terça-feira, 31 de maio de 2016

O PRIMEIRO A RIR DAS ÚLTIMAS (23)


NO ÚLTIMO DIA DO MÊS A JUNTADA DE TUDO O QUE ESTAVA ESPALHADO

1.) NORMA DE CONDUTA E PROCEDIMENTO QUANDO DIANTE DOS MICROFONES DE RÁDIO E TV
Li anteontem e repasso adiante, para que copiem da melhor forma possível, a excelente forma encontrada para responder a qualquer questionamento, sobre qualquer assunto que, porventura, algum órgão de imprensa venha lhe fazer ou lhe requisitar. Saiu estampado na página 14, texto do jornalista Maurício Dias, na seção Rosa dos Ventos, da última edição de Carta Capital, nas bancas, uma na qual lindamente demonstra por A + B da prova dos nove de que o Governo Temer não passa de relés golpista, ele e sua thurma, e da pior espécie. Leiam a boa sacada:

"Primeiramente, fora Temer" (Do estudante Tomás da Rosa Lacerda, antes de responder à repórter, Às 7h25 do dia 25/5, no Bom Dia Rio, da Globo).

E agora, o link da matéria: https://www.youtube.com/watch?v=283UEs2g07k

Não é ótima, define bem um posicionamento diante da parvoíce que estão a nos apresentar como solução para esse país.

2.) ECONOMISTAS E A MENTIRA
Se existe um economista em que boto fé nos últimos tempos esse é AXEL KICILLOF, ex-ministro da Economia argentino na gestão de Cristina Kirchner, doutor em Economia pela UBA, político, docente e investigador argentino. Um meninão que sabe muito bem o que quer. Vai longe, pelos bons caminhos da vida, felizmente.

Explico dos motivos de citá-lo nesse momento. Ouço (de uns tempos para cá cada vez mais raramente), o InformaSom da FM 94 Bauru, programa jornalístico capitaneado pelo Paulo Sérgio Simonetti, o José Roberto Tizoco,Fernando Beagá e pelo economista (sic) Reinaldo Cafeo. Quando chega a hora do Cafeo falar o tal do Momento Econômico não posso estar dirigindo, pois se o fizer na certa bato o carro. Muitos chutes, alguns mirando o gol, mas acertando a bandeirinha do córner. Sempre o "deus mercado" acima de tudo e todos. Golpistas no céu, Economia em rumo quase certo de confronto com tudo o que de bom tivemos ao longo de décadas, mas os elogios desabrocham rasgados. Daí a frase do meninão argentino, futuro presidente daquele país (toc toc toc), cai como uma luva para algo que constantemente ouço e nunca entendo pela voz do paparicado economista bauruense.

Sintam o poder da frase lida a pouco num grupo de debates, o qual participo junto dos hermanos argentinos:

"Se não entende o que os economistas estão dizendo, é porque eles estão mentindo".

Fecham-se as cortinas, cai o pano e adentro o segundo tempo do meu dia, segunda chuvosa, enfurnado aqui dentro do mafuá, entre leituras e chazinhos quentes.

3.)
A OLIMPÍADAS E AS CHUVAS EM LENÇÓIS PAULISTA E TAMBÉM, BAURU
Meu amigo Décio de Souza faz ironia com a própria desgraça, pois a cada nova chuva, além dos dedos cruzados, a certeza da inundação nos pontos baixos da cidade, justamente no lugar onde reside e construiu sua vida. E, como o caso não é muito diferente do que ocorre em Bauru, também na região onde moro, quando a tocha por aqui passar, atravessaremos o ribeirão Bauru todo inundado com o pedaço de pau aceso e gritando em voz bem alta "Viva as Olimpíadas, elas vieram, para nos salvar das catástrofes!".
Nós da população ribeirinha, mesmo nas desgraças, continuamos criativos: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/posts/1317915478238458?pnref=story

4.) "FRANÇA SEM JORNAL POR UM DIA
Os conservadores acham que os movimentos sociais exageram no Brasil.
Os mais reacionários querem manifestantes apenas em cima da calçada e fora de horário de trabalho.
Nada deve parar a ordem e o progresso.
Na França, que se revolta contra modificações na legislação trabalhista jamais apresentadas em programa eleitoral, a CGT impediu todos os jornais de Paris de circular na última quinta-feira.
Madê não esperou o fim da contenda e nos deixou hoje...
Apenas o velho jornal comunista L’Humanité saiu.
Por quê?
A CGT queria publicar um artigo em todos os jornais contra as mudanças nas leis trabalhistas.
Os jornais não aceitaram a imposição.
As gráficas foram bloqueadas. Nenhum jornal circulou.
Uau!", Juremir Machado da Silva, dohttp://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/?p=8666

Esse pessoal sabe fazer a coisa bem feita e merece os efusivos parabéns desse alquebrado e inconsistente instigador da (des)ordem.

5.) O CINISMO NA POLÍTICA
Tanto lá na Argentina, com o truculento e "basura" Maurício Macri, como aqui com os golpistas de plantão, capitaneados por Michel Temer e sua nada confiável equipe, impera o cinismo como forma de governo. Entenda isso, lendo o texto compartilhado: https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=1096807397028957&id=278533588856346&pnref=story

6.) FALTA ISSO EM BAURU
VAMOS CERCAR A GRAVAÇÃO AO VIVO DOS GOLPISTAS E MOSTRAR PARA TODO O PAÍS QUE O POVO NÃO É BESTA...
A GLOBO NÃO FOI A ARTÍFICE DO GOLPE, POIS QUE AGUENTE AS CONSEQUÊNCIAS
https://www.facebook.com/oBarbudinho/videos/1203010669723177/

7.) MADÊ CORRÊA
Falar o que de Madê Corrêa: Resistência e Persistência.
Foi uma guerreira a vida toda.
E lutou até o fim.
Eis o que escrevi dela no Mafuá durante esses anos todos:

http://mafuadohpa.blogspot.com.br/search?q=mad%C3%AA+correa

segunda-feira, 30 de maio de 2016

OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (87)


O TRABALHO PÓS-FEIRAS DEVE SER LEMBRADO E RESSALTADO: É DOS MELHORES
Fizemos uma festa ontem na feira dominical, a da Gustavo Maciel, para comemorar o aniversário de Fátima Brasília. Tudo correu a contento e até a chuva amainou durante a contenda. A feira, como ocorre todo domingo, fluiu maravilhosamente, constituindo-se num dos locais de maior congraçamento público dessa cidade de aproximadamente 400 mil habitantes. Trata-se de mais do que um espaço de reunião pública, mas da junção de todas as baurus, quando elas todos acabam convergindo para aquelas quadras. Sempre li algo assim do futebol, quando o pobre sofre e torce ao lado do rico, até com um leve esquecimento das diferenças existentes entre todos os lados das muitas questões em disputa. Na feira um outro momento e se, diferente dos campos de bola, ali circulam as muitas classes sociais, cada um ali por seus motivos, uns atrás da xepa, outros em campanha política, busca de um lazer pouco existente dentro da urbanidade atual, etc e etc. E é claro comprar alimentos ali comercializados, seu principal motivo.

A feira reúne também vários tribos e elas convergem para esses lugares por um motivo muito simples. Dessa reunião de gente, na soma quantitativa, uma massa que não pode ser desprezada. E não o é. Aquele candidato que nunca vai à feira, quando se aproxima a eleição ali aparece. O comerciante que quer lançar um produto diferente o faz por ali, pois sabe que o povo ali está presente. Institutos de pesquisa adoram preencher seus questionários dentre os presentes. A distribuição de folders de lançamentos dos mais variados, desde imobiliários, automotivos e quetais também ocorrem por ali. Manifestações artísticas culturais das mais diferentes também se sucedem nesses espaços. Enfim, um espaço dos mais democráticos, muito mais daqueles onde estão localizados as discussões e reuniões políticas.

Feiras são locais de grande concentração e nesse domingo, noto dentre os presentes na festa aqui citada um algo mais. Ela transcorreu durante o seu momento de pico e ali permanecemos até seus estertores, ou seja, quando tudo já estava vazio, deserto. A primeira observação é de como tudo é muito organizado nas feiras. Cada um sabe seu lugar e mesmo com fiscais, poucos são os que ousam entrar em espaços alheios. Cada um respeita a demarcação estabelecida para um e outro. Na maioria das vezes, aparentemente, essas questões são resolvidas sem grandes sobressaltos. Algo notado também é que, mesmo com toda a organização, muito lixo é produzido na feira, despejado pelos seus cantos. E não vem só do público consumidor, mas também do feirante. Parece estar implícito para tudo e todos que, terminada a feira, surgem assim do nada os intrépidos servidores municipais da EMDURB e devolvem toda a bagunça com a sujeira e lixo à normalidade de antes. Isso realmente acontece, mas não sem antes merecer observações variadas e múltiplas.

Primeiro os PARABÉNS efusivos para o belíssimo trabalho desenvolvido pelos profissionais da Emdurb, que mal terminada a feira fazem uma faxina geral e num curto espaço de tempo. Acredito que, tudo deva ocorrer da mesma forma em todas as demais feiras municipais. Um trabalho pouco visto e que, não custa enaltecer como primoroso. Sobre isso de continuarmos jogando lixo nas ruas, algo a merecer uma ampla discussão, pois se não jogamos lixo no chão dos shoppings centers, por que o mesmo ocorre nas ruas? Isso merece um tratado, não só curtos comentários. Mas a intenção desse texto é a de também provocar outra discussão. Num momento em que vejo a Emdurb ser duramente criticada, no caso da dificuldade da manutenção do até então seu espaço para depósito de lixo urbano, quando muitos maldosamente tentam demonstrar isso não ser mais possível, empurrando tudo para mais uma privatização, venho aqui bater palmas para o serviço público.

A privatização é um dos males desse momento vivido pelo país (capitalismo mais do que selvagem), quando uns bestiais acreditam que tudo o que é público deve ser passado para mãos privadas, ditas por eles mais eficientes. Precarizar tudo é o mote, para facilitar o serviço sujo. Na limpeza pública, por mais que o serviço tenha sua deficiência, o vejo audaz, eficiente e satisfatório. Percebo isso pelo que vi na eficiência da limpeza demonstrada pela empresa municipal e seus eficientes trabalhadores. Nas fotos aqui publicadas, principalmente no enfoque que procurei dar, não só para as ruas sujas, mas para o trabalhador na sua atividade, valorizo a todos e como o ali ocorrido foi executado por algo público, continuo defensor dessa e de muitas outras atividades nas mãos de órgãos públicos.

Isso tudo, para reforçar essas questões e também fazendo questão de continuar vendo o trabalhador mais valorizado, reconhecido e atendido quando trabalhando para empresas públicas, ainda respeitando leis trabalhistas, do que nas terceirizadas, outro mal do momento e a desgraçar com conquistas tão duramente conquistadas no passado e sendo esmerilhadas pelo golpista Governo de Michel Temer e seus asseclas. No congraçamento junto a esses servidores, nós festando e eles trabalhando, tivemos uma rara oportunidade de conhecer de perto como se dá essa primordial atividade, não só de limpeza, mas de saúde pública.

Não deixemos que a privatização alcance tudo à nossa volta, como querem os capitalistas e seus nefastos interesses.

domingo, 29 de maio de 2016

COMENDO PELAS BEIRADAS (19)


UMA FESTA DE ANIVERSÁRIO NA FEIRA – A FESTA SE FAZ É NA RUA
O palco da contenda...

Domingo quente, mas nem tanto, uma chuva que caiu a madrugada toda e insistiu em tentar afastar os convidados para uma inusitada festa de aniversário. O quente é por causa da possibilidade do congraçamento humano a ocorrer no meio da feira dominical da rua Gustavo Maciel, a maior da cidade e misturando-se com a Feira do Rolo, um dos maiores “mercado de pulgas” do interior paulista. Enquanto pululam pelos jornais indicações de festas variadas em locais ditos como points, tendo também sido inaugurado uma franquia com uma casa de eventos com a marca Xuxa, uma penca de intrépidos marca uma festa no meio da feira, numa choperia das mais improvisadas

Conto algo disso nas linhas seguintes.

Foi hoje, o dia todo, com tudo começando por volta das 11h, lá na choperia do Barba, ou também conhecido com Sanfoneiro, na esquina entre a Feira do Rolo, rua Julio Prestes e o começo da feira da Gustavo. Choveu e garoou até pouco antes desse horário e depois, quando o pessoal começou a chegar não mais, daí o tempo estiou de vez. Muitos desistiram de sair da toca, mas o que enfrentaram as intempéries com fervor acabaram se dando bem, pois a alegria reinou.
A esquina do chopp na feira.

Queríamos comemorar o aniversário da "Bonita, Desbocada e do Bar" (esse slogan foi dado pela própria aniversariante em oposição ao da esposa do golpista Michel Temer, que foi tachada pela revista Veja como “Bonita, Recatada e do Lar), nossa querida Fatima Brasilia Faria e num lugar diferente. Juntou-se o útil ao agradável, pois como ela queria conhecer um lugar já muito comentado, uma choperia no meio da feira, marcamos dela conhecer e quando chegar iria percebe que, uma festa estava montada para ali acontecer, não na parte interior do lugar, mas em plena esquina, com a feira rolando solta e era a dela.

