terça-feira, 17 de junho de 2025
A RÁDIO AURI-VERDE DEIXOU DE EXISTIR PARA OS BAURUENSES
O dia a dia continua fluindo como dantes por aqui na terra do Sanduíche. Mudanças ocorrem e Bauru, pelo que sei, deu às costas para tudo o que acontece lá nas hostes hoje da atual administração da rádio Jovem Auri-Verde. Essa rádio deixou de ser bauruense e hoje representa, sob a administração de Alexandre Pittoli o bolsonarismo. Nada mais. Ela é hoje a porta-voz de toda e qualquer movimentação bolsonarista, portanto, golpista e de ultradireita.
No início, como Bauru ainda possui laços de querência com essa rádio, por tudo o que ela representou no passado, existia um certo carinho. Este se perdeu ao longo do tempo, ou seja, desde a chegada de Pittolli e os seus, quando foram chutados pra fora da rádio Jovem Pan, ocorre uma mudança total de rumo. Bauru foi percebendo isso aos poucos e hoje, a audiência bauruense deve ser das menores, pífia, nenhuma representatividade.
A rádio pittolista fez suas escolhas e hoje vive momentos onde anda sob o fio da navalha, pois pelo que se ouve pelos seus microfones, já passaram de todos os limites do que é considerado como saudável jornalismo. Deixou Bauru de lado e Bauru também age como se ela não mais existisse. Eu, pelo que sinto, acredito que, mais dia menos dia, eles terão sérios problemas com a Justiça. Inevitável isso. Eles, ou seja, Pittoli sabe muito bem dos riscos que corre ao expelir o montante de informações muito longe da verdade dos fatos.
A rádio, lá pelos lados da Getúlio, atrás do Confiança Max tinha até bem pouco tempo, um luminoso com a marca Jovem Pan do lado externo e hoje, nem isso. Pelo visto quer passar incólume, sem que ninguém a note. Não é porque Bauru já a despreza, que ela não tenha culpa no cartório. Um dia eles terão que prestar contas de tudo o que foi ali cometido de irregularidades. Torço muito para que este dia chegue logo. Viver de fake news, além da perda da credibilidade, incorre em problemas com a Justiça.
segunda-feira, 16 de junho de 2025
ALGO DA INTERNET (226)
SUMIU, O GATO COMEU, SÓ PODE TER SIDO"A Polícia não encontrou indícios de que a família Rosin tivesse desviado itens doados ao Fundo Assistencial da Prefeitura. Que bom. Mas então onde estão esses itens? Vai ser difícil saber. Durante as investigações apurou-se a ausência de controle patrimonial sobre os objetos doados. Ou seja, não se sabe o que entre nem o que sai. A delegada Priscila Alferes, responsável pela investigação, disse que o problema decorre da ausência de regulamentação municipal sobre o tema. E, até aonde entendi, o caso para por aí. Não sei se o controle deveria ser meramente administrativo ou se falta lei municipal regulatória. De qualquer modo, os bens parecem ter sumido e ninguém parece saber para onde foram. Alguém, no mínimo, falhou. Eu vejo necessidade de investigação mais apurada. Quem mais?", jornalista Ricardo De Callis Pesce.
ISRAEL É A ENGENHARIA DA BARBÁRIE
"Não há, sinceramente, o que comemorar em ver iranianos lançando mísseis sobre Israel. O espetáculo pirotécnico das sirenes em Tel Aviv não deveria alegrar ninguém. Eu não torço por isso, ainda que esteja em ação o direito de Teerã à legítima defesa, depois de anos sendo alvo de operações terroristas em seu território, conduzidas com extrema crueldade por Israel, que contabiliza milhares de civis mortos nos últimos 20 anos.O que me provocaria, de fato, uma imensa alegria seria o improvável: Israel acordando e decidindo parar de bombardear vizinhos, parar de assassinar palestinos com a eficiência de quem varre uma calçada. Ficar feliz, de verdade, eu ficaria se o Estado sionista deixasse o povo palestino em paz e lhe devolvesse as terras que lhe foram roubadas a ferro, fogo e esbulho jurídico..
(Pausa para os desejos inconfessáveis: não me seria indiferente a explosão de uma bomba iraniana bem no centro de uma reunião ministerial do gabinete nazissionista de Netanyahu — com todos os ministros presentes, por óbvio).
Mas, deixando os sonhos a sonharem, o que me chama a atenção de verdade não são os mísseis de Teerã, mas os bunkers de Tel Aviv. Uma notícia chapa-branca do Globo revelou a essência de um projeto de sociedade: Israel tem leis que obrigam a construção de bunkers. Segundo o Ministério da Defesa, há cerca de 1,5 milhão dessas estruturas. Para um país com 9,7 milhões de habitantes, isso significa um bunker para cada 6,4 pessoas. Uma criança nasce, um porão a espera.
Há países que constroem escolas, bibliotecas, parques. Israel, fiel à sua vocação mais íntima, especializou-se em outro ramo da engenharia: o da fortificação compulsiva. Não é provocação panfletária. É estatística: 1,5 milhão de bunkers, um para cada 6,4 viventes. Cada nascimento, um metro cúbico de concreto. Cada casamento, mais enlatados estocados.
Enquanto o mundo ainda sonha com cidades abertas e a desmilitarização da vida pública, Israel ergue uma estética de trincheiras enterradas. Do ponto de vista afetivo, é um país onde não há praças, há perímetros de segurança. Não há cidadania, há planos de evacuação. Não há projeto de vida pública, há manuais de sobrevivência.
O bunker é mais que abrigo físico. É catequese diária. Um altar de concreto onde se cultua o medo e a glorificação da violência como traço social a ser perenizado. Cada parede reforçada é um sermão silencioso: "A guerra é o teu destino, menino. Entre o recreio e a lição de matemática, haverá uma sirene. Entre o primeiro beijo e o alistamento militar, haverá Gaza."
Se arquitetura é expressão de projeto social, então Israel é um mausoléu em tempo real. Um país que fez da escavação sua metáfora de existência. Marmotas entocadas. Enquanto outras nações cortam fitas em escolas e teatros, Israel corta fitas em porões climatizados. O cimento, que sustenta sonhos em outros lugares, ali veda fantasmas e abafa o som das próprias explosões.
A indústria mais sólida de Israel não é a tecnologia, nem a agricultura de precisão, muito menos as startups que encantam os tolos de Davos. A verdadeira engrenagem nacional é a produção em massa do medo. Medo como ativo estratégico, bem de consumo e cimento: a cola que une a identidade do porão.
E é um medo seletivo. Dentro dos bunkers, israelenses se protegem das consequências das próprias ações. Do lado de fora, palestinos não têm sequer a ilusão do abrigo. Apenas céu aberto, poeira e contagem regressiva para o próximo ataque. Para uns, cápsulas de sobrevivência. Para outros, covas coletivas.
Israel nunca foi um país que se defende. É um país que converteu o ataque em ideologia de Estado e a ideologia em fetiche arquitetônico. Enquanto uns cultivam jardins, Israel cultiva bunkers. Enquanto, em outros lugares, o refúgio é sinônimo de aconchego, ali é concreto, com filtros de ar e estoque de enlatados, sempre pronto para o próximo ciclo bélico.
A cada incursão militar, a cada demolição em território palestino, o Estado de Israel repete seu mantra: "Vejam, temos razão em cavar mais fundo." O bunker não é símbolo de resiliência. É monumento ao fracasso moral. Não é abrigo. É confissão de culpa, é a construção metódica do próprio túmulo em câmera lenta.
Um dia, quando arqueólogos do futuro escavarem o que restar dessa geografia moralmente devastada, não encontrarão bibliotecas ou teatros. Encontrarão cápsulas de concreto, casulos de medo fossilizado, memoriais involuntários de uma sociedade que preferiu a arquitetura da barbárie à construção da paz.
