sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

PRECONCEITO AO SAPO BARBUDO (33)

A NAU DOS INSENSATOS CONTINUA A MESMA, AGORA ATÉ COM CHICO BUARQUE
O Governo Lula terminou mas a pauleira não. O de Dilma teve início e ela escapa ilesa, pelo menos até a presente data. O negócio agora é tentar a todo custo instigar Lula contra Dilma e vice-versa. Dou risadas. Será que não percebem que o governo de um é a continuidade do outro. São uns bocós. Os mesmos de sempre continuam espalhando via internet um "Baú de Imbecilidades" e recebo no meu e-mail uma insanidade sem tamanho. Agora instigam Chico Buarque de Hollanda. Ri, mas acho sério demais esse negócio. Será que existe gente que pensa realmente dessa forma tacanha e fazem uso da mente de forma tão restrita? Primeiro leiam o comentário feito por quem me enviou e a seguir o texto da carta, de um suposto vizinho do Chico.

"O AUTOR DO ÓTIMO TEXTO FAZ VÁRIAS REFERÊNCIAS ÀS LETRAS DE MÚSICAS DO CHICO - QUE EU, TIRANDO SEU TALENTO ARTÍSTICO, VEJO HOJE COMO UM HIPÓCRITA! COMUNISTA DE IPANEMA, COM UM COPO DE WHISKY IMPORTADO NA MÃO – E UMA DESCONHECIDA IRMÃ “COMPETENTÍSSISMA” COMO MINISTRA DA CULTURA... Para ele, ao que parece, vale o ditado: “o lado errado do totalitarismo é aquele em que a gente não está!”.

CARTA ABERTA AO CHICO BUARQUE, DO SEU VIZINHO.
Chico,
Confesso que fiquei chocado ao vê-lo desfilar na passarela da Dilma, cantarolando como se estivesse a defender uma causa justa, honesta e patriótica. Logo você, Chico, que ganhou tanto dinheiro encantando a juventude da década de 1970 com parolas em prosa e verso sobre liberdade e moralidade. Percebo que aquilo que você chamava de ditadura foi, na verdade, o grande negócio da sua vida. Afinal, você estava à toa na vida. Você deveria agradecer aos militares por tudo o que te fizeram, porque poucos, muito poucos, ganharam tanto dinheiro vendendo ilusões em forma de música e poesia como você. Estou agora fazendo essa regressão, após vê-lo claudicante como A Mulher de Aníbal no palanque do Lula e da Dilma. Claro que deu para perceber o seu constrangimento, a sua voz trêmula e pusilânime, certamente sendo acusado pela sua consciência de que estava naquele momento avalizando, endossando todas as condutas deste governo trêfego e corrupto.
Nunca, jamais imaginei, Chico, que você pudesse se prestar a isso algum dia. Mas é possível antever que apesar de todos vocês, amanhã há de ser outro dia. Quando chegar o momento, esse nosso sofrimento, vamos cobrar com juros. Juro ! Você, como avalista, vai acabar tendo que pagar dobrado cada lágrima rolada. Você vai se amargar, Chico, e esse dia há de vir antes do que você pensa. Não sei como você vai se explicar vendo o céu clarear, de repente, impunemente. Não sei como você vai abafar o nosso coro a cantar, na sua frente. Apesar de vocês, Chico, amanhã há de ser outro dia. Estamos sofrendo por ter que beber essa bebida amarga, dura de tragar. Temos pedido ao Pai que afaste de nós esse cálice, mas quando vemos você, logo você, brindando e festejando com todos eles, só nos resta ficar cantando coisas de amor e olhando essa banda passar. E pedir que passe logo, porque apesar de vocês amanhã há de ser outro dia.
Estamos todos cada qual no seu canto, e em cada canto há uma dor, por conta daquela cachaça de graça que a gente tem que engolir (lembra ?), ou a fumaça e a desgraça que a gente tem que tossir. Só espero, Chico, que as músicas que você venha a compor em parceria com os seus amigos prosélitos de palanque não falem mais de amor, liberdade, moralidade e ética - essas coisas que você embutia disfarçadamente nas suas letras agora mortas de tristeza e dor. Será por isso que há ANOS não vemos uma música nova sua? Não fale mais disso - não ficará bem no seu figurino agora desnudo. Tente compor, iludir, dançar e se alegrar com todos eles. Ganhe lá o seu dinheiro, entre na roda e coloque tudo na sua cueca - ou onde preferir - mas não iluda mais os nossos jovens com suas músicas, resumidas hoje apenas na sua gloriosa “A Volta do Malandro”. Assinado,
Seu Vizinho ao Lado...
...e mais umas centenas de milhares de ex-fãs desolados".


Queriam o que esses idiotas, além de escrevinharem falácia de tamanho mal gosto, que Chico estivesse ao lado de Serra? Por sorte temos Chico ao nosso lado. Continuo com ele, sempre e não abro...

