SER VIDRAÇA É... - publicado edição diário bauruense BOM DIA, edição de 12.02.2011
Trabalhar no serviço público é algo que deve ser praticado de boca fechada. Segundo regra imaginária vigente e seguida por quase todos, é recomendado para os a desejarem permanecer longo tempo no cargo, falar pouco, mesmo na incidência de fatos desagradáveis e contrários à sua linha de pensamento, principalmente no exercício de cargos de confiança. Comentários políticos, nem pensar. Eles, com certeza, irão desagradar lideranças políticas. Essas pedirão sua cabeça na primeira oportunidade. O melhor é manter-se inodoro, insípido e insosso. Resignação em gênero, número e grau. Tem quem consiga, aliás, a maioria, mas alguns, como eu, não se segurando nas calças, insistem em manter opiniões próprias. Eminente perigo, risco total de ser defenestrado. Lembro dos meus tempos na Cultura municipal de Bauru e de cartas que continuavam sendo publicadas nos jornais locais tendo meu nome como remetente. Contrariava interesses e por repetidas vezes pediram minha cabeça aos superiores. Num governo que não fazia concessões a esse tipo de pressão fui mantido no cargo até seu último dia. Acabaram me tolerando, pois também não era lá empecilho de grande monta. Uma mera pedrinha no sapato, daquelas a causar pouco estrago. Já aqui do lado de fora, o buraco é mais embaixo. Exponho livremente meu pensamento. Mesmo assim, no recomeço, ouvi de um: “você trabalha onde mesmo?”. Desapontado por não poder me perseguir, hoje me tolera. Vejo na mesma situação os demissionários de cargos de confiança e a readquirida liberdade, passando de vidraças a prováveis pedras. Detesto os que cospem no prato onde comeram e saem atirando a torto e a direito, mas abrir o jogo levando ao conhecimento público o universo de pressão vivida, interesses a impedir projetos de caminhar, as forças ocultas, isso é algo salutar. Aguardamos sempre novas revelações a cada troca de cargos. Nesses momentos conhece-se um pouco mais dos bastidores da real vida pública brasileira.
PERMISSÃO ATÉ PARA IR AO BANHEIRO - publicado no diário BOM DIA, edição de hoje, 19.02.2011
Não gosto de tocar minha vida atrelado a penduricalhos me atrapalhando os movimentos. Quando alguns forçam a barra, um peso recai sob os ombros, impedindo a ação livre e espontânea. Sou um sujeito brejeiro, simples, com alguma leitura, matuto com certa experiência de vida, pateta para alguns, gosto da liberdade e de não ter ninguém me ditando como devo proceder. É claro que ninguém é uma ilha a viver totalmente isolado, sem sofrer influências. Isso é praticamente impossível. Mas a subordinação é abominável sob qualquer aspecto. Ninguém gosta dos que cedem a tudo. Ruim mesmo é ser mandado. Não ter liberdade suficiente para conseguir nem ao menos nomear os que estarão ao seu lado sem que outros aprovem isso antes. Lembro de Maílson da Nóbrega no governo Sarney e a uso como exemplo. Sarney queria tê-lo na Economia, cargo importante, mas tinha receio que a nomeação sem o conhecimento de Roberto Marinho, dono das Organizações Globo, pudesse lhe causar problemas. Não é que o bigodudo presidente submeteu Maílson a uma sabatina com o capo da Globo. Nome aprovado, o ministro assume, gerando a paz entre as instituições. Esse, decididamente não é o papel da imprensa. Reconhecida por muitos como o Quarto Poder, acredito que a designação não lhe caia bem. E quando isso ocorre a dita democracia está doente, fora da normalidade. A subserviência é danosa, primeiro porque não vejo como um órgão de imprensa possa demonstrar isenção agindo dessa forma. Depois, quem aceita esse jogo, nunca tomará nenhuma atitude de forma soberana. Escrevo isso, com aquilo tudo sobre meu modo de ser, para demonstrar que o bom mesmo é fugir desses acordos. A vida da gente fica atrelada, atada e patinamos sem sair do lugar. Imagine-se nas suas relações pessoais dentro do próprio lar, tendo que pedir permissão para alguém de fora efetuar uns gastos bobos, como a da troca de móveis ou até pequenos reparos na minha morada. Democracia não é isso. Se for, vivo mesmo no mundo da lua. Assim como Gonzaguinha em ‘Recado’ cantarolo pelas ruas: “E se tentar me tolher é igual/ Ao fulano de tal que taí/ Se é pra ir vamos juntos/ Se não é já não tô nem aqui”.