Há civilizações que sonham com a eternidade pela arte. Outras, pela ciência. Israel, ao que parece, sonha com a eternidade da guerra. E, para isso, cava, dia após dia, o seu mausoléu coletivo — um bunker para cada seis habitantes. Porque, no fim, toda a história de Israel é isso: um projeto nacional de enterrar-se vivo.", Edward Magro
Consigo dar um breque em tudo que ando fazendo, leio e ouço bastante reflexões sobre a motivação de mais essa insólita guerra, iniciada pelo Israel de Benjamin Netanyahu, sob a supervisão e orientação, também autorização dos Estados Unidos de Donald Trump. Tenho a mais absoluta certeza que, Israel não faz nada sem antes consultar e obter autorização norte-americana. Evidentemente, recebeu o sinal para torpedear o Irã e assim foi feito. Ligo a TV aqui em casa e por mais que procure, vasculhando canais e canais, todos eles são favoráveis a Israel. Todas as imagens adentrando minha casa são de Telavive, a capital israelense e assim sendo, totalmente influenciáveis pelas razões - se é que existe alguma - destes. E para mim, ou para qualquer leigo querendo de fato entender o que ocorre, se faz necessário entender e ver todos os lados da mesma questão. Pela mídia brasileira massiva isso é impossível. A mesma coisa acontece em relação ao massacre dos palestinos em Gaza. Fazem de tudo e mais um pouco para distorcer os fatos e não dar razão, nem aos palestinos, muito menos aos iranianos.
O Irã foi atacado. Se os EUA podem ter armas nucleares, por que o irã também não? Isso parece simples, mas nada é simples no emaranhado do mundo político neoliberal e ultra conservador predominante no mundo atual. Israel já passou de todos os limites de tolerância possíveis. Louvável o posicionamento de Lula enquanto presidente de um país como o Brasil. Não sei avaliar se seria necessário romper relações com o estado de Israel. Essa questão, no caso de qualquer militante ou observador é necessária, já um país, envolve muitas outras questões. Nós já nem temos mais um normal embaixador naquele país e como muitos brasileiros residem lá, creio que o fato de Lula ter já bem definido e exposto seu posicionamento pessoal, tudo está bem claro.
O mundo como estabelecido hoje é deprtimente e causa depressão em pessoas como este HPA. Minha revolta não se resume somente ao que Israel faz o mundo à sua volta. Trump é tãpo nefasto quanto, assim como Milei e Macri na Argentina, o papel da imprensa, como o Clárin na Argentina e jornais/TVs Globo, Record, Folha SP e Estadão no Brasil. Impossível de vislumbrar algum entendimento para o papel, por exemplo, do pessoal da TV Globo, diante de tudo o que Bolsonaro já anunciou pretende fazer com eles e assim mesmo, insistem em paparicar este segmento conservador. Não tem mesmo jeito. Serão eternamente nossos adversários. Contemporizar com estes é impossível, pois nunca o farão conosco. A luta que empreendo hoje contra Israel, EUA, a ultradireita, daqui e dali é a mesma que enfrentava tempos atrás. Mudaram siglas e personagens, mas não a crueldade, a insensatez. Estejamos atentos e fortes, pois muita coisa de ruim ainda teremos pela frente. E se queremos mesmo alcançar alguma paz, se faz necessário lutar.
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NAS QUATRO ÚLTIMAS FOTOS, CARTAZES ESPALHADOS POR BAURU, PELO PESSOAL DO PCO |
domingo, 15 de junho de 2025
OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (201)
DOIS ÓTIMOS BAURUENSES HISTORIADORES DO MOMENTO
“Henrique boa tarde...acredito que hoje você é nosso principal memorialista, historiador, cronista e jornalista.....”.
Agradeço, mas declino. Algo parecido, guardadas todas as proporções, com o que fez o ministro do STF Alexandre de Moraes, quando Bolsonaro lhe convidou para ser seu vive em 2026. No meu caso, declino da deferência por desmerecimento, diante de tantos outros na ativa com excelente cabedal e currículo de pesquisa e escrevinhação.
De imediato rebati: “Sou não, eu só escrevinho, pesquiso pouco. Tem muita gente nova e dessa nova geração com belos trabalhos. Eu gosto muito de escrever sobre os tipos populares. E escrevo menos do que gostaria. Divago mais do que escrevo”.
E depois de tudo, revelo a conversa, pois queria acrescentar um algo mais a isso. Dos memorialistas tivemos dois, Gabriel Ruiz Pelegrina e Luciano Dias Pires. Lembro também de Vivaldo Pitta, que comandou o Museu de Avaí e seguiu pesquisando enquanto viveu. E não posso deixar de citar outro também já falecido, este emérito historiador, João Francisco Tidei de Lima e alguém por quem nutro enorme consideração, Paulo Neves. Tivemos outros tantos. A minha memória hoje não está muito clara, pois poderia se lembrar de outros. Venho para os dias atuais. Neste momento, tenho dois historiadores que gostaria de destacar e deles quero discorrer.
EDSON FERNANDES possui graduação em Estudos Sociais pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Bebedouro (1984), graduação em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Botucatu (1989), graduação em História pela Universidade do Sagrado Coração (1986), mestrado em Economia pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - Araraquara (2003) e doutorado em História Social pela mesma universidade, campus de Franca (2008). Tem experiência na área de História, com ênfase em Demografia Histórica e História da Educação. E escrevem bem demais. Seus livros são inebriantes e num deles, resgatou documentos dos plantões policiais de antanho, demonstrando como era a vida nas entranhas desta cidade. Produz com a mesma intensidade em Lençóis Paulista, onde exerceu o magistério por longo período. Ele e Fábio Pallotta monitoram um esclarecedor passeio pelas ruas do centro bauruense e mês passado, fizeram o mesmo dentro do Cemitério da Saudade.
LUIS PAULO DOMINGUES escreveu, editou e fez a pesquisa para o livro "Boca do Sertão: A História de Piratininga na Marcha do Café", logo a seguir em "Fronteira Infinita: Índios, Bugreiros, Escravos e Pioneiros na Bahurú do Século XIX" (com o historiador Edson Fernandes), que traz pesquisa cartorial sobre o oeste da Província de São Paulo. E o melhor de todos, numa ficção histórica sobre a saga dos primeiros desbravadores do sertão de São Paulo e a luta desses pioneiros contra os indígenas Kaingang. O cara faz e acontece na cidade, tocando e cantando numa banda das mais controvertidas da cidade e nos últimos tempos adotou o distrito de Piratininga, Brasília Paulista, um lugarejo, onde creio eu, repõe energias e faz contato com seres extraterrestres, outra de sua especialidade. Versátil, sua última investida, além de incansável pesquisador é levar seu conhecimento para um programa de rádio, onde além de narrar fatos históricos, o faz com devida ironia e picardia.
Tenho outro. Gosto muito de meu amigo FÁBIO PARIDE PALLOTTA, que retornou recentemente de Portugal, onde foi se aprofundar em mais pesquisas. Da última vez que nos vimos ele, comentando sobre mim, me elogia, porém ressalta, sou mais ácido e só por uma crítica que repito sobre alguns procedimentos num certo setor público municipal, deveria rever e interpretar melhor. Para mim, classifico-o entre os grandes, porém, creio, deveria repensar exatamente sobre a mesma questão onde me critica. Enxergo nitidamente algo depreciativo na postura profissional destes mesmos e com elevada carga de autoritarismo. Precisamos conversar mais a respeito. Tenho novas informações a lhe dar sobre a questão. Dialogando muito, quero convencê-lo, assim como ele a mim. Mas ele é grande e suas pesquisas sobre a história ferroviária desta cidade são imprescindíveis. Ele um grande pesquisador deste nosso lado férreo.
