sábado, 30 de abril de 2022
MEMÓRIA ORAL (280)
CRONICA DA NOITE COM AS CAMPEÃS DO CARNAVAL PAULISTANOSabe aquelas coisas que você ainda não fez na vida, tem vontade e diante da oportunidade de concretizar mais uma realização, cai de boca e vai até o fim, vendo onde vai dar? Até ontem, beirada de completar meus 62 anos, não conhecia o Sambódromo paulistano do Anhembi, aquele imenso bloco de concreto armado junto do rio Tietê e próximo do terminal rodoviário e do metrô do mesmo nome. Durante muito tempo acompanhei as excursões boladas pelo Valdemir Cavalheiro, o Mi, que conheci lá na hoje não mais existente escola de samba Azulão do Morro, do Jaraguá. Via as fotos do pessoal lá presenciando a festa dos desfile das campeãs, sempre na semana posterior ao desfile oficial e dizia para mim mesmo, “um dia ainda irei junto destes”. O dia chegou e na tarde de sexta, 29/5, 15 hs, micro-ônibus lotado, saindo da praça Rui Barbosa, em barco na aventura, ou seja, em mais um delas. Enfim, como repito sempre e já acometido de dores e impedimentos, nada como ainda realizar o que consigo, pois quando nada me for mais possível, daí só arrependimentos.
O Mi se esmera para que tudo dê certo e o pessoal ligado no Carnaval acaba se comunicando e como aqui por Bauru a festa esteve em baixa neste ano, eis a única oportunidade e extravasar neste retorno da maior festa popular brasileira. Reservou lugar para mim na turma da frente, junto de duas conhecidas carnavalescas da cidade, Denise Valim e Cristiane Ludgerio. A intenção era dormir na ida, para aguentar o tranco de dez horas presenciando oito escolas de samba desfilando, uma atrás da outra, com os tradicionais intervalos, que se dão entre o término do desfile de uma e o início de outra, mas não deu, pois sentar ao lado delas foi conversa carnavalesca o tempo todo. Bancos atrás Tobias Ferreira, o Tubinha e sua companheira de enroscos carnavalescos e no mundo da dança, junto de amigos. Nos últimos bancos, os quatro do fundão, a turma de Tibiriçá, comandados por Ana Paula Cosmo. Estava rodeado de gente com os pés fincados no mundo do samba, ou seja, estava em casa.
Mi pensa em tudo quando bota o pé na estrada e preparou lanchinhos, canapés, bolos e afins, mais água, cerveja e refrigerante, servindo para todos, após circular pelo corredor e ir falando do que lá encontraríamos. Chegamos bem, após parada no Rodoserv da Castelo para um pit stop. O lugar é amplo e os ônibus circulam, mas podem parar por poucos instantes nos lugares de despejo dos foliões e ficamos na boca de entrada de um amplo estacionamento coberto para veículos. O atravessamos e vamos dar numa bilheteria, onde somente uma atendente dava conta de todos. Era pouco mais de 20h30 e ao longe já se ouvia um batuque de couro sendo malhado, que daí por diante só teria fim quando o dia seguinte começava a clarear. Virei privilegiado, pois pago meia entrada. Mi e Valim nos reservaram lugares na arquibancada Setor B, bem defronte o recuo das baterias, entre dois eventos vips, bem na nossa frente. O local é mesmo bom, mais ou menos no meio do desfile, ampla visão e como não esteve lotado, ninguém se perdeu, mesmo com as idas e vindas de todos, num sobe e desce até a praça de alimentação no andar inferior. Desbravei tudo e ao sair já me considerava expert do Setor B.
Das recomendações do Mi para seus pupilos carnavalescos, estava trazer uma blusa de frio e capa de chuva, pois “difícil uma festa sem garoa ou chuva”. Não deu outra e na madrugada, aquele friozinho, suportável, mas acontecendo e muita garoa e chuva. Foi um festival de gente vendendo capas por todos os lados e preços diversificados. Levei a minha e nela me enfiei desde os primeiros pingos, sendo essa minha indumentária até o fim. Ludgerio sofria, pois mal terminava uma garoa, ela não se aguentando dentro do plástico, tirava e logo mais estava a coloca-la novamente. Tudo era curtido com bastante espírito carnavalesco e também coletivo, enfim, estávamos ali para nos divertir, curtir a noite e o espetáculo que se apresentava diante de nossos olhos. Tubinho e os seus se dispersam e vão para outro setor, enfim ele desfilou justamente na primeira escola a pisar na passarela. Foram oito ao total, na ordem: Nenê de Vila Matilde (21h30), Independente Tricolor (22h20) e Estrela do Terceiro Milênio (23h10), estas três subindo para a Divisão Especial, o grupo da elite do carnaval paulistano, depois na sequência de classificação, Mocidade Alegre (00h00), Unidos de Vila Maria (01h00), Tom Maior (02h00), Império de Casa Verde (03h00) e por fim Macha Verde (4h00), a campeã do carnaval com o enredo Planeta Água. Assisti a todos, mesmo os últimos, quando estive a ponto de balançar e quase dormir em pé. Resisti, insisti e persisti, conseguindo completar a maratona com tudo salvo e ao final só cansaço e sono, mas missão cumprida.
Que dizer do grupo do qual estava inserido? Não me recordo o nome de todos, ou melhor, de quase nenhum deles, mas suas fisionomias nunca mais me sairão da mente. Todos muito generosos e um disposto a colaborar com o outro. Congraçamento dos mais edificantes e todos, mais ou menos próximos, cada qual sabendo onde os demais se encontravam e assim, a noite foi fluindo, um tomando conta do outro. Todos dispersos, mas atentos, enfim, como o Mi alertou na entrada: “Se existe algum perigo ela está fora do Sambódromo, pois dentro a segurança é total”. E foi mesmo, impecável. Em nenhum momento dá para sentir algum receio de algo. A festa flui e aos presentes é possível ir deixando a maré de alegria ir contagiando o corpo e fluindo das maneiras mais diversas possíveis. Só mesmo a chuva nos desaglutinou por instantes, mas mesmo ela não impediu que todos estivessem debaixo dela na passagem das escolas. Não esteve forte, ou seja, suportável e como ninguém queria perder nada dos desfiles, a chuva era algo a ser enfrentado com a galhardia de quem veio para aproveitar a festa, sendo que nada podia estragar o brilho da noite. E assim se sucedeu o tempo todo.
