SEMELHANÇAS DE BATTISTI E GAZA - Esse saiu hoje no BOM DIA
Pode parecer esdrúxulo, mas num ponto esses dois casos se encontram. A imensa maioria que é favorável à extradição do italiano faz coro numa série de outros posicionamentos um tanto contraditórios. Posso embarcar num barco, mas não em todos. Igualmente o caso israelense, onde a crítica ao estado de Israel pela insanidade na invasão à Gaza, não inviabiliza a defesa contra os ataques a comunidades judaicas.
Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Posso até me posicionar contra a extradição de Battisti, mas não faço coro a uma turba insana que se aproveita disso para incitar um descontentamento contra o governo brasileiro. Tenho minhas dúvidas quanto ao intuito dos atos praticados pelo italiano. Porém, continuo defendendo atos guerrilheiros contra governos arbitrários. Seria esse o caso? Porém, não faço parte da grita generalizada. Um erro não pode (e não deve) ser motivo para um levante geral, ainda mais municiado por setores retrógrados, dos quais sempre repudiei.
Uma coisa são os alhos, outra são os bugalhos. Eu, em nenhum momento ataco os judeus ou o judaísmo, ataco sim, atitudes do governo israelense em relação ao conflito em Gaza. Nem toda crítica pode ser considerada anti-semitismo. Minha ira tem direcionamento certo. O fato dos judeus terem sido vítimas de um genocídio não inviabiliza a critica pelo genocídio atual contra os palestinos. Não misturo um com o outro. Reside aí a semelhança dos dois casos.
Pode parecer esdrúxulo, mas num ponto esses dois casos se encontram. A imensa maioria que é favorável à extradição do italiano faz coro numa série de outros posicionamentos um tanto contraditórios. Posso embarcar num barco, mas não em todos. Igualmente o caso israelense, onde a crítica ao estado de Israel pela insanidade na invasão à Gaza, não inviabiliza a defesa contra os ataques a comunidades judaicas.
Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Posso até me posicionar contra a extradição de Battisti, mas não faço coro a uma turba insana que se aproveita disso para incitar um descontentamento contra o governo brasileiro. Tenho minhas dúvidas quanto ao intuito dos atos praticados pelo italiano. Porém, continuo defendendo atos guerrilheiros contra governos arbitrários. Seria esse o caso? Porém, não faço parte da grita generalizada. Um erro não pode (e não deve) ser motivo para um levante geral, ainda mais municiado por setores retrógrados, dos quais sempre repudiei.
Uma coisa são os alhos, outra são os bugalhos. Eu, em nenhum momento ataco os judeus ou o judaísmo, ataco sim, atitudes do governo israelense em relação ao conflito em Gaza. Nem toda crítica pode ser considerada anti-semitismo. Minha ira tem direcionamento certo. O fato dos judeus terem sido vítimas de um genocídio não inviabiliza a critica pelo genocídio atual contra os palestinos. Não misturo um com o outro. Reside aí a semelhança dos dois casos.
O CASO DO REFERENDO BOLIVIANO E ALGO DAQUI - Esse saiu hoje n'O ALFINETE
Falam (e escrevem) horrores da Bolívia de Evo Morales. Não vejo motivos para tanto. Analisem comigo o caso do referendo recém terminado por lá sobre a nova Constituição defendida pelo governo, limitando o latifúndio e criando uma autonomia indígena em todo o país (a Bolívia é preeminentemente indígena). O “Sim” obteve 61,5% dos votos ante 38,5 do “Não”. Nada menos que 80,7% escolheram uma restrição na extensão máxima de propriedades rurais. Interesses oligárquicos e latifundiários perderam feio. Mesmo assim a oposição insiste em negar a legitimidade do resultado. Mas como, se tudo foi feito respeitando todos os preceitos democráticos e com maioria eleitoral? Contestar o que? A mídia conservadora e grupos oligárquicos esperneiam sem ter meios de reagir, pois tudo representou a vontade popular, com 90% de comparecimento. A legitimidade está mais do que manifestada, contando também com o aval de 350 observadores internacionais da OEA. Tudo legal e a vontade popular foi sacramentada.
Se bem entendi o negócio se processa assim. Para os grupos poderosos quando vitoriosos os seus interesse tudo vale, mas quando seus interesses perdem (e feio), nada vale e se faz necessário encontrar uma justificativa para melar tudo. O poder do “deus dinheiro” não respeita nada, a não ser os seus interesses. Isso é um costume secular e precisa ter fim. Saber perder deve fazer parte de qualquer democracia. Ainda bem que no Brasil os invisíveis, cidadãos socialmente desprezíveis, os ditos pobretões, de casta inferior, mesmo em imensa maioria não costumam criar problemas. Com a exceção dos sem-terra, os pobres brasileiros não são nada organizados e reconhecem o seu lugar. Permanecem quietinhos, submissos e subservientes, como os endinheirados gostam que fiquem.
Imagine um referendo por aqui e a grande massa votando pela limitação do latifúndio? Fariam de tudo para desmerecer a coisa e dariam um jeito de não legitimar o resultado. É o que os ricos bolivianos tentam fazer, mesmo estando em minoria. Nós, aqui na América Latina fomos governados, na grande maioria das vezes por grupos que representam os interesses de uma minoria. O povo pouco se fez representar ou teve voz para reagir e impor os seus interesses. Democracia na acepção da palavra é a maioria quem decide. Portanto, a maioria precisa se organizar e impor como deve ser os procedimentos, a conduta e o modo de agir. Deixar de ser conduzido. A Bolívia descobriu isso e está mobilizada para fazer valer o resultado das urnas. Para nós fica a lição: por que não fazemos o mesmo? Afinal, sem luta não se consegue nada. E esse nosso país lutou tão pouco, tão pouco sangue foi derramado em sua história, pouco nos revoltamos. Que as lições vindas de fora se derramem sobre nós. Na Venezuela a história se repete, dessa vez com um plebiscito.
Jogo tudo isso, não só para o Governo Lula, que poderia ter o respaldo popular para várias mudanças nesse injusto país, como nas questões locais. Não estamos acostumados a consultar o povo nas decisões tomadas. Isso não deve se limitar às consultas aos vereadores, pois muitos deles talvez não representem os anseios populares. Consultar e atender necessidades populares é outra coisa. Para muitos um perigo, pois, com certeza irá confrontar com interesses oligárquicos. Mas se é a grande massa quem na verdade elegem nossos representantes, eles fariam um bem danado permanecendo ao seu lado. Evo fez isso, leva pau de um lado e é adorado por outro. Não traiu seus eleitores, pois fez justamente o que havia prometido, nada mais. Para isso é preciso coragem e o desligamento por completo de interesses outros. Difícil, não?
HPA, 48 anos persistindo no jargão de que o princípio da liberdade não pode virar verba. EM TEMPO: As charges são do gaúcho Santiago e do carioca Latuff. Tudo além foi devidamente giletado da internet.
Falam (e escrevem) horrores da Bolívia de Evo Morales. Não vejo motivos para tanto. Analisem comigo o caso do referendo recém terminado por lá sobre a nova Constituição defendida pelo governo, limitando o latifúndio e criando uma autonomia indígena em todo o país (a Bolívia é preeminentemente indígena). O “Sim” obteve 61,5% dos votos ante 38,5 do “Não”. Nada menos que 80,7% escolheram uma restrição na extensão máxima de propriedades rurais. Interesses oligárquicos e latifundiários perderam feio. Mesmo assim a oposição insiste em negar a legitimidade do resultado. Mas como, se tudo foi feito respeitando todos os preceitos democráticos e com maioria eleitoral? Contestar o que? A mídia conservadora e grupos oligárquicos esperneiam sem ter meios de reagir, pois tudo representou a vontade popular, com 90% de comparecimento. A legitimidade está mais do que manifestada, contando também com o aval de 350 observadores internacionais da OEA. Tudo legal e a vontade popular foi sacramentada.
Se bem entendi o negócio se processa assim. Para os grupos poderosos quando vitoriosos os seus interesse tudo vale, mas quando seus interesses perdem (e feio), nada vale e se faz necessário encontrar uma justificativa para melar tudo. O poder do “deus dinheiro” não respeita nada, a não ser os seus interesses. Isso é um costume secular e precisa ter fim. Saber perder deve fazer parte de qualquer democracia. Ainda bem que no Brasil os invisíveis, cidadãos socialmente desprezíveis, os ditos pobretões, de casta inferior, mesmo em imensa maioria não costumam criar problemas. Com a exceção dos sem-terra, os pobres brasileiros não são nada organizados e reconhecem o seu lugar. Permanecem quietinhos, submissos e subservientes, como os endinheirados gostam que fiquem.
Imagine um referendo por aqui e a grande massa votando pela limitação do latifúndio? Fariam de tudo para desmerecer a coisa e dariam um jeito de não legitimar o resultado. É o que os ricos bolivianos tentam fazer, mesmo estando em minoria. Nós, aqui na América Latina fomos governados, na grande maioria das vezes por grupos que representam os interesses de uma minoria. O povo pouco se fez representar ou teve voz para reagir e impor os seus interesses. Democracia na acepção da palavra é a maioria quem decide. Portanto, a maioria precisa se organizar e impor como deve ser os procedimentos, a conduta e o modo de agir. Deixar de ser conduzido. A Bolívia descobriu isso e está mobilizada para fazer valer o resultado das urnas. Para nós fica a lição: por que não fazemos o mesmo? Afinal, sem luta não se consegue nada. E esse nosso país lutou tão pouco, tão pouco sangue foi derramado em sua história, pouco nos revoltamos. Que as lições vindas de fora se derramem sobre nós. Na Venezuela a história se repete, dessa vez com um plebiscito.
Jogo tudo isso, não só para o Governo Lula, que poderia ter o respaldo popular para várias mudanças nesse injusto país, como nas questões locais. Não estamos acostumados a consultar o povo nas decisões tomadas. Isso não deve se limitar às consultas aos vereadores, pois muitos deles talvez não representem os anseios populares. Consultar e atender necessidades populares é outra coisa. Para muitos um perigo, pois, com certeza irá confrontar com interesses oligárquicos. Mas se é a grande massa quem na verdade elegem nossos representantes, eles fariam um bem danado permanecendo ao seu lado. Evo fez isso, leva pau de um lado e é adorado por outro. Não traiu seus eleitores, pois fez justamente o que havia prometido, nada mais. Para isso é preciso coragem e o desligamento por completo de interesses outros. Difícil, não?
HPA, 48 anos persistindo no jargão de que o princípio da liberdade não pode virar verba. EM TEMPO: As charges são do gaúcho Santiago e do carioca Latuff. Tudo além foi devidamente giletado da internet.
Um comentário:
Fico pasmo com a hipocrisia italiana e brasileira direitista: querem um combatente da liberdade para mata-lo na cadeia e exibi-lo como troféu na reinvenção de sua história. Mas, e quando o ladrão do Cacciola deu aquele golpe no Banco Central, com a conivencia do tucanato e fugiu para lá, porque não o extraditaram quando o Brasil pediu? Para ex-guerrilheiro pode, para ladrão de colarinho branco, não pode. Não falam por lá que aqui é o pais da banana? Pois bem, banana pra eles!
Nilton
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