Essa turma move que é uma maravilha a História destas plagas. Escrevi de memorialistas e historiadores. De cronistas e jornalistas, tenho outras boas listas. Eu sou o que um dia classificou Luiz Antonio Simas, “historiador das insignificâncias”. Pelo menos eu tento.
sábado, 14 de junho de 2025
O PRIMEIRO A RIR DAS ÚLTIMAS (161)
SITUAÇÃO ATUAL, CHEGA A DAR MEDO - O MEDO ME ENCORAJA A NÃO ABANDONAR A CANCHA DE LUTAComo vou querer escrever de coisas miúdas, ainda mais diante de uma nova guerra já mais que anunciada no ar. O mundo cheirando pólvora, desacordos mais que estabelecidos. Quem detém o poder global, pela iminência de perdê-lo age com a devida violência, querendo manter-se com o bastão de mando pela força. Se a guerra concreta, a destruindo tudo à sua volta ainda está longe de nós, tem muita coisa de ruim aqui bem pertinho e prontinho para nos engalfinhar e engolir. Precisamos estar atentos e fortes.
Não tenho medo apenas desses fascistas costeiros e grosseiros, seus insultos diários e contínuos para desprezar a democracia, pregando o ódio como conduta e o massacre ao adversário, visto como inimigo, este que precisa não ser combatido, mas eliminado. Sinto desprezo pelo monstro que a democracia gerou. O medo dos predadores do país mancha todos os aspectos da existência. Ele alcança suas mãos imundas profundamente em nossa memória coletiva. Já vivenciamos isso. Se antes o monstro estava adormecido, hoje ele já está mais do que acordado e se bobearmos, pronto para nos devorar.
Presenciei e continuo presenciando eventos desastrosos de forma contínua, nascidos do ódio aos diferentes, da falta de empatia pelos que sofrem, do desprezo social e do desejo de dominação econômica, independentemente de quem caia. O ovo da serpente libertária para uns, completamente opressora para nos aniquilar, apresenta sintomas semelhantes aos que cobriram de ignomínia a ditadura civil-militar vivenciada por este país por longos 22 anos. Hoje, muitos destes terroristas de Estado estão no banco dos réus e se fingem de mortos, negam o golpe pronto para massacrar quem se colocasse à frente ou ousasse se contrapor.
Sou contemporâneo do nascimento e desenvolvimento de um mundo melhor e dos repetidos ataques da direita para destruí-lo. É por isso que hoje, diante da crueldade deste movimento neoliberal de ultradireita, muito próximo do que foi o nazismo, começo a temer pelo futuro, não o meu, mas dos que virão, meu filho e de todos os demais. Sim, não é feio declarar, sinto novamente medo e, louvando o poeta, sussurro, com vontade de gritar: "Meu país dói por todo o meu corpo ". Sei que não estou sozinho nessa triste paixão e estou empenhado em transformá-la em esperança. Lula erra, mas os seus acertos são infinitamente melhores do que qualquer ato do desembestado Bolsonaro e de tudo o que poder vir deste segmento, seja com Tarcísio ou quem quer que assuma o papel de trilhar pelos descaminhos da pérvida destruição dos interesses populares.
Leio num texto no jornal argentino Página 12: "O que é o medo? Uma paixão. Uma emoção complexa que nos invade como premonição de perigo físico, psicológico ou social. O objeto do medo, seja real ou imaginário, dói igualmente. De uma perspectiva biológica, é considerado uma defesa. E de uma perspectiva emocional, algo semelhante. O medo produz uma reação de sobrevivência que compromete os sentidos. O coração acelera, trememos, suamos, choramos, ele nos coloniza. Mas se não cairmos na inação, o medo pode nos fazer refletir e agir de acordo. Há medo pela pátria, mas o elemento combativo do medo e do tremor pode ser aproveitado para produzir um impulso coletivo que potencializa a luta, a justiça e o fim das tiranias , mesmo que esse fim seja uma utopia, mesmo que tenhamos que recomeçar todos os dias, mesmo que tenhamos que continuar lutando daqui até a eternidade".
Estou imbuído deste espírito proposto por uma velha senhora argentina, Esther Diáz. Copio o que escreveu e sinto o mesmo. Vejo as bombas jogadas por Israel sobre o Irã e a justa reação destes, o massacre impiedoso aos palestinos em Gaza, depois o fim das liberdades democráticas dentro dos EUA, o bombardeio feito pelos inconsequentes contra Lula, contra qualquer um que ouse lutar por direitos, a prisão de Cristina Kirchner na Argentina e o futuro que nos aguarda em 2026. Tudo isso é assustador, mas me faz não desistir. Se sinto medo, tenho que controlá-lo, pois a necessidade é bem outra. Com coragem , iremos superar mais essa. Se entregando e desistindo de lutar, perderemos mais facilmente.
rir pra não chorar, enfim, uma guerra não é para risos, mas...
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Foram para conspirar e agora apelam para Lula. |
HILÁRIO, PREFEITOS BOLSONARISTAS VÃO APOIAR A BESTIALIDADE ISRAELENSE E AGORA DIANTE DA GUERRA, QUEREM AJUDA DE LULA PARA RETIRÁ-LOS DE LÁ
Prefeitos bolsonaristas em bunker em Israel pedem ajuda a Lula para sair do paísPublicado por Diario do Centro do
Um grupo de prefeitos brasileiros que se encontra em Israel para uma missão oficial se viu em uma situação desesperadora devido ao acirramento do conflito entre Israel e o Irã.
O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), relatou que ele e seus colegas, além de vice-prefeitos e secretários municipais, estão abrigados em um bunker no hotel onde estão hospedados, em Tel Aviv.
“Estamos em um bunker no hotel e a sensação é de não saber o que irá ocorrer. A qualquer momento recebemos uma mensagem avisando que devemos correr para o bunker. Todo mundo sai do quarto o mais rápido possível, direto para o bunker. É desesperador”, contou.
A segurança do hotel exige que os hóspedes se dirijam ao esconderijo sempre que há a iminência de um ataque. “É muito estressante, porque você acaba de sair do bunker e, quando chega ao quarto, já tem que voltar”, relatou o prefeito. Atualmente, cerca de oito prefeitos estão no local, acompanhados de vice-prefeitos e secretários municipais.
O Itamaraty foi acionado para ajudar na evacuação. A comitiva brasileira está em Israel a convite do governo local, com o objetivo de conhecer o sistema de segurança pública do país. Uma desculpa para fazer negócios escusos com os israelenses. Todos foram de jabá.
Prefeitos fazem apelo a Lula
Com a situação cada vez mais tensa, os prefeitos têm feito apelos desesperados ao governo brasileiro. Alguns estão pedindo ajuda diretamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para acelerar o processo de resgate e garantir sua segurança. Eles estão solicitando que o Brasil tome medidas urgentes para assegurar que possam retornar ao Brasil com segurança, dado o agravamento do conflito e o risco de novas hostilidades.
A escalada do conflito entre Israel e o Irã gerou preocupações internacionais, com ataques de mísseis cruzando o céu de Tel Aviv. O Irã, por sua vez, considera os ataques israelenses como uma “declaração de guerra” e tem respondido com retaliações militares, aumentando ainda mais a tensão na região. Esse cenário tem levado países e organizações internacionais a se mobilizarem para conter os danos e buscar uma solução para o conflito.
sexta-feira, 13 de junho de 2025
FRASES DE LIVRO LIDO (218)
PAPO RÁPIDO COM LUCIUS DE MELLO NA QUERMESSE DA PARÓQUIA DE SANTO ANTONIOVez ou outra proseio com o jornalista e escritor Lucius de Mello aqui pelas redes sociais. Ele anda muito ocupado nos últimos tempos, dedicação exclusiva para seus estudos balzaquianos, o que deve ser maravilhoso. Hoje, quando aporto no meio da tarde na quermesse da paróquia de Santo Antonio, com a intenção de comer um pedaço de bolo - como bom diabético -, acabo chegando tarde, pois o bolo pelo que soube, terminou antes das 11h e foi o maior de todas as festas. Não como o bolo, mas cruzo com Lucius e justamente quando ele queria adentrar a igreja, para presenciar o início de uma missa ministrada pelo bispo de Bauru. Consigo subtraí-lo da idéia por uns dez minutos e trocamos afagos mútuos.
