quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

UM COMENTÁRIO QUALQUER (34)

NEWTON CARLOS ME FEZ ENTENDER A AMÉRICA LATINA (naquele tempo, LATRINA)
A nota foi publicada da forma mais laconica possível: "FORA DO AR: A Bandeirantes não renovou o contrato com o jornalista Newton Carlos. Aos 81 anos, ele é o decano dos correspondentes internacionais brasileiros, especializado em América Latina. Uma das marcas louváveis na vida dele é a de ter sofrido discriminação profissional durante a ditadura militar e jamais ter reivindicado qualquer reparação". Tenho pouco a dizer dele, mas aprendi muito lendo seus textos, primeiro n'O Pasquim. Ali peguei gosto e comecei a me interessar mais pelos assuntos de nossa América Latina. Foi com grande prazer, que logo a seguir o vi no Jornal de Vanguarda, na TV Globo e depois em vários outros jornalísticos na TV Bandeirantes. O velhinho possui um texto primoroso e ouvi-lo na TV, dissecando algo sobre esses nossos eternos problemas são coisas que jamais me sairão da mente. Tenho aqui comigo no mafuá somente um livro seu, o "América Latina Dois Pontos", uma coletânea de crônicas políticas, todas publicadas n'O Pasquim (saiu pela Codecri, em 1978 - tinha 18 anos quando o comprei). Adorava também o desenhista que o acompanhava no semanário, o Calicut, que depois fiquei sabendo chamar-se Jorge Arbach. Também tenho um livro do Calicut aqui no mafuá, o "Penso, logo insisto", de 1985. Esse desenho da lagrima latina de sangue é dele. Fazia tempo que não via mais o Newton por aí e do Calicut, desde os áureos e inesquecíveis tempos do bom JB, perdi de vista. Newton foi alguém que me fez seguir uma trilha, a de enxergar em cada latino um irmão. Não sei se depois da saída da Band, continua por aí (gostaria de saber - se não me engano tem uma coluna no Bafafá, lá do Rio), mas de uma coisa tenho certeza, a nota lida me fez retirar o livro empoeirado da prateleira e ler aquilo tudo de novo.

7 comentários:

Anônimo disse...

Henrique
Lembro bem da figura do Newton da TV, pois de certa forma, com sua voz não tão usual para a telinha e por ser talvez o mais velho jornalista em ação (acho que junto a ele só o Léo Batista) sempre chamou muito minha atenção. Nunca li texto nenhum dele, mas o conhecia e admirava. Uma pena sua saída da TV. Infelizmente não sou da geração do jornal Pasquim.
Paulo Lima

Anônimo disse...

Verdade, a geração nascida em meados de 1980 em diante é meio "orfã" do Pasquin... só conseguimos ler a Bundas, maravilha dos sobreviventes daquele marco jornalístico... por falar em bom jornalismo, tomo a liberdade de postar aqui no Blog do Henrique um link para assinarem repúdio à Folhona no caso da invenção do neologismo hitleriano "ditabranda" e do texto que diminuía os crimes dos militares a partir de 64: http://www.ipetitions.com/petition/solidariedadeabenevidesecomparat/index.html
Abração a todos
W.Leite

Anônimo disse...

http://www.ipetitions.com/petition/solidariedadeabenevidesecomparat/index.html

Anônimo disse...

Vou tentar novamente postar o link:

http://www.ipetitions.com/petition
/solidariedadeabenevidesecomparat
/index.html

Anônimo disse...

Duas coisas.
A nota que deu a notícia do afastamento do Newton foui publicada na coluna semana do jornalista carioca Maurício Dias, na Carta Capital.
Segundo.
Além de todos sentirmos muito pelo Newton estar fora das redações, algo me chamou a atenção no curto texto do Maurício: Ele foi sempre brilhante, inclusive em não aceitar esse jogo meio que esquisito de aceitar indenizações sem critérios, simplesmente por ter sofrido algum tipo de perseguição. Ponto positivíssimo para ele. Será que isso servirá de toque para uns tantos que agiram exatamente ao contrário e mesmo sem quase nenhuma perseguição foram atrás das ditas indenizações? Belo toque esse.
Sérgio Santos

Anônimo disse...

Oi Henrique
A impressão que as novas gerações tem da turma dos anos 80 não corresponde à realidade do que foi vivido. E não adianta tentar explicar historicamente as fases de transição que aquilo período viveu para as novas gerações por que nem sempre se encontram ouvidos para ouvir. O importante é saber que história não se faz com impressões pessoais. Se faz com fatos e com testemunhas. E somos testemunhas de um período que nem a história sabe explicar direito. Será que vamos deixar para nossos netos e bisnetos alguma pista?
Você já começou. Boa sorte.
Roberto Pallu

MARIO GUIMARAES disse...

Como faço para conseguir o email do Jornalista Newton Carlos Figueiredo.
Obrigado?

Mário Guimarães

marioguimaraes@gmail.com

obrigado