Uma a uma as escolas desfilaram diante do público e algo foi perceptível para mim, comentando com a carnavalesca e entendida dessas festas e dos adereços todos nos corpos dos foliões: “No carnaval paulistano se vê cada vez menos corpos femininos desnudos”. A sua resposta: “Os enredos atuais comportam pouco do corpo nu, perceba como tem muito de festas populares e sincretismo religioso nos enredos”. Captei a mensagem e constatei, era isso mesmo. Não só pelos corpos nus, mas o carnaval anda mais comportado que dantes, o que não mensurei naquele instante se isso veio para melhorar ou é sinal de um comportamento, num todo, menos rueiro e mais contido dentro dos padrões conservadores do momento vivido pelo país e mundo. As escolas estiveram brilhantes, pelo menos para mim, cheias de brilho e com carros alegóricos por mim nunca vistos, imensos em comprimento e altura. A cada um novo diante dos olhos, algo novo, como um transatlântico desfilando diante de nós. Verdadeiras obras de arte ambulantes, o que inevitavelmente me faz pensar no destino dado para aquelas maravilhas após o cortejo, enfim, para onde vai aquelas obras de arte? O triste fim da reciclagem carnavalesca, quando alguns poderiam ao menos ser salvos e mantidos num mausoléu ou museu da festa. A disputa é sempre acirrada e chego a pensar que todos os idealizadores dos carros alegóricos bebem da mesma fonte, pois quer queiram ou não, seguem um mesmo padrão na realização dos arcabouços que movem os carros. O diferencial é o que vai na cabeça de cada carnavalesco.
Não me prendi aos enredos, enfim, o que faltou foi um folheto explicativo de cada tema do desfile, junto com a letra do samba. Seria pedagógico para todos, de grande utilidade, mas mesmo assim, todos tentavam aprender as letras e ao final de cada desfile, se via todos com o refrão já bem afinado na ponta da língua. Eu que, quando resolvi viajar, o fiz pensando em ver o desfile da Vai-Vai, essa a grande decepção da festa, pois ela foi rebaixada e ficou de fora da festa. De todos os carros, alguns me impressionaram mais do que outro, um com monstros da Independente, outro com o livro do Pequeno Príncipe viajando pelas festas populares nordestinas, o das águas com tigres bem azuis da Mancha, o que me num certo momento me fez pensar: Mas ela não é verde? Sim, mas a água é azul, né Henrique! De tudo ali na passarela, a criança ainda chama a atenção e um garoto passista, sambando como gente grande desperta o aplauso geral, num desfile em que, não houve ninguém assim chamando muito a atenção para si. Foi uma festa bem coletiva, com poucos destaques individuais, pelo menos para mim. Não discuti o assunto com as carnavalescas ao meu lado, pois talvez divirjam de minha modesta opinião e isso é assunto para mais de metro. No frigir dos ovos, festa bonita, bem comportada e dentro do padrão atual, contida dentro de envelopamento onde poucos fogem do trivial, ou melhor, mijam fora do penico. Tudo previsível, mas lindo.
As descidas para a praça de alimentação foi o divertimento da festa. Os preços nem sempre convidativos, alto para festas do tipo, parece também ser padrão. Cerveja de lata a R$ 8, pastel a R$ 12 e drink, em média, R$ 35. Cada um foi até onde deu, mas no final, pelo que vi, parece sobrou pouco, ou seja, consumiram quase tudo. A vestimenta do público carnavalesco é também um evento, vai do bem comportado ao que está ali para desfilar nas arquibancada com espécie de “bloco do eu sozinho”. Num destes intervalos, chovendo lá fora, grupo de sambistas, de algum bairro da cidade se reuniu nas escadas e passou a batucar sambas de antanho, entre palmas, numa cantoria contagiante, dessas que, gente como eu, oriunda do interior, parece descobrir ali na hora a existência de um forte e valoroso samba paulistano, todo construído nas comunidades todas. Vivenciei isso e gravei um breve vídeo dessa harmoniosa cantoria: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/5365167650209070. Nos bastidores da festa, única noite da semana onde choveu, aproveitei ao máximo da experiência, trazendo comigo para daqui por diante, pouco mais das entranhas dessa ainda nossa maior festa popular. Vibrei com tudo e mesmo ao final, com alguns integrantes da Macha, no meio da plateia, espalharam aquelas fumaças verdes de cheiro horrível, em algo bem dentro do espírito de coma se dá a relação das torcidas organizadas, quando impõe o que acham certo, sem pensar nos demais. E agora, como teremos mais uma delas na constelação das grandes do carnaval paulistano, dessa mistura de futebol, torcida organizada e escola de samba, tomara continue vingando o espírito carnavalesco.
Ao final da festa, dia clareando, mais de 6h30 da manhã, o desfile dos que iam embora me chama a atenção. Gente de descompondo em praça pública, tentando manter um mínimo de compostura, pelo menos até chegar em casa e desmaiar. Cansaço nas fisionomias e nós, o grupo de Bauru, tentando encontrar nosso ônibus perdido no meio desse burburinho. Desencontros naturais de algo grandioso, mas todos sendo reagrupados e assim partimos de volta, num momento quando poderíamos até ter trocado confidências dos “achometros” da festa, o que cada um avaliou do que viu, mas isso não foi possível, pois como sempre, retirno silencioso, todos embalados pelo sono, até o Rodoserv, novo pi-stop, quando uma das integrantes do grupo ouve nosso motorista comentando com outro durante o café: “Odeio isso, odeio Carnaval”. A fala não estragou o final da festa de ninguém, talvez vindo de um profissional neopentecostal, sendo “obrigado” a ali estar, contrariado, resignado e fora de seu habitat. Quase meio dia, ônibus quebra passando por Agudos, último momento de conversa coletiva numa sombra fora do interior abafado por horas de viagem. Chegamos todos sãos e salvos e do Mi, o anfitrião, algo bem de reconhecimento: fez o melhor que pode, se deu, tentando proporcionar a todos uma viagem aprazível. Conseguiu seu intento, tanto que já penso nas próximas. Gente ligada ao Carnaval, por mais que possam existir desacordos pela agremiação, estão todos no mesmo barco, no caso, no mesmo ônibus e em busca de presenciar experiências outras. Voltamos todos satisfeitos e com algo mais para contar aos que ficaram. Saio dessas sempre querendo mais e achando que desfrutei pouco das conversas com o Mi, a Ludgerio e a Valim, gente que entende da festa como ninguém, enfim, estive rodeado, tive o prazer de ter o carnaval bauruense ao meu lado e dele desfrutei pouco. O Carnaval me envolve e dele não me afasto.
sexta-feira, 29 de abril de 2022
MÚSICA (210)
DESFILE DAS CAMPEÃS DO CARNAVAL PAULISTA OCORRE NESTE SÁBADO E VOU ESTAR LÁhttps://portalcarnaval.com.br/desfile-das-campeas-de-sao-paulo-acontece-nesta-sexta-feira-com-transmissao-pela-tv/?fbclid=IwAR1iIt1wWbjkqplZOLUWosknT7e77IGUU0GaiBt9dYiQN9_ZdfCcQdXHImE
Uma excursão/caravana sai de Bauru, hoje, sexta, 14h30, da praça Rui Barbosa, levando carnavalescos, gente do samba e quem gosta disso tudo para, no Sambódromo paulistano presenciar a festa das campeãs. Aindas tem algumas vagas e tudo pode ser tratado com o Valdemir Cavalheiro, carnavalesco da Azulão do Jaraguá, seu organizador. Oportunidade rara para estar presente onde a coisa pulsa e lateja. Como não conhecia ainda o Sambódromo da capital paulista, hoje me bandeio para lá e depois conto o que vi. A gente se vê na volta...
HPA, na arrumação dos trecos para a viagem.
BAURU QUE É UM LIXO - RECEPÇÃO PRO DEMARCHILeio hoje que a Emdurb está de presidente novo. Everson Demarchi é competente funcionário de carreira e se com ele a coisa não andar, sinto muito, pode esquecer. De todos os últimos presidentes - vale retro para o pastor Luiz Carlos Valle -, com este um dos únicos acertos, até o presente momento, da incomPrefeita bauruense. Mestre em Economia - muito mais entendido que o dito cujo da ITE, Reinaldo Cafeo -, soube manter os cofres da Prefeitura dentro de padrões rentáveis. Pudera, aprendeu tudo com Marcos Roberto Costa Garcia, outro cobra neste quesito. Ou seja, nos quadros da Prefeitura gente da melhor qualidade e muitos precisando de valorização. Medalhões de fora só aprofundam a crise e o rombo.
Confio no Demarchi e assim sendo conto do lixo aqui defronte de casa, na quadra um da Gustavo, sede do Mafuá. Esse, sei, um dos problemas da Emdurb. Ela tem outros, muito piores, mas quero escrever do que me aflige. Até bem pouco tempo, o lixo era recolhido como um reloginho, toda terça, quinta e sábado, sempre final da tarde. Tínhamos o cuidado de colocar o lixo na rua só à tarde, para não vê-lo espalhado na calçada. Hoje isso virou mato, ou seja, a coleta está desnorteada, sem rumo e direção. Pulam dias de coleta, alternam sem avisar e assim, tudo está tão bagunçado, assim como o coreto da Praça Rui Barbosa e o terceiro andar do Palácio das Cerejeiras.
Eu não peço para que o Demarchi reaprume os dias e horários lá da rua do Mafuá. Abomino privilégios. Eu peço que ele conserte tudo, pois a Emdurb vem sendo estragada faz tempo. Jeito ela tem, mas tem muita coisa errada acontecendo por lá. Confio nele, pois sei, ele não possui o perfil desses privatistas que pululam pela aí. Creio, dias melhores virão e dentro deste descalabro da fundamentalista Suéllen, algo pra ser comemorado.
quinta-feira, 28 de abril de 2022
DIÁRIO DE CUBA (220) e FRASES (219)
Ouço que o Musk gastou 40 bilhões de dólares para comprar o Twitter, dinheiro que poderia acabar com a fome no mundo. Esse discurso está errado. Não são com os milhões só deste cara que acabaremos com a fome do mundo. Esse discurso reformista de taxar os ricos não leva a nada, quando o certo seria expropriar os ricos. O foco e o discurso estão errados, pois a fome só acabará quando deixarem de existir fortunas como essas, totalmente inconcebíveis num mundo sadio e normal, dentro de padrões de vida civilizados. É incompreensível uma pessoa ter tanto só para ela e outra não ter nem um prato de comida. Eis aí o erro, o ponto nevralgico da coisa. Gente como esse Musk derrubam governos de países, como propos fazer na Bolívia, tudo na defesa dos seus interesses pessoais, os tais negócios. Tudo isso é um grande crime, essas fortunas construídas de forma vergonhosa. Comprovam o desastre que é essa luta desenfreada por amealhar mais e mais, em detrimento da pessoa humana, esses descartáveis. Musk é só mais um, um exemplo grandioso, mas só mais um.
