O PADRE, HOJE BISPO AUXILIAR, SEU LIVRO, AURÉLIO E ONDE ENTRO NESSA HISTÓRIAO amigo jornalista Aurélio Alonso já havia me contado a história do padre, que diz ele, um dia me procurou, quando me conheceu numa viagem de ônibus, me pediu informação, que fiquei de lhe enviar e nunca o fiz. O tempo passou, Hiansen Vieira Franco, que um dia, segundo me disseram, conheci numa viagem, a qual não me lembro, nem forçando por demais a memória. cruza com Aurélio, conta ter-me conhecido e que, devo ter me esquecido de fornecer o que havia lhe prometido.
Sei lá, mas se Aurélio me conta com riqueza de detalhes, o errado deve ter sido mesmo este HPA, com lapsos e falhas de memórias de inolvidável grau de problematização. O fato é que, padre Hiansen, como leio na orelha do livro, que domingo passado ganhei de presente do Aurélio, o "A paróquia de Nossa Senhora do Carmo do Campestre, suas origens, seus fatos e sua gente", publicado em 2000, é além de tudo um belo de um historiador. Aurélio tenta me reviver a história e diz do livro: "Você pode nã oser interessar nem um pouco pela história da tal partóquia, mas ao ler as páginas iniciais , vai ser introduzido por completo num relato bem interessante de algo desconhecido por nós das entranhas da igreja. Vale a pena. Fique com o livro". Fiquei.
Ainda não comeceu a ler a parte indicada pelo amigo. De toda essa intrincada história, sempre tiro algo de bom e alvissareiro. Hiansen é da linha progressista da igreja católica e depois de ter passado por diversas igrejas, inclusive as mineiras versadas no seu livro, hoje foi catapultado para ser bispo auxiliar na diocese de Niterói RJ. Aurélio disse que, hoje é mais difícil de encontrar tempo livre na agenda do antes padre, mas ele queria muito conversar contigo sobre História. Ele não conseguiu me explicar mais nada. Devo ter o conhecido nessa tal viagem e nada mais.
Aproveito este relato para contar outra história envolvendo padres. Eu e Fausto Bergocce, treze anos anos atrás lançamos um livro sobre Reginópolis. Num dos lançamentos, quermesse na paraça central da cidade, um senhor compra o livro, pede autógrafo e diz ser padre. Não me lembro agora se era nascido em Uru ou Pongaí, ali perto. Falamos bastante e para minha surpresa ele, de férias por ali, era padre numa famosa paróquia carioca, pertinho de onde a esposa Ana Bia cresceu, região do Grajaú. Não deu outra, fui lá tempos depois conhecer o padre e sua paróquia. E ele me contou histórias inauditas de sua passagem pelos subúrbios cariocas, algumas já aproveitadas por mim em meus relatos ao longo do tempo.
Escrevo isso para confirmar, este mundo é mesmo muito pequeno e de encontros, esbarrões e desatinos, sempre acabo por aproveitar de algo. Confesso - isso é coisa de igreja, hem! -, fiquei curioso em conhecer o padre e ele, além de me dizer o que queria comigo que não atendi, me contar de como foi galgando postos dentro da hierarquia da igreja. Sem entrar no mérito do papel da igreja ao longo do tempo e no presente momento, gosto dessas conversas, desconexas, mas no frigir dos ovos, sempre com alguma convexão e aproveitamento. Pois então, que venha o padre Hiansen. Por enquanto tento ler a introdução indicada pelo Aurélio e, segundo ele, vai aumentar meu interesse em conhecer o autor. Meu dia a dias é recheado com histórias deste nível. Tudo aproveito, tudo tiro uma lição e as registro, pois talvez esse meu escrito acabe chegando até a Baia da Guanabara e um dia nos falemos de verdade.
Em Tempo: Agora, ele deixou de ser padre, sendo elevado para Dom Hiansen.
"A Comissão Permanente de Fiscalização e Controle (CFC) da Câmara Municipal de Bauru quer saber agora quem deu, quanto deu e para onde foram distribuídas as doações ao Fundo Social de Solidariedade durante as gestões Suellen Rosin na pefeitura de Bauru. A prefeita é acusada de permitir o desvio de doações à igreja evangélica ligada à sua família.
"A Comissão Permanente de Fiscalização e Controle (CFC) da Câmara Municipal de Bauru quer saber agora quem deu, quanto deu e para onde foram distribuídas as doações ao Fundo Social de Solidariedade durante as gestões Suellen Rosin na pefeitura de Bauru. A prefeita é acusada de permitir o desvio de doações à igreja evangélica ligada à sua família.
Apesar de "permanente", somente agora, quase ao fim do segundo mandato de Suellen, a tal Comissão resolve acompanhar a tramitação das doações. Uma tarefa possivelmente inglória. Tanto pelo lado político da coisa - imagina-se o quanto de barganha poderá eventualmente estar a espera dos bravos vigilantes - quanto pela dificuldade de rastreamento após praticamente seis anos de possíveis desmandos.
A mãe de Suellen, a bispa Lúcia, já disse que está "leve como o sol que nasce", esquecendo-se de que o sol tem nascido quadrado para muitos integrantes da política no Brasil. Só faltou dizer que a solução está nas mãos de Deus. As doações podem não estar", jornalista Ricardo De Callis Pesce.
Obs.: A ilustração é de Fernando Redondo e foi sacada de um de seus textos sobre o mesmo tema, do Facebook e Instagram.
Obs.: A ilustração é de Fernando Redondo e foi sacada de um de seus textos sobre o mesmo tema, do Facebook e Instagram.
Ler me move, mas o tempo urge e quando o bicho pega, procuro brechas. Essa HQ, livro comprado pelo filho, quando aqui esteve no final de semana, comprado lá no Sebo Hesse, da Treze de Maio, conversamos e ele me instigou a trazê-la para casa, com a obrigação de a ele devolver antes de sua viagem de volta para Araraquara, onde mora. Assim o fiz. Li numa sentada, mas voltei em suas páginas, praticamente durante todo o dia. "Lavagem" é obra do traço do desenhista SHIKO, que até então não conhecia. O traço e a história ali contida me calam fundo. Publicação da editora Mino SP, 72 páginas.
Um casal vivendo mal e porcamente numa favela. Ele cuidadando o tempo todo de um chiqueiro de porcos e ela, evangélica, se apegando na sua fé, vez ou outra, pega a balsa que a leva ao outro lado do mundo, para supostamente ir à igreja. É a desculpa para chafurdar no sexo com o balseiro. Em casa, vida modorrenta, quase sem diálogos, até o dia em que, um pastor bate à sua porta e lhe fustiga sobre a vida que leva. Não seria o próprio diabo? Pois bem, ele insere em sua mente que, se não matasse seu companheiro ele a mataria, pois já deixara os procos a dias sem alimentos e a intenção era clara. Ela o mata com a tranca da porta e o joga aos porcos. A cena da TV, pouco antes ligada, ela assistindo algo evangélico e ele indiferente a tudo é algo pra se pensar de como a TV é utilizada dentro das casas. Abre o gás, explode a casa, se apronta e vai pra balsa. Lá é interpelada pelo balseiro: "Vai pra igreja?". Ela: "Não". Te início a partir daí, uma nova vida. Isso me põe a pensar, nestes recomeços. Inquietante o desfecho e todas as questões ali colocadas.
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