2 comentários:

Anônimo disse...

Henrique

Você está certo.
A imbecilidade humana não tem tamanho.
Quem faz uma mediocridade dessa deve é gostar de Bruno e Marrone, com aquela linda poesia que eles produzem e um posicionamento político vago, medroso.
Chico sempre esteve do lado das lutas sociais desse país e dos que lutam por isso. Um artista inigualável.
O texto desse besta, que nem coragem para se identificar possui é a prova de que existe uma turma que adora estar ao lado dos que tanto infelicitam essa nação.
Por sorte, o povo demonstrou nas urnas que o páis caminha para outro lado. Quando esse besta diz que existe uma massa de descontentes com Chico, devem ser os eleitores do Serra, os que querem um Brasil vendido e só atuando em defesa dos poderosos.
Chico nunca estrá desse lado.Sua poesia mostra isso e quem fez o texto parece nunca ter entendido isso.

Pascoal

Anônimo disse...

HENRIQUE
ACHEI ISSO HOJE NO SITE DO CONVERSA AFIADA E ACHO QUE TEM HUTO COM SEU TEXTO. ABRAÇOS. PASCOAL

O Conversa Afiada reproduz texto de Maurícido Dias, na Carta Capital:



Um império contra um operário

A mídia, Globo na frente, não dá trégua ao ex-presidente. Por Mauricio Dias

Nunca foram boas as relações entre a mídia brasileira e o torneiro mecânico Lula, desde que, nos anos 1970, ele emergiu no comando das jornadas sindicais no ABC paulista, onde estão algumas das empresas do moderno, mas ainda incipiente capitalismo brasileiro. Em consequência, quase natural, o operário não foi recebido com entusiasmo quando, após três fracassos, venceu a disputa para a Presidência da República, em 2002.
Os desentendimentos se sucederam entre o novo governo e o chamado “quarto poder” e culminaram com a crise de 2005 quando televisões, jornais, rádios e revistas viraram porta-vozes da oposição que se esforçava para apear Lula do poder. Inicialmente, com a tentativa de impeachment. Posteriormente, após esse processo que não chegou a se consumar, armou-se um “golpe branco” em forma de pressão para o presidente desistir da reeleição, em 2006.

Lula ganhou e, em 2010, fez o sucessor. No caso, sucessora. Dilma Rousseff sofreu quase todos os tipos de constrangimentos políticos. Ela tomou posse e, no dia seguinte, foi saudada por deselegante manchete do jornal O Globo, do Rio de Janeiro: “Lula elege Dilma e aliados preparam sua volta em 2014”.

A reportagem era um blefe político. Uma “cascata” no jargão jornalístico. O jornal O Globo, núcleo do império da família Marinho, tornou-se a ponta de lança da reação conservadora da mídia e adotou, desde a posse de Lula, um jornalismo de combate onde a maior vítima, como sempre ocorre nesses casos, é o fato. Sem o fato abre-se uma avenida para suspeitas versões.
O comportamento inicial da presidenta, mar­ca­do por discrição e austeridade, foi uma surpresa para todos. O Globo inclusive. Não há sinais de que seja uma capitulação ao poder dos donos da mídia com os quais Dilma tem travado discretos diálogos. Armou-se circunstancialmente um clima de armistício. Na prática, significou um fogo mais brando, a provocar um visível recuo de comentaristas que eram mais agressivos com Lula. Soltam, porém, elogios hesitantes por não saberem até onde poderão seguir.

Esse armistício se sustenta numa visão de que as situações não são iguais. Dilma não é Lula. É claro que há diferenças entre o governo de ontem e o de hoje. No entanto, o carimbo pessoal da presidenta na administração do País faz a imprensa engolir a propaganda de que ela era um “poste”. Essa contradição se aguça na sequência dessa história. Dilma passou a ser elogiada e Lula criticado.

Alguns casos, colhidos da primeira página de O Globo ao longo de uma semana, expressam o que ocorre, em geral, em toda a mídia:
Atos de Dilma afastam governo do estilo Lula (6/2) – críticas ao ex no elogio ao governo Dilma.
Por qué no te callas? (8/2) – crítica atribuída a um sindicalista, mantido no anonimato, sobre apoio de Lula ao salário mínimo proposto por Dilma.

A fatura da gastança eleitoral (10/2) – a respeito de despesas do governo Lula com suposta intenção eleitoral.
Dilma aposenta slogan de Lula (11/2) – sobre a frase “Brasil, um país de todos”.

Herança fiscal de Lula limita o começo do governo Dilma – (13/2) – crítica a Lula ao corte no Orçamento proposto por Dilma.

Ela recebe afagos e ele, pedradas. Procura-se, sem muito disfarce, cavar um fosso entre o ex e a presidenta. Situação que levou Lula, na festa de aniversário do PT, a reagir: “Minha relação com Dilma é indissociável”.

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.