COMPRA DE KIT ROBÓTICA EM ALAGOAS MUITO PARECIDA COM FEITA PELA PREFEITA DE BAURU PARA ESCOLAS PÚBLICAS - TIREMOS AS DÚVIDAS...Lendo hoje à tarde matéria sobre os desmandos dos tais pastores bolsonaristas, os Santos do Pau Oco, aqueles que desviaram Fundos da Educação para igrejas neopentecostais e algo me fez lembrar de Bauru.
Comento da aproximação, diria mais, coincidência. O texto foi na Carta Capital, edição de 20/04/2022: "Do FNDE saiu a grana para um enredo suspeito a botar em cena o presidente da Câmara, Artur lira, figurão que age com o ministro Ciro Nogueira, seu colega de PP, na sabotagem da CPI do MEC. O fundo destinou 26 milhões de reais à aquisição de kits de robótica paar escolas de sete muncípios de Alagoas, várias delas sem água, salas de aula, computadores e internet. Lira é de Alagoas. A empresa fornecedora, a Megalic, é intermediadora, não fabricante. Vendeu por 14 mil um kit que lhe custara 2,7 mil, conforme a Folha de São Paulo. A secretária de Educaçãoi da cidade de Flexeiras, Maria José Gomes, contou ao jornal ter conseguido o dinheiro graças a Lira".
Não tive como não me lembrar dos tais KITS que a prefeita Suéllen Rosim comprou para escolares do ensino público municipal, crianças de três a quatro anos, aqueles esqueletos humanos. No mínimo algo inadequado para a idade, além do preço superfaturado. Foi algo esquisito e pelo que sei, já esquecido dentro de tantas coisas sendo apuradas de compras da atual prefeita de Bauru. O KIT ROBÓTICA do Lira é muito parecido com o de Bauru e daí, a cabeça gira, pois ambos são bolsonaristas, compras suspeitas e praticamente produtos muitos parecidos. Sei que a compra de Bauru também não se deu diretamente com o fabricante, mas sim com um atravessador. A compra alagoana passou de suspeita para uma investigação mais aprofundada. Sinto aproximações e diante de suspeitas já existentes, ou seja, compras inadequadas para público que dela não vai fazer uso, creio que, no mínimo deva acontecer aqui em Bauru uma investigação mais aprofundada, até para não deixar dúvidas de procedimento casado. E daí, a pergunta que não quer calar: como anda a investigação da compra feita para as escolas bauruenses?
Nós anos 1990, dizia-se que quando o Estadão ficava sem assunto em seus editoriais, os Mesquita - que ainda controlavam o jornal - chamavam um redator qualquer e encomendaram duas laudas contra o MST. Qualquer coisa valia. Era - com o perdão do trocadilho - tiro e queda.
Lembrei dessa história ao abrir a Folha de S. Paulo de hoje e ver uma matéria enorme sobre Cuba. A sucursal do inferno, evidentemente. Não sei se sobrou espaço na editoria de Internacional, mas o fato é que alguém da chefia resolveu chamar outro alguém para escrever "umas lauda" contra a Ilha, no mesmo espírito do ex-matutino da Marginal.
Há duas fontes que se reiteram, nenhum dado objetivo, não se ouve o outro lado, carrega-se no tom persecutório e botam-se adjetivos para ralar. Pronto, temos mais uma "reportagem" sobre a cruel e sanguinária ditadura caribenha.
Depois de pronto dá -se a isso o pomposo nome de "jornalismo", professor Gilberto Maringoni.
quarta-feira, 27 de abril de 2022
CARTAS (240)
POETA LUIZ VITOR MARTINELLO BARRADO NO SESC – A NOTÍCIA E REAÇÃO HPA
Primeiro a matéria do Jornal da Cidade, com chamada em primeira página, edição de ontem, 26/4: “Apesar de lei que proíbe passaporte, Sesc impede acesso e escritor protesta – Martinello havia tomado todas as doses, mas não portava comprovantes; Borgo afirma que entidade tem que respeitar leis”. Eis o link da matéria:
https://www.jcnet.com.br/.../799482-apesar-de-lei-que...
E na sequência, carta de minha lavra e responsabilidade, publicada na Tribuna do Leitor, edição de hoje, 27/4, página 2 do JC:
PARABÉNS SESC, VACINA ACIMA DE TUDO
Caro professor, escritor e amigo Luiz Vitor Martinello
O constrangimento que passou no domingo quando foi impedido de entrar na unidade bauruense do SESC sem passaporte vacinal poderia ter sido evitado com algo bem simples nos tempos atuais: não devemos sair e se apresentar em lugares públicos sem o documento, mesmo após aprovação dessa ignóbil lei bauruense.
A sensatez assim deve nos conduzir, pois mais do que sabido do perigo que, gente como eu e tu passamos, com comorbidades causadas pela idade e pelo fato de só estarmos aqui neste momento, vivos, por causa da vacina. Não existe nada controverso no Sesc querer cumprir lei estadual, essa em nossa defesa, em detrimento de municipal, votada por interesses políticos.
Acabo de voltar de UPA municipal e lá a mesma restrição. No retorno, ontem, das aulas na Unesp, o mesmo procedimento, todos com máscaras e com comprovante de vacinação nos bolsos. Qual o problema em nos cuidarmos bocadinho mais? Nenhum.
Criar problemas quando ainda podemos ser contaminados é querer dar nó em pingo d’água e só estaremos reforçando o triste momento vivido pelo país, com um presidente negacionista, mais que culpado pela quantidade de mortes no país.
Fez bem em não levar o caso adiante. Eu no meu caso, estou com cópia das três vacinas tomadas no bolso e respeito quem exige o documento, pois sei muito bem dos interesses dos que, propuseram e aprovaram o fim da obrigatoriedade deste documento.
O negacionista quer que estejamos ao lado de suas ideias, esdrúxulas e negando a Ciência, a favor dos pregadores de ódio e distanciamento social. Parabenizo o Sesc e sei que, se quiser frequentá-lo tenho que estar de posse deste comprovante.
Se vou lá por gostar das atividades ali realizadas, tenho que ao menos respeitar as condições exigidas de respeito mútuo e coletivo.
