segunda-feira, 28 de novembro de 2016
COMENDO PELAS BEIRADAS (29)
OS CONCURSOS NÃO ADMITEM MAIS NINGUÉM NO BRASIL – MEU FILHO ME REVELA ALGO MAIS DESSES SOMBRIOS TEMPOS Amanheço ontem na estrada. Às 6h30 já estávamos na rodovia Bauru/Marília, eu e filho, o levando para prestar Concurso junto ao CREMESP. Seu segundo concurso em vida, estudou muito e está na ponta dos cascos. Fomos conversando sobre as dificuldades do Português (não do nosso descobridor, mas de nossa língua). Ele me mostra um roteiro com as maiores dificuldades que temos e já quero tirar uma cópia e ter esse rico manual para meu uso. Muita coisa não me entra mais na cabeça e quando demonstro preocupação com o uso indevido de algo, ele me acalma: “Pai, o principal hoje é se fazer entender, não ligue para escrever sempre certo. Nem Drummond, nem nenhum outro segue rigorosamente isso. Continue escrevendo do jeito que sempre fez e nada mudará.”. Já nem sei se vou mais tirar cópia do tal manual, pois com tanta coisa para me preocupar, imagina ter que ainda seguir regrinhas para escrevinhamentos. No meu caso não daria muito certo.
Viajar com o filho é desbravador por causa disso. Ele hoje lê muito mais que eu. Enxergo-me nele, pois devorava tudo com sua idade e tínhamos bons jornais, além d’O Pasquim e sem internet, facebook, livros eram ais saborosos. Ele encontra meio de sair das redes sociais e ler e isso me encanta. Falamos disso tudo. No meio de tantas conversas lhe faço a pergunta que não quer calar: “Filho, enfim, quantas vagas tem esse concurso que vai fazer?”. Ele me olha como se fosse o cara mais ignorante desse mundo (acho que o sou mesmo) e revela algo que não sabia até então: “Pai, nenhum concurso hoje em dia tem mais vaga alguma, nós continuamos prestando, sonhando com passar e um dia assumir, mas todos hoje são meramente listas de espera. Nenhuma empresa pública ou similar está contratando, mesmo tendo necessidade. Elas estão na defensiva, os concursos continuam e quem passa fica esperando um dia eles acharem uma brecha, aguardam instruções superiores dos tais que hoje nos governam.”.
Chegamos a Marília, imenso campus da UNIMAR e lá outra constatação. Aquela universidade hoje já não possui a mesma quantidade de alunos de antanho. Muitos prédios estão desocupados e juntam teias de aranha. Num deles, a saída foi alugar para a Paschoalotto, a mesma que atuam em Bauru e lá dois mil cobradores atuam junto aos estudantes. Olho para os lados e muita gente no tal concurso. Quanta esperança de conseguirem um emprego. Fico a observar a carinha de alguns deles, vejo esperança ali contida e para não passar mal, desvio o olhar e penso em outra coisa. O filho adentra sua sala e desço para rever Marília. Vou conhecer uma linda feira dominical ali na principal avenida da cidade, a Sampaio Vidal, onde de um lado da linha de trem que corta o centro da cidade, uma longa feira, como todas as que conhecemos e do outro, uma famosa por lá, a FERRO VELHO, mais organizada do que a nossa do Rolo (lá tem até sanitários disponíveis para a população).
Lá pelas 12h30 volto para UNIMAR, voltamos para Bauru e ele todo contente, pois diz ter ido muito bem. E daí voltamos pensando exatamente nisso. “Pai, aqui em Marília todos os inscritos de uma grande região, muitos de Bauru e pelo que comentávamos entre nós, para cada unidade da CREMESP, de nada adiantará passar abaixo do 4º ou no máximo 5º lugar. Mesmo esses, pouquíssimas possibilidades, os demais todos, praticamente sem nenhuma chance”, me diz. Chegamos a Bauru e vamos almoçar, quase 14h. Começo a pensar enquanto mastigo e tento digerir o que coloco no prato: “O que posso fazer por ele para o próximo ano?”. No meu caso, contumaz criador de caso, tive que inventar meus empregos, no dele, nem sei por onde começar. 2017 bate à nossa porta e isso me apoquenta. Será que a saída será mesmo o aeroporto? Veremos.
Desabