quarta-feira, 16 de novembro de 2022

UM LUGAR POR AÍ (161)


ENTENDEU?
Essa frase, dita por ministro do STF, por si só é demais da conta, diz tudo o que está entalado na garganta dos vitoriosos do pleito elegendo Lula Presidente. Teve mais. O pior de tudo, ainda mal explicado é tudo ter sido dito em Nova York e não no Brasil. Ministros do STF ir fazer conferência no estrangeiro, tudo bem, mas ir em turma para ouvir desaforos, algo mais do que estranho. Foram lá e também, alguns deles, falaram o que não devia. Não deviam, pelo bem da democracia. O ministro oriundo daqui de Marília, indicado pelo PT - ah, se arrependimento matasse! -, foi o pior de todos (na verdade, é o pior de todos), quando junto de Michel Temer, o ex-presidente golpista e traidor, disse textualmente ter saudade e gostar da querência direitista, hoje, muito mais pra ultra-direita, fascismo puro. Daí, os ministros foram importunados por bolsonaristas - ainda existem estes? - na rua. Aguentaram até quando puderam, mas depois de muita encheção de saco, um deles, também não muito dado a procedimentos honrosos pros lados progressistas, cansou e disse a frase hoje mais repetida país afora: "PERDEU MANÉ! NÃO AMOLA". Creio ser essa a frase definitiva para tudo o mais que houver pela frente. Cansaram e daqui por diante, terão que engolir, nem que seja a fórceps, o resultado das urnas. Pronto, segue o jogo, Tolerância Zero para com todos estes. Se não enxergarem por bem, que seja por mal, mas terão que enxergar, PERDERAM E PRONTO. A democracia venceu e o país precisa ter retomada sua vida salutar, saudável e por caminhos de inolvidável encaminhamento oxigenantes. Aos vencedores, a tarefa de também ocupar as ruas, enfim somos maioria e dar início aos trabalhos.

UM HOTEL NO CENTRO DE CURITIBA E TODAS AS LEMBRANÇAS AFLORADAS
Curitiba, capital do estado doi Paraná mora no meu coração desde algum tempo e a foto enviada a mim pelo amigo bauruense, hoje com mais de 30 anos por lá, Kizahy Baracat Neto me reavive algo, desabrochando pra fora e, creio eu, tenho que contar algo. Conheci a cidade por causa de minhas atividades profissionais com a HPA Chancelas, minha saudosa firma, meio de sobrevivência por décadas. Viajei para inesquecíveis lugares, sempre conciliando o trabalho com a lazer, tudo graças às chancelas. Escolhia um lugar pra vender, ia pra lá e executava o serviço, depois usufruia da cidade. Assim fiz com Curitiba e com o Rio de Janeiro. Essa as duas cidades onde mais atuei. Era praticamente uma semana numa, outra noutra. Tive muitas semanas em que, viajei para Curitiba no domingo à noite, permaneci por lá, segunda e terça, vijando de lá para o Rio, lá ficando quarta e quinta. Na sexta em Bauru, administrando tudo num dia. Foram mais de dez anos assim, daí peguei amor por alguns lugares, especialmente os mais visitados.

Em Curitiba, o meu porto seguro foi este hotel, o Palace, ali pertinho do calçadão da Rua Quinze. O descobri por acaso e dele não mais me separei. Virei freguês habitual e espero um dia voltar, até pra matar saudade. Logo na virada da Quinze, frequentei muito os seus dois cinemas de arte, mantidos pelo poder público municipal. Num deles, um elevador pantográfico, aberto dos lados, antigo e atração do lugar. Os dois cinemas foram fechados, como muita coisa boa deixou de funcionar no centro. Descia duas quadras e o Teatro da Caixa, onde assisti peças e shows divinais. No Guaíra vi de tudo. Estando por lá e tendo show, dava meu jeito.

O centro velho de Curitiba, como o de Bauru e de tantas outras cidades perdeu muito. Cheguei a ver o então prefeito Greca inaugurando uma praça com chafariz, cantando a canção das "meninas da cidade". Hoje ele ficou carola, chato e apoiador do fundamentalismo. Já foi mais arejado. Vivenciei Lerner e Requião com cargos públicos e no comando do estado. De lá pra cá uma desgraceira, pois hoje quem dirige o Paraná é Ratinho Jr. Não podia ser pior. Seus sebos me trazem imensa recordação. Vendi chancelas na maioria deles, conhecia seus donos e proseava por todos os lugares. Procurava o escritor Dalton Trevisan lá pelos lados dos Altos da Glória em todas minhas idas e nunca dei sorte de o encontrá-lo. A Livraria do Chaim, ainda funcionando, foi também meu point e até hoje a tenho como uma das melhores do país.

São tantas coisas. O Largo da Ordem e minha desordem nas andanças atrás de boêmia em suas entranhas. Quanta perdição naquelas ruas de paralelepípedo, nos becos sem saída. A chancela me propiciou tanta coisa. Tive a sorte de andar por lá muito antes de por lá estagiarem Moro e Dallagnol, pais da Lava Jato. Sou de época muito antes deles, pouco depois do Leminsky, infelizmente. No hotel eu só dormia, pois no resto do dia e parte da noite, perambulava pelas ruas. Dormia em quarto sem banheiro, no sótão e só muito tempo depois, em modestos apartamentos. Café da manhã sem salamaleques, o suficiente. Lembro muito de um porteiro que fez por ali história. Foi assaltado tempos depois ali no hall e perdeu a vida. Voltei depois poucas vezes, semana com Ana e a sogra, depois as quatro vezes em que vim para apoiar o Lula preso na sede da Polícia Federal.

Hoje volto nas lembranças propiciadas pelo amigo Kizahy. Ele me manda a foto e diz ter passado lá em frente e se lembrado de mim. Mal sabe o que reacendeu em mim. Tantas boas lembranças, algumas inenarráveis, ali dentro e pelas ruas. Eu, como todo mortal tenho meus segredos, alguns inconfessáveis. Alguns deles vivi por ali e gostaria muito de saber do destino de algumas pessoas que me foram muito gratas naquele período de minha vida e com as quais perdi todo e qualquer laço. É isso, uma simples foto, pode causar o reacender de chama meio que apagada dentro da gente. Eu não renego nada do já vivido. Aliás, muita coisa gostaria imensamente de poder reviver. As tantas vividas, tendo este hotel, como o epicentro, o porto, são algumas. Ainda bem, tenho histórias para relembrar e as guardo todas num cantinho todo especial dentro de mim. Curitiba das quebradas, dos tantos pés sujos, das madrugadas frias só para ver Arrigo cantar e muito tempo depois, num dos retornos, Kizahy me apresenta um novo lugar, o Bar do Torto, em homenagem para Mané Garrincha. Fui com ele também no Bife Sujo, local de encontro de gente no desvio, como eu, ele e os arruaceiros daquela cidade. Isto tudo me veio à mente só por causa da foto. Se me perguntarem qual o hotel de minha vida, este e um no Rio, beirada do Saara, lugares inesquecíveis dentro de minha modesta existência. Obrigada, Kizahy!

MUITO ORGULHOSO PELA RECEPÇÃO QUE O LULA ESTÁ TENDO NO CAIRO, EGITO
Algo indescritível, ao presenciar a fala do Lula hoje no Cairo. Nunca Bolsonaro conseguiria algo parecido. Ver o Brasil voltando a ser respeitafo, ouvido com atenção e fazer parte, novamente, das maiores decisões mu diais, não tem preço. Creio, desta forma, está sendo enterrado definitivamente, neste exato momento, qualquer iniciayiva golpista ou de reação contrária ao papel do que teremos pela frente. Eu não me decepciono, aliás, confirmo todas minhas expectativas. Só Lula poderia nos devolver isso que sinto neste momento. Estamos diante de um incomensurável salto qualitativo, saindo do fundo do poço, para a salvação da lavoura. Foi pra chorar a cena dele falando no Egito. O conteúdo de seu discurso não foi somente emocionante, foi pra arrebatar de vez e consolidar a superação em curso com sua eleição. Volto a pulsar além de minhas possibilidades cardiacas, pois estamos salvos em suas mãos, enquanto nação soberana. Quero muito poder dar meu quinhão de cobtribuição nessa recuperação. Vocês não imaginam a felicidade sentida por mim vendo Lula, repfesentando o Brasil que virá. Votei nisso e hoje, posso afirmar, nunca meu voto foi tão bem dado.
 
SEIS DIAS LONGE DE BAURU...
Sei quase nada do que ocorre em Bauru. Estou perambulando pela aí há exatos seis dias. O que sei foi informado por diletos amigos. Nada mais. Não li o jornal, nem me atentei para publicações sobre ocorrências políticas na cidade. Me abstive, ou ao menos tentei. Fico por demais envolvido quando por aí. O máximo que vi e fiquei tentado a escrevinhar foi sobre a incomPrefeita Suéllen Rosim ter tentado dar uma carteirada no jornalista Tizoco da 94FM, quando entrevista por este, se mostrou não contente com a forma como o jornalismo da emissora a tratava. No vídeo, remontado à maneira do vereador Eduardo Borgo, preferi não reproduzi-lo, pois se o rejeito enquanto político, não caberia bem compartilhar algo valorizando sua linha pensamento e ação, que é bem diferente da minha e dos ares arejados que o país volta a respirar desde agora com a eleição de Lula. o fato é que, no embate entre a alcaide e Tizoco, ela demonstra seu nervosismo quando inquerida e colocada junto da parede. Das duas uma, ou não possui argumentos convincentes para rebater o que lhe havia sido perguntado ou o jornalista lhe perguntou algo que o melhor é agir ao estilo bolsonarista, não respondendo mais atacando o oponente. Foi só o que vi e sei dos últimos dias. Achei que, ela continua a mesma de sempre, joga pra sua galera e esconde o jogo pra cidade, pois faz pouco e quando o faz, mal feito, pegando carona em obras que não foram sua iniciativa. Trata-se de uma alcaide inaugurativa, estando aí só para descerrar placas e cortar fitas de inauguração, sendo que a maioria vieram de iniciativas de outros. Amanhã, quinta volto para a cancha de jogo e posso, conversando, lendo e tomando ciência de como está sendo jogado o jogo, dar pitacos mais consistentes. Volto recarregado e no momento ainda continuo agindo com o Sig, mascote do velho Pasquim, fazendo o sinal que lhe era característico: uma banana para os atuais governantes de minha aldeia.

RECADO DO HPA (08)*
* Sem nenhuma aparente regularidade, ouço ali, anoto num papel qualquer, pra não esquecer, depois escrevo e destrincho neste bat canal.

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