sábado, 27 de setembro de 2008

UMA MÚSICA (33)
MARIA FUMAÇA - KLEINTON & KLEDIR
Meus caros, acabo de chegar em casa do primeiro dia no I Encontro Histórico Ferroviário e de Ferromodelismo de Bauru. Fiquei na Estação Central de Bauru, das 7h da manhã até 20h, ininterruptas, cheirando, respirando e transpirando trens (ontem, sexta, já havia ficado das 16 às 23h, nos preparativos). Volto cansado e revigorado, com histórias mil na cabeça. Querendo escrever muito sobre aquilo tudo vivenciado por lá, mas o corpão pedindo cama. Deixo algo sobre o evento para amanhã e tento me lembrar de uma música sobre trilhos. Muitas me vêem à mente. Várias canto inteiras, como essa do primeiro disco da dupla gaúcha de Pelotas, que leva o nome dos dois. Tendo pai e avô ferroviário, me dientifiquei de cara. Cantava tudo deles daquela época, aos meus 20 anos. O LP é de 1980 e está desde essa época aqui no mafuá. A letra é dos dois e acredito que todos gostem bastante dela. Para mim, ouvi-la antes de cair na cama e desmair, será um alívio. Amanhã tem mais Encontro e mais trens. Relembrando:

Essa Maria Fumaça é devagar quase parada/ Ô seu foguista, bota fogo na fogueira/Que essa chaleira tem que estar até sexta-feira/ Na estação de Pedro Osório, sim senhor/Se esse trem não chega a tempo vou perder meu casamento/ Atraca, atraca-lhe carvão nessa lareira/ Esse fogão é que acelera essa banheira/ O padre é louco o bota outro em meu lugar/ Se chego tarde não vou casar/ Eu perco a noiva e o jantar/ A moça não é nenhuma miss/ Mas é prendada e me faz feliz/ O pai é um próspero fazendeiro/ Não é que eu seja interesseiro/ Mas sempre bom e aconselhável/ Unir o útil ao agradável/ Esse trem não sai do chão/ Urinaram no carvão/ Entupiram a lotação/ E eu nem sou desse vagão/ Mas que baita confusão/ Tem crioulo e alemão/ Empregado com patrão/ Ôpa! me passaram a mão/ Ora vá lamber sabão !!!/ (Pangaré pangaré pangaré)/ Se por acaso eu não casar/ Alguém vai ter que indenizar/ Esse expresso vai a trote mais parece um pangaré/ Essa carroça é um jaboti com chaminé/ Eu tenho pena de quem segue prá Bagé/ Seu cobrador, cadê meu troco ? por favor/ Dá-lhe apito e manivela, passa sebo nas canelas/ Seu maquinista eu vou tirar meu pai da forca/ Por que não joga esse museu no ferro velho/ E compra logo um trem moderno japonês/ No dia alegre do meu noivado/ pedi a mão todo emocionado/ A mãe da moça me garantiu/ "É virgem, só que morou no Rio/ O pai falou "é carne de primeira/ mas se abre a boca só sai besteira"/ Eu disse: "Fico com essa guria/ Só quero mesmo é prá tirar cria"/ Esse trem não era o teu/ Esvaziaram o pneu/ Mas cadê esse guri?/ Tá na fila do xixi/ Tem chiclete com "tatoo"/ Foi alguém do Canguçu/ Me roubaram meu chapéu/ Chama o homem do quartel/Deu enjôo na mulher/ Fez "porquinho" no meu pé/ (Pangaré pangaré pangaré)/ Se por acaso eu não casar/ Alguém vai ter que indenizar/ É o presidente dessa tal/RFFSA.

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi Henrique!
Parabéns a você e todo pessoal pelo evento! Adoramos o passeio e foi revigorante mesmo ver que esses bauruenses (natos ou de coração) ainda respiram ferrovia!
Abração!
Wellington