RUA AUGUSTA E ADJACÊNCIAS - ODE À CIDADE DE SÃO PAULOEstive fora de Bauru de terça até hoje, sexta. Assim como Suéllen Rosin e Renato Purini, batemos asas. Eu continuo atento e volto à carga amanhã, sábado, 07/06. O casal não sei quando volta da lua de mel. Achei que, pelo avançado das denúncias, poderiam fazê- lo, passando em primeiro lugar pelo plantão policial para prestar esclarecimentos e tentar explicar o inexplicável. Continuam poupados e a cidade em compasso de espera.
Longe do furdunço bauruense, aproveito a parte da tarde de hoje na capital paulistana, com trégua na chuva e após ser lembrado por um cobrador de onibus - algo ainda existente em Sampa: "O sr não precisa mais pagar. Não sabia?". A partir de então, não paguei mais onibus e metrô, zero de gastos. Queria rever os cines cults ali na imediações da Paulista. Fui em cinco complexos, todos mais ou menos próximos, porém quando cheguei no cruzamento da Avenida Paulista com a rua Augusta, confesso, fui por ela abduzido. Deixei a vontade de ir ver um filme para depois. Fazia mais de uma década não me detinha em andar na Augusto. Como deixar de fazê-lo diante dela aos meus pés? Não que tenha mudado, porém, bateu algo dentro de mim e por ali permaneci a tarde quase toda.
A Augusta não está bonita, suja, com suas calçadas merecendo mais que reparos, difícil de caminhar, porém, continua sedutora, ainda com predicados me tocando fundo no quesito despertar de interesses. Nos anos 50/60 e até nos 70, manteve um desmedido charme. Bati muita perna por ali, isso, pela minha idade, já nos anos 80. Ouvia as histórias, os lugares onde o fervo se deu. Ia conferir, ou ao menos, pisar no mesmo lugar. A líbido ia a mil. Infelizmente, vim ao mundo numa geração quando tudo já fazia parte do passado. Quantas vezes sentei em seus bares e remanescentes iam me relatando ocorrências de antanho. Hoje volto a descer e subir por suas calçadas e, pasmem, tem quem ainda relembre e conte muitas dessas histórias. Chego a pensar se muito do que ouço de pessoas com a minha idade não seriam "estórias". Me deixo enganar facilmente, ainda mais quando os relatos me interessam. É uma delícia ser passado por bocó, quando fingimos o ser e na verdade, quem engana quem? Na Augusta é bom não parecer muito bocó, pois te levam na lábia fácil.
Ana Bia, minha companheira de todas as horas repete sempre para tomar todos os cuidados do mundo, inclusive com o celular e tirar as alianças - uso duas, uma em cada mão -, pois hoje até cortam os dedos se não as conseguem retirar quando de um assalto. Não vi nenhum por estes dias. Tirei fotos, fazendo questão de olhar para todos os lados antes e depois. Em nenhum momento fui admoestado. Eu queria mesmo é perambular, rever esse lugar, sentir o cheiro desta rua e olhar para os ainda resistentes personagens. Pelo que vi, até hoje tem leão de chácara em plena atuação. Resistem ao tempo e como não parar lá do outro lado da rua e ficar observado. Entro num lugar e ouço um deles falando para o dono do estabelecimento, ele um senhor dos seus 60 e o dono um garotão, menos de 30: "O senhor sabe, só deixo entrar quem for autorizado. Comigo não tem moleza. Se as regras mudaram, precisa me avisar, pois não posso passar por sem noção". Deu vontade de ali permanecer e ouvir o diálogo por inteiro, mas seria percebido e daí, como explicaria a eles minha intromissão.
Curti mesmo foi algumas lojas como a Endossa, cujo sloga é "conheça a loja que você ajuda a construir". São vários boxes, onde em cada algo feito de forma artesanal e ninguém para atender. Você pega e leva num caixa único. Ali tem de tudo, brincos, colares, adesivos, canecas, camisetas, cartazes, cartões postais, imãs de geladeira, enfim, bugigangas mil. Fiquei um bom tempo por ali curtindo aquela criatividade toda reunida num só lugar. Os grafites estão por todos os lugares e paredes. Quero ir vendo os detalhes de cada um, observando as diferenças dos traços e as ideias mirabolantes que cada um propõe para este inusitado e pernicioso lugar. Tudo cabe ali e fica bem colocado, numa bagunça de dar gosto. para alguns significa sujeiram para outros arrumação.
Curti mesmo foi algumas lojas como a Endossa, cujo sloga é "conheça a loja que você ajuda a construir". São vários boxes, onde em cada algo feito de forma artesanal e ninguém para atender. Você pega e leva num caixa único. Ali tem de tudo, brincos, colares, adesivos, canecas, camisetas, cartazes, cartões postais, imãs de geladeira, enfim, bugigangas mil. Fiquei um bom tempo por ali curtindo aquela criatividade toda reunida num só lugar. Os grafites estão por todos os lugares e paredes. Quero ir vendo os detalhes de cada um, observando as diferenças dos traços e as ideias mirabolantes que cada um propõe para este inusitado e pernicioso lugar. Tudo cabe ali e fica bem colocado, numa bagunça de dar gosto. para alguns significa sujeiram para outros arrumação.
Eu só sei que gosto muito de estar e andar, perambular por lugares assim. Prefiro muito mais do que a bem comportada e nada assanhada Oscar Freire, reduto dos tais grãofinos destas paragens. O lado destinado para os com menos recursos, ao meu ver, tem mais classe, distinção. Endinheirados fingem, os daqui não disfarçam o que são e o que representam. Circulo muito bem por essas bandas. Os botequins da Augusta são muito mais atrativos e cheios de gente interessante do que os da Zona Sul. Não dá nem para classificar os porques dessa diferença, para mim tão evidentes. Daí, nada como ter vindo só, pois fuin onde quis, andei sem ninguém me dizendo que por ali era perigoso. Se foi, nem percebi. Eu só queria matar saudade. Matei e quando cansei, quase hora de dona Ana voltar de seu trampo lá pelos lados da USP, daí voltei pro hotel e quando chegou lhe mostrei alguma das novidades ali arrebatadas, para mim, verdadeiras preciosidades. Não encontraria nada do que vivenciei lá pelos lados da faria Lima, onde estive hospedado. Olhei para os hotéis ali da Augusta e pensei comigo: "Era aqui que preferiria ter ficado, mas...".
QUE CERVEJA QUE NADA, ENTRO NO SUJINHO DA REBOUÇAS, 17H E PEÇO CAFÉ COM LEITE, PÃO COM REQUEIJÃO NA CHAPA
SITUAÇÃO REAL DO BRASIL DE LULA NO CENÁRIO MUNDIAL
Eu queria muito poder ficar betendo perna o resto dos meus dias.
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