Tento descrever o lugar. Barba é sanfoneiro, pessoa vivida e acabou indo morar ali no barracão na já famosa esquina. Descolou um canto só seu no lugar e fez do resto um ponto de encontro de pessoas descoladas. Por fim, apareceu a Germania e ali acabou, ao seu modo e jeito se transformando numa choperia artesanal, foi pegando o jeito da feira e acabou se transformando em uma de suas atrações, com sucos naturais, cerveja e o chopp, também com opção do tal chopp de vinho. Eu circulo sempre que posso e a cada retorno levo mais amigos e amigas. Semana passada assim se deu, Fatima ficou interessada em conhecer e como fez anos no sábado, sem que ela percebesse marcamos algo com alguns mais diletos.
O sanfoneiro alegrou a fuzarca.

A chuva atrapalhou um pouco, pois mais de 50 ali passariam, mas com a estiada, pelo menos uns 30 por ali deram o ar da graça. Foi chegando gente e só não vieram mais, pelo simples motivo de serem um cagões e terem medo de chuva. Até um bolo apareceu e num certo momento o dono do estabelecimento aparece com sua sanfona e toca o Parabéns, além de forró e até uma daquelas caprichadas gaúchas. Depois até o samba enredo da Coroa Imperial foi tocado na sanfona e tudo isso em plena feira, com uns tirando outros para dançarem. O choop da Germânia é dos melhores, sempre servido geladinho, no ponto, preço convidativo e o pessoal da casa recebendo muito bem os forasteiros.

Como todos os presentes eram contrários ao golpe do Temer & Cia, claro que uns cartazes e faixas enfeitaram as paredes do lugar. O furdunço foi rolando e se estendeu até por volta das 15h, quando uma mandiocada foi servida para encerrar com grande pompa o evento. Satisfeitos e de barriga cheia todos foram para a Nações a tempo de assistir o show da Wanderléa e depois o do Cláudio Zolli, com mais uma parada para as recauchutagens de praxe, dessa vez no Convívio. Foi isso e muito mais e Fátima acompanhando tudo do começo ao fim, ou até quando aguentou.

De tudo, algo sempre se sobressai e tento contar aqui. Desses todos aqui visualizados nas fotos, algo em comum o gostar da rua, das atividades fora de quatro paredes, do contato com gente, reencontrar pessoas e estabelecer novas conversas. E como isso só é possível nas ruas, bares, esquinas, ou seja, lugares como esse é o que sempre é buscado para nossos convescotes.
Um bolo e os comensais misturaram doce com cevada.
Eu e Fátima e o único constrangimento da festa, ela acabou pagando mesmo a conta.

sábado, 28 de maio de 2016

DICAS (148)


MISCELÂNIA SABADAL, CADA COISA QUE ATÉ O DIABO (ANJOS TAMBÉM) GOSTA...


1.) A PROVA DOS NOVE QUE FALTAVA PARA COMPROVAR O GOLPE FOI DADO E A MELHOR REVISTA SEMANAL BRASILEIRA, CARTA CAPITAL ESCLARECE O JOGO - Eis o motivo porque tenho a absoluta certeza dela ser a única, dentre as semanais com lisura para nos mostrar o que de fato ocorre no país. A edição chega às bancas de Bauru no domingo pela manhã e, percebam, olhando para as bancas bauruenses lá pela quarta feira de cada semana, é a única que esgota. As demais encalham e isso, lindo sinal de que a mentira está encalhada e a verdade flui. Boas leituras, primeiro com o áudio de Mino Carta, seu editor chefe, anunciando o recheio da edição semanal.
https://www.facebook.com/CartaCapital/videos/1140342262653853/
Dicas do HPA

2.) NÃO EXISTE O QUE DISCUTIR - PUNIÇÃO E REPÚDIO PARA QUALQUER TIPO DE ESTUPRO
Não tem como contemporizar nessa questão. Fez ou defende algo nesse sentido é criminoso e precisa ser punido.


3.) FOI ASSIM
TENTE TER UM BOM DIA CIENTE DE QUE TRAMARAM NÃO SÓ CONTRA O GOVERNO DILMA, MAS CONTRA O BRASIL. E TENTAM SE LIVRAR DOS SEUS DESMANDOS. ATÉ QUANDO???
Belas reflexões para serem feitas diante de um final de semana se aproximando. E diante disso tudo, festival de delações a empodrecer o golpe, eis uma abalizada opinião sobre o esmerdalhamento da nação: “O POVO BRASILEIRO NÃO PODE CONTINUAR COM SANGUE DE BARATA NA VEIA, FRENTE A ESSES FATOS DE LADROAGENS DESMEDIDAS, QUE SANGRAM O NOSSO BOLSO E A NOSSA ALMA! Se não podemos confiar na Justiça deste país, confiaremos na SUBVERSÃO DA ORDEM!
- Praticaremos a desobediência civil a essa ordem estabelecida por quem está sem moral, sem ética, sem pudor e sem vergonha na cara!
- Faremos uma Revolução sangrenta contra esses lacaios golpistas e seus coniventes todos!
CHEGA DE ENGANAÇÃO!”, Duílio Duka de Souza, professor aposentado da rede pública estadual.


4.) ESSA É PARA QUEM, COMO EU, ACORDA COM UMA VONTADE INCONTROLÁVEL DE BOTAR O BLOCO NA RUA:
http://www.momondo.com.br/inspiracao/feiras-em-sp/…

5.)
REGISTROS DO COTIDIANO DA ALDEIA BAURUENSE
Parado no sinal algo me chama a atenção no carro da frente. Saco rapidamente da máquina fotográfica e, pronto, um click, onde registro o adesivo ocupando quase toda sua parte traseira. Publico aqui, pois esse negócio de pais é mesmo grandioso, fazendo com que a gente saia do prumo e explicite isso, desse amor, para tudo e todos. Lembrei-me do meu na hora.



