segunda-feira, 2 de maio de 2016

OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (86)


VOCÊ JÁ PENSOU EM AJUDAR NA SOBREVIVÊNCIA DA REVISTA DENTRO DE SUA LINHA DE PENSAMENTO? – O CASO CAROS AMIGOS E CARTA CAPITAL

“Enquanto houver o monopólio midiático não haverá democracia no nosso Brasil”, com essa chamada título a revista mensal Caros Amigos, com texto de página inteira publicada na última edição, a de número 229, maio 2016, pede uma contribuição mensal aos seus fiéis leitores e com o intuito de continuar resistindo e sobrevivendo nesses bicudos tempos. No link abaixo o texto na íntegra:http://www.carosamigos.com.br/index.php/contribua.

Reproduzo o mesmo e não paro de pensar em todas as demais na mesma linha e com os mesmos problemas. Muitos estão a fazer a mesma coisa, clamando para os leitores se solidarizarem com o conteúdo da publicação e havendo a identificação, dar seu quinhão de participação para manutenção do projeto. Não vejo problema nenhum nisso. Seria ótimo se algo dessa natureza se multiplicasse e os frutos fossem a multiplicação de publicações ao estilo da Caros Amigos.

A verdade é uma só hoje em dia; o mar não está para peixe e a sobrevivência cada vez mais difícil. Já dou o meu quinhão para a Caros comprando-a regularmente nas bancas todo mês. Faço a divulgação entre meus escritos sobre a importância de projetos nesse estilo perdurarem, se fortalecerem e não só sobreviverem, mas atravessar gerações. Mas, sei também, das dificuldades todas. Primeiro porque, mesmo o Brasil sendo um país continental até hoje não vingou um projeto de um jornal de esquerda abrangendo o país todo. Nunca vingou, mesmo com algumas tentativas feitas, todas fracassadas. Hoje, com tudo mais no campo virtual, essa dificuldade alcança a estratosfera. Mas o mercado da imprensa de papel resiste e persiste, o que me encanta, pois muitos são como eu adoram ler em papel e ainda não cairam de boca a leitura via virtual.

Assim como a Caros me padeço com a Carta Capital, essa semanal (a minha preferida) e a cada edição uma triste constatação, a da sensível diminuição no número de anunciantes. Credito isso a pressão do próprio mercado pela linha independente adotada, a atuando dentro de algo a assustar hoje em dia, a verdade factual dos fatos. Não entrou no jogo do mercado, problemas à vista. A Carta não pediu nada nesse sentido de contar com ajuda dos leitores, mas deve estar padecendo, mesmo sendo a melhor revista dentro do segmento semanal no país. Fala a verdade, é contra o golpe, defende a democracia e se posiciona contra essa bestialidade do mundo manada, todos de verde-amarelo seguindo como gado para o matadouro do pensamento único. Mino Carta, o editor da Carta faz questão de apregoar trabalhar com uma redação bem enxuta e o mesmo sei ocorre com a Caros, mas nem isso é prenúncio para escapar da famigerada crise.

Como seria bom se uma imensa legião de leitores comprassem de fato a briga pela manutenção dos títulos que tanto gostam e fazem sua cabeça. Faço a minha parte comprando a ambas, divulgando e incentivando sua leitura, mas sei ser pouco.
Tenho descoberto entre meus amigos muitos fazendo o mesmo, mas sei necessitarem de muito mais. Esse é o exato momento que, publicações ao estilo da Caros e da Carta necessitam serem incentivadas, pois são canais quase únicos na defesa do estado de direito, praticantes de um jornalismo à moda antiga, possibilitando pluralidade de pensamento, algo inimaginável na maioria das publicações brasileiras. O recado está dado, quem pensa e age dentro da concepção de esquerda precisa estar antenado e comprar, ajudar a manter a publicação liberta das amarras das leis do mercado, pois do contrário estaremos todos nas mãos dos que pensam e agem como gado, cordeirinhos e dóceis arautos do deus mercado e reprodutor de mentiras fabricadas para atender interesses dos patrões da mídia, os mesmos interesses dos atuais donos do poder no país. Se mais e mais gente se conscientizarem disso, revistas como essas duas seguirão existindo ad eternum. Pensemos no assunto.

Um comentário:

Anônimo disse...

São publicações importantes, sem o coronelismo midiático. Mas independente da contribuição de todos, os próprios anunciantes, que apóiam a ética no país, precisam prestigiar publicações jornalísticas isentas. Sem dúvida haverá retorno dessas publicações.
jornalista Mirna Monteiro