domingo, 4 de setembro de 2016

PRECONCEITO AO SAPO BARBUDO (106)


ODE POR “CARTA CAPITAL” E POR TUDO O QUE REPRESENTA NO MERCADO EDITORIAL BRASILEIRO*

* O escrito serve também para Caros Amigos e algumas outras.

Eu sei muito bem de todos os males que virão daqui por diante, um deles já bem mais do explícito, escrachado nas atitudes dos golpistas. A cotação de 18 anos para o filme Aquarius (agora rebaixada para 16 anos), só pelo fato de seu diretor e atores terem se posicionado contrário ao Golpe é um sinal bem claro do que virá pela frente. Retaliações de toda espécie e maneira. A designação de um funcionários exclusivo para ir identificando dentre todos os servidores federais, quem se posiciona contra o Golpe e, consequentemente, fazer a poda de tudo, desde promoções, remoções ou mera manutenção do emprego, outro bem evidente de que a onda de perseguições está só começando. Nos últimos dias nas ruas, nas manifestações de protesto, o pau comeu solto. Devemos estar mais do que preparados para esses novíssimos tempos, onde perseguições será a praxe.

Cito uma. A revista semanal Carta Capital, a única dentre as semanais atuando dentro da verdade factual dos fatos é um dos alvos principais dos golpistas no que eles denominam de “aos amigos tudo, aos inimigos a lei” e até um algo mais, a perseguição e o afastamento de anunciantes. Os meios são os mais diversos. Se você anuncia ali, pode não receber verba daqui, ou até uma averiguação mais detalhada na sua situação contábil. Tudo dentro da lei. Tem quem até queira ali anunciar, mas diante da realidade dos fatos, melhor manter distância. Carta Capital e algumas outras estão se transformando nos leprosos do Governo Golpista de Temer & Cia. Muitos para evitar problemas quando gente do estilo Serra está do outro lado, melhor não colocar a cara lá, pois o caldo, com certeza, engrossará do lado de cá.

Escrevo isso na qualidade de observador dos fatos. Compro a revista desde que se tornou semanal e sua linha editorial é sabidamente crítica. Pena por causa disso. Muitos dentro dos Governos petistas a acharam até ácida, pois não os bajulou em nenhum momento. Foi dura quando devia ser e isenta sempre, tanto para a crítica como para o elogio. No momento se faz necessário a defesa da legalidade, da democracia, de Dilma e de salvaguardar algo contra os evidentes retrocessos em curso. CC cumpre o seu papel e pena por causa disso. Na última edição somente um anúncio da iniciativa privada, o do Banco Itaú. Nada mais. Nenhuma publicação sobrevive dessa forma. Com a venda somente das bancas é impossível sobreviver financeiramente e isso é sabido “até pelas pedras do reino mineral”, repito e reforço usando frase, como apregoa sempre Mino Carta, editor chefe da revista.

Os críticos da revista, os que nunca a leram de fato insinuavam que ela sobrevivia de anúncios governamentais, portanto, chapa branca. O faziam por pura maldade, intenções malévolas. O que o governo petista fez acertadamente do dividir o bolo publicitário entre as tantas publicações existentes. Todas foram beneficiadas e até enxergo que, as que mais criticaram o Governo petista foram as mais beneficiadas. Hoje, basta ir a qualquer banca e olhar se isso continua acontecendo. Claro que não. Em CC nenhum anúncio governamental, mas nas demais, recheadas deles. E depois foi aquele Governo o ruim. Sabemos o que se passa, tempos nebulosos estão despontando no horizonte e nuvens carregadas ameaçam a livre imprensa. Quem não for a favor, prepare-se para o pior. Isonomia num momento e com gente como a que nos governam é pedir demais, pois o que sabem fazer e fazem que é uma maravilha é a retaliação, perseguição, pressão e massacre a quem pensa diferente.

Não sei se CC se preparou, mas o fato é que escrevo para sensibilizar quem de fato pode a olhar com os olhos, os de que o bom jornalismo não pode fenecer. Gostaria imensamente de poder dar um quinhão só meu para a revista, renovando a esperança de sua sobrevivência ad eternum, porém, não tenho como fazê-lo. De minha parte, compro dois exemplares semanais, um para mim e outro para o filho. E divulgo a cada semana a fala de Mino versando sobre o conteúdo da edição saindo nas bancas. No mais, esse escrito é no sentido de sensibilizar todos os ainda com a sanidade em sai, com o pensamento fluindo normalmente e discordando da bestialidade predominante com Temer & Cia no Governo. O que pode ser feito para revistas como Carta Capital não fenecerem? Qual o papel dos leitores nesse momento? Se possível até um movimento dos leitores em prol da revista, algo em busca de ampliar o leque de anunciantes e leitores. Queria poder pensar coletivamente sobre essas questões, a de já termos tão poucas publicações atuando dentro de uma linha editorial independente e de como podem sobreviver em tempos onde o predomínio é o da mediocridade, insanidade, iniquidade, perversidade e até mesmo desequilíbrio mental.

Comprá-la em banca ou mesmo assinar já é algo mais do que importante.

2 comentários:

Anônimo disse...

Infelizmente essa situação tende a piorar. Por outro lado, o pessoal do golpe estão andando no fio da navalha. Creio que dentro de pouco tempo a cada desses fascistas vai cair. Creio que a Carta Capital deve estar preparada para este período de sombras. Vamos vencer essa batalha. Viva a democracia!

Ademar Aleixo Camilo

Mafuá do HPA disse...

COMENTÁRIOS VIA FACEBOOK:

João Biano Henrique, ontem fomos assistir Aquarius. Arrebatador, intenso e necessário. A classificação do filme tem a ver com a classe mérdia alta afetada golpista que se reconheceu ali. Este filme vai continuar dando o que falar. Não perca. Vida longa à Carta Capital.

Henrique Perazzi de Aquino Deve chegar em Bauru semana que vem e preparo um texto sobre a especulação imobiliária que assola o Aeroclube de Bauru, onde ainda temos o verdadeiro aeroporto de Bauru e lá, algo igual ao mostrado no filme Aquarius, a predatória ação da especulação e tudo o que fazem para gananciosamente irem conquistando mais áreas. Na luta e Carta Capital sempre do lado bom disso tudo.


Ze Canella Carta Capital , Caros Amigos , HPAs ...... Seriedade ....

Ana Maria De Carvalho Guedes Essa edição está IMPERDÍVEL.