Não esconde de ninguém ser o que se pode dizer "comunista de carteirinha". Altaneiro e orgulhoso com suas escolhas, um lutadoir, referência para tantos, dentre os quais me incluo. Me sirvo constantemente de suas preciosas dicas para escrevinhações neste espaço, muitas recebidas com seu estilo "garoeiro", hoje diretamente da praia de Ponta Negra, em Natal RN, hoje seu quartel general. Hoje é pouco, pois desde a aposentadoria, Jeferson abriu mão de bauruar e saiu em busca de lugar mais arejado e favorável para curtir o tempo que lhe resta de vida. Cansado de dar murros em ponta de faca, fuçou mundos e fundos e acabou descobrindo esse cantinho de minho, encravado dentro do Nordeste e daqui não mais rreda pé. Criou o seu espaço e outra vida, um tanto diferente da que vivia até então. Seus horários aqui são outros e hoje movem sua vida. Mesmo distante é arguto observador das coisas da aldeia bauruense. Lê diriamente e de forma vrtual o Jornal da Cidade e uns tantos de blogs versando sobre as coisas de Bauru. Distribui recomendações, dicas e pitacos pra alguns dos considerados e só depois vai para sua praia, sua cevada e o sol inclemente deste lado do mundo.
Eu me correspondo com ele já faz um tempo, mas ainda não conhecia seu bunker, ou como gosta de denominar, "Bangalô de Ponra Negra". Ele não o apresenta para todos, mas para escolhidos. Lá, como nos disse ontem - para mim e Ana Bia -, chegou com a roupa do corpo e foi adquirindo tudo por aqui. Todos seus livros hoje por lá foram aqui comprados. Muito pouca coisa trouxe de Bauru. Essa sua escolha foi em primeiro lugar, para prolongar a vida, num local mais ameno, onde não diretamente dentro do olho do furacão, mas ao seu lado, faz o que sempre fez, mas tendo também como desfrutar da vida. Perguntei sobre solidão e ele me responde nunca ter sentido nada parecido por aqui, pois não tem tempo. Vai trombando por todos os lugares com gente do povo, fazendo amizades, construindo pontes. Discute pouco política, mas fala muito de vida, continuando enfronhado no meio do povão brasileiro. Não poderia estar em melhor lugar.
E daí, este mafuento HPA, voltando para Natal, sete anos de ausência, tendo toda uma relação quase carnal com as ideias, pensamentos e ações deste original Garoeiro, como poderia como primeiro passo pro aqui, não revê-lo? É o que fiz. Trouxe para ele duas camisetas do bloco do Tomate, que diz usará pelas prais daqui, comprados e só hoje entregues. Aprontou das suas nos propiciando uma recepção ao estilo jefersiniana quando de nossa chegada na Pousada perto de seus aposentos e das areias onde bate cartão. Degustamos tudo e fomos ruar. Ele nos apresenta a cidade, mostra seus detalhes, aqueles que não conseguiríamos vislumbrar sem sua presença e coloco as conversas todas em dia. Ele tem muito a descarregar sobre mim e o faz, com maestria, sem pressão, imposição ou empáfia. O faz conversando, mostrando algo que ainda não havia visto. Assim me ajuda a construir meus escritos. Garoeiro é muito mais do que visitar um lugar turístico ou mesmo fazer turismo, pois ele bem sabe, este mafuento está mais em busca de gente, pessoas, histórias e o que consegue subtrair disso tudo. Ciente disso, preparou um roteiro só seu, tendo nós como epicentro. Curti tudo logo de cara, primeiro numa mesa de bar e amanhã junto das areias e com os personagens daqui. VAmos unir o útil ao agradável, juntar o lazer, com aquilo do qual não conseguimos nos separar. De tudo, ele após alguma conversação já nos disse: "Espero tê-los por aqui num futuro breve, com bangalô como o meu, desfrutando disso tudo daqui, sem se afastar de nada". Depois da primeira conversa e ainda tendo muito pela frente, confesso fiquei tocado. Enfim, o convencimento não será difícil. Temos cinco dias pela frente para ficar ainda mais arrebatado. Natal com Garoeiro é tudo de bom. Esse cidadão vai me fazer pegar em armas novamente, um perigo. Quando disse estar exilado, me corrigiu: "Nada disso, vivo num refúgio prematuro, bangalô de Ponta Negra". Entendi tudo.
* Texto e fotos do militante social Matheus Versatti, que foi conhecer in loco o tal degradado lugar.
As fotos abaixo são referentes ao rompimento de uma represa que fica na “Fazenda Prata & Fazenda Segredo / Centro Hípico Prata”, na cidade de Agudos/SP, de propriedade de Érico Braga e de Solange Franciscato. Com o rompimento da represa (de grandes dimensões), que não se sabe se foi provocado ou não, árvores antigas foram derrubadas, e a lama que desceu do rompimento da barragem entupiu o leito do Córrego Ribeirão do Campo Novo, que ali percorre. Até a presente data, não houve nenhuma ação dos proprietários da Fazenda no intuito de diminuir o impacto ambiental ou recuperar a área, e dia após dia a situação piora, já que há muita lama ainda descendo no leito do córrego, colocando em risco a sua sobrevivência. O Córrego Ribeirão Campo atualmente convive com chance de completo assoreamento. Além da questão hídrica, há também evidentes prejuízos a fauna e a flora local.Confomre previsto no Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica e do Cerrado do Município de Agudos, disponível no link: file:///C:/Users/User/Downloads/PMMA%20-%20Bauru%20SP%20(1).pdf.
O rio Batalha é utilizado, em todo o seu trajeto, para recreação, dessedentação de animais e irrigação, dentre outras finalidades, mas vem acumulando problemas crônicos, como a utilização dos solos de suas encostas sem a adoção de práticas de conservação, o uso de agrotóxicos sem controle nessas áreas e a devastação de suas matas ciliares, ensejando severos processos de erosão e assoreamento, e ainda recebe enorme carga de efluentes poluidores, sendo o córrego Ribeirão do Campo Novo afluente já fora do município de Bauru do ribeirão Grande, este o último afluente do rio Bauru antes de sua foz no Tietê. Localizado no extremo sul, sendo limite do município com o município de Agudos, o Campo Novo também corre dentro de APA. Bairros como Aimorés e Vale do Igapó estão em sua área de drenagem.
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