Foi o tempo suficiente para ele me contar várias novidades a seu respeito e me indicar para procurar suas duas teses publicadas na Biblioteca Virtual da USP. Sabe aquilo de tentar captar muita coisa dentro de uma conversa muito rápida? Pois bem, tentei e até marcamos de novo encontro para o próximo domingo, quando com mais tempo, um aprofundamento maior. Saquei de cara o envolvimento dele com a grande obra de Honoré de Balzac, "A Comédia Humana", devassada de cabo a rabo em várias vertentes e numa delas, sua tese de doutorado, de 2024, "A Bíblia segundo Balzac: Deus, o Diabo e os heróis bíblicos em A Comédia Humana". Fiquei mais que curioso, pois pelo que ouvi dele, Balzac considerava seu livro uma espécie de Bíblia Mundana. Ou seja, deu vontade danada de buscar lá na estante do meu Mafuá e reler um condensado dos catataus. Como se sabe, a Comédia Humana é um verdadeiro inventário da França no século XIX: costumes, negócios, casamentos, ciências, modismos, política, profissões, tudo entrava nesse imenso painel, costurado com maestria narrativa e exibido aos poucos em folhetins.
Agora sei porque Lucius anda desaparecido das paradas de sucesso, pouco é visto pela aí. Pesquisar de fato é obra para desvairados, dedicação em tempo integral. Revela algo, após ter dito que, todos se lembram dele por causa do Livro da cafetina Eny. Ele ri, concorda e diz algo ainda mais surpreendente. Após juntar a Bíblia com Balzac, já está com tudo concatenado dentro de sua cabeça, com algum registro já feito, até para não gerar cópias, vai juntar nesse balaio a prostituição, num título que achei divinal, "Madame Imprensa". Sabe o que vem a ser isso? Simplesmente a tal da madame, a prostituição e de como a imprensa é intronizada neste meio. Enfim, muito simples, pagando bem a estes, qualquer um pode ser endeusado. Isso é muito balzaquiano, não?
Para maior detalhamento do seu doutorado, peço clicarem no link a seguir: https://www.teses.usp.br/.../tde-24042024-100201/pt-br.php . Uma bela viagem, já imaginando como, a partir dela, outros saltos e possibilidades. Deixou também outra bela dica, a para acessarem também sua tese de mestrado, essa de 2013, com o título "Dois Irmãos e seus precursores: um diálogo entre o romance de Milton Hatoum, a Bíblia e a mitologia ameríndia". Foi longe, devassou Hatoum nessa comparação. Leiam o estudo clicando no link: https://www.teses.usp.br/.../tde-03022014-110556/pt-br.php . Só mesmo lendo com afinco para desvendar isso tudo. Conversar com Lucius é se aprofundar em temas bem distantes do dia a dia, pois ele navega em outros mares. Vez ou outra, resolve vir descansar por aqui, rever familiares e até bater perna numa quermesse. Sorte a minha de ter trombado com o danado. Consegui sacar isso tudo, presenciado por Kyn Jr e seu filho, no meio da muvuca da agitada tarde nos altos do Bela Vista.
Hoje, ele além daquele longo currículo apresentativo é também funcionário graduado lá na Câmara de Vereadores de Guarulhos, seu ganha pão. Quando de férias, curioso por natureza, como bom baiano, gosta de perambular. Instigou Fausto até que este o trouxe para conhecer sua terra natal. Papeamos muito e quando se foi falou muito de seu livro, o "A fúria de papéis espalhados", com 24 textos/crônicas com temas variados e múltiplos. Havia prometido me enviar um livro a mim e outro ao filho. Promessa cumprida hoje.
Uma delícia receber um mimo dessa natureza. Darlan é rigoroso na apresentação deste seus primeiro livro. Ele me chega com outros mimos. Tem chaveiro, marcador, poster, uma síntese dos textos e até um folheto sobre a AGL - Academia Guarulhense de Letras, da qual faz parte. Primeiro curto o material recebido, todo espalhado sobre um sofá aqui junto de meu local de escrevinhações. Depois, vou ler a orelha, prefácio, preâmbulo e passo a entender o livro escrito pelo amigo. Trata-se de uma reunião de alguns textos escritos por ele ao longo de um período de sua vida. Escreve de tudo o danado e o faz com muito conhecimento de causa, pois ele é desses vorazes leitores, devorador de tudo o que encontra pela frente.
Tenho cá comigo uma boa pilha de livros na fila de espera, todos aguadando o momento em que os devorarei com a devida fúria. Muitos iniciados ao mesmo tempo. O de Darlan não só entra na fila, como passa na frente de alguns e se não o leio por inteiro, alguns dos textos, com certeza, o farei já. É minha forma de retribuir o mimo recebido. Adoro presentes dessa natureza. Livro é como se fosse um filho para quem o escreveu. Tomo todo o cuidado em comentários superficiais sobre alguns principalmente quando recebido desta forma e jeito. Se a primeira impressão é a que fica, gostei muito. Darlan em breve, diz voltará perambular por aqui e desde já prometo, irei qualquer dia bater perna com ele e, provavelmente, Fausto, por Guarulhos e pela Grande São Paulo.
Ainda hoje, conversando com alguém muito próximo a mim, este quando contei do livro que estava finalizando a leitura, me disse: "Fui numa reunião da firma em Curitiba, com uma turma de gente de várias regiões da páis. Decidiram todos sair à noite e escolheram ir no Gato Preto. Fui pesquisar e descobri o motivo". Este é o nome do último sobrevivente da famosa rua curitibana, a Cruz Machado, reduto da boêmia no centro da capital paranaense. Comprei o livro semana passada quando lá estive. Já conhecia a fama da tal rua, ainda dos tempos quando por lá trabalhei, mais de dez anos atrás. Ela já estava em decadência, fim de feira. Quando o peguei nas mãos no sebo Joaquim, não resisti. Conhecer particularidades de tempos de boêmia de variados lugares é instigante. Viajei no tempo, pois já circulei muito por essa rua, durante o dia e se já conhecia sua fama, agora me apropriei de alguns detalhes.
Na viagem que fiz de Curitiba pra Sampa, li mais da metade. Cheguei em Bauru, interrompi e ontem retomei e fui até o fim. Em cada lugar, sempre existe alguém com a característica de ser o alavancador de um lugar. No caso desta rua, Aldo Cardoso reinou. Um cidadão comum, marmorista e de um pequeno negócio, um quase império e tudo num quarteirão de uma rua. Um começo insipiente, depois a transformação no que, até hoje, é reconhecido como o lugar efervecente de uma fria cidade. Quem gosta de boêmia e também de convivência com tudo o mais daí decorrido, se interesse por histórias como essa. Sim, a capital do Paraná tem a rua Cruz Machado como principal setor de entretenimento adulto e ainda hoje, caracterizada como o maior ponto do submundo de Curitiba. Queria trazer um livro sobre algo de Curitiba e quando diante de tantos, ao pegar este nas mãos, tive a certeza, traria este.
Reuni poucas frases, convidativas para entender algo da noite daquela cidade:
- "O submundo noturno de Curitiba é como a lenda do lobisomem: de dia, pacífico e banal, mas à noite assume sua forma de fera e mostra sua verdadeira face. (...) Quem pensa em Cruz Machado, ainda pensa em boates, em luminosos, canja de galinha e uma boa dose de safadeza".
- "...mostrando uma faceta até então um pouco conhecida do submundo da noite: ele traz consequências. Quem não paga apanha e, quem revida, pode morrer. (...) Não é sópelo sexo que o cara vai, é por todo o ambiente que tem ali".
- "...arrumar um namoro na boate não era absurdo. (...) Nenhuma garota de programa usa o nome verdadeiro, as exceções são muito raras. (...) Se não fosse pelo Aldo, muita gente iria pra casa dormir mais cedo".