Pelé foi impedido de entrar num estabelecimento na cidade por racismo, já o Sesc pratica o contrário e a exigência atual é pensando no bem estar de todos os seus frequentadores. Situações bem distintas.Quiçá fosse seguida por todos os ambientes com grande concentração de pessoas.
Henrique Perazzi de Aquino, jornalista e historiador (www.mafuadohpa.blogspot.com).
02.) "Na verdade fui até o Sesc, também sem comprovante físico para renovar a carteirinha, a moça da portaria me ajudou a baixar o comprovante pelo aplicativo, foi super educada e prestativa, aliás os serviços do Sesc são ótimos!! Defender uma instituição que preza pela ciência e vida é melhor que abraçar as ideias do negacionismo municipal ...Lecionei com o professor em um colégio da zona Sul, super gente boa, ser humano admirável, sempre que encontro troco mil idéias..Um pena o ocorrido...", DEXTTER PAES LEME.
03.) "Eu fui com meus comprovantes e entrei tranquilamente. Não entendi isso. O Luiz não é Bolsonarista.Se fosse a Carla Zambelli gritando na porta, eu entenderia perfeitamente. Mas o Luis, não", LUÍS PAULO CÉSARI DOMINGUES.
04.) Caríssimo HPA, Parabéns! Sua cartinha ao nosso querido Luiz Vitor Martinello é de lavar almas na esquerda. Precisando desenhar, sem problemas, a gente desenha ...
Como admitir que alguém que tem o peso que a sua imagem pública tem, há anos, na cidade, possa vir a trair seu engajamento histórico, para jorrar água no moinho do fundamentalismo negacionista bauruense? O principal líder do conservadorismo da Sem Limites, correu logo para "dar razão", mostrar-se "ao lado" do protesto de Luiz Vitor. Mas, você conseguiu botar tudo em seus devidos lugares, na missiva de hoje.
Parabéns! Gostaria de compartilhar, a propósito, a sempre oportuna e atual posição de Antonio Gramsci (A indiferença), que estou juntando no anexo, onde se lê:
Temos que cobrar de todos e de cada um o cumprimento de suas tarefas impostas pelo ato de viver, e que a vida destaca diariamente; daquilo que foi feito, mas, principalmente, o que se deixou de fazer. Urge que a corrente da vida social não continue pesando apenas para uns poucos, que tudo o que está acontecendo não continue parecendo obra do acaso, da fatalidade, mas, sim, a prática intencional dos que nos dominam. É por isso que precisamos acabar com os indiferentes, os céticos, esses que vivem usufruindo o escasso bem que resulta da militância de tão poucos, esses discursivos indiferentes que jamais assumem alguma responsabilidade pelo enorme prejuízo que causa a sua ausência na luta por um mundo melhor.
Grande abraço, GAROEIRO - PROF. JEFERSON - NATAL RN".
Na Universidade da Flórida, EUA, eles renomearam a sala de estudos Karl Marx. Agora é chamado de Sala 299.
Pelo menos por enquanto, porque, considerando as novas leis que agora proíbem discutir a história racista deste país nas escolas, talvez em três anos abram uma sala chamada Batalhão Azov para comemorar os 160 anos de fundação da Ku Klux Klan, inspiração de Adolf Hitler e nunca proibida neste país, por representar uma tradição muito "americana".
Aqueles que propuseram a remoção do nome Karl Mark o fizeram em reação à invasão da Ucrânia pela Rússia. Como Marx nasceu na Prússia, isso soava como a Rússia, não a Alemanha.
Além disso, a Rússia capitalista de hoje deve ser marxista porque faz parte da antiga União Soviética. Um jornalista de Gainesville apoiou a decisão afirmando que Marx havia sido responsável por "milhões de pessoas que morreram como resultado direto de suas ideias". Um clichê clássico (cunhado por agentes cubanos da CIA) que também define Che Guevara como "um monstro assassino" e omite as centenas de milhares massacrados como resultado mais do que direto das tramas da CIA que criaram Che.
Agora, afirmar que Marx é responsável pelas mortes de alguns governos comunistas é como afirmar que Jesus é responsável pelas mortes do cristianismo (que, de longe, foram muitos milhões a mais de vítimas do que as do comunismo), que Adam Smith é responsável por os milhões de mortes do capitalismo (que, de longe, foram muitos milhões a mais do que as do comunismo) e assim por diante.
OBS do HPA: Inacreditável, mas como tudo é possível nos tempos atuais, o texto do jornal argentino deixa bem claro como estamos a pisar em solo frágil, diria mesmo, em areia movediça. Esse Marx é mesmo um perigoso meliante, hem!
terça-feira, 26 de abril de 2022
DROPS - HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (202)
VOLTA AULAS UNESP BAURU
Esperança no ar. Universidade cheia de alunos algo que não via há mais de dois anos e dentre as atividades, vejo muitos delers fixando cartazes por todo o campus. Neles todos, juntos de todos os recados possíveis, algo é consenso: FORA BOLSONARO. Acompanho e dou a maior força.
TODOS MUSEUS DE BAURU FECHADOS - FERROVIÁRIO COM PLACA DE REFORMA
REVOLUÇÕES, HOJE ANIVERSÁRIO DE UMA MAIS DO QUE REFERÊNCIA MUNDIALHoje é aniversário da Revolução dos Cravos, que colocou um fim na ditadura de Antonio de Oliveira Salazar em Portugal, em 25 de Abril de 1974. Para conhecer um relato poético dessa vitória contra o fascismo, assista o vídeo a seguir https://youtu.be/0hYn-s64Pgk
"Vocês conhecem a história da mulher que deu nome à Revolução dos Cravos em Portugal?
