quarta-feira, 9 de novembro de 2022

AMIGOS DO PEITO (205)


HOJE MINHA MANA FAZ ANOS
Gosto demais dessa danada, Helena Aquino. Ela tem dois anos há mais que eu. Em casa é assim, quatro irmãos e todos com diferença de dois anos um para o outro. Tudo devidamente cronometrad e planejado lá pelos meus pais. Saímos cada qual, ao seu modo e jeito, ou melhor, fomos nos reconstruindo ao longo do tempo. Dos quatro, ela é a que mais se parece comigo. Como não podia deixar de ser no mundo atual, dos quatro, dois com os olhos voltados para as transformações sociais e dois enfronhados com o conservadorismo. Não existe família que não esteja dividida, retalhada e separada por laços meio que indissolúveis. Fomos levados a isso. Eu e Helena nos mantivemos juntos, coesos. Ela é turrona, não gosta de intromissão em suas escolhas. E nem sempre as fazemos certo. Nestes momentos, aprendi, não devo me meter muito. O tempo ensina e mostra se as escolhas foram acertadas ou erradas. Isso acontece comigo também. Ela votou na Suéllen Rosim e não adiantou demonstrar nada, mas antes da posse sua ficha já havia caído e desde então se posiciona contra o baú de maldades sendo despejado sobre os costados dos bauruenses. Entre erros e acertos, votamos em Lula e Haddad, mas diferentes candidatos para deputados, todos do nosso campo. Nada de anormal, mas sempre, depois de algum tempo, reflexões feitas, nada como o tempo para demonstrar algo para todos nós. Enfim, caminhamos e caminharemos sempre juntos. Eu a entendendo e ela e a mim, enfim, irmãos pro que der e vier. O tempo passa para nós todos e se hoje algumas dores começam a latejar dentro de nosso corpo físico, por fora, continuamos libertários e tentando ao menos ser, fazer e acontecer. Eu e ela lemos muito, ela muito mais que eu. Se consigo ler no máximo uns três, quatro livros por mês, ela bate facilmente os dez. E assim constrói sua mentalidade e personalidade. Uma baita irmã, da qual tenho o maior orgulho, até pela sapiência que possui de ir descobrindo quem de fato merece estar ou não ao nosso lado, quem da gente se aproveita e nos suga o néctar. Escreveria dela muito mais sobre tão intrépida pessoa, mas paro por aqui. Ela sabe muito bem tudo o que sinto por ela. Estamos no mesmo barco, diante da mesma tempestade e só de um entender e não largar da mão do outro, isso já me conforta e me enche de orgulho. Baita irmã!

DENTRE PESSOAS MAIS ADMIRADAS NESTE MUNDO, AUDREN RUTH TEM LUGAR DE DESTAQUE
Dentre as pessoas pelas quais morro de paixão nesta aldeia bauruense, Audren Ruth está no pódium. Ela sabe disso. Aprendi a gostar dela desde os tempos da administração Tuga Angerami. Ela cantava maravilhosamente na noite e dela tenho registros mais do que incríveis, cantando e encantando na noite bauruense. Fez e aconteceu. Atuou até quando pode na imprensa municipal, primeiro no Gabinete do Prefeito, depois na cultura, até o fatídico dia de ter que interromper tudo. Foi e é triste demais não v~e-la mais cantando pela aí. Ela se fechou em copas, sempre muito bem cuidada, com uma protetora que é mais que irmã e assim vai tocando a vida, observando tudo à distância. Sempre que posso passo por lá. Hoje prometo muito e cumpro pouco. Mas ela sabe que, dando passo para filar fatias daquele bolo, que sei, tem sempre guardadinho na geladeira. Hoje, quarta, tem mais uma edição do Nós Mulheres, no Templo Bar e neste ano, além da juntada espetacular dessas indescritíveis mulheres cantantes, uma homenagem para Audren e algo revertido para seu tratamento de saúde, sempre com altos custos. Eu e Ana Bia lá estaremos - mana Helena vai junto -, pois além da boa música, do lugar que gostamos, teremos a possibilidade de estar junto dela, Audren.
Essa mulher tem um coração desses mais do que imensos, pois cabe todos nós e mais um pouco. Não vejo o momento de estar ao seu lado e abraçá-la com todo meu carinho. Audren resiste, insiste e persiste, como todos nós, mas no caso dela, com um algo mais, pois tem um problema adicional. Sua história de vida me encanta, assim como sua voz e sua personalidade. Vou mesmo tendo que enfrentar barreiras pelas ruas, pois pra ver ela, derrubamos todas pela frente. O nome do show de hoje diz tudo, "Todos somos Audren!". 

