Mafuá do HPA

UMA CHARGE ESCOLHIDA A DEDO (28), UMA MÚSICA (62) e UM ANIVERSÁRIO

CINQUENTA ANOS HOJE, INSISTINDO NA JUVENTUDE, FAÇO O QUE POSSO
É meus amigos (as), o que lhes comunico não é coisa das mais alegres. Tem coisas que conseguimos contornar e outras não. Essa uma das incontornáveis. Completo 50 anos hoje, 23/06. O triste é que, além da brilhante careca, barriga proeminente, bolso mais do que furado, sonhos puídos, fico mais velho, cinqüentenário, data redonda, meio século de existência... A alegria é que continuo em exposição, feito sardinha de balcão. Agora mais comedido, pois tenho alguém a tomar conta desse velho e teimoso macanudo. Uma família e um filho maravilhosos e alguém a gostar de mim. Que mais posso querer?

Resisto bravamente e persisto ao meu modo. Dias atrás, mais precisamente no domingo último, envergando um traje todo vermelho, fui pedalar minha bicicleta num passeio promovido pela Polícia Florestal. Aos 50, não me preocupo mais com o traje, as etiquetas e adereços. Quero é rosetar e continuar fazendo e acontecendo. Isso me faz feliz e assim procedo. Parecia um peixe fora do aquário, mas lá estava e pasmem, cheguei ao fim dos três quilômetros sem estar ofegante e necessitar do auxílio de um balão de oxigênio. Recebi uma ilustração da boneca Barbie, supostamente aos 50 e na comparação, achei que saio ganhando (reprodução ao lado).

Recebo a seguir uma caricatura feita pelo amigo Gonçalez. Ela foi feita para esta data e ilustra esse post. Meu amigo foi generoso para comigo. Não carregou no queixo. Sou-lhe grato. Como grato sempre serei a todos que me toleram aqui nesse espaço. Aqui, algo escrito com a maior liberdade possível, onde falo de tudo, desde política, religião, futebol, sexo, drogas & rock n'roll, samba, amizades, algozes, etc. Brigas e discussões muito pouco e quando nem uma boa briga temos pela frente, deixo a pergunta: faremos o que então? A vida é um saco quando todos pensam e andam no mesmo trilho. Mijar fora do penico é salutar e necessário. Deixo o fato do dia registrado neste espaço. Consegui atingir o cinqüentenário, porém cheio de probleminhas de percurso como perseguições bancárias, corpo não correspondendo aos anseios internos, insatisfações e sonhos desfeitos, alguns concretizados e algo de muito bom, um amor novo, uma nova possibilidade de luz no fim do túnel. Como já perceberam, hoje, falo de tudo e não falo de nada. Divago e assim prossigo, é assim que sou, meu modo de ser e de estar. Renovados abracitos a todos e veremos até onde isso chegará.

Se puderem e tiverem saco, leiam a letra e ouçam esse sambinha lindo do Aldir Blanc e do Cristovão Bastos, “50 Anos”, que o Paulinho da Viola canta tão bem e que também retrata um pouco de mim (aqui http://www.youtube.com/watch?v=-qNfdRLPhA4, interpretada por Alê Antunes & Anderson Sérgio Protti (Pitú), no Show do Pitú com Samuel Gustinelli & convidados, Piracicaba SP):
"Eu vim aqui prestar contas/ De poucos acertos/ De erros sem fim/ Eu tropecei tanto as tontas/ Que acabei chegando no fundo de mim/ O filme da vida não quer despedida/ E me indica: ache a saída/ E pede socorro onde a lua/ Que encanta o alto do morro/ Que gane que nem cachorro/ Correndo atrás do momento que foi vivido/ Venha de onde vier/ Ninguém lembra porque quer/ Eu beijo na boca de hoje/ As lágrimas de outra mulher/ Cinquenta anos são bodas de sangue/ Casei com a inconstância e o prazer/ Perdôo a todos, não peço desculpas/ Foi isso que eu quis viver/ Acolho o futuro de braços abertos/ Citando Cartola:/ - Eu fiz o que pude/ Aos cinquenta anos/ Insisto na juventude".

Ainda da semana, as duas fotos inferiores, de dois vetustos senhores, em plena atividade, ambos Walters e aos 86 anos, primeiro W. Mortari, pedalando no passeio ciclístico e depois, W. de Oliveira, cantando num almoço festivo. Queria eu chegar com essa vitalidade nessa idade...