- "...as casas noturnas foram afetadas pela internet. (...) O mundo virtual foi tomando conta do sexo pago. (...) Relacionamentos que nascem em boates quase sempre são para que o cara banque a menina. (...) Os clientes podem diminuir, mas nunca vão faltar".
- "O Gato Preto é uma das maiores tradições da vida noturna curitibana, todo mundo já veio ou pelo menos ouviu sobre a gente. (...) Quem administra o Gato Preto é responsável por cuidar de um patrimônio cultural da vida noturna de Curitiba".
- "Existiam dois tipos de boêmia na cidade. Os primeiros são os românticos, mais apegados à música, que vão aos bares para falar sobre política, encontrar amigos, muitas vezes ligados ao universo intelectual, de uma geração um pouco mais velha. De outro lado, existe a baixa boemia, gente que ama a noite por causa da farra de uma forma geral, mais preocupada em não se preocupar com nada".
quinta-feira, 12 de junho de 2025
AMIGOS DO PEITO (240)
Recebo este recado via Messenger do Facebook, vindo de alguém que, infelizmente, ainda não conheço pessoalmente, mas conversamos vez ou outra por aqui e gosto muito. É dos bons, dos resistentes deste mundo. "Filho de peixe, peixinho é" e neste caso específico isso cai como uma luva para ele, filho de nada menos que Tuga e Shalimar Angerami, duas pessoas por quem nutro incomensurável admiração.
Conto em poucas palvaras a história deste keffiyeh, que denominarei de lenço palestino. Tuga encerra seu mandato e algum tempo depois me envia dois memoráveis mimos, representando admiração mútua. Uma bandeira da antiga URSS e este lenço palestino. A bandeira, não tive como, dei para meu dileto amigo Marcos Paulo, auto intitulado Comunista em Ação, pois ficou transtornado quando o viu. Sei estará em boas mãos e o lenço o guardei, usando muito pouco desde então. Tuga o havia ganho em uma viagem ou de personalidade importante dentro da questão palestina. O tinha até hoje. Anos atrás, Rodrigo me pede emprestado para utilizar num ato em pró da Palestina. Nos desencontros, acaba não buscando.
Desta feita, volta a me pedir emprestado algo que, na verdade já era para estar em suas mãos. Shalimar faz a ponte. "O Rodrigo me pediu para falar contigo se não poderia pegar aquele lenço que o Tuga te deu de presente. Seria emprestado. Ele queria ir com ele numa manifestação na Unicamp na sexta. Seria possível?", me escreve. Claro que sim. Estabeleço as condições: "Só se for para ficar com ele. Tenho certeza ficará em ótimas mãos. Quero só que ele me envie uma foto dele com o lenço". E assim foi feito.
Shalimar passou pegar aqui em casa, enviou pelo Sedex e hoje, quinta, 12/06, chegou ao seu destino, sendo que na sexta, 13/06, estará envolvendo o pescoço do Rodrigo nessa manifestação na Unicamp. Aproveito isso para renovar algo mais de onde nos encontramos, eu, muitos dos meus e todos os Angeramis. O que Israel faz com a Palestina hoje é algo além de um crime. Declarado e escancarado genocídio. Denuncio por onde passo, ao meu modo e jeito. Dias atrás, num ato no Vitória Régia, dia 31/5, trouxe comigo alguns cartazes do PCO, com a cada do ditador israelense e sua exposição como o mandante deste massacre. Sabe o que faço? Prego ele, com fita adesiva, enrolado de um lado a outro, para que fique bem fixado, lugares previamente pensados e assim dou minha pequena contribuição para deixar bem claro o meu lado e o que penso dessa destruição sistematizada do povo palestino. Junto essa história para deixar bem claro e evidente, de onde pessoas como eu, Rodrigo, Shalimar e Tuga sempre estivemos. Este nosso lado na luta diária. Não nos omitimos de dar opiniões e assim sendo, como sabemos, a luta continua, aqui, ali e acolá, incessantemente, ininterruptamente. A causa pelestina hoje é ponto nevrálgico em tudo o que fazemos e depois dela tudo o mais. Injustiças pululam por todos os lugares e continuaremos sempre atentos, enquanto força tivermos.
A foto enviada a mim pelo Rodrigo, com o lenço no pescoço e segurando o recado que lhe enviei é o sinal mais evidente de estarmos juntos na mesma trincheira de luta.
Essa foto é de minha autoria e tirei de cartaz feito por mim, fixado no interior da Câmara Municipal de Bauru, eu e eu, sózinho no ato, exatamente no dia da posse dessa nova (sic) composição, quando tomavam posse e ali já estava mais do que claro, o que teríamos pela frente, agora já consolidado.
Naquele dia cravei 17 x 4, hoje o placar já aumentou e as perspectivas de que algo possa ocorrer de altivo advindo de dentro da Casa de Leis bauruenses é inexistente.
Não credito nenhum feito histórico no que fiz, nem precisava ser bidu para enxergar o óbvio, pois tudo sempre foi tão escancarado.
Por fim, quem se sentiu incomodado com o cartaz foi um vereador que, ao tentar decifrar a mensagem ali estampada, tão óbvia, foi lá, retirou, rasgou e jogou no lixo a prescrição que lhe incomodava.
E além do placar, a pouca vergonha destes distribuindo dinheiro a torto e a direito cidade afora, deixando de fiscalizar a cidade, consolidando algo execrável, negação de sua precípua função, assim como a de manter o terceiro assessor.
quarta-feira, 11 de junho de 2025
ALFINETADA (254)
O PITACO DESTE HPA PRA SITUAÇÕES DESCONSERTANTES PELA AÍ
Toda semana tem suas complicações. Essa, em especial, pelo visto, tem reunido algo mais que as demais. Aconteceram vários fatos muito mais que marcantes nos últimos tempos. Descrevo alguns destes, sempre ao modo e jeito. Cada um possui um entendimento de tudo o que acontece. Aqui a minha versão destes fatos.
1.) A situação na Argentina já estava grave antes da chegada de Jaqvier Milei ao poder. A Corte Suprema, o STF deles se moistrou atrelado aos interesses do modelo neoliberal patrocinado por Maurício Macri e de um grupo econômico, o mais poderoso do país, o do jornal diário Clárin. Lesam o país descadaradamente e em benefício próprio. Chegou Milei, de uma certa forma se apropriou disso, porém, ele nunca fez parte deste poder. Milei foi o instrumento que tiveram na época da eleição para impedir que o peronismo continuasse no poder. Agora, com um rompimento meio que estabelecido, eleições à vista, todos os grupos hegemônicos têm medo do poder representado pelo peronismo, mais especificamente por Cristina. As denúncias contra ela foram todas já desmontadas, porém, as reavivaram quando não conseguindo matá-la e impedí-la de participar do pleito, que certamente a levaria de volta à Casa Rosada, daí se juntaram, requentaram denúncias antigas, muitas delas já esclarecidas e a prendem. Uma decisão anunciada semanas antes e agora, vésperas da eleição expelida: Cristina presa por seis anos e com perda de seus direitos políticos pro resto da vida. Entendam, a Suprema Corte deles age bem diferente do nosso STF. Nosso STF já agiu da mesma forma, porém, diante de um mal maior, representado aqui por Bolsonaro, passou a decidir dentro da verdade factual dos fatos. Por lá, a caisa só piora e com essa prisão injustificada, a democracia foi pras cucuias. Na sequência, estudarão um jeito de descartar Milei e voltar ao poder com alguém que possam controlar por completo. Este é jeito neoliberal de governar. Já vimos este filme e sabemos que no final, quem padece mesmo é o povo.
