"O CRIME É TÃO ORGANIZADO QUE TEM ATÉ RELATOR"*
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| Charge da Laerte, sempre ótimo. |
* A instigante frase foi lida por mim dias atrás, revelando uma verdade enfronhada, engruvinhada com o poder estabelecido hoje no estado mais rico da Federação, publicado nas redes sociais por Maysa Leal e aqui utilizada como título para as escrevinhações a seguir:
1.) COMPARO O FILME "O AGENTE SECRETO" COM O QUE GOSTO DE FAZER
Afastado do cargo de Prefeito de Sorocaba, a investigação identificou que Rodrigo Manga cometeu possíveis irregularidades em contratos da área da:
Saúde
Transporte público
Coleta de lixo
Serviços de engenharia
Vigilância patrimonial
Os investigadores encontraram indícios de uma "contabilidade paralela" que evidenciaria o esquema de corrupção.
Seu nome, Deusa Trindade Morales e ao saber meu nome, me pergunta se era o escritor. Confirmo rindo, pois ela me lia nas cartas publicadas pelo JC. Me faz relembrar de seu marido, Edmur Morales, já falecido e de quando viajavam por aí e no retorno enviavam cartas para o caderno de Turismo do jornal, em espaço próprio de relatos de viagens. Lembro dessa seção, aúreos tempos quando o JC existia. A acompanhando, outra simpática senhora e depois das apresentações, uma baita surpresa. Ela, Maria Aparecida Cardoso, mas todos a conhecendo por Cidinha. Conta que, por muito tempo foi secretária particular de Milton Dota, principalmente no seu período como político. Digo que, teria enorme prazer em ouví-la, relatos de suas histórias. Ela não se faz de rogada e me diz: "É só ligar, eis meu número". Elas foram ao velatório Terra Branca por outro falecido, mas ao ver a bandeira do PT sob um caixão, se aproximaram para assuntar quem era. Deram comigo, eu e Marx no peito.
Pronto, a tal da camiseta havia surtido efeito e em dois momentos estabeleceu conversações proveitosas. Marx tem dessas coisas, algo muito positivo, como o destes dois momentos e também, outros não tão alvissareiros, quando se depara com a desaprovação de quem, com certeza, nunca o leu, mas o detesta mesmo com superficial ou nenhum conhecimento da teoria proposta por ele. Achei por bem chegar em casa, após um dia atribulado pelas ruas e contar o ocorrido, pois a estampa marxista, desta feita, trouxe e rendeu papos mágicos. Ninguém, dentre os do rolê estão dispostos a discutir a teoria marxista no momento - o que é uma pena -, mas só de alavancar conversações e possibilidades disso ter prosseguimento, um encanto. Ao chegar em casa, por volta das 22h, chegou a hora de colocar a já suada para lavar e depois guardá-la por mais um tempinho, até vestí-la novamente e sair para uns bordejos pela aí. Desta feita, rendeu.
Ele diz numa das falas deste trailler de seu filme: "Eu acho que nós temos as melhores caras do mundo. A quantidade e a variedade de caras, de rostos que tem no filme, isso é muito importante". Sempre gostei exatamente disso, de expor as muitas caras, os rostos das pessoas e assim, no meio delas, deixar registrado que somos assim e pronto.
