Mafuá do HPA

PERGUNTAR NÃO OFENDE ou QUE SAUDADE DE ERNESTO VARELA (09)

TRÊS BELOS MOMENTOS DA PRÁXIX TUCANA
1. O cenário é a abertura da 4ª Conferência Municipal das Cidades, na ITE – Instituição Toledo de Ensino. Dentro os convidados para compor a mesa, Carlos Alberto Martins, diretor do Sinergia e na sua fala uma dura crítica a implantação de vários pedágios na região de Bauru, quando acusa o governo estadual tucano pelo problema da erosão no Zoológico, provocada pelo assoreamento de águas da rodovia, por obra mal feita pela concessionária de pedágio. “O governo do estado ao privatizar sem nenhuma responsabilidade com o meio ambiente está destruindo a preciosidade do nosso zoológico”, declarou. Criticou também a ação indireta do governo do estado no caso do escândalo da AHB. Diante disse, um irritado e descontente, Marcelo Borges, vereador tucano retirou-se do recinto, sob alegação de que a Conferência “virou um palanque eleitoral contra o PSDB e a favor do PT. A Conferência é para discutir Bauru e não o governo estadual”. Fosse outros tempos, seria imediatamente interpelado ainda nos corredores por um intrépido Varela a lhe questionar: “Nobre vereador, falar do adversário pode e em qualquer lugar, para todo e qualquer público, já escutar críticas, só em alguns ambientes e de preferência sem a presença de V.Sa. Essa a práxis?”.

2. Essa mais séria. Manchete de capa do BOM DIA de 15/01: “Secretário estadual dá outra versão sobre AHB – Barradas, da Saúde, nega que tenha sido alertado antes por Tobias sobre irregularidades”. O deputado Pedro Tobias havia afirmado categoricamente ter avisado o chefe da Saúde sobre irregularidades na AHB em Bauru e esse, nesse momento, diz que isso não ocorreu. E como fica? Varela não perderia a oportunidade e diante do barraco do deputado para adentrar um palanque na vizinha Barra Bonita teria lhe desferido o seguinte jab: “Nobre deputado, antes que brigue para se posicionar ao lado do governador, me responda algo: Quem está mentindo nessa história da AHB, o sr ou o secretário estadual da Saúde? Tem gente escondendo algo da gente, quem seria?”.

3. Ainda na Barra Bonita, quando o governador Serra lá esteve para assinatura de contratos no âmbito estadual, no palanque algo a constranger (se fosse com Dilma, campanha eleitoral explícita, mas com Serra trata-se de meros e formais atos administrativos). Nosso prefeito, Rodrigo Agostinho (que já havia sido chamado de “prefeito com cara de ator”, por um antes simpático manda-chuvas) fez o que tinha que ser feito diante de muitos deputados e secretários de estado, pediu pela cidade. Mas deve ter sentido o gostinho amargo de quem uma vez na vida alfineta um tucano no poder (meses atrás havia participado de um simples ato com líderes oposicionistas, sob orientação petista). Subiu ao palanque, mas o tratamento foi frio e formal. Varela nessas ocasiões abordaria o governador Serra com algo do tipo: “Nobre governador, aqueles que não seguem religiosamente o preceito de cegamente estar ao seu lado, em toda e qualquer circunstância, sob toda e qualquer perspectiva, caem no seu conceito? Nenhuma mijadinha fora do penico é permitida, por mais insignificante que possa ter sido o deslize? Nem de joelhos, em plena contrição é concedida a graça do seu perdão?”.