2.) Os EUA está convulsionado e com Donald Trump, se isolando mundialmente, porém, enquanto tiver forças para tanto, impondo seu modus operandi de tentar fazer com que seu país volte a fazer o que quer do mundo sob seu guarda-chuva. O que vemos por estes dias, com a Força Nacional, praticamente invadindo a Califórnia com 4 mil homens e impondo, à revelia do governador daquele estado a truculência como regra é bem representativo do que teremos pela frente se Trump não for barrado a tempo. Hoje não se pode mais dizer nada contra desmandos - se é que houveram - de Venezuela, Cuba, Irã, Rússia ou China, se dentro dos EUA ocorrem fatos piores e a comprovar que, ditadura mesmo está sendo implantada por lá, de forma escancarada e muito violenta, sem respeitar nada no semelhante. Os latinos, sempre muito úteis dentro da estrutura de mando dos EUA, sendo utilizados para fazer o país funcionar, hoje são expelidos sem dó e piedade. Pela força o conseguido será, mais e mais, a perda do poder, este já quase consolidado. Os EUA devem as calças, não paga e se impõe pela força bélica. Já não mais consegue impor seu poder fazendo dos países satélites seus meros quintais. Hoje os taxa como mandatários do mundo. Foi peitado pela China, teve que arrefecer e agora, quer demonstrar força com os latinos dentro de seu território. A reação mostra do crescimento da resistência interna, que pode aumentar, se espalhar país afora e convulsionar tudo o mais. Com Trump os direitos básicos, mínimo de cada cidadão deixaram de existir. Eles já vivem sob um estado de exceção e até pior de tudo o que denunciavam até bem pouco tempo. Para mim, a perda da soberania mundial não ocorreria mesmo de forma pacífica. Na verdade, querer que o poder ecônomico volte a produzir dentro dos EUA, quando fora obtém lucros estratosféricos é algo meio que não mais possível dentro da globalização como estabelecida. A China está aí, se mostrando como a emergente líder mundial, porém sem o poder bélico dos EUA. Daqui por diante, tudo é possível. Estejamos preparados e a perda de direitos mínimos, duramente conquistados, será mera peça de retórica, pois para continuar como líder, os norte-americanos comandados pela cabeça já fora do eixo de Trump serão capazes de tudo. Tudo mesmo.
3.) Algo do julgamento de Bolsonaro & de toda turma golpista. Para mim, não tema mais o que ser comprovado, tudo já está devidamente mostrado, evidências mais que comprovadas e, portanto, basta julgar e consequentemente condenar todos. O que ocorreu e mal executado, felizmente não deu certo, traria de volta uma cruel e insana ditadura ao poder. Os malucos dentro do golpe queriam sua concretização o quanto antes, ou seja, antes da posse de Lula e perderam o tempo da realização. Bolsonaro, como se sabe, é um bosta em tudo que faz. Foi deixando o tempo passar e quando se deru conta, não dava mais. Hoje viveríamos dentro de uma carnifícina sangrenta e sem controle, sem instituições e tudo comandado pela mente de doentes, senis pervertidos. Agora, como bonzinhos, apregoam tudo o tramado ter sido pura retórica, mero modo de explanar algo banal. Nada disso. Só aquela quartelada denfronte os quartéis foi exemplo do que queriam fazer do país. Precisam ser punidos exemplarmente, presos e expostos como algo repugnante, maléfico e com danos irreparáveis a qualquer país. Todos os envolvidos de anjinhos não possuem nada. Promoveram uma bela teatralização nos depoimentos, fugindo da verdade, mentindo descaradamente e as provas já conseguidas demonstram o contrário. A articulação era perversa e muuito violenta. Soltos e livres continuarão pensando e agindo da mesma forma que antes. Passamos da hora de punir e enjaular golpistas. Este é o momento, mesmo que com certa demora, precisa chegar ao fim de devolver ao país, o direito de continuar atuando democraticamente, mesmo que aos trancos e barrancos.
4.) Em Bauru, sua mandatária reeleita no primeiro turno das últimas eleições volta da lua de mel e reencontra Bauru, até agora, tendo tido boa vida na forma peculiar como encontrou para nos governar. Não nego, ela soube se articular e montar um grupo político que a serve em tudo. Muito representativo dentro da Câmara de vereadores, quando estabeleceu neste momento, de um total de 21 vereadores, o placar de 17 x 4. Isso, sabe-se não foi construído gratuitamente. Tudo tem um custo e quem paga neste momento e nas décadas seguintes, será a cidade num todo. Tenho por mim, que mais dia menos dia, isso tudo terá fim, a família rosin baterá asas, como se foi da cidade a República da Barra Bonita e quando for, haverá um rombo sem fim nas contas públicas. O dinheiro é gasto sem lastro, sem direção e planificação. Do jeito que entra desaparece e nada de muito concreto é deixado. Vive-se tempo onde nenhuma obra é concluída a contento. Tudo passível de eternos reparos, quando não, sua não conclusão, por já reconhecida inapetência. Já ocorreram muitas CEIS e investigações paralelas, pois junto dos vereadores, nada prosperará e como jogam com essa morosidade, as investigações esbarram sempre em novas denúncias, quando as antigas são esquecidas. Daí, minha modesta conclusão é a repetida em quase todos os meus textos: juntando tudo, ligando os pontos perdidos, chegaremos ao dia em que, essa administração irá terminar dentro de um plantão policial. Para mim, mera questão de tempo. Porém, um tempo que ainda pode demorar. Ah, tivéssemos uma mídia investigativa de fato, creio algo mais já poderia ter acontecido...
5.) De Gaza, do criminoso papel de Israel naquele território e do massacre ao povo palestino, mais um texto específico nos próximos dias.
O QUE FAZER PARA SALVAR OS CORREIOS?
Fazia algum tempo não precisava dos serviços da agência central dos Correios de Bauru, a localizada no cruzamento das ruas Gerson França com Bandeirantes. Hoje adentrei, subi a famosa rampa e peguei senha para atendimento. Junto a mim, na minha frente, conhecido comerciante da cidade, ambos pegando senha para os de nossa idade. Nas cadeiras, pouco menos de umas dez pessoas e nem todas na fila. Muitos eram acompanhantes. Achei o atendimento seria rápido, mas me enganei. A coisa não fluia e só fui me dar conta após uns 30 minutos de espera. Trouxe comigo uma revista, a edição deste mês da Piauí. Distraido fiquei enquanto a vasculhava, do começo ao fim. Terminada essa fase, li um artigo inteiro e passei a observar que pouca coisa havia mudado no cenári o do atendimento.
Fazia algum tempo não precisava dos serviços da agência central dos Correios de Bauru, a localizada no cruzamento das ruas Gerson França com Bandeirantes. Hoje adentrei, subi a famosa rampa e peguei senha para atendimento. Junto a mim, na minha frente, conhecido comerciante da cidade, ambos pegando senha para os de nossa idade. Nas cadeiras, pouco menos de umas dez pessoas e nem todas na fila. Muitos eram acompanhantes. Achei o atendimento seria rápido, mas me enganei. A coisa não fluia e só fui me dar conta após uns 30 minutos de espera. Trouxe comigo uma revista, a edição deste mês da Piauí. Distraido fiquei enquanto a vasculhava, do começo ao fim. Terminada essa fase, li um artigo inteiro e passei a observar que pouca coisa havia mudado no cenári o do atendimento.
Parei a leitura e vejo o senhor que havia entrado junto comigo em indisfarçável estado de impaciência. Estava incomodado e ao vê-lo andando de um lado para outro digo: "Está por um fio para desistir do atendimento, não?". Ele: "Sim. A coisa não anda, não flui". Lhe digo: "Quase não venho aqui, vou sempre na agência da Nações e nunca presenciei morosidade igual a essa". Ele: "Lá é a melhor, passava aqui por frente e resolvi postar aqui". Eu falo isso e digo a ele ter desistido, devolvendo a senha ao buraco de onde saiu. Ele ainda me disse esperaria mais alguns minutos.
