quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

BAURU POR AÍ (32)

O VISUAL "BANGUELA" COM ASFALTO NOS BLOQUETES E PARALELEPÍPEDOS
Viajo muito pelas cidades da região e uma das coisas que mais aprecio é o piso das cidades. Uns mais cuidados, outros menos. Tenho um carinho mais do que especial por pisos de paralelepípedos e os de bloquetes (lindos, nasce grama nos espaços). Destaco três cidades em situações onde esses pisos são bem tratados e as reposições são feitas naturalmente: Garça, Gália e Itápolis. Em todas essas, qualquer problema no piso, que necessite a retirada do piso, feito o reparo, eles são recolocados sem maiores problemas ao chão. O feio aqui em Bauru é que todas as vias onde ainda existem paralelepípedos (esses são muitos) e os bloquetes, por terem sido desativadas as equipes de recolocação desses pisos tudo é substituído por camada asfáltica. Um horror e quem perde é a cidade, que fica mais feia a cada remendo feito. E são muitos os remendos, mas muitos mesmo.

Andar pelas vias com esse tipo de piso é como visualizar um boca desdentada, de aspecto feio e descuidado. Aqui em Bauru há muito tempo não existe mais nenhum setor a repor os paralelepípedos e bloquetes de nossas ruas, sendo escolhido o meio mais fácil, o de tapar tudo com asfalto. No tempo que trabalhei no setor de Proteção ao Patrimônio da Cultura local me deparei com um problema ligado a esse setor. A antiga Estação da Cia Paulista, tombada pelo patrimônio cultural tem todo o piso no seu entorno de paralelepípedos e para religação de água no local, muitos foram removidos. Na recolocação já iam colocando asfalto no local. Não deixamos e tudo está lá fora do lugar a mais de um ano. Tentamos de todos os meios e maneiras junto à Secretaria de Obras alguém remanescente do antigo setor, que pudesse nos ajudar. Encontramos, mas não tiveram autorização para efetuar o trabalho, que dispensaria um tempo maior que uma simples despejada de asfalto no buraco. A reforma final ainda não feita no local e terá que ser feita com o piso original, muito mais bonito.

Reencontro o amigo Nelson Fio, um dos grandes injustiçados da administração passada e o maior defensor do piso de bloquetes nas ruas de Bauru. Chegou a iniciar a criação de uma Usina de Bloquetes, com compra de materiais e tudo. Ela não vingou, Fio acabou perdendo o cargo e depois de sua saída, o assunto foi enterrado pelos lados da Prefeitura. Pergunto a ele os motivos dos bloquetes não terem dado certo em Bauru. Fio foi incisivo e contundente: "A manutenção dos mesmos é muito barata e todos sabemos serem os mais ecológicos possíveis, com grande poder de escoamento de água. Forças ocultas não deixaram o projeto dar certo. Torceram contra. Em vários lugares dá certo, aqui é complicado. Por um motivo ou outro parece que não querem buscar outras alternativas. Com essa chuvarada os bloquetes ajudariam bastante a escoar as águas. Quebrou uma rede de água e esgoto, voce conserta e logo a seguir devolve ele ao lugar, com baixa manutenção. Tira e recoloca no lugar. Vejam os condominios fechados da cidade, onde a maioria possuem pisos feitos de bloquetes. Me diziam que nas ruas de trânsito pesado não podia colocar, mas em todos os pátios de distribuidora de combustíveis, com aqueles caminhões enormes só dá bloquete. O problema por aqui é bem outro".

4 comentários:

Anônimo disse...

aqui no rio de janeiro a situação não é diferente. quando o prefeito pereira passos, dentre outros, pensaram a cidade, escolheram pedras portuguesas para o calçamento em diversas localidades. infelizmente, com o tempo os calceteiros - como se chamam em portugal - não mais aparecem por aqui. tivemos uma prefeitura que os trouxe para ensinar alguns infantes o ofício. não prosseguiu o projeto, porque o prefeito foi exterminado da prefeitura (ainda com fama de ladrão). saiu com o mesmo fusquinha no qual entrou. era o saturnino braga. enfim,hoje as mulheres executivas descobriram a pólvora: na hora do almoço usam havaianas, porque de salto é IMPOSSÍVEL. eu já quebrei muitos quando era um acessório necessário no emprego. e, várias amigas já sofreram pequenos acidentes. uma pena. e a tv fica mostrando as ondas de copacabana com as ondas calçadas.... o que a mídia não faz....e, quando junta com a política institucionalizada, parece que fica pior.
bem, obrigada por estimular as minhas rasteirinhas em bauru e por este interior, bem como as minhas havaianas.
abraços cariocas por enquanto

ana bia andrade

Anônimo disse...

Henrique

Que belo tema para uma providência imediata.

A Prefeitura precisa mesmo encontrar um meio de reativar o setor que restaurava esses calçamentos. A cidade fica mais bonita sem essa mancha de asfalto em cina das pedras. Coisa horrorosa.

Espero que o recado chegue ao seu destinatário e ele consiga dar um jeito nisso.

O toque está mais do que dado.

Marisa

Anônimo disse...

Gostei do seu texto também por uma coisa. Falar bem do Nelson Fio, que como bem disse, um injustiçado. Acabou sendo sacrificado e é uma pessoa muito bem intencionada, talvez até demais, ingênuo, diria. Pagou pelos erros dos outros. Sua obstinação pelos bloquetes não emplacou, mas continua sendo uma ótima idéia. Mas como em Bauru e no Brasil, idéia de um dificilmente é seguida por outros, para não deixar o outro em elevado estado de consideração, acho que vai continuar engavetada. Uma pena.

Dirceu

Anônimo disse...

A CIDADE FICA MAIS FEIA COM ESSE ASFALTO COLOCADO EM CIMA DAS PEDRAS. SE JÁ NÃO BASTASSEM OS BURACOS. SERIA BOM ALGUÉM DA PREFEITURA LER ISSO, MEU CARO.

CARLOS AMORIM