Seu nome é Celeste Martins Caeiro, ela tinha 40 anos na época e era empregada de mesa num lugar chamado Franjinhas, em Lisboa. No histórico 25 de abril de 1974 o estabelecimento celebrava seu primeiro aniversário, mas ela nem chegou a trabalhar, pois seu patrão liberou todos os funcionários. Havia uma revolução em curso neste dia e a cidade efervescia. Antes de sair do trabalho, ela pegou algumas flores que tinham sido compradas para a celebração que não ocorreu. Eram cravos. Ainda sem saber que entraria para história, Celeste foi ver com seus próprios olhos o que estava acontecendo. No caminho cruzou com um grupo de soldados que estava em luta e distribuiu alguns cravos. Estes foram colocados nos canos de suas espingardas e logo se multiplicaram. Seu pequeno gesto de solidariedade e apoio à luta se tornou o símbolo da Revolução que hoje completa 48 anos. Da Manuela D'àvila #revoluçãodoscravos".
CRÔNICA DE ATENDIMENTO NA UPA IPIRANGA
Foi hoje pela manhã e quem me relatou, nos mínimos detalhes foi um amigo, necessitando dos serviços da UPA Ipiranga, com problemas de saúde e sem querer se identificar. Me liga tão logo saiu do atendimento e perplexo me perguntou: "Não acreditei no que vi. Será que o atendimento lá ocorrido é o padrão em toda rede pública municipal?". Para entender o contexto, conto o que ouvi.
Ele foi para a UPA logo cedo, por volta das 7h30, com muitas dores, febre, não conseguiu dormir a noite toda. Não sabia o que tinha. Enfraquecido, teve que pedir ajuda para ir para o atendimento, pois não conseguia dirigir seu veículo. Tudo o que colocava no estômago vomitava. Até água, entrava e saia. Assim chegou, se desmilingindo, prencheu ficha de atendimento padrão e aguardou quase uma hora para a triagem, o primeiro atendimento, onde foram medidas sua pressão e temperatura. Voltou para o salão de espera e ali permaneceu mais uma hora até ser chamado para o atendimento médico. Quando o foi, estava deitado, todo encolhido em dois bancos. Foi se arrastando para a sala do médico. Este o atendeu em menos de dois minutos. Mal ouviu o que ele lhe dizia sobre seus sintomas, quando foi interrompido e lhe dito o que seria feito: comprimido para conseguir dormir e um soro. Nada mais foi-lhe dito, nem sobre alguma probabilidade sobre os sintomas. Ou o médico possuia bola de cristal ou o medicamento é padrão, amenizando temporariamente o problema.
Em menos de dois minutos voltou para o salão de espera e ali teria que esperar nova chamada, essa pela boca da enfermeira, gritando lá de dentro os nomes de quem ia adentrar a sala dos que tinham medicamentos para tomar. Dessa vez a demora foi maior, quase uma hora. Deram o comprimido e o soro. Para sua surpresa demorou no máximo uns cinco minutos para adentrar suas veias. Ele percebeu que o processo foi acelerado. Saiu de lá sem entender direito o que havia passado, pois mal conseguia raciocinar direito. Antes de deitar me ligou e disse que estava naquele momento com muito sono, efeito do tal comprimido.
REALIDADE NUA E CRUA
Em momentos de aguda crise, como a vivida neste momento, a certeza da crueldade do capitalismo, triturado sem dó e piedade as pessoas. Não existe muito o que falar e sim, só constatação.
Eis o link: https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2022/04/26/divida-faz-aposentado-perder-tudo-depois-de-50-anos-de-trabalho.htm?utm_source=facebook&utm_medium=social-media&utm_campaign=noticias&utm_content=geral&fbclid=IwAR1AYQ5iy5plRrY63INo7hzEnsMVadJDweCW-W0KGHl9sD2tUr8HAN1SPEc
segunda-feira, 25 de abril de 2022
REGISTROS DO LADO B (85) e AMIGOS DO PEITO (197)
ALGUMAS NECESSÁRIAS PALAVRINHAS SOBRE A 85º ENTREVISTA DO LADO B, COM A JORNALISTA CAMY'S FERNANDES
Este Lado B - A Importância dos Desimportantes é persistente e não desiste fácil da contenda. Traçar o perfil de diletos lutadores sociais, destes com reconhecida bagagem e envolvimento nas entranhas de suas cidades e com currículo, diria mesmo, folha corrida, sempre permanecendo ao lado das lutas pelo fim das desigualdades deste país continente, este o que estou no encalço. O foco sempre foi bauruenses e quem aqui vive, o que não impede vez ou outra de se aventurar em papos cordiais com gente de fora e experiências outras. A periodicidade é para uma conversa semanal, mas nem sempre isso é possível, pois este mafuento HPA não possui vida regrada e em algumas vezes bate asas e some pela aí, mas volta, como agora, depois de duas semanas sem dar notícia, ressurge com uma conversa pra lá de saborosa.
CAMYS FERNANDES é por demais conhecida nessas paragens bauruenses, exatamente por saber se reinventar. Ficou conhecida em Bauru quando comandava a telinha do jornalismo da TV Preve. Era o diferencial positivo da emissora, o ar oxigenante, a esperança de que, algo de bom dali estava fluindo e sendo mostrado para toda cidade. Durou pouco, ela bateu asas e ganhou o mundo em outras possibilidades. Muitos não souberam se reinventar, mas ela sim e hoje a vejo pelas redes sociais, comandando lives durante a pandemia, com orientações valiosas para os que permaneciam trancafiados em casa. Conversou sobre assuntos variados e sempre com aquela simpatia e sapiência que lhe são peculiares. Nada de braçada num mar de conformismo e falta de criatividade. Por outro lado, acaba de assumir funções e obrigações no Sindicato dos Jornalistas local. Enfim, são histórias e mais histórias.