Faço esse relato desta forma e jeito por um simples motivo. Sou um intransigente e sempre defensor dos Correios como agência pública. Não quero nem pensar em vê-la sendo privatizada e todo nosso serviço postal passando para a iniciativa privada. Acompanho tudo o que aconteceu na administração passada em relação à tentativa de ir precarizando o serviço, com a evidente finalizade de privatiuzar tudo. Lula chegou e anaimou isso tudo. Sei estar aqui em Bauru uma Diretoria Regional, portanto, muitas decisões são aqui tomadas. O que não dá para entender é ver a situação atual dessa antes tão movimentada agência central, com sua situação atual. Creio que, qualquer trabalho regionalizado se inicia pela observação inicial de como se dá o dia a dia de sua agência central, a principal, a que deveria ser modelo, exemplo. Isso seria a providência primeira, esse olhar com olhos de lince para o local, onde nos andares superiores estão localizados seus quadros mais preparados e diretivos.
Algo ocorre e para que os Correios voltem a ter apoio da população, o atendimento é onde os olhos de todos, principalmente de quem ali trabalha deve estar voltados. Essa empresa pública só se manterá viva e atuante, sem alterações quando estiver de fato observando, não só as transformações à sua volta, como o que de fato acontece em sua agências. Saio de lá e no caminho a agência dos Correios da rua Rio Branco, que sei ser terceirizada e lá, além de um estacionamento gratuito, não demorei cinco minutos e fui atendido. Na das Nações, que sei não ser terceirizada, sendo ainda dos Correios, por mais gente que ali cruze em horários de pico, nada igual ao presenciado hoje. Não creio ser um acontecimento atípico, pois no salão, enquanto esperava ouvi algo de doer aos ouvidos. Reclamações generalizadas e olhares de todos, uns para os outros, como se não entendendo o real motivo da demora. Escrevo isso com o único intuito de que, a direção local, hoje sob a batuta do atrual Governo Federal, portanto do PT, partido que milito, dê atenção para estes pequenos detalhes aqui relacionados, antes que a viola fique em caco. Defendo os Correios com unhas e dentes, mas "eles" precisam também promover algo bem visível aos olhos de todos, pois o presenciado hoje é sinal de estar bem distante de uma normalidade. Torço demais para que, promovam enquanto há tempo em transformações reais, substânciais e bem visíveis, palpáveis para os usuários.
terça-feira, 10 de junho de 2025
RELATOS PORTENHOS / LATINOS (146)
O DESTINO DE CRISTINA KIRCHNER É IDÊNTICO AO DE LULA: COMO NÃO CONSEGUEM DETÊ-LA, INJUSTA E INJUSTIFICADA PRISÃOEssa América Latina, hoje quase que totalmente dominada pela força inespugnável dos grupos econômicos neoliberais a dominando é mesmo contra todo e qualquer interesse popular. Falou, pensou ou tentou se posicionar ao lado destes interesses, basta para ser implacavelmente perseguido. Lula o é, Morales na Bolívia o é, Correa no Equador o é, assim como Mujica, no Uruguai, Chavez o era na Venezuela e Boric, guardadas todas as proporções e como Petro o é na Colômbia. Essa força de interesses de minorias é extremamente forte e sempre apoiada decisivamente pelos grupos hegemônicos de mídia local. Em cada país, um grupo de mídia poderoso como cão de guarda dos interesses de uma minoria, a que massacra, sem dó e piedade, os interesses da maioria.
Na Argentina o poder do grupo Clárin, representa algo mais perigoso do que o grupo Globo representa. Seus tentáculos alcançaram vários segmentos econômicos, todos mantidos na base de negociatas. Junto a isso o papel representado hoje na argentina pela sua Suprema Corte, uma onde seus integrantes participam de festas e jogos de futebol com políticos ligados ao segmentos neoliberais e vive atrelada ao que o grupo Clárin prescreve. Existe um receio de se opor a eles, pois como os telhados de vidro são evidentes, contraiando os interesses do grup, podem ser destruídos da noite pro dia. Daí, julgam e decidem conforme orientação do poder real exercido pela força draconiana do Clárin.
Desta forma, ocorreu na Argentina uma tentativa de assassinar Cristina, feita por um brasileiro residente lá há décadas. Não conseguiram e depois fizeram de tudo e mais um pouco para desunir os peronistas, mas estes estão comnvictos, que somente unidos vencerão o desastre hoje em curso na Argentina. Cristina se anuncia candidata e daí, o grupo Clárin decide que, ela deve ser presa e consequentemente, ter seus direitos políticos encerrados. Já vi este filme, Lula vai preso injustamente, Morales impedido de concorrer na Bolívia e Correa no Equador. Inventar algo é com eles mesmos. A denúncia contra Cristina é pífia, diria mesmo, infantil. Porém, para os detentores do poder atual, onde a pouca vergonha prevalece, isso conta pouco. Perderam totalmente a vergonha na cara. Para não perder privilégios e diante do que sabem deles, a decisão é quase certa. Irão tirar Cristina do páreo. Só mesmo uma revolta popular, com muita gente nas ruas pode mudar este cenário.
OBS.: Aqui as três últimas capas do melhor jornal diário do continente, o argentino Página 12 e nelas a saga de Cristina e o escândalo de um julgamento de cartas mais que marcadas.
"Crônica de uma covardia anunciadaVi apenas um pedaço da oitiva do miliciano genocida. E bastou. Não por distração, tampouco por falta de interesse, mas por respeito aos meus "instintos mais primitivos". Há cenas que, assistidas por tempo demais, comprometem não só o fígado cívico, mas também a flora intestinal da dignidade.
Sofro, e não escondo, de uma dupla fragilidade pessoal que muito me limita como espectador do grotesco. A primeira, fisiológica: meu estômago não tolera vermes, sobretudo os rastejantes — essa subcategoria biológica que transita entre a baixeza e o cinismo com espantosa desenvoltura, como é o caso do meliante em "cuestão". A segunda, moral: nutro amplo, geral e irrestrito desprezo por cagões. E não me refiro aqui à frágil condição humana diante do medo legítimo, mas à covardia como método — esse hábito vil de esconder-se atrás de bravatas e fanfarronices, de posar de herói no meio da brodagem enquanto, na vida real, se é apenas um frouxo.
Do pouco que assisti, bastou-me a cena do bravo valentão da 5ª série — outrora herói de cercadinhos patrióticos — agora entupido de calmantes, suando mais do que estagiário em entrevista de emprego. Senti pena, sim, mas não dele. Pena de um Brasil que, depois de tudo, ainda oferece crédito moral a um peidorrento dessa magnitude. Um país que tolera esse tipo de bravateiro de fralda emocional precisa urgentemente de um Bolsa-Sanidade.
A performance foi exemplar. No pior sentido possível, é claro. O valentão, aquele que prometia resistir à bala e desobedecer a qualquer ordem do STF, portou-se como todo fascista: covarde, mentiroso e, acima de tudo, cagão. Muito cagão. Não há aqui insulto gratuito, mas diagnóstico político. A coragem dos fascistas é sempre performática; a verdade, um risco a ser evitado; a retórica, uma cortina de fumaça produzida, em geral, pelos mesmos gases que propulsionam suas convicções intestinais.
A performance foi exemplar. No pior sentido possível, é claro. O valentão, aquele que prometia resistir à bala e desobedecer a qualquer ordem do STF, portou-se como todo fascista: covarde, mentiroso e, acima de tudo, cagão. Muito cagão. Não há aqui insulto gratuito, mas diagnóstico político. A coragem dos fascistas é sempre performática; a verdade, um risco a ser evitado; a retórica, uma cortina de fumaça produzida, em geral, pelos mesmos gases que propulsionam suas convicções intestinais.