Não gosto de tocar minha vida atrelado a penduricalhos me atrapalhando os movimentos. Quando alguns forçam a barra, um peso recai sob os ombros, impedindo a ação livre e espontânea. Sou um sujeito brejeiro, simples, com alguma leitura, matuto com certa experiência de vida, pateta para alguns, gosto da liberdade e de não ter ninguém me ditando como devo proceder. É claro que ninguém é uma ilha a viver totalmente isolado, sem sofrer influências. Isso é praticamente impossível. Mas a subordinação é abominável sob qualquer aspecto. Ninguém gosta dos que cedem a tudo. Ruim mesmo é ser mandado. Não ter liberdade suficiente para conseguir nem ao menos nomear os que estarão ao seu lado sem que outros aprovem isso antes. Lembro de Maílson da Nóbrega no governo Sarney e a uso como exemplo. Sarney queria tê-lo na Economia, cargo importante, mas tinha receio que a nomeação sem o conhecimento de Roberto Marinho, dono das Organizações Globo, pudesse lhe causar problemas. Não é que o bigodudo presidente submeteu Maílson a uma sabatina com o capo da Globo. Nome aprovado, o ministro assume, gerando a paz entre as instituições. Esse, decididamente não é o papel da imprensa. Reconhecida por muitos como o Quarto Poder, acredito que a designação não lhe caia bem. E quando isso ocorre a dita democracia está doente, fora da normalidade. A subserviência é danosa, primeiro porque não vejo como um órgão de imprensa possa demonstrar isenção agindo dessa forma. Depois, quem aceita esse jogo, nunca tomará nenhuma atitude de forma soberana. Escrevo isso, com aquilo tudo sobre meu modo de ser, para demonstrar que o bom mesmo é fugir desses acordos. A vida da gente fica atrelada, atada e patinamos sem sair do lugar. Imagine-se nas suas relações pessoais dentro do próprio lar, tendo que pedir permissão para alguém de fora efetuar uns gastos bobos, como a da troca de móveis ou até pequenos reparos na minha morada. Democracia não é isso. Se for, vivo mesmo no mundo da lua. Assim como Gonzaguinha em ‘Recado’ cantarolo pelas ruas: “E se tentar me tolher é igual/ Ao fulano de tal que taí/ Se é pra ir vamos juntos/ Se não é já não tô nem aqui”.
4 comentários:
Michael Moore convoca os jovens: Rebelem-se!
19 de fevereiro de 2011 às 17:13
Em http://www.viomundo.com.br – ínclito, competente, confiável e impávido jornalista Luiz Carlos Azenha
Que inspiração, a de vocês, que se uniram aos milhares de estudantes das escolas de Wisconsin e saíram andando das salas de aula há quatro dias e agora estão ocupando o prédio do State Capitol e arredores, em Madison, exigindo que o governador pare de assaltar os professores e outros funcionários públicos.
(…)
Vivemos hoje um fantástico momento histórico. E aconteceu porque os jovens em todo o mundo decidiram que, para eles, basta. Os jovens estão em rebelião – e é mais que hora!
Vocês, os estudantes, os adultos jovens, do Cairo no Egito, a Madison no Wisconsin, estão começando a erguer a cabeça, tomar as ruas, organizar-se, protestar e recusar a dar um passo de volta para casa, se não forem ouvidos. Totalmente sensacional!!
O poder está tremendo de medo, os adultos maduros e velhos tão convencidos que fizeram um baita trabalho ao calar vocês, distraí-los com quantidades enormes de bobagens até que vocês se sentissem impotentes, mais uma engrenagem da máquina, mais um tijolo do muro. Alimentaram vocês com quantidades absurdas de propaganda sobre “como o sistema funciona” e mais tantas mentiras sobre o que aconteceu na história, que estou admirado de vocês terem derrotado tamanha quantidade de lixo e estejam afinal vendo as coisas como as coisas são.
Fizeram o que fizeram, na esperança de que vocês ficariam de bico fechado, entrariam na linha e obedeceriam ordens e não sacudiriam o bote. Que arranjariam um bom emprego. Que ficariam iguaizinhos a eles, um freak a mais. Disseram que a política partidária é limpa e que um único homem poderia fazer muita diferença.
(…)
Dizem que vocês são “o futuro”. O futuro é hoje, aqui mesmo, já. Vocês já provaram que podem mudar o mundo. Aguentem firmes. É uma honra poder dar uma mão [Estou abrindo, na minha página, um “JORNAL DA ESCOLA” [orig. "HIGH SCHOOL NEWSPAPER", em http://mikeshighschoolnews.com/. Ali, vocês podem escrever o que quiserem, e publicarei tudo.]
Messias Franca de Macedo
Feira de Santana, Bahia, Transição República de ‘Nois’ Bananas/Brasil Nação [Depende de nós, “braços dados ou não!”]
Em tempo: durante a última campanha eleitoral, o neocoronel Geddel ACM Vive Vieira Lima achincalhou o PT e o candidato à reeleição, o governador Jaques Wagner (PT/BA), quase-irmão do presidente Lula.
República de ‘Nois’ Bananas
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo
meu caro Henrique,
O que voce quiz dizer com o seu texto no Bom Dia, o da Licença para ir ao Banheiro, não seria o mesmo daquela pergunta feita nos microfones da fm 94, pelo Netão?
Paulo Lima
"Escuta essa!"
Aécio quer aproximar PSDB de sindicatos
20/02/2011 - 07h30
Fonte: grande 'mérdia' nativa
Ironiza matuto 'bananiense'!
... Só se for uma aproximação com o Sindicato dos Doleiros Anônimos, o Sindicato dos Fazedores de Dossiês Apócrifos, o Sindicato das Beldades das Passarelas (candidatas a Miss das Minas Gerais), Sindicato dos Playboys & Congêneres, Sindicato das Socialites Amantes de Cães da Raça Yorkshire, Sindicato dos Passadores de Bola no Ato de Passarem a Bola, Sindicato dos Jornalistas Amordaçados das Minas Gerais...
República Destes Bananas Bravateiros Oportunistas, Elitistas, Entreguistas, Antinacionalistas, o cheiro dos cavalos ao do povo!...
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo
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