Ela não é daqui, mas é de logo ali, Itapuí, também conhecida como "Bica de Pedra", a cidade logo depois do rio Tietê. A conversa por aqui vai começar com ela contando algo de sua terra natal e como se deu o salto, os tempos quando se formou em jornalismo e o que veio daí por diante. Camy's é Camila, uma pessoa cheia de muita luz, ciente do seu papel e diante de tudo o que ocorre hoje pela aí, soube se posicionar e manter um padrão, sem se deixar levar. Falaremos de tudo um pouco, desde o Jornalismo, Momento Atual, Bauru e Itapuí, Racismo, Carnaval e Música, Vale do Igapó - sua moradia -, atividades sindicais, enfim um passeio sobre sua vida, um registro feito para conhecê-la melhor.
Assunto tenho de sobra para conversar por horas com ela. Quem a conhece entrevistando pessoas, terá aqui a oportunidade de vê-la ao inverso, ou seja, sendo entrevistada, ou melhor que isso, vê-la papeando descontraída sobre sua trajetória. O Lado B, quando optou por se intitular proseador junto dos "desimportantes", faz exatamente o contrário, propiciando resgate de histórias dos mais valorosos desta aldeia bauruense. A conversa que antes ocorria entre sexta e sábado, desta feita ocorre na segunda, final do dia, demarcando que este HPA foge da rotina de dia e horário certo, porém tenta de todas as formas ir tocando o barco. Ter Camy's aqui para um bate papo é a certeza de que, com histórias e pessoas deste quilate no foco, tudo terá solução de continuidade. Aguardamos todas e todos para me auxiliar em mais esse registro dos que, decididamente valem a pena. Vamos juntos?UMA CONVERSA PRA LÁ DE REVELADORA COM A JORNALISTA CAMYS FERNANDES NO 85º LADO B – Eis o link do bate papo de 1h30 de duração: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/392918386019749
ALGO DE AMIGOS:
01 - 60 ANOS DO PROFESSOR LAÉRCIO SIMÕESPrimeiro o susto, depois a alegria e contentamento. Noite de sábado, eu em casa, 23h30, toca o telefone e do lado de lá um número com prefixo 21, Rio de Janeiro. A esposa é carioca, prevendo ser alguém de lá com alguma notícia de última hora, mesmo desconhecendo o número, atendo. Do outro lado a inconfundível voz do amigo LAÉRCIO SIMÕES. Levo um susto e lhe digo: O que foi, algo trágico". Ele ri e me consola: "Nada disso, te ligo, pois estou completando 60 anos e queria te convidar para uma festa amanhã. Você vem?". Como dizer não para dileto amigo, gente do mais alto quilate dentro da respeitabilidade que ainda preservo nas amizades e considerados. Fui e dentre os seus, só carinho. Ele, com quatro lindos filhos, um hoje morador do Rio de Janeiro, dez anos por lá, advogado e que me lê por aqui regularmente, outro jogador de basquete do Jundiaí. Cantamos, festamos e papeamos todos, churrasqueando e algo que para mim, diabético, caiu mais que bem, um bolo salgado. Perguntei para ele num curto áudio com o Adílio Nascimento cantando samba por lá, uma única pergunta: "Fazer 60 anos dói?". Laércio ri e me diz: "Sim, a trajetória não foi fácil, mas cheguei aqui e hoje desfrutamos todos de algo que nos foi possível, junto aos meus, felicidade". Nossa trajetória - a dele mais ainda, por ser negro e ter que provar nessas terras sempre algo mais - foi dura, mas sobrevivemos e hoje, tanto ele como eu, conseguimos dobrar o Cabo da Boa Esperança e já estamos na fila para tirar a carteirinha de idoso, a que nos permite gratuidade para andar de coletivo na cidade. Seguimos em frente, eu nas barrancas dos 62 e ele, todo pimpão, adentrando a faixa dos 60. Ambos cientes que, apesar das dores, ainda temos muita lenha para queimar. E assim o faremos. Eis o link de áudio gravado por mim com Adílio Nascimento cantando na festa e por fim uma palavrinha do Laércio: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/1156722585149436.
Em tempo: Conseguimos, eu e seu filho, alinhavar para a próxima semana, um bate papo dele por aqui, na série Lado B. Aguarde, chumbo grosso pela frente.
02 - TROMBADAS VINDO PARA O BEMTarde de sábado, eu e Sivaldo Camargo estávamos procurando especiarias para finalizar algo que aconteceria na noite de sábado, um convescote culinário e ao botarmos os pés na entrada do Pão de Açucar da rua Araújo leite, es que saindo do supermercado, Clodoaldo Meneghello Cardoso e esposa. Se já estávamos atrasado, mais ficamos, pois inevitável, no mínimo meia hora de conversações, beijos e abraços. A foto foi irada pela esposa do professor Clodoaldo. Tentamos no curto espaço de tempo colocar todas as conversas em dia, o que não é nada fácil, pois depois de dois anos enclausurados, o peito ainda inchado, o querer botar tudo pra fora de uma só vez é algo latente, pulsante. Ele estava radiante e nos propondo encontros, juntar pessoas num local pré-estabelecido, mês a mês, onde conversaríamos de tudo. Ou seja, estamos carente de conversa, bate papo, ver, rever pessoas queridas e com elas passar mais tempo juntos, conspirar e desdizer disso tudo que nos rodeia, mas coletivamente. Marcamos e ficamos de juntar nossos cacos e arrumarmos o tal lugar, onde a conversa possa fluir, aflorar e gerar frutos. Nada melhor do que essas trombadas, inesperadas e fazendo tão bem para todos nelas envolvidos.
domingo, 24 de abril de 2022
CENA BAURUENSE (225)
01. Em 29.03.2022 publiquei: "Quem vai ou volta do Mary Dota, avenida margeando a ferrovia, ao virar o pescoço pros lados de Triagem Paulista, esse o cenário de devastação e desolador. Deixaram tudo apodrecer a céu aberto e nada fazem para tentar salvar o que ainda resta".
