O AMIGO DA ONÇA - publicado edição do BOM DIA de 29/05/2010
Ouço pelo rádio o comentário de um dito economista (escola conservadora) afirmando que os problemas europeus atuais são provenientes das garantias trabalhistas dadas aos seus cidadãos. Prega o fim disso como norma para um provável restabelecimento da normalidade. O pato, segundo os de sua linhagem, quem paga é sempre este, o trabalhador e o empresário, sempre será o coitadinho, eterno penalizado (morro de pena). Num passado recente tecia loas ao mercado predatório, o neoliberalismo desenfreado, como se outra alternativa não existisse a reger normas mais justas de convivência econômica. O tal do pensamento único. Neoliberal até a medula está sempre alinhado do lado mais nefasto da economia, a que só enxerga o interesse das grandes corporações, nunca o dos cidadãos. Atua com uma espécie de viseira, enxergando só o seu lado. Caiu do cavalo com a crise mundial, porém não perdeu a pose. Deve ter perdido o sono quando ruiu como um castelo de areia o sistema defendido por ele com unhas e dentes. Viu seu país referência em excelência, os EUA, definhar, engoliu em seco e deu à volta por cima no melhor estilo, “não é comigo”. Teve a desfaçatez de apregoar um “eu avisei”, quando até na véspera estava mais do que alinhado a uma linha de pensamento hoje considerada “do mal”. Nunca irá se posicionar ao lado do trabalhador. Possui um declarado lado, sempre alinhadíssimo com o patrão, onde este estiver. Seu nome (quase ia me esquecendo), Reinaldo Cafeo. Para ele, o culpado sempre será o trabalhador, eterna pedra no sapato do progresso. Em Bauru, a bola da vez são os comerciários, atravancadores de inexorável avanço. Vade retro!
EU E A IMPARCIALIDADE - publicado edição do diário BOM DIA de 05/06/2010
Um anônimo no meu blog pessoal postou lá algo assim: “Me responda uma coisa senhor, o seu blog é imparcial?”. Respondi possuir um lado, o qual defendia e acreditava ser o mais correto, pois todos nós agimos politicamente, motivados por algo. Assim sendo, a isenção é praticamente impossível, mas permitia a publicação de comentários de forma anônima, favoráveis ou contrários, possibilitando uma ampla discussão de opiniões. O que não permito é baixaria, isso deleto sem pestanejar. Mas esse negócio da imparcialidade é algo mesmo instigante. Algo que me irrita é perceber num órgão de imprensa uma tentativa de enganar o leitor, tentando se passar por moderninho, quando não se é. Por isso afirmo preferir ler o Estadão, declarado de direita, do que a Folha SP, tentando nos enganar com coisas do tipo “ditabranda”. Mostra-se, portanto, pior que o outro. Quando se aproxima o período eleitoral muitos desses órgãos possuem um lado e tentam se fazer de imparciais, sem o ser. Gosto do posicionamento da semanal Carta Capital, que nas duas últimas eleições optou por Lula e seu projeto, explicando os motivos. Todas as demais, Veja, Isto É e Época não o fizeram assumidamente, mas estavam alinhadas aos candidatos e interesses tucanos. Promoveram algo repugnante, ou seja, lobos em pele de cordeiro. Estava mais do que implícito o jogo de gato e rato, porém, escondiam o rabo sob as vestes. Prefiro quem joga limpo, aberto, sem esconder o jogo. Digam-me se existe imparcialidade nos noticiários de nossas TVs? Não. Assumir isso seria a coisa mais normal deste mundo. Mas não o é. Agora mesmo, Dilma é a cruel e sanguinária terrorista (sic) e guerrilheira e Serra, um bom moço do Brás, mesmo tendo fugido do pau no auge da luta. Dilma é tudo de ruim e Gabeira, esse sim pegou em armas, seqüestrou (nada contra, viu!), mas por estar do lado dos interesses dessa mídia, virou beatificado santo. Dois pesos e duas medidas. Prefiro a parcialidade do que a mediocridade.
Ouço pelo rádio o comentário de um dito economista (escola conservadora) afirmando que os problemas europeus atuais são provenientes das garantias trabalhistas dadas aos seus cidadãos. Prega o fim disso como norma para um provável restabelecimento da normalidade. O pato, segundo os de sua linhagem, quem paga é sempre este, o trabalhador e o empresário, sempre será o coitadinho, eterno penalizado (morro de pena). Num passado recente tecia loas ao mercado predatório, o neoliberalismo desenfreado, como se outra alternativa não existisse a reger normas mais justas de convivência econômica. O tal do pensamento único. Neoliberal até a medula está sempre alinhado do lado mais nefasto da economia, a que só enxerga o interesse das grandes corporações, nunca o dos cidadãos. Atua com uma espécie de viseira, enxergando só o seu lado. Caiu do cavalo com a crise mundial, porém não perdeu a pose. Deve ter perdido o sono quando ruiu como um castelo de areia o sistema defendido por ele com unhas e dentes. Viu seu país referência em excelência, os EUA, definhar, engoliu em seco e deu à volta por cima no melhor estilo, “não é comigo”. Teve a desfaçatez de apregoar um “eu avisei”, quando até na véspera estava mais do que alinhado a uma linha de pensamento hoje considerada “do mal”. Nunca irá se posicionar ao lado do trabalhador. Possui um declarado lado, sempre alinhadíssimo com o patrão, onde este estiver. Seu nome (quase ia me esquecendo), Reinaldo Cafeo. Para ele, o culpado sempre será o trabalhador, eterna pedra no sapato do progresso. Em Bauru, a bola da vez são os comerciários, atravancadores de inexorável avanço. Vade retro!
EU E A IMPARCIALIDADE - publicado edição do diário BOM DIA de 05/06/2010
Um anônimo no meu blog pessoal postou lá algo assim: “Me responda uma coisa senhor, o seu blog é imparcial?”. Respondi possuir um lado, o qual defendia e acreditava ser o mais correto, pois todos nós agimos politicamente, motivados por algo. Assim sendo, a isenção é praticamente impossível, mas permitia a publicação de comentários de forma anônima, favoráveis ou contrários, possibilitando uma ampla discussão de opiniões. O que não permito é baixaria, isso deleto sem pestanejar. Mas esse negócio da imparcialidade é algo mesmo instigante. Algo que me irrita é perceber num órgão de imprensa uma tentativa de enganar o leitor, tentando se passar por moderninho, quando não se é. Por isso afirmo preferir ler o Estadão, declarado de direita, do que a Folha SP, tentando nos enganar com coisas do tipo “ditabranda”. Mostra-se, portanto, pior que o outro. Quando se aproxima o período eleitoral muitos desses órgãos possuem um lado e tentam se fazer de imparciais, sem o ser. Gosto do posicionamento da semanal Carta Capital, que nas duas últimas eleições optou por Lula e seu projeto, explicando os motivos. Todas as demais, Veja, Isto É e Época não o fizeram assumidamente, mas estavam alinhadas aos candidatos e interesses tucanos. Promoveram algo repugnante, ou seja, lobos em pele de cordeiro. Estava mais do que implícito o jogo de gato e rato, porém, escondiam o rabo sob as vestes. Prefiro quem joga limpo, aberto, sem esconder o jogo. Digam-me se existe imparcialidade nos noticiários de nossas TVs? Não. Assumir isso seria a coisa mais normal deste mundo. Mas não o é. Agora mesmo, Dilma é a cruel e sanguinária terrorista (sic) e guerrilheira e Serra, um bom moço do Brás, mesmo tendo fugido do pau no auge da luta. Dilma é tudo de ruim e Gabeira, esse sim pegou em armas, seqüestrou (nada contra, viu!), mas por estar do lado dos interesses dessa mídia, virou beatificado santo. Dois pesos e duas medidas. Prefiro a parcialidade do que a mediocridade.
DUAS OUTRAS COISAS SOBRE FATOS OCORRENDO NO DIA DE HOJE:
1. Tudo leva a crer que a Secretaria Municipal de Cultura terá a partir da próxima segunda-feira um novo secretário. O teor das denúncias promovidas pelos servidores calaram fundo e adicionadas a um documento distribuido em janeiro deste ano, por várias entidades culturais da cidade, foram a gota d'água para que o prefeito possa tomar a decisão acalentada por todos, a substituição por alguém mais palatável e com conhecimento da área a ser administrada. Para não ter mais problemas, nem ver emperrada a pasta, a substituição é quase certa. Até porque, agora conta com o aval de um forte aliado, que até dias atrás apoiava decisivamente a permanência da atual situação. Com o isolamento total do sectário (sic), também conhecido como "unanimidade" (com minúscula mesmo), às nuvens carregadas que pairavam sob o teto do setor cultural municipal tendem a se dissipar.