Neste exato momento, colho depoimentos para um trabalho sendo feito no distrito rural de Tibiriçá e lá, o que mais gosto de fazer é enquadrar o rosto das pessoas e elas dizerem a que vieram, contando suas ricas histórias de vida. Com este enquadramento muito próximo, olho no olho, mostramos nossas caras e isso, para mim, é a essência do que faço. Não faço com a qualificação do cineasta Kleber Mendonça Filho, mas este seu dizer me anima a continuar, pois se lá no filme deu certo, comigo também pode dar. Enfim, sou do time dos que gosta mesmo é de trabalhar com estes rostos e vivências todos, demarcando quem de fato merece estar do outro lado do foco de nossas lentes. "O Agente Secreto", um filme sobre tempo e memória. Como a ideia nasceu? Kleber Mendonça Filho, diretor do longa-metragem, revela curiosidades criativas sobre o filme. Eis o link dele falando sobre isso:
Neste exato momento, colho depoimentos para um trabalho sendo feito no distrito rural de Tibiriçá e lá, o que mais gosto de fazer é enquadrar o rosto das pessoas e elas dizerem a que vieram, contando suas ricas histórias de vida. Com este enquadramento muito próximo, olho no olho, mostramos nossas caras e isso, para mim, é a essência do que faço. Não faço com a qualificação do cineasta Kleber Mendonça Filho, mas este seu dizer me anima a continuar, pois se lá no filme deu certo, comigo também pode dar. Enfim, sou do time dos que gosta mesmo é de trabalhar com estes rostos e vivências todos, demarcando quem de fato merece estar do outro lado do foco de nossas lentes. "O Agente Secreto", um filme sobre tempo e memória. Como a ideia nasceu? Kleber Mendonça Filho, diretor do longa-metragem, revela curiosidades criativas sobre o filme. Eis o link dele falando sobre isso:
HPA, desejando bom dia e boa semana para tudo, todas e todos
2.) CONVERSANDO A GENTE TENTA SE ENTENDER
"Em um táxi no Rio de Janeiro, o motorista me disse que era castrista. Falei "eu também sou". Ele disse: "tem mesmo é que matar as cobras". Respondi que depois que fizeram a limpa, a situação nunca voltou ao que era. Ele: "nós precisamos de um presidente assim no Brasil". Eu: "Sim! Aliás, falta é a coragem dele para enfrentar o verdadeiro inimigo que ameaça o Brasil". Ele: "será que Castro vai conseguir ser eleito?". Falei: "Infelizmente não tem como porque Fidel Castro já morreu. Ele tinha a coragem para enfrentar quem se curvava ao imperialismo dos Estados Unidos. De vez em quando também fazia a limpa nas cobras que pediam invasão estrangeira no próprio país. Por isso que digo que sou castrista: Fidel Castro era o cara! E digo mais. Em tempos de ameaça de agressão à Venezuela, também sou chavista. E aqui no Rio, eu seria brizolista porque se não tivessem desmontado os escolões, agora teríamos mais Estado nos bairros, mais educação pras crianças e menos traficantes e milícias". Um silêncio reinou a partir de então. A última palavra que ele disse foi: "a corrida terminou"", THOMAS DE TOLEDO.
3.) O DETALHE DA CONVERSA COM O LEONARDO
Ser noroestino, na sua acepção, é algo para ser entendido andando pelas ruas e conferindo in loco algo disto, desde a vestimenta às conversas. Cruzo com o eterno jornalista Leonardo de Brito, que por anos atuou no Caderno de Esportes do JC, depois algumas rádios, sendo seu forte a escrita. Porreta no que faz e fez bem feito. Paramos para conversar diante do caixa de um supermercado e ele desabafa: "O Noroeste é outro, o futebol é outro e acompanho aqui de longe todas as transformações, essas SAFs tomando conta de tudo. Veja no caso bauruense, fizeram uma grande festa para apresentar o projeto novo, lindo, tudo novo, até com hotel na parte interna e convidaram muita gente, mas nem eu nem o Jota Martins (radialista e comentarista esportivo de velha cepa) fomos convidados. Nós temos história noroestina. Dói ser deixado de lado". No futebol de hoje, com este próximo campenato paulista diminuido, espremido e com menos datas, tudo dói, mas o reclamo do Leonardo cala mais fundo que tudo.
4.) NÃO ESCAPA UM - TEM MUITOS MAIS PREFEITOS ATUANDO DA MESMA FORMA E JEITO
Rodrigo Manga, agora afastado prefeito de Sorocaba, desviava dinheiro do setor de Saúde, Transporte e Lixo.