PEDIDOS DE SOCORRO ME COMOVEM, ESTE EM ESPECIAL
Sou assinante de Carta Capital desde sempre. A acompanho desde antes de se tornar semanal e quando o fez, não perdi uma só edição. Aliás, acumulador assumido, tenho todas muito bem guardadas. Históricas, pois retratam a resistência brasileira. A de Mino Carta e sua equipe, principalmente neste momento, remando contra a maré é para levantar da cadeira e aclamá-los em pé, efusivamente. Praticam o que de melhor temos hoje no jornalismo nativo. Não preciso escrever nada de Mino, hoje o mais importante jornalista brasileiro vivo. Tive o prazer de ter mais de uma dezena de meus textos lá publicados, motivo de inenarrável orgulho. Evidente que, a revista passa por dificuldades, não só pela queda de leitores no modal impresso, mas pelas campanhas feitas contra quem investe em publicações de oposição ao desGoverno ainda em curso - pelo menos só até o final deste ano.

Sinceramente, não sei como conseguiu sobreviver. Entrevistei meses atrás Luiz Gonzaga Belluzzo, um dos diretores e ele, sem fazer alarde e entrar em detalhes, disse do momento quase aflitivo. Ontem recebo de Manuela Carta, filha do Mino este pedido, espécie de garrafa jogada ao mar esta mensagem dentro. Mais do que sensibilizado, passo adiante, pois sei do imenso papel, da importância dessa revista continuar viva, pujante, pulsante e semanalmente chegando nas bancas brasileiras. Cliquem no link e vejam os detalhes para as colaborações. 

CARTA CAPITAL PRECISA DE VOCÊ, por Manuela Carta, publisher da melhor revista do nosso mundo.
"Em Porto Alegre, um grupo que ocupava as ruas vibra e agradece a Deus pela prisão de Alexandre de Moraes, do STF. A informação chegou até eles, segundo testemunhas, pelo WhatsApp.
Do outro lado do Brasil, em Caruaru, um homem trajado de verde e amarelo agarra-se ao para-brisa de um caminhão, que segue seu caminho em alta velocidade.
Embriagados pelas mentiras que circulam impunes nesses aplicativos, esses militantes cometem crimes e arriscam as próprias vidas em troca de uma virada de mesa patrocinada pelas Forças Armadas.

São cenas patéticas, mas que trazem em si um alerta. O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto – e pode inclusive sobreviver sem o próprio Bolsonaro.
Nem o apelo do ex-capitão para que fossem liberadas as rodovias foi capaz de interromper a intentona golpista, que só cedeu há poucos dias, sob os tacões das forças de segurança.
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos.
A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada de um Brasil minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E eu apoio, leitor, ainda mais fundamental.
Espremida entre o descrédito, a falta de recursos e a tirania das big tech, a imprensa mais confunde que explica. Mais emburrece que ilumina. Mais divide do que une.
Enquanto certos artífices do estado das coisas ensaiam um tardio mea culpa. CartaCapital segue onde sempre esteve. Em defesa de um Brasil mais justo, do pensamento crítico e sem jamais abrir mão da verdade factual.
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SEMANA DIFÍCIL -TRÊS DE UMA SÓ BATELADA
Primeiro o gaúcho Bebeto Alves, hoje pela manhã a baiana Gal Costa e agora no finalzinho da tarde, o paulista Rolando Boldrin. Não sei nem qual coloco primeiro pra rodar aqui na vitrolinha deste também já combalido HPA. Todos os três moram no meu coração. Tenho muitos álbuns destes todos, gente salutar da saudável vida que almejamos novamente conquistar. Todos envolvidos em projetos transformadores, artistas que sabem se posicionar, defenderam sempre o Brasil pujante e livre de amarras. Vou sentir muita falta destes três. O Mafuá reverbera suas canções por todos os poros.

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