2. Zilda Ribeiro e seu filho Leandro, muito queridos pelo pessoal do meio cultural, estão conhecendo nesse momento algo grandioso, que talvez não esperassem. Tiveram o veículo da família incendiado e sem condições de comprar outro, aguardam próximos passos da investigação policial. Antes que isso ocorra, um grupo de amigos, muitos deles servidores e outros ligados às atividades culturais na cidade já estão se movimentando para a promoção de alguns shows, envolvendo a classe artística da cidade, tudo com o intuito de arrecadar dinheiro, um valor suficiente para comprar um outro veículo. Iniciativa a demonstar o descontentamento de todos com o inconcebível a que foram submetidos. Dessa união, certamente florescerá uma nova Secretaria Municipal de Cultura, mais unida, atuante, presente e ciente de seus direitos e obrigações. Novos tempos em todos os sentidos.
7 comentários:
alguem precisa avisar esse papagaio de pirata capitalista que toda vez que o capital entra em crise é no suor e na fome do trabalhador que econimista como ele vai buscar solução. e ainda vem querer me convencer que esse é o melhor para o povo.a crise está cada vez mais profunda em todos os paises da europa, asia e na grande vitrini do capital os estados unidos. e o trabalhador continua pagando a conta.
--------Lazaro Carneiro----------
Henrique
Eu parei de ler a Folha de São Paulo, Estado de São Paulo, O Globo, Veja, Isto É, Época por causa disso, mentem descaradamente para o povo. E isso não acontece na mesma proporção com a imprensa local?
Luzia
Que absurdo Bauru ter esses atentados ainda?Me lembra das bombas que jogaram contra vereadores em 98, acho.
A Zilda e o Leandro são uns amores, trabalhadores,estou para ajudá-los, pois devagar, estou montando uma produtora cultural, com 2 pessoas ótimas, de caráter, uma advogada e um produtor cultural...
Espero que achem o responsável ou o mandante e coloquem a cara deles estampada nos jornais não só de Bauru, mas do Brasil inteiro.
Oi Henrique e caro Poeta Lázaro
Leiam essa entrevista feita pelo sítio Carta Maior (www.cartamaior.com.br):
Em entrevista ao jornal Washington Post, o economista norte-americano James K. Galbraith, critica a receita ortodoxa que recomenda o corte de gastos públicos como maneira de enfrentar a crise. Para ele, trata-se de uma receita totalmente falaciosa e que está sendo imposta neste momento a vários países. "Isso está ocorrendo agora na Europa e é desolador. Exige-se que os gregos cortem 10% do gasto público em poucos anos. E se supõe que isso não afetará o PIB. É evidente que afetará. E estão obrigando a Espanha a fazer o mesmo", critica.
“A idéia de que as dificuldades de financiamento (do Estado) emanam dos déficits públicos é um argumento apoiado em uma metáfora muito potente, mas não nos fatos, não na teoria e não na experiência cotidiana.”
“A receita que se sugere agora, de que é possível cortar o gasto público sem cortar a atividade econômica é completamente falaciosa. Isso está ocorrendo agora na Europa e é desolador. Exige-se que os gregos cortem 10% do gasto público em poucos anos. E se supõe que isso não afetará o PIB. É evidente que afetará. E afetará de uma maneira tal que eles não terão os ingressos fiscais necessários para financiar sequer um nível mais baixo de gasto público. E estão obrigando a Espanha a fazer o mesmo. A zona do euro caminha para o abismo.”
Ou seja: o economista midiático da nossa cidade provavelmente não entendeu a lição dada pelo governo brasileiro quando ocorreu a crise internacional ano passado.
Essa é a política que rege o estado paulista há anos: pela crise, culpa-se o trabalhador. Pela péssima qualidade do ensino, culpa-se o professor. Ou seja: os governantes dessa nau, nunca têm culpa de nada...
Abração
W.Leite
Meus votos de força à Zilda e sua família.
Henrique
O que está acontecendo com o seu blog. Estou tendo dificuldade em abrir. Que está havendo? Não terá gente postando vírus nele? Perseguições...
