conosco isso não cola.

Vamos ao fatos que me levou a escrever este texto. Borgo nos acusou de representantes da esquerda gourmet. Antes éramos da esquerda mortadela, agora ele mudou o tom. Ambos preconceituosos. Na verdade, ele precisa definir melhor onde melhor nos enquadramos: moratdela ou gourmet? Adianto a ele gostar demais de pão com moratdela. Talvez isso o ajude na escolha da melhor denominação. Acrescentou depois "caviar" ao rótulo dado a nós. Creio no seu nervosismo, misturou as coisas. Uma pena ele continuar usando de termos, por ele pejorativos, como caviar, eivado de muito preconceito. Enfim, faço parte dos que podem até consumir essa iguaria, mas isso tem embutido algo mais, ou seja, faço parte dos que dentro dessa condição lutamos para que todos possam consumi-lo. Salutar isso. Querer que todos possam desfrutar de melhor alimentação. Lula disse isso dias atrás numa entrevista sobre o camarão: "o trabalhador pode e deve comer camarão, pois é ele quem o pesca". Borgo não entende disso, dessa luta para que todos possam desfrutar de comida na sua mesa, desde mortadela a caviar.

Brincou também de uma viagem que fiz dois anos atrás, quando passei o reveillon em New Orleans. Viajar é uma delícia, todos sabemos. Viajo quando posso e o procedimento é o mesmo do alimento. Todos devemos viajar. Tenho um vizinho no Mafuá, nordestino do Recife. Foi durante o governo Lula por três vezes para sua terra de avião, fruto do momento político vivido pelo país. Ano passado ele me disse: "Seu Henrique, com esse Bolsonaro eu sei, nunca mais viajarei para minha terra, quando menos de avião, pois nem emprego consigo ter mais". Eu, Borgo não sabe, sou do time que luta para termos o país de volta e todos os trabalhadores poderem viajar novamente.

Puxa, creio que Borgo vai salvar meu momento. Apregoou hoje em alto e bol som que serei encarcerado por anos e daí, se isso de fato ocorrer, poderei enfim terminar um livro, cujo tempo anda escasso. Não sei se ele me possibilitará isso, pois as provas do que o acusamos são muito robustas e daí, talvez ele não conseguindo seu intento, eu também, infelizmente, não consiga terminar meu livro.

Pittolli, o radialista fora do tom, diz viver de renda da esposa e até diz no ar um valor bem acima da renda do meu lar. Ele não sabe o que diz e suas fontes o deixam na mão, o informam mal, mas de algo não me curvo em lhe prestar reverência. O que ele tem contra os homens que gostam dos afazeres domésticos, que vivem do lar? Duvido que ele passe uma roupa como eu, como duvido que faça uma massa de pão como a minha. Demostra preconceito contra os homens do lar, o que comprova seu machismo e inapetência para fazer uso do microfone. Machista, deve ser daqueles que não lava roupa em casa e acha isso bonito, daí investe contra os que o fazem. Pessoas assim não merecem muita consideração.
Estes dois querem que eu e o Marcão, os tais da esquerda caviar - ou gourmet - se calem. Ledo engano. Não nos calaremos. Aguardamos o embate. Adianto estarmos preparados. Vamos à luta, mas por favor, não quero briga de rua, pois "meu alfaiate não me faz roupa para briga" (samba de Noel Rosa). Não levamos o pedido para a Câmara colocar em votação sem estudar minuciosamente o conteúdo do que estávamos apresentando. Não achamos aquilo, temos a certeza, daí uma pena ele não ter dado em nada, ao menos por enquanto. Na continuidade da falação negacionista e contra os preceitos da Ciência, quem sabe, coemçaremos o ano com tudo renovado e dentro dos requisitos mínimos e básico para a leitura e votação na Casa de Leis bauruense.

MEDO
Fiquei com tanto medo das ameaças desferidas a mim pelo vereador Eduardo Borgo, bolsonarista de carteirinha, defensor intransigente do inútil kit covid, que me bandeei de mala e cuia para Araraquara, presenciar junto de amigos a visita do escritor Fernando de Morais, que foi para aquela cidade, exclusivamente para autografar a venda de seu novo livro, a biografia de Lula, com o intuito de reverter toda a renda auferida para o Hacker de Araraquara, Walter Delgati. Encontramos muita gente conhecida por lá, desde o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, como a deputada estadual Marcia Lia e o prefeito Edinho, mas o melhor da festa foi poder desfrutar de um papo dos mais agradáveis com este importante personagem da história recente do Brasil, o Hacker de Araraquara - muito mais importante no contexto histórico do que o astronauta bauruense. Queríamos, claro, trazer o livro autografado, mas isso não foi possível, pois havia somente 200 para serem vendidos e pelo menos o dobro de pessoas em busca dele. Não consegui o mimo autografado, mas muito mais que isso, pois além da auspiciosa noite, revi meu filho, que lá mora e nos acompanhou na solenidade. Que noite. Assim, como me desloquei para lá no meio da tarde, não pude acompanhar a pantomina borguista contra minha pessoa e a do Marcão Rezende. Fui em busca de ares mais oxigenantes - e os encontrei.

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