6.) ENCERRANDO AS QUESTIÚNCULAS DO DIA - BARRIGUDINHOS DE PLANTÃO
Já é tarde, estou arriando as bandeiras e me recolhendo para leituras variadas, ficar um bocadinho a mais ao lado da pessoa amada (amanhã teremos chopada e ato anti golpe na feira, depois Wanderléia e Cláudio Zolli na Virada Cultural), quero espiar um joguinho de bola (olha o Santa Cruz aí gente, líder do campeonato...) e ao fazê-lo, deixo firmado que não estou entregando os pontos, mas está a coisa mais difícil desse mundo perder uma barriguinha conquistada ao longo dos últimos anos. Não acho a coisa mais natural desse mundo conviver com a dita cuja. Tento ao meu modo e jeito dar um cabo dela, mas diante das dificuldades, comprei uma camiseta vistosa anos atrás quando em viagem para Buenos Aires, na Feira de San Telmo, uma com algo do qual assumo, mas não entrego os pontos. Nela está escrito: "UN HOMBRE SIN PANZA ES COMO UN CIELO SIN ESTRELLA"

Para tentar sanar tal problema conjuntamente compartilho a foto com alguns amigos sofrendo e padecendo do mesmo mal. O que fazer? Vamos nos ajudar coletivamente. Percebam que não compartilho o tacanho texto com nenhuma mulher, pois não seria louco de citar algumas delas como detentora desse problema. Seria crucificado e colocado num index sem possibilidade de volta. Daí, fico só entre os homens, pois entre nós nos entendemos (será?). Abracitos não golpistas para tudo, todas e todos.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

ALFINETADA (145)


MEUS TEXTOS NO SEMANÁRIO ALFINETE – FEVEREIRO E MARÇO DE 2004

Hoje a reprodução de setes dos primeiros meses do ano de 2004:

Edição 258 - nº 188 – Uma pesquisado Balacobaco - 14/02/2004


Edição 259 - nº 189 – O Carnaval acabou, Viva o Carnaval! - 21/02/2004
Edição 260 - nº 190 – Drogas livres e desimpedidas - 28/02/2004
Edição 261 - nº 191 – Gente do Lado de Cá:: Epaminondas - 06/03/2004
Edição 263 - nº 192 – O preço dos combustíveis - 20/03/2004
Edição 264 - nº 193 – Gente do lado de cá: Maringoni - 27/03/2004
Edição 265 – nº 194 – Cultura Popular mais do que necessária – 03/04/2004
No mês que vem tem mais. Até lá.
HPA

quinta-feira, 26 de maio de 2016

UM LUGAR POR AÍ (81)


VAGAR SEM OBJETIVO PELOS MAIS VARIADOS CANTOS E COM A CIDADE AOS NOSSOS PÉS, EIS UM DOS PRAZERES DA VIDA (MUNDANA OU NÃO) – LIÇÕES DE CARERI
Sábado passado, lá pelas nove e tanto da manhã, estou subindo a rua Antonio Alves, cruzando com a linha férrea e ali um agrupamento de pessoas. Percebo serem estudantes. Espio e vejo ali tirando uma foto deles um professor de História, o Fabio Paride Pallotta (com dois eles e dois tes, como me ensinou). O melhor das aulas do Fábio deve ser essas incursões pelos pontos históricos de Bauru, quando ele desvenda o já trilhado tempos atrás, reconta tudo ao seu modo e jeito. A imaginação viaja para lugares inimagináveis em momentos como esse. Tempos atrás ele me convidou para fazer essas tours, e de bicicleta, mas despreparado como ando, fugi da raia, pois teria problemas cardíacos na certa. Ele faz o que todos nós deveríamos fazer mais e mais, andar pela aí, a pé e vendo cada cantinho e por todos os lugares. Enfim, andar é o que nos move, a divagação é mais do que necessária. Nada como os seres andantes, os que conseguem deixar o meio "quatro rodas" de lado e se colocam a andar.

Escrevo isso tudo após saber do lançamento de um livro do italiano Francesco Careri, o “Walkscapes” (editora G.Gilli, 190 págs, R$ 90). O danado é um contumaz andante e ele flana pelas ruelas todas de seu país e mundo afora. Nada melhor do que isso. Por onde andemos, andanças mil, gastando muita sola de sapato. Quando sei que vou viajar para outras paragens até me preparo, pois o que mais gosto são as andanças. O flâneur é algo inebriante, do qual não arredo pé e por todos os lugares por onde já perambulei. Quando estive em Cuba, 30 dias de andanças, voltei com os pés e canelas parecendo uma batata, inchadas de tanto andar, cada dia mais e como não parei, ao voltar, necessitei de um descanso de quase outros dias para recuperação. Mas valeu a pena, foram mais de 5000 fotos relembrando as andanças todas. Não se deve abdicar do prazer da caminhada em hipótese alguma. Quando você consegue aliar o prazer da caminhada com um propósito cultural, daí então a coisa toma uma proporção sem tamanho.

Os italianos chamam isso, Careri um deles, de “andare a zonzo”, que nada mais é do que o incomensurável prazer de bater perna, perder tempo (ou ganhar, sei lá!) zanzando de um lugar para outro. Em todas minhas idas e vindas para o Rio de Janeiro, na maioria das vezes a trabalho, o melhor de tudo são sempre as andanças, ali no centro velho, como nos subúrbios. Numa das idas que tive o prazer de fazer em Bueno Aires, num ano tracei como meta (e cumpri) fazer o roteiro dos lugares, todos com placas, das residências onde haviam sido sequestradas pessoas durante o regime militar. O argentino demarcou esses lugares e na placa um pouco de cada situação de agressão ao semelhante. Imagine a cena (sempre a pé) e após a leitura, eu me colocando na situação do ali detido, viajando no tempo e no espaço. Esse negócio de ter a cidade aos nossos pés é de uma sapiência que não tem tamanho. Um prazer incomensurável, inenarrável.

Pois, o italiano Careri afirma que as ruas são a sua verdadeira oficina experimental e faz dela seu campo de prazer andante e também de estudo. Uniu o útil ao agradável e quando isso ocorre o orgasmo é certo. “O ato de atravessar o espaço nasce da necessidade natural de mover-se para encontrar alimento e informações necessárias para a própria sobrevivência. Mas, uma vez satisfeitas as exigências primárias, o caminhar transformou-se numa fórmula simbólica que tem permitido que o homem habite o mundo. Modificando os significados do espaço atravessado, o percurso foi a primeira ação estética que penetrou o território do caos, construindo aí uma nova ordem sob a qual se tem desenvolvido a arquitetura dos objetos situados”, escreve Careri em sua obra (não lida por mim, mas resenhada na edição 902 da revista Carta Capital, da qual extraio o tema desse escrito de minha lavra). Outra fonte inspiradora para divagar sobre o tema foi ao tomar conhecimento de que o artista Hélio Oiticica, flanou muito usando como lema isso do “vazio pleno”, quando vagava (olha que termo gostoso) pelos subúrbios cariocas, com um hábito dos mais salutares: o de pegar um ônibus sem rumo e prumo, só para ver onde daria o seu ponto final.