Daniel Proença
Daniel
Você que é um entendido nessas coisas internéticas, me ajude, pois eu cá do meu canto, sou um mero condutor de carroça, pouco sabendo como me safar de situações virásticas.
Um abracito do Henrique - direto do mafuá
Reproduzo aqui um texto que enviei para a FM94 em resposta ao comentário feito pelo Cafeo, sobre o meu sobre ele:
CARO ECONOMISTA REINALDO CAFEO
Ouço o jornalismo da 94 FM na parte da manhã e no horário do almoço, quase todos os dias. Hoje, infelizmente não ouvi. Vieram me contar que havia comentado o meu texto da edição do sábado retrasado para o BOM DIA, reproduzido sábado no meu blog pessoal, o Mafuá do HPA (www.mafuadohpa.blogspot.com), onde o tema era algo sobre ti e seu posicionamento diante dos microfones. Como informou no ar até um email para minha resposta, faço questão de responder.
Cafeo, estamos em campos opostos de luta. Eu luto por um outro mundo, que acredito ainda possível, pouco provável, mas possível. Você, que não conheço pessoalmente, mas sim pelos posicionamentos emitidos no ar e nos textos que já li, está em outro, ao lado de algo que repudio e combato. Todos que escrevem, falam estão sujeitos a “chuvas e trovoadas”, ou como diria o meu guru de plantão, Vicente Matheus, “quem entra na chuva é para se queimar”. Opinião emitida ela pode geral algo a favor ou contra. Nada mais normal. E a partir daí, o surgimento de um debate, com uns concordando, outros discordando e propondo o convencimento do oponente.
Meu texto talvez não tenha sido nesse sentido. Foi um pouco mais provocativo. É que tenho ouvido por repetidas vezes suas opiniões favoráveis às grandes corporações, ao neoliberalismo, ao economicismo desfenfreado e que infelicitou o mundo pouco tempo atrás. Juntei tudo isso e ouço que o trabalhador europeu é o culpado pela crise naquele continente e que uma das soluções é a restrição de garantias conquistadas e até diminuição de salários, como a proposta na Grécia. Discordo em gênero, número e grau disso. Não só eu. Existe uma corrente muito grande dos próprios economistas repudiando isso, que sempre o trabalhador pague o pato por tudo. Reproduzo um comentário feito no próprio blog sobre isso.
Logo a seguir ouvi seu comentário sobre o problema dos comerciários de Bauru e foi na mesma linha. O trabalhador será sempre penalizado por ti, em prol de algo que considera o topo de tudo, o capital. Já não se pensam mais nas pessoas e sim, somente na questão do acúmulo de capital. Daí escrevi o texto, meio contundente, pois com a chegada da idade (adentro os 50 neste mês), perdemos um pouco mais daquela antiga paciência. Ando muito feliz com os rumos de nossa América Latina, devido aos governos mais voltados para as questões sociais, como os da Bolívia, Equador, Venezuela, Paraguai, Uruguai, Argentina, o próprio Brasil, El Salvador e a sempre atuante e necessária Cuba. Sei que remas contrário a esses avanços, pois eles todos ferem algo que preza muito, a questão da economia prevalecer sobre as necessidades básicas de um povo. Sua escola é quase totalmente vinculada aos interesses norte-americanos, de dependência, lembro de suas falas favoráveis à adesão brasileira à Alca, essas coisas e por alinhar-se ao pensamento e modus vivendi dos tucanos.
Disso tudo saiu o texto. O título, intitulando-o como “amigo da onça”, deve-se a isso. Estás alinhando ao pensamento do patrão, do industrial, do capitalista e não do pobre, do menos favorecido, do miserável. Vive num outro mundo e para esse mundo. Foi isso,és amigo do outro lado. Se precisar me alongo mais, mas acredito ter respondido os motivos de não ter concordado com o que escrevi. Eu também não concordo contigo e nem por isso vou deixar de ouvi-lo. Quero com isso ir tomando conhecimento de a quantas anda o pensamento dos que estão no campo oposto ao meu e como sei que expressa muito bem esse pensamento, acho vital te ouvir. Já sobre descer o fato para o lado pessoal, longe disso. De vez em quando recebermos umas boas bordoadas faz até um bem danado. Afinal, o mundo seria mesmo muito chato se todos concordassem com nosso ponto de vista?
Um abracito de um ouvinte, que não concorda contigo, mas te ouve.
Henrique Perazzi de Aquino
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