CENA BAURUENSE (8)OS IRMÃOS BOTTAN, DE LENÇÓIS PTA E A FERRLÉO, DE RIBEIRÃO PRETO
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A princípio essas duas citações não possuem vínculo nenhum com Bauru, mas isso é só impressão. Ambos propiciaram uma alegria imensa aos bauruenses nesse último final de semana. É que eles, na qualidade de convidados abrilhantaram o I Encontro Histórico Ferroviário e de Ferromodelismo de Bauru, que rolou na Estação Central, lá na Praça Machado de Mello. Foram dois dias de muita agitação, num acontecimento que ficará para a história da cidade, pois mais de 5000 pessoas lá estiveram, respirando ferrovia.
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Tenho história incríveis lá presenciadas, que contarei em breve, num relato de Memória Oral e de outras formas.
Hoje, poderia escolher muitas outras histórias, mas fico com essa, de dois ilustres convidados. Dentro de tudo o que aconteceu no hall e na gare da estação, dentro do Museu Ferroviário e nas imediações, dou o pontapé inicial com a dos Bottan e a da FerrLéo. Numa extensão da plataforma central, foi montado duas extensões de trilhos, uma com 30 metros e a segunda com 60 metros de comprimentos. Ali o Encontro pulsou, com batidas aceleradas no coração dos presentes. E eles se entenderam muito bem.
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Na primeira, a menor, um mineiro radicado em Ribeirão Preto, o José Leonel Damasceno, ou simplesmente Léo, montou um trilho
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com réplicas de locomotivas elétricas e vagões, numa escala que permitia as pessoas andarem naqueles naqueles carros. Fez a festa, ainda mais porque Léo é didático no que faz, explica, dá uma verdadeira aula. Encantou a todos e não parou um só minuto. Fez a alegria de todos e no final do segundo dia me confidenciou: "A cada vez que queria ir no banheiro, chegava mais gente. Fui segurando e o reservatório só aumentando. Quase explodi, mas ninguém ficou sem minha aulinha. A criançada foi quem mais se divertiu, tanto que um deles, ao dar entrevista para uma TV, demonstrando ter aprendido a aula, disse: "Isso aqui não é um brinquedo. Aprendi como funciona um trem de verdade aqui". Não havia como não gostar. Lé criou um site para divulgar seu trabalho:
http://www.ferrleo.com/.
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No segundo trilho, o maior, os irmãos Arnaldo e Pedro Bottan, de Lençóis Paulista, praticam uma modalidade chamada "Vapor Vivo", motivo da reportagem de capa da última edição da Revista Ferroviária (
http://www.revistaferroviaria.com.br/), com réplicas
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perfeitas de locomotivas do século passado. Tão perfeitas, que demoram anos para serem concluídas. Uma delas passou de sete anos. Só para se se ter uma idéia, a locomotiva de caldeira, funciona movida a lenha. São minuciosos no que fazem. Ambos aposentados, dedicam-se com esmero no que fazem. Arnaldo sai de um evento como esse moído e diz no fim: "Isso que fazemos aqui é uma espécie de quebra-oços, tal a intensidade do trabalho. Não paramos um só minuto". Constatei isso, pois a curiosidade era geral e além da conversa com todos, muita gente andou de trem, sentado nuns banquinhos instalados num
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vagão adaptado ao tamanho de gente grande. Foi gostoso ouvir do Pedro, no fim do evento, após mais de 7 anos expondo seu trabalho Brasil afora: "Esse fou o melhor que participamos. O envolvimento com a ferrovia foi total".
Para quem realizou o primeiro Encontro, nada de melhor poderia acontecer, o reconhecimento de quem é do ramo. Além disso, nesse caso, ganhei três novos amigos. Vou encher literalmente o saco de todos com minhas histórias ferroviárias esse semana, pois estou com elas engasgadas aqui na garganta, prontas para serem expelidas. Essa é a primeira delas.
Um comentário:
Adorei o evento. Fale mais dele, não fique só nesse curto texto. Aguardo.
Maria Aparecida Cintra
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