E, ainda que breve tenha sido meu tempo diante da tela, vi o suficiente. Suficiente para constatar que o golpista, especialista em montar sua própria forca, lançou-se do precipício com a corda cuidadosamente enrolada no pescoço. Sua capacidade de autoincriminação foi exuberante, para dizer o mínimo. A mesma toada foi seguida pelos outros três milicos militares e pelo milico civil, todos tão peidorrentos quanto. Cada um deles teve, como exige o devido processo legal, a chance de se defender. Poderiam, com alguma inteligência, um pouco de pudor e respeito à inteligência alheia (e do juiz), gabaritar o tal standard probatório que os advogados tanto gostam de invocar. Preferiram mentir. Escolheram continuar arrastando uma mentira viscosa e venusiviana, cheia de fantasias exo-esotéricas, coisa de alucino-siderado. A recompensa por tanto empenho virá na forma de uma condenação robusta. E merecida. Pelo grotesco espetáculo que protagonizaram, não há como escaparem das penas máximas.
Do ponto de vista estético, foi um dia horroroso para a humanidade. Um desfile de olhos vermelhamente cocainados, orelhas baixas, olhares bovinos, bocas pergoteadas, vozes fracas e trêmulas por excesso de calmantes — típico de quem sempre esbravejou nos bastidores, mas, diante do juiz, se borra como colegial flagrado colando na prova. Curiosamente, porém, para a democracia, foi um dia glorioso. Não pelas respostas — que não foram dadas —, mas porque o próprio teatro-zumbi, por mais grotesco, escancarou a verdade como só o ridículo é capaz de fazer.
Há quem diga que o riso é uma forma de resistência. Neste caso, o riso veio acompanhado do asco. Rimos porque não queremos vomitar. Mas não há como não rir, com ironia e desprezo, de quem passou a vida vociferando força e honra para, no momento crucial, se mostrar um rato tremelicante à beira do ralo, em suma, um peidorrento cagão!
O Brasil, nosso querido país de memória curta e estômago de avestruz, talvez se esqueça logo do que viu. Mas seria interessante registrar, em letras miúdas — ainda que aqui, nesse desprezível Facebook — que, naquele dia, cinco peidorrentos sentaram-se diante da nação e confirmaram, com a própria boca, aquilo que os intestinos do poder já sabiam: não há coragem possível em quem vive da mentira. E não há redenção para quem faz da covardia seu suporte existencial.
Sim, foi um dia de glória. E o fedor que ficou no ar é apenas o perfume tardio da justiça que se anuncia."
Texto Edward Magro
segunda-feira, 9 de junho de 2025
CHARGE ESCOLHIDA À DEDO (220)
ESSA PODRIDÃO TODA NOS CERCANDO POR TODOS OS LADOS - TOTAL DESILUSÃOHoje um desabafo. Difícil hoje existir uma só cidade dentro deste estado de São Paulo, que não esteja completamente dominada pelas aves de rapina. O conservadorismo paulista e brasileiro é inteiro, dos pés à cabeça, entrelaçado com negociatas e rapinagem pública, de toda espécie e origem. Poucos se salvam. Poucos mesmo. Quanto mais ouço histórias, coletadas nos mais diferentes lugares, vejo estarmos numa situação de difícil saída. Deixamos que os piores se aproximassem e conquistaram o poder.
Numa cidade pequena, nem 50 mil habitantes, o partido neoliberal, ultradireitista ganhou o poder e está comandando a cidade há seis meses. Daqui há alguns meses, a festa popular lá deles, igual a nossa aqui do Recinto Mello Moraes. Alguns vereadores deste partido, primeiro mandato, impõe a quem contrata os shows que, os escolhidos terão quer ser os que eles indicarem e se isso não ocorrer vão dar um jeito deles, os funcionários serem demitidos e sob acusações de prevaricação. Acuam a todos e tudo sob a complacência de quem exerce o poder. Um na mão do outro, um comprometido com o outro e cada um querendo ganhar rapidamente, ir amealhando cobres aqui e ali, numa rapinagem sem excrúpulos.
E isso porque os vereadores são os que são pagos por nós, os munícipes, para fiscalizar os atos do poder estabelecido. Neste lugar, os vereadores são da mesma coligação do prefeito e se aliaram a ele para infernizar a vida de quem trabalha como servidor, impondo-lhe regras para fazer tudo o que mandarem e sempre de bico calado. Uma pouca vergonha estabelecida e institucionalizada, como se não existisse quem pudessem contrariar, pois agora são Governo e assim, sendo, dizem aos quatro ventos, fazem o que querem e como querem. Essa a mentalidade dos que estão chegando para substituir os que sairam. Os tais funcionários de carreira, atuando dentro dessa estrutura, dizem sem titubear que, mudaram só as aves, mas a rapina é a mesma. E o que saiu fica criando caso e denunciando o que agora pratica o que até bem pouco tempo era ele que praticava. Ou seja, o que denuncia sabe que, o que está lá comete obcenidade a todo instante, pois fazia o mesmo.
As histórias se repetem em cada nova cidade, todas parecidas, ninguém mais compra nada sem que, algum entre por fora e por debaixo do pano. A pegação de pé é feita pelos que até então estavam no poder e agora, substituídos pelos que adentraram. Como faziam algo mais do que irregular, pegam no pé para que os que chegaram não façam o mesmo. Uma semvergonhice descomunal e atingindo todos os níveis. É desta forma que age os componentes de todos os partidos dessa nova nomeclatura a englobar todos os que defendem o mous operandi neoliberal, hoje mais puxado para fascistas e ultradireitistas.
Não existe mais fiscalização. Tá tudo dominado, como dizia um vereador aqui de Bauru, cassado também ele por ter feito e acontecido com dinheiro público. Ou seja, até os que gritam contra, o fazem por terem perdido a boquinha ou por dela não participarem. Sabe aquela história do moto contínuo, uma engrenagem onde pela sequência, a máquina gira sózinha e sem controle, desembestada numa descida, onde um dia vai dar de encontro com uma árvore e se estaterlar, mas enquanto isso não acontecer, o arrombo vai só aumentando.
Nessas cidades pequenas praticamente inexiste oposição constituída e com coragem de bater de frente com o esquema já consolidado. Os poucos que ousam são ameaçados, principalmente fisicamente e até jurados de morte. Sim, isso já é realidade dentro do interior paulista. Estes novos políticos que estão chegando não são de muita conversa. São de ação, como dizem, não possuem muita argumentação e quando percebem estarem perdendo o controle, agem sempre violentamente. Este festival se repete por todo o estado. Não existe mais quem possa exercer uma legislatura de realizações para a cidade, sem ter que prestar contas para estes. Quem age dentro do que prescreve a tal da normalidade democrática é chamado de bocó. Instigado, provocado e sendo testado a todo instante. Tentam cooptá-lo de toda forma e nãoo conseguindo, agem violentamente ou mesmo, se juntam e caçam o mandato de quem pensa que a política é arte do diálogo, conciliação e construção coletiva em prol do desenvimento de uma cidade.
Não estou sendo alermista. Acompanhei o desenrolar de algumas cidades e em todas, com alguma variação, este o ritual sendo religiosamente seguido. Chegaram para rapinar e o fazem descaradamente, pois hoje, prevalece essa mentalidade de procedimento de atuação política. Assim a entendem, estão lá para isso, amealhar, lesar e arrebanhar o máximo possível para si. Quando pensaram em participar do mundo político, sempre foi pensando em chegar lá e depois usufruir, não perder tempo, pois amanhã poderão estar fora e outros em seu lugar.
Não me venham dizer que sou alarmista, misturando as coisas, generalizando demais. Eu ando circulando muito pela aí e gosto de ir reunindo histórias. As escabrosas permeiam a coisa pública. Por mim, juntava estes todos num poste e tacava fogo, como fazem com o Judas na festa de sua malhação. A agora, em algumas cidades, os vereadores também se beneficiam de verbas oriundas de emendas do orçamento. Daí, a putaria se amplia. Lá em Brasília o escândalo já é uma realidade e no interior algo sendo institucionalizado. É como deixar a raposa tomando conta do galinheiro. A democracia como vivenciada hoje precisa ser reiventado, começar do nada, pois do jeito que está, não vejo mais como consertá-la, tal o grau de comprometimento dos que chegaram para rpinar tudo, limpando os cofres e se lixando para tudo o mais.
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