IMPRENSA
1.) FECHAMENTO SEDE DO JORNAL DA CIDADE E O QUE ACONTECEU COM A IMPONENTE SEDE DO DIÁRIO DE PERNAMBUCOQuando ouço o zum zum zum bauruense da mudança da sede do Jornal da Cidade, algo construído no passado, com todo equipamento moderno, inclusive parque gráfico, pois hoje, com toda as alterações ocorridas no modal jornal impresso e a não mais utilização de tanto espaço físico, muito menos mão de obra, gente envolvida no fechamento das edições, me coloco a meditar. Assim como por acaso, perambulando pelas ruas do Recife, olhando seus muitos prédios históricos, tantos aguardando restauro e recuperação, passo diante da antes imponente sede administrativa do Diário de Pernambuco. Fotografo e vou até perto olhar suas instalações, ou o que restaram dela. Da janela imagino a efervescência daquilo tempos atrás.O jornal continua a circular, mas não tem nem comparação com algo do que foi no passado. Não comento da sua linha editorial, mas sim da imponência e importância do modal imprensa impressa no passado e hoje, a imensa maioria toda descaracterizada e com redações ínfimas, diminutas, com tudo restrito. É o mesmo caso do Jornal da Cidade, o único diário impresso na cidade. A redução em tudo é evidente. Sua redação não é nem sombras do que já foi um dia. Quem por lá resiste, são verdadeiros heróis, tentando a todo custo insistir mais um bocadinha, uma sobrevida que ninguém sabe até onde pode e vai durar. Neste capítulo atual, circulam rumores muito fortes de sua mudança de local e aproveitamento de todo o local da rua Xingu para outras atividades. Será? Não estranharia ninguém, pois isso já aconteceu com a maioria dos antigos jornalões e por que não ocorreria o mesmo com o JC?
O que vejo aqui no Recife, com o ocorrido após a saída do pessoal do jornal do prédio, o seu abandono e se nada for feito - parece ocorrer alguma coisa por aqui -, tudo não só lacrado, mas deteriorado. O mesmo aconteceu anos atrás com o diário Comércio de Jahu. O que terá sido feito com aquela sede do jornal? O Debate de SCRPardo tem parque gráfico, sede e imprime tudo hoje em Bauru. Folha SP, Estadão e o Globo passaram por algo similar. Quem não se lembra do Jornal Brasil, na avenida Brasil nº 500, perto do cais do porto do Rio. Toda vez que passo ali, olho para o prédio hoje e bate tristeza. O JB feneceu e outros tantos seguem na mesma linha. Está muito difícil o entendimento e o repaginamento dentro do que hoje ainda representa o modal imprensa no formato jornalões. Foi inevitável, quando vi o sede aqui no Recife toda se desmilinguindo e a comparação com o que ouço poderá acontecer em breve com o Jornal da Cidade de Bauru. Transformações inevitáveis e incontornáveis de um mundo em plena mutação.
Resposta do jornalista Zarcilo Barbosa para meu texto: "O Diário de Pernambuco é de 1826. Sempre foi atrelado ao sistema, desde d. Pedro I. Foi comprado por Assis Chateaubriand. Seu slogan é O mais antigo jornal da América Latina em circulação. Comprei uma impressora deles, para o Diário de Bauru. O diretor se vangloriava - estávamos em tempos autocráticos - de ter mandado Miguel Arrais para o exílio e expulsado d. Helder Câmara para o Rio de Janeiro. O jornal não funciona mais na sede centenária. Mudou para Santo Amaro. O governo comprou o prédio histórico para fazer um centro de Memória. O jornalismo impresso tem até data marcada para extinção, segundo os teóricos do MIT: 2035. O NY Times já deu a volta por cima com a mídia programática que já seleciona para o leitor o que ele quer ler. Tem seis milhões de assinantes no mundo todo. A mídia impressa tem custos altíssimos, a indústria do papel é altamente poluente e os mais jovens preferem as árvores de pé do que transformadas em celulose. O NY Times tem fábrica de papel própria. Chegava a usar 5 mil árvores transformadas em papel, só na edição de domingo, com 400 páginas e 1 milhão e 200 mil exemplares. Como seria impossível transportar tantos exemplares de costa a costa, tinha cinco outras oficinas impressoras em cada canto do país. O ônus de entregar jornal ou revista na casa do assinante, envoltos em plástico protetor, tornou a prática quase impossível. Dar pitaco em artigo (muito bom) alheio, pode parecer audacioso, mas não resisti. Peço relevar. Abracito, com o devido respeito a você e ao Decio Pignatari, de saudosa memória".
2.) "CAFÉ COM POLÍTICA" DO JC SOBRE ELEIÇÕES PODERIA SER POSITIVO, MAS IMPOSSÍVEL MANTENDO REINALDO CAFEO NA EQUIPE - O BRASIL NÃO PRECISA DE FUNDAMENTALISTASUma prosa breve sobre a imprensa bauruense e novamente o Jornal da Cidade. Certa feita, conversando com o professor Almir Ribeiro ele me dizia que continuava me dando atenção e conversando comigo pelo motivo disso ainda valer a pena. Ou seja, ele não desistiu de mim e continuava me dando um crédito, pois para os já totalmente desacreditados, não dava mais bola nenhuma. Adorei sua forma de verificação e avaliação de possibilidades. Coloco em prática neste momento, quando volto a citar o Jornal da Cidade num dos meus textos. Para mim, apesar dos pesares e das escolhas, o JC continua valendo a pena, gerando certa credibilidade, bons jornalistas e lutando contra as adversidades. Pisa na bola e comento aqui uma dessas.