02. Em 01.04.2022 publiquei: "Numa esquina quase ao lado do Camélias, canto de uma praça, uma casa de sonhos, onde tambores são batidos e fabricados. A Casa da Capoeira, do mestre Alberto Pereira encanta o lugar.03. Em 03.04.2022 publiquei: "Bauru não tem tradição de drive-ins. O mais famoso foi o Biruta's, fechado décadas atrás, defronte Aeroclube. Dele hoje, nenhum vestígio. Outro que tenho lembrança é o que funcionava defronte portaria lateral do Noroeste, pela rua Benedito Eleutério, com um senhorzinho muito simpático no atendimento. Fechou faz tempo e no lugar, isso dá foto. Desde então, creio eu, Bauru esteja acéfalo de drive-ins".
04. Em 06.04.2022 publiquei: "Numa esquina da rua Alziro Zarur, no Geisel, algo de como fica os tantos lugares fechados pela cidade, marcados pelas inscrições das tantas tribos vivendo no entorno. Marcas de uma cidade esvaziada de um lado e sendo preenchida de outro".06. Em 10.04.2022 publiquei: "Restaurante e hotel Reghini, num larguinho na vila Cardia, beira de entrada da avenida Rodrigues Alves, local com grata recordação da família inteira almoçando num inesquecível domingo, décadas atrás".
08. Em 16.04.2022 publiquei: "Adoráveis construções do centro velho bauruense, este localizado na rua Primeiro de Agosto, apartamentos com pé alto não mais possíveis e existentes nos prédios construídos atualmente. Preciosidades das mais valorosas e pouco valorizadas desta cidade".
09. Em 18.04.2022 publiquei: "Esquina da Araújo Leite com Rodrigues Alves, antigo casarão, centro velho de Bauru, resiste ao tempo, com persistentes proprietários, herdeiros, moradores, destes que, gostam da região e dela não querem sair".12. Em 23.04.2022 publiquei: "A cultura passa e circula distante da atual administração. O terminal rodoviário de Bauru possuía famosa banca revistas e livros, comandada por décadas pelo casal Vera e Valdir Tamião. Ambos faleceram, a pandemia chegou e nada foi feito pela Emdurb para continuar mantendo um espaço como este no terminal. Dificultaram tanto que, os herdeiros do casal, a Rodobancas desistiram de continuar por lá e hoje, o local foi transformando em mais uma repartição, porém ainda mantendo no alto, a placa relembrando passado altaneiro, quando o local fervilhava de possibilidades culturais para os viajantes em trânsito. Tudo muda para pior com fundamentalismo no poder".
sábado, 23 de abril de 2022
O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (148)
Minha segunda cidade é o Rio de Janeiro e estou há maias de dois anos sem pisar os pés por lá, quando ida todo ano, ao menos umas quatro vezes. Foram vai e vens de décadas. Em todas, o perambular pelo velho centro da cidade, quando já livre de minhas atividades, só para espiar a cidade, ou melhor, reverenciar o que via e tinha certeza, um lugar dos mais aprazíveis. Quanto bati perna, quanto me senti detentor de inesgotável felicidade, tudo por ter possibilitado estar naqueles lugares. O Rio sempre me fascinou, principalmente andar pela cidade, muito mais do que comparecer em suas praias. Hoje tudo isso me passou pela cabeça quando me vi caminhando sem rumo pelas ruas centrais de Bauru. Os centros das cidades contém segredos e muita história, algumas delas eu tentava desbravar naquele momento, só de olhar para algumas edificações.
Nossas cidades crescem muito pelos lados e acada vez mais os velhos centros são esquecidos, renegados e ali flui o que eles chamam de marginalidade. Lugares vazios, principalmente aos finais de semana e à noite, sem movimentação se tornam perigosas. Volto agora de Natal RN e num dia estive visitando o Sebo Vermelho, depois das 19h. Na saída, depois das 20h, nada mais aberto no centro e tudo vazio. A belezura estava ali, sendo por mim observada, mas não tive como perambular naquele momento por aquelas vielas. Peguei um uber e fui embora, pois mesmo querendo muito dali não sair, algo me dizia para voltar em outra hora. Eu sentado num banco na rua Batista, a do Calçadão bauruense, olhando para um prédio histórico, hoje uma farmácia, relembrei de Natal e naquela noite, só uma porta aberta, exatamente a de uma farmácia. Essas resistem, igual aqui, onde pelo centro só as farmácias permanecem abertas.
Nessa semana tomo conhecimento de que a Unesp Bauru, atráves de seu professor Adalberto Retto Júnior estará recepcionando os alunos novos com o modal presencial e na recepção, algo no lugar do tradicional trote. Em três dias de atividades, os lunos percorerão pontos da cidade a pé, conhecendo um pouco da história de Bauru, o lugar onde irão passar os próximos quatro anos de seus cursos. "A cidade como sala de aula" e no primeiro dia estes percorrendo o centro, trecho entre praças Rui Barbosa e Machado de Mello. No percurso muito de história. Creio ter sido esse o mote para escrever este texto. Dia 27/4, das 8h30 às 11h, um andar pela história. Viajo imaginando os estudantes fazendo o mesmo pelo centro velho do Rio de Janeiro.
Vejo por aqui, pelas ações dos atuais administradores que, o progresso, segundo eles não passa mais pelo centro e isso dói, pois são todos caolhos. Preferem obras e construções novas, talvez por nelas estarem envolvidos valores maiores do que em restauros. E os centros definham, como o de Bauru, onde existe movimentação para destombamento de edificações preservadas pelo Codepac local. Eu continuo envelhecendo ao meu modo e jeito, preferindo muito mais circular pelos degradados centros das cidades do que os modernosos novos points, com arquitetura muito mais pobre do que a de décadas atrás.
Hoje é só um aperitivo, o bate papo vai ocorrer mesmo na segunda, 25/4, às 19h30 aqui pela página do facebook deste mafuento HPA
As histórias da Camy's desde Itapuí, sua cidade natal, o Jornalismo, Bauru, o momento atual, Racismo, Vale do Igapó e principalmente sua história. Imperdível. Vamos juntos?