O negócio então, para mim, para Careri, Oiticica e também o Pallotta é fazer cada vez mais e mais uma série de muitas excursões por lugares dito importantes, com histórias para contar, possibilitando viagens mil e também pelos mais banais, pois nem tudo deve ser levado a sério em andanças. Imagine um desembarque na Mooca paulistana, você solto por ali, ou na Lapa carioca, ou no Pelourinho baiano, na zona portuária de Recife, no Bomfim portoalegrense, na velha Havana, no Harlem nova-iorquino, no colorido bairro nos arredores do estádio do Boca em Buenos Aires, pelos paralelepípedos de Paraty, Lago da Ordem curitibana, beiradas do Sena francês ou mesmo arredores do cais de Porto Principe, fazer a trilha de morte do Che na Bolívia, adentrar Paraisópolis, ir ao Piscinão de Ramos (eu já fui e você?) e arredores, assim como fazer o mesmo que o Pallota sempre faz, andar pelos trilhos urbanos de Bauru (em grupo sem nenhum perigo). O convite está mais do que feito, daqui por diante, quando não estiver combatendo o golpe branco dos Temer da vida, estarei envolvido com minhas leituras acadêmicas e também nessas andanças variadas e múltiplas, forma maravilhosa de se recarregar. Vamos?

quarta-feira, 25 de maio de 2016

FRASES (143)


AS NECESSÁRIAS PROVOCAÇÕES E UMA RESPOSTA A MIM COM O DEVIDO ESMERO
Instigo muito dos que comigo debatem. Alguns já acostumados, travamos intenso diálogo. Um desses, uma provocação, acredito quer a resposta mereça publicação, tudo para sentir o que antes era crítica, hoje, com o novíssimo Governo golpista em curso e com as seguidas trapalhadas, pisadas na bola e malefícios já causados ao país, uma espécie de revisão de posições.
Silvio Max é o professor Silvio Maximino, diretor da Batra, uma entidade com fins de propor a defesa da livre iniciativa e apoiar o neoliberalismo, o capitalismo, as leis do mercado, enfim, o deus dinheiro como única saída para tudo e todos. No fundo é isso, sem tirar nem por. Eu e Silvio já trocamos ideias e até algumas farpas em tentativas de anteriores debates. Vejam isso de 2013: http://mafuadohpa.blogspot.com.br/…/musica-103-o-conservado….

Recebo dele via e-mail um texto curto com indicação de link para leitura: “ Artigo muito interessante sobre o desempenho da CGU, ao longo do governo Lula e Dilma , e a expectativa sobre as mudanças propostas.http://piaui.folha.uol.com.br/…/as-contradicoes-de-lula-no…/ Abs – Silvio Max”.

Respondo com uma provocação, bem ao nosso estilo, um já acostumado com o outro: “Silvio - Ótimo momento para reflexões da parte de quem apoiou o golpe e os golpistas: o que está achando disso tudo? Já está com saudades de Dilma ou ainda se faz necessário um pouco mais de maldades para capitular? Baita abracito do HPA”.

Sua resposta, como faz quando cutucado vem longa e com sua reprodução, acredito estar ampliando o debate com muitos dos que eram contumazes críticos só do PT e hoje, diante dos fatos novos, já ponderam. A seguir a resposta:

“Meu caro Henrique: momento de reflexão sem dúvida. De minha parte, nunca apoiei, nem por um dia, o impeachment dessa PresidENTE. Como apreciador de um bom jogo de xadrez, sei que nunca devemos olhar apenas para o próximo lance de peças, mas antever vários movimentos adiante. E adiante o que se via não era nada bom. Mas a Dilma TINHA QUE FICAR!! Precisava muito ficar até o último dia, essa era a minha torcida! Ela precisava muito ficar, para que tivesse tempo hábil para que, com sua habitual inabilidade, conseguisse enterrar completamente qualquer mínima chance de reeleger qualquer outro sucessor petista nas próximas décadas. Ela precisa muito ficar para provar pela segunda vez, sua absoluta incompetência administrativa... até que o mais fanático lulo-dilmista pudesse ter a chance de se arrepender amargamente por ter um dia defendido essa súcia. Com a saída da absolutamente incompetente Dilma, resta ainda uma patética pose de mártir, ao lado dos farrapos daquela bandeira de "projeto social", que no fim se resumiu à compra institucionalizada de votos, via bolsas-isso e bolsas-aquilo...
Reflexão sobre os "golpistas": como sempre, fazendo sua oposição rasa e teatral de sempre. Desde as primeiras denúncias do mensalão, se tivéssemos oposição de verdade, Lula (O Que Não Sabia de Nada) não teria terminado sequer seu primeiro mandato. Reflexão sobre os partidos de Esquerda no Brasil: criminosos por omissão, financiadores e fiadores morais, ora da incompetência administrativa, ora da politicalha da pior espécie, no melhor estilo maquiavélico de governar, onde os fins sempre justificam os meios. Mas já estamos vendo o desfile dos "arrependidos tardios" por todos os cantos... a maioria tentando salvar a própria pele e uns poucos quiçá, a própria consciência... isso se vê lá em Brasília e se vê aqui em Bauru, como você tem acompanhado... PMDB é (e sempre foi) a prostituta-mor do Planalto Central, desde os idos da década de 60: deita-se com quem pagar mais, e até que o leite gordo não seque... E é justamente essa turma de 'alto gabarito' (aliados de Lula, Dilma e da Esquerda brasileira até mês passado) que assume... Portanto, não se preocupe tanto mais além do que já tem se preocupado, Henrique! Nada mudou realmente. O país continua nas mãos das mesmas elites que, aliás, nunca, eu repito, NUNCA saíram do Poder nesse país. A Esquerda brasileira, como já lhe disse noutra oportunidade, lamentavelmente perdeu sua grande e histórica chance de fazer a diferença, de fazer diferente.
Preferiu os mesmos métodos espúrios, os mesmos aliados espúrios. Agora purgará pelos seus pecados, juntamente com o povo que ajudou a ludibriar nos últimos 15 anos. Eu também espero realmente que a Esquerda e a Pseudo-esquerda estejam muito reflexivos nesse lamentável momento de nossa História. Forte abraço, Henrique! Sempre bom dialogar contigo.”.

Minha última resposta segue curta: “Silvio, o que mais será necessário para ter a certeza, mesmo sem ter a coragem de assumir publicamente que, o que está vindo aí é tudo o que defendia num Governo no país e não gente do PT, como diz, querendo fugir da raia. Assuma que os que defende, pelo pouco já apresentado, a completa destruição de tudo o que foi duramente conquistado é o caos estabelecido. Se ainda não está completamente convencido, sou paciente, espero mais um mês e voltamos a conversar e repito a mesma pergunta inicial. Veremos sua resposta. Baita abracito de um convencido de que, quando ela voltar, sem as amarras dos que com ela esteve até agora na tal da governabilidade, poderá de fato revelar seu outro lado e atender as reivindicações dos seus eleitores de fato. Em um mês te procuro para novo embate.”.