A ficha só aumenta.Afastado do cargo de Prefeito de Sorocaba, a investigação identificou que Rodrigo Manga cometeu possíveis irregularidades em contratos da área da:
Saúde
Transporte público
Coleta de lixo
Serviços de engenharia
Vigilância patrimonialOs investigadores encontraram indícios de uma "contabilidade paralela" que evidenciaria o esquema de corrupção.
Marcos Antonio Ferraz, página Somos Mídia.
5.) A FORÇA DE UMA CAMISETA COM MARX NA ESTAMPA CIRCULANDO PELAS RUAS BAURUENSES
Usei essa camiseta com estampa do Marx por dois dias seguidos. Me espanto toda vez que a coloco. Tempos atrás, estava com ela e recebemos a visita da amiga professora e fotógrafa, Lais Akemi em casa. A danada sabia algo de russo e me traduziu o escrito. Fiquei maravilhado, pois tínhamos uma vizinha aqui ao lado e que sabia russo. Hoje ela se foi, está dando aulas em Poços de Caldas e no sábado cedo, visto a velha camiseta que, tempos atrás, ganhei de meu filho. Ele a usou por um tempo e me presentou. É das minhas preferidas. Fui com ela até a padaria, bem cedo, estávamos com visitas em casa. Chego e uma senhora muito simpática, mais de 70 anos, moradora aqui pertinho, com uma tatuagem linda na canela, sempre que chego vem comentar sobre minhas camisetas. Pergunta quem é. Este o mote para iniciarmos uma longa conversa, tudo presenciado pelo dono da padaria, até bem pouco tempo bolsonarista, hoje já não sei mais. Contei a ela que tempos atrás, uma vizinha nossa me vendo com a camiseta, sabendo russo a traduziu para mim. Falamos um pouco de Marx, ele alemão, daí o estranhamento dela do russo na legenda. Digo dele ser o mentor da Revolução Russa. Ela fala de Lenin, digo que ambos são mentores da teoria a perdurar e instigar leituras e ações até nossos dias. Valeu muito a pena, pois ver a fisionomia de espanto do dono da padaria não teve preço.
Hoje, ela ainda estava limpinha e fui com ela no velório do seu João Félix, 76 anos, petista bauruense/nordestino falecido ontem. Sou novamente abordado por causa da camiseta. Enquanto uns se contorcem na fisionomia contrariada, outros se aproximam para conversar. Eram duas senhoras e uma delas me vendo com Marx na estampa, me diz fazer parte hoje de algo cada vez mais raro. "Nem Che a gente vê mais", citamos na conversa. A delícia da conversa foi quando me disse que conheceu a Rússia. Pergunto se é de Bauru e se foi em alguma excursão. Disse morar aqui faz tempo, mas viajou através de uma excuusão saindo de Sampa. Contou detalhes de Moscou e de Stalingrado, não tendo viajado numa época fria e gostou muito. Na Praça Vermelha, lhe mostraram umas luzes acesas num certo ponto do palácio e disseram que quando acesa, era sinal de que Vladimir Putin estava lá trabalhando. Travamos um longa conversa.