O jornal está em plena campanha publicitária anunciando que o conhecido espaço Café com Política, agora é também durante o começo da campanha eleitoral, um programa para informar e discutir as eleições de 2022. "Produção do JC, JCNET e 96FM vai ao ar todas as sextas e receberá convidados do meio político e autoridades", leio na propaganda. Tudo poderia passar batido e ser mais um dos tantos se apresentando como opções para difusão de algo em prol de uma eleição verdadeiramente democrática, mas não. Explico. Tudo na vida depende de com quem a gente anda. Me desculpem, mas o JC, que já é possuidor de uma linha editorial conservadora, neste momento, ao informar continuar aliado com o que existe de mais conservador e retrógrado na cidade, perde um pouco de sua credibilidade. A 96FM hoje tendo à frente de sua equipe de jornalismo, o economista Reinaldo Cafeo, o que existe na cidade de, algo como uma revitalização e renascimento do CCC - Comando de Caça aos Comunistas na cidade, dá milhares de passos para trás no quesito informação confiável, pois com ele no microfone possui um lado, o mais conservador do momento - mais bolsonarista só mesmo o Alexandre Pittolli, seu parceiro, o da Jovem Pan, ops, digo, Velha Klan. Tratar opositores como inimigos a serem abatidos e não como adversários é degradante.
Cafeo se apresenta todo dia ao microfone da rádio 96FM, num programa vespertino e, felizmente de pouca duração e audiência, como uma voz dissonante do que o Brasil precisa no momento. Basta de conservadorismo retrógrado, mas ele não só personifica isso, como faz questão de não tentar ao menos mudar um mínimo. É o que é e pronto. Sempre no mesmo batidão, um economista de recursos parcos e sempre a favor dos que degradaram a cidade, o estado e a nação. A minoria defendida por ele é a que danou com o País. O JC ao fazer parte da parceria, creio que, mesmo a contragosto, aceita e corrobora o que se ouve pelos microfones deste arremedo de economista. Desta forma, o tão propalado espaço para debate nas eleições, o Café com Política já começa manco, tendencioso e nada propositivo. Cafeo só puxa o saco de quem lhe interessa e critica tudo o mais, daí não tem como conceituar como positivo o que virá pela frente. Podem analisar friamente as entrevistas tendo o Cafeo nelas e quando ausente. São como água e vinho. As sem ele sempre sairão melhores e dentro de um certo padrão razoável de jornalismo. Com ele junto impossível avaliação positiva. Ponto negativo para o JC e colocando em risco o nome e conceito do "Café com Política". Começam mal a discutir as eleições. Vejo hoje que o candidato Lula se recusa a participar de um debate patrocinado pela Jovem Pan por tudo o que ela representa de negação do jornalismo sadio e se alguns convidados a participarem do tal programa, iniciativa do JC, JCNET e 96FM fizerem o mesmo, estarão somente se mostrando contrários ao propagado pela linha editorial/jornalística adotada. Querem um só exemplo de lados fundamentalmente opostos no quesito jornalismo: João Jabbour é um gentleman quando com o microfone, Reinaldo Cafeo um elefante numa loja de louças.
3.) DUAS ENCANTADORAS PUBLICAÇÕES PERNAMBUCANASNão adianta, sou acumulador e pronto. Papeleiro de formação, junto escritos, recolhidos por todos os lugares, levando-os para minha toca, onde os deposito com a pretensão de um dia vir a lê-los. Alguns o faço, objetos também de admiração. Aqui no Recife pela segunda vez, lembro bem quando aqui estive anteriormente em 2013, conheci a revista pernambucana CONTINENTE (www.continenteonline.com.br), editada e mantida pelo Governo do Estado de Pernambuco. Um primor de textos com temática cultural. Entra e sai governo e a publicação se mantém, algo louvável, só possível mesmo num estado nordestino, onde as mentes me parecem muito mais oxigenadas neste momomento do que no dito "sul maravilha".
Tempos depois conheci outra, essa no formato de jornal, a PERNAMBUCO (www.suplementopernambuco.com.br) , primeiramente saindo como suplemento da Continente, hoje nas bancas já sem amarras, livre, leve e solta. Também publicação do Governo do Estado de Pernambuco. Eu sempre que vou pra Sampa acho ambas nas livrarias grandonas lá pelos lados da Paulista ou Vila Madalena. Quando as vejo não resito, trago e me delicio aos poucos, em drops. Essa semana acontece o mesmo, quando na entrada de uma feira de artesanato, stand de livraria pernambucana e lá a revista e o jornal. Irresistíveis. Como as malas em viagens minhas e de Ana estão sempre pela hora da morte, ou seja, próximas do excesso de bagagem, trago somente um exemplar de cada.
O encanto maior é quando vejo o que está acontecendo com a Imprensa Oficial do Estado, o mais rico da federação brasileira, praticamente fechada, lacrada e sem publicar mais nada. A do Paraná idem. Ia em todas viagens ao Paraná e trazia um lindo jornal publicado pela Biblioteca Pública do Paraná, mas nada mais existe hoje - pudera, o que se prode esperar de Cultura com um governo tenda a frente um tal de Ratinho Jr? Enfim, louvo demais a continuidade de publicações como essas, baluartes das artes em tempos nebulosos como os vividos no Brasil. Ah, como é bom cheirar essas publicações, sentar num bar qualquer, abri-las e ir devorando aos poucos, bebericando algo e saboreando seu conteúdo. Ambas merecem nota MIL. Nem escrevo nada das tantas publicações que já tivemos em Bauru, todas fechadas e das de pouca valia que resistem, mas para mim, servem nem pra limpar a bunda.
outra coisa
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