E sai de cena, pois ninguém é de ferro e hoje, véspera de feriado prolongado. Bye...

terça-feira, 24 de maio de 2016

O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (76)


A EXPOSIÇÃO COM AS FOTOS DO PARA-QUEDAS EM PANO, MARAVILHAS DO RUI ZILNET EXPOSTAS – O TIPO POPULAR NO CENTRO DOS ACONTECIMENTOS
Eu sempre gostei demais desse Festival Internacional de Teatro de Bonecos, nesse ano completando a 6ª edição. Dentre as muitas homenagens rolando esse ano, uma me chama em especial a atenção. No hall do Teatro Municipal, o palco principal do festival, existem outras exposições, mas um delas retrata algo mais do que marcante dessa aldeia bauruense. Trata-se da "PARA-QUEDAS – SALTO CONTRÁRIO – FOTOS DE RUI ZILNET". Ambas as coisas me comovem muito, primeiro, a trajetória de vida e a história vivenciada pelo eterno palhaço das ruas bauruenses, um que ao lado de sua Nega Maluca dançava defronte muitas lojas no centro da cidade, num trabalho realizado por ele, seu ganha pão, após ter seu circo fechado. Ele, com um microfone numa mão e noutra segurando sua nega, em peripécias mil e algo que, nunca mais sai da memória de quem tenha presenciado a cena. Na outra ponta, Rui Zilnet, um fotógrafo mais do que profissional, desses raros, sensíveis até a medula e envolvidos com as coisas da rua de uma cidade, ou daquela onde passe ou viva. Da junção, só podia mesmo dar noque deu, uma bela exposição.

A história dessas fotos e de como foram tiradas é algo que só mesmo ele pode contar nos seus detalhes. Envolve também Mariza Basso e um convite para ele fotografar Para-Quedas. Foi exatamente numa homenagem ao personagem em um dos festivais. Depois as fotos do Rui pipocaram pela aí, lindas e registrando o artista num dos momentos mais vibrantes e inebriantes de sua carreira de rua. Foi dessas para ficar registrada nos anais dos mais belos registros dos artistas de rua de Bauru, pois tiradas por alguém com a maestria do saber fotografar e diante de alguém sui-generis. Das fotos o Rui vai contar algo mais, tenho certeza e da exposição conto o que vi. Achei divinal a ideia de transportar as fotos em pano e não em papel fotográfico ou algo parecido. Isso também merece um relato e talvez Mariza o faça, explicando dos motivos de ter optado pelo pano. Para mim, um leigo no assunto, digo de cara, gostei. Aquilo tudo pendurado e balançando com o vento, me deu a impressão de ver o próprio palhaço voando com sua nega no meio da rua. Foi uma divagação meio que obrigatória, eu ali no meio delas todas, todas esvoaçantes numa tarde fria e uma se misturando com as outras, como se fundidas pelo vento.

A simplicidade me arrebata. O Para-Quedas sempre me arrebatou e uma das cenas mais tristes foi vê-lo já quase no final da vida, vendendo bilhetes de loteria pela rua. Quando não mais conseguia dançar com sua nega, algo precisava continuar sendo feito e os compromissos da vida saldados. O bilhete foi a saída. Quase igual o que presencio hoje pelas ruas da cidade quando me deparo com o Zé da Viola, músico da velha guarda, morando só ali perto do ex-Bancários e quando a coisa aperta saindo pelas ruas vendendo sorvetes. E hoje, com esse frio, como Zé faz para se virar? Talvez venda também bilhetes. Aí entra o papel dos sensíveis, desses fotógrafos que enxergam o algo mais além de suas lentes. Essa exposição muito me toca por causa disso e sei que rui faz muito disso hoje no Rio de Janeiro, onde mora. Dos dois personagens envolvidos, ambos já retratados por mim em textos aqui publicados e por essa Bauru tão cheia de gente com coisas boas para serem registradas e definitivamente demarcadas como patrimônio imaterial dessa cidade. A exposição, dentro de toda sua simplicidade muito me emociona pelo conjunto da coisa, essa junção unindo dois artistas e muito dessa sensibilidade de gente dando valor para esses magistrais artistas de rua.

O festival vai até dia 29 de maio e a exposição não sei se continua ou não, mas fica uma ideia para a Mariza e o Kyn Junior leva-la para outros cantos, escolas públicas, locais inusitados nos bairros, gente que, com certeza conhecia e muito o artista. Em tempo, leiam a explicação do significado do “Salto Contrário”, no banner, também de pano, reproduzido nas minhas fotos e saquem um pouco mais da lindeza das coisas mais simples serem merecedoras de muita pompa. Quem ainda não foi ver, vá, pois essa é minha dica para o feriado que se aproxima.

Para complementar seguem mais esses dois textos, escritos anos atrás, sobre esses dois personagens que gravitaram por Bauru, o Rui e o Fogaça, ambos originais e autênticos do Lado B de Bauru.

Do Rui já havia escrito isso:
RUI ZILNET é gaúcho, fotógrafo e jornalista, dos bons e de uma velha cepa, resistente e persistente, ainda encantando-se com temas que o fazem virar as questões do avesso. Começou a carreira no Rio de Janeiro, sendo um dos seus primeiros empregos a já extinta Última Hora. Sempre com uma máquina na mão fez história e tem muita coisa para contar. Acabou aportando em Bauru décadas atrás quando veio trabalhar para a Editora Abril, na experiência de lançarem a Vejinha Interior (a Abril era mais palatável). Ficou por aproximadamente três anos na cidade e por aqui fez amizades eternas, circulou pelos lugares mais marcantes e acabou por firmar um amor mais do que eterno por um tema que tem tudo a ver com a cidade, a ferrovia. Os laços com a cidade não se dissolveram com a partida e sempre volta, com o fez semanas atrás e num dia inteiro ficou a fotografar a degradação férrea do famoso entroncamento do passado. Foram mais de 800 fotos, mostrando cada detalhe de uma situação mais do que caótica. Rui faz isso não só para mostrar o que sabe fazer bem feito, tirar fotos, mas com o intuito de mover céu e terra para dar o seu quinhão possibilitando o retorno das ferrovias no Brasil. O Rui não para de querer buscar solução para isso tudo, inquieto e inquietante, pois expõe com clareza os males já feitos e insiste que solução existe. Instigante caminhar ao seu lado.”.

Do palhaço Para-quedas já havia escrito isso:
CARLOS ALFREDO FOGAÇA nasceu em 1943, portanto, ao falecer hoje estava com 72 anos. Padeceu por esses dias até encontrar vaga para tentar cuidar de sua delibitada saúde. Por fim, após ajuda de amigos, dentre eles Kyn Jr, da ATB, ele consegue algo no Hospital Estadual, mas já é tarde e ele hoje se foi bem cedinho. O famoso palhaço PARAQUEDAS voou para longe. Que trajetória de vida teve esse senhor, verdadeiramente das e nas ruas bauruenses. Artista de circo desde a mais tenra idade participou de algo além do seu personagem principal, o palhaço. Vivenciou o fim do Circo Teatro, que levava encenações variadas mundão afora. Quando lhe faltaram forças para continuar tocando o Circo Maíra e outros onde atuou e comandou, a necessidade o levou para tentar algo novo. Ia oferecer sua voz e com sua vestimenta de palhaço animava as lojas do centro da cidade. Quem não se recorda de vê-lo dançando com sua boneca de pixe ou nega maluca em frente de variadas lojas? Dançou até não mais poder. Quando encerrou de vez as apresentações, pois faltaram-lhe forças, padeceu um pouco mais, chegou a vender muito bilhete de loteria nesse período. Como todo bom artista, não tinha reserva suficiente para tocar a vida com dignidade. Chegou a doença e hoje o desfecho final. Paraquedas, aquele alegre e bonachão, barulhento, gozador, sempre alegre, cheio de gás, foi-se dessa para outra. Essa minha modesta homenagem para tão grande e magistral pessoa.”.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

RETRATOS DE BAURU (187)


CHICO MAIA E ALGO DOS ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS ENVOLVENDO SEU NOME E PROVÁVEL AFASTAMENTO DO PT*
*Escrevo na qualidade de petista que sou, pois fui recentemente refiliado, mesmo nunca tendo deixado de o ser na prática. Entendam esse texto como o de um petista escrevendo de outro, tentando entender o que fato está acontecendo nas hostes municipais do partido.

ANTONIO FRANCISCO MAIA DE OLIVEIRA cresceu lá pelas bandas de Foz do Iguaçu PR (nasceu em 1971), com pai baiano, trabalhando na usina de Itaipu no período de 77 a 82. Com sete anos sentou pela primeira vez num banco escolar e desde então foi tomando consciência da luta do trabalhador. Cresceu na lida e acompanhando a vida dura dos seus. Tudo o que faz, desde então, está de certa forma relacionado com a questão dessa luta, também a sua. Para cair no colo do Partido dos Trabalhadores foi algo mais do que natural. Ali se fez, vicejou e por fim, após andanças mil e uma formação feita com os pés no chão, galgou degrau por degrau, até chegar aos dias de hoje, quando está Secretário Municipal da Agricultura. Lembranças boas tem dessa formação, quando nos tempos da PUC Campinas, um professor, Juliano Maurício de Carvalho (hoje docente na Unesp Bauru), após muitas tentativas escolhe um nome que o seguirá vida afora, CHICO MAIA. Nem por Chico era conhecido, mas a partir daí, esse nome não mais o abandonou. Cravou em si e hoje são mais que unha e carne.

Chico aprendeu desde então algo que, também o acompanha vida afora, o ofício de saber construir um projeto e mais que isso, saber como encaminhar, o passo seguinte, o de sua viabilização. Virou catedrático na coisa. Tanto que o PT de Bauru o convida para participar do Governo de Rodrigo Agostinho PMDB, onde a vice petista Estela Almagro foi eleita. Nem é preciso falar muito para demonstrar ser ele um dos mais atuantes e desses que realmente cumprem as tais 40 horas semanais ali no toco. O danado faz e acontece e foi dia após dia se aperfeiçoando mais e mais. Hoje é referência no quesito Projetos, seus desdobramentos e encaminhamentos. Trabalha na Prefeitura de Bauru, cumpre sua carga horária e vai muito além dela, o que sempre fez com afinco, dedicação e disposição. Fora isso, dá aulas sobre o que entende em três faculdades locais, ministra palestras país afora e presta consultoria, muitas gratuitas, mas a maioria remunerada e sob contrato os mais variados.

“Uma coisa é o profissional trabalhando e outra é o militante”, diz quando inquerido sobre essa intensa e movimentada vida. Como profissional consultor, não escolhe clientes, mas os recusa quando o algo proposto não bate com sua forma de encarar o mundo, mas também não tem receio de trabalhar com gente fora de sua linha ideológica. “O arquiteto Oscar Niemeyer fez isso a vida toda e sem problemas. Faço a minha parte. Certa vez a Oficina Cultural, ligada ao PSDB me contratou para ministrar um curso sobre Estratégias de Captação e Elaboração de Projetos em 40 cidades diferentes. Fui e fiz bem feito o meu serviço, ensinei o que sabia a todos eles, a fazer bem feito”, diz. “Não tenho problemas com isso. O Ranieri da FIB já me contratou para resolver um projeto deles, algo pessoal, contratado. Fui lá e executei, com um resultado satisfatório, pois se tratava de algo bom para eles e para a cidade. Não misturo as coisas e não deixo de militar por causa disso. Vivo em acampamentos, em projetos sociais, nas feiras livres, nas ruas e nos bairros,envolvidos em projetos que a maioria desconhece”, conclui.

Essa sua forma de agir, sem medo de citar muitas outras experiências, tanto públicas como particulares. “Participei também de uma envolvendo o rio Batalha. Nenhuma secretaria municipal estava envolvida e por fim, foram obtidos 3 milhões para a recuperação do rio, algo que toda a comunidade vai ser beneficiada. Tenho orgulho de estar envolvido em algo dessa natureza. Nunca neguei, sou convidado por muitos administradores de outras cidades e sempre que posso tenho meu nome envolvido em muitas políticas públicas pelos mais diferentes lugares. Muita gente de variados partidos me chamam, o PC do B um deles. Um que recordo agora, o PRB, contratado para uma consultoria sobre como eles poderiam mostrar ao eleitor sobre conseguir recursos para viabilizar obras. Aqui em Bauru muitos pensam que o projeto da Arena esportiva, o Ginásio de Esportes está inviabilizado. Não, não está e pode vingar, por uma forma ou por outra, pública ou privada. Se for privada, existe uma porcentagem para quem o viabilizou, isso é regra, se for pública, já ganho para isso”, conta algo mais sobre sua atuação.

Falaria muito mais, mas fui até ele para saber sobre o processo de afastamento que o PT lhe impinge, por causa de uma decisão da Executiva provisória do partido na cidade, optando pela saída dos petistas do Governo. Deram-lhe 72 horas para sair do cargo, o que não foi feito e segundo soube por publicações nas redes sociais, o afastamento foi oficializado. “Não posso concordar com a forma como o processo foi encaminhado. Em nenhum momento fui comunicado por escrito, não existe notificação nenhuma a respeito, tudo verbal. Como posso ter ciência de algo que não existe de fato? De repente pode ser um fake e daí como ficamos? O que sei te relato, no domingo retrasado, 15/5, uma semana após o falecimento de minha mãe, a Estela Almagro me liga e convida para um almoço comunitário em sua casa. Não estava em condições, ainda em estado de choque, declinei do convite, algo natural. Jesus Garcia, presidente da Comissão provisória do partido liga na terça e me convida para café da manhã às 7h30 do dia seguinte, quarta, 18/05, onde diz algo do rompimento do PT com o Governo Municipal. Não tinha como ir, pois ministraria um curso de capacitação interna com mais de 40 profissionais me aguardando. Numa coletiva à imprensa, o PT local comunica o desligamento e pede exoneração imediata de todos os petistas nos quadros municipais. Sou pego de surpresa. Como podia fazê-lo limpando minhas gavetas em tão pouco tempo e com tantos projetos em andamento? Impossível, seria até irresponsabilidade de minha parte. Ligo para o prefeito, ele em Brasília, ouço depois uma nota na rádio Auri Verde sobre o prazo dado e decido escrever a nota repassada via redes sociais. Contesto o rito adotado, ou seja, não houve rito legal, nada por escrito. Não posso aceitar nada dessa forma, sem darem ouvidos para minhas justificativas, meu direito de defesa, os meus, do Alexandre e do Arnaldo, os dois outros na mesma situação”, conta em forma de desabafo, sem mágoas, mas querendo entender e esperando algo mais plausível, dentro das normas legalmente estabelecidas pelo partido, o qual milita desde sempre, o único em sua vida política.

Pergunto sobre quem já o procurou e ele me diz sem querer esconder nada. “Henrique, desses candidatos aí já conhecidos a prefeito, o Raul, Gazzetta, Darlene, Purini, Henrique e Clemente já conversaram comigo, vieram até mim. Sou uma pessoa pública e eles sabem o que faço e como faço. Vieram me dizer que precisam de mim, do meu trabalho, sem nenhum tipo de compromisso. No mínimo ouço, mas não existe nada mais além disso. Não encaminho pessoas, nem prováveis candidatos para serem atendidos por conhecidos locados em entidades. Acho normal ser procurado, todos sabem o que faço e se reconhecem isso, isso me enaltece, não me desmerece. Sou petista, todos o sabem e em todos os contatos isso sempre ficou bem claro e me procuram por causa do meu lado profissional. Semana passada o Xaides, ex-secretário municipal, professor da Unesp me convidou para dar um aval num projeto sobre patrimônio ferroviário, algo em andamento. Faço o que posso, quero ajudar, não me nego a isso, penso muito em Bauru”.

Chico aguarda ser comunicado, ao mesmo oficialmente, de forma escrita, regular, legal, para poder se defender numa instância onde possa minimamente ser ouvido, ter suas justificativas levadas em consideração. “Aqui na secretária já me questionaram disso, se sair, o que será feito dos projetos em andamento, dos ainda sendo viabilizados, todos eles em prol não do prefeito e da administração, mas da cidade de Bauru. São tantas coisas rolando por aí que, saindo de uma hora para outra e sem nada formal existindo, somente algo verbal, sinto-me no direito de reagir e buscar, primeiro entender o que de fato se passa, dos motivos disso tudo ocorrer e depois de inteirado, poder resolver tudo com a devida calma e sapiência”, conclui.

domingo, 22 de maio de 2016

RELATOS PONTENHOS / LATINOS (26)


COMO GOSTARIA DE CRUZAR COM CERTAS PESSOAS PARA PODER AJUDAR NA SONORA VAIA - SERRA EM BUENOS AIRES E TOMATO EM BAURU

Hoje, domingo, 22/5, tomo conhecimento pelo diário argentino (que leio diariamente via virtual - experimentem) Página 12, que o ministro, golpista de primeira mão JOSÉ SERRA estará visitando o país vizinho, a Argentina, com encontro marcado com o basura presidente Maurício Macri, quando tratarão de temas para melar de vez com o Mercosul, a Unasul e tudo o que, porventura possa significar união de países latino-americanos. O que farão de fato será defender os interesses dos norte-americanos e estudarem conjuntamente a melhor forma de favorecer a eles em tudo, com privatizações e acordos comerciais onde só um dos lados terá benefícios. Ou seja, algo vergonhoso para todos nós, ainda uma soberana nação (toc toc toc), mas já perdendo tudo o que de saudável até então possuía. O jornalista brasileiro ERIC NEPOMUCEMO traça, em espanhol, um perfil do encontro e do triste papel de ambos, Serra e Macri. Ler é entender um pouco mais da sórdida trama desse cruel golpe de estado ainda em curso no país e com alguma possibilidade de reversão, desde que o povo acorde e os bote todos para correr. Leiam o texto clicando a seguir:
http://www.pagina12.com.ar/…/elmun…/4-299932-2016-05-22.html

Ontem, estive nas ruas aqui em Bauru, vi algo grandioso contra o golpe, quando jovens entraram na frente da gravação de uma entrevista feita ao vivo pela TV TEM, afiliada da TV Globo, numa atividade do festival de Bonecos aqui realizado, com cartazes de Fora Temer e Globo Golpista. Esse o alento a mover esse país, uma resistência em curso. Passo num viaduto aqui perto de casa hoje pela manhã e lá, outra forma explícita de resistência, quando pichações encobrem um outdoor desses a enaltecer o lema de Temer do "trabalho a todo custo", devolvendo a realidade das ruas à bestialidade de tentarem enganar o povão. Ontem estive também no festival de Bonecos e lá me encontrei com um velho amigo, o argentino Victor Ávalos, conhecido como Tomato, artista de rua mundialmente famoso, morador dos arredores de Buenos Aires e um especialista em balões. Algo me incomodava nele, pois em todos os anos que aqui vinha para o Festival o ouvia reclamar de Cristina Kirchner e sempre uma espetada a mais em seu Governo. Fui ouvi-lo esse ano, o primeiro após a chegada dos neoliberais macristas ao governo do seu país. Ele, querendo se justificar, me disse algo assim: "Sempre achei que Cristina roubava, torci pela mudança e hoje vejo que Macri o faz muito mais e ainda com uma cruel diferença. Ela podia roubar, mas tinha projetos sociais, fazia algo para o povo, atendia alguns dos seus interesses e hoje, com Macri nada mais disso ocorre, ele ascabou com tudo o que existia e tudo é feito somente para o interesse dos ricos. E te digo, vocês brasileiros estão no mesmo caminho. Aqui acontecerá exatamente o mesmo que na Argentina, sem tirar nem por. Esses no poder hoje são muito piores que Cristina e Dilma". Não precisou dizer mais nada, havia entendido tudo.

Desabafos domingueiros de alguém que vai para a rua nesse exato momento, pois sabe que, por mais repercussão que possa existir em escritos via internet, nada substitui a presença nas ruas.