Usei essa camiseta com estampa do Marx por dois dias seguidos. Me espanto toda vez que a coloco. Tempos atrás, estava com ela e recebemos a visita da amiga professora e fotógrafa, Lais Akemi em casa. A danada sabia algo de russo e me traduziu o escrito. Fiquei maravilhado, pois tínhamos uma vizinha aqui ao lado e que sabia russo. Hoje ela se foi, está dando aulas em Poços de Caldas e no sábado cedo, visto a velha camiseta que, tempos atrás, ganhei de meu filho. Ele a usou por um tempo e me presentou. É das minhas preferidas. Fui com ela até a padaria, bem cedo, estávamos com visitas em casa. Chego e uma senhora muito simpática, mais de 70 anos, moradora aqui pertinho, com uma tatuagem linda na canela, sempre que chego vem comentar sobre minhas camisetas. Pergunta quem é. Este o mote para iniciarmos uma longa conversa, tudo presenciado pelo dono da padaria, até bem pouco tempo bolsonarista, hoje já não sei mais. Contei a ela que tempos atrás, uma vizinha nossa me vendo com a camiseta, sabendo russo a traduziu para mim. Falamos um pouco de Marx, ele alemão, daí o estranhamento dela do russo na legenda. Digo dele ser o mentor da Revolução Russa. Ela fala de Lenin, digo que ambos são mentores da teoria a perdurar e instigar leituras e ações até nossos dias. Valeu muito a pena, pois ver a fisionomia de espanto do dono da padaria não teve preço.
Hoje, ela ainda estava limpinha e fui com ela no velório do seu João Félix, 76 anos, petista bauruense/nordestino falecido ontem. Sou novamente abordado por causa da camiseta. Enquanto uns se contorcem na fisionomia contrariada, outros se aproximam para conversar. Eram duas senhoras e uma delas me vendo com Marx na estampa, me diz fazer parte hoje de algo cada vez mais raro. "Nem Che a gente vê mais", citamos na conversa. A delícia da conversa foi quando me disse que conheceu a Rússia. Pergunto se é de Bauru e se foi em alguma excursão. Disse morar aqui faz tempo, mas viajou através de uma excuusão saindo de Sampa. Contou detalhes de Moscou e de Stalingrado, não tendo viajado numa época fria e gostou muito. Na Praça Vermelha, lhe mostraram umas luzes acesas num certo ponto do palácio e disseram que quando acesa, era sinal de que Vladimir Putin estava lá trabalhando. Travamos um longa conversa.
Seu nome, Deusa Trindade Morales e ao saber meu nome, me pergunta se era o escritor. Confirmo rindo, pois ela me lia nas cartas publicadas pelo JC. Me faz relembrar de seu marido, Edmur Morales, já falecido e de quando viajavam por aí e no retorno enviavam cartas para o caderno de Turismo do jornal, em espaço próprio de relatos de viagens. Lembro dessa seção, aúreos tempos quando o JC existia. A acompanhando, outra simpática senhora e depois das apresentações, uma baita surpresa. Ela, Maria Aparecida Cardoso, mas todos a conhecendo por Cidinha. Conta que, por muito tempo foi secretária particular de Milton Dota, principalmente no seu período como político. Digo que, teria enorme prazer em ouví-la, relatos de suas histórias. Ela não se faz de rogada e me diz: "É só ligar, eis meu número". Elas foram ao velatório Terra Branca por outro falecido, mas ao ver a bandeira do PT sob um caixão, se aproximaram para assuntar quem era. Deram comigo, eu e Marx no peito.
Pronto, a tal da camiseta havia surtido efeito e em dois momentos estabeleceu conversações proveitosas. Marx tem dessas coisas, algo muito positivo, como o destes dois momentos e também, outros não tão alvissareiros, quando se depara com a desaprovação de quem, com certeza, nunca o leu, mas o detesta mesmo com superficial ou nenhum conhecimento da teoria proposta por ele. Achei por bem chegar em casa, após um dia atribulado pelas ruas e contar o ocorrido, pois a estampa marxista, desta feita, trouxe e rendeu papos mágicos. Ninguém, dentre os do rolê estão dispostos a discutir a teoria marxista no momento - o que é uma pena -, mas só de alavancar conversações e possibilidades disso ter prosseguimento, um encanto. Ao chegar em casa, por volta das 22h, chegou a hora de colocar a já suada para lavar e depois guardá-la por mais um tempinho, até vestí-la novamente e sair para uns bordejos pela aí. Desta feita, rendeu.
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| Cidinha e Deusa, a conversa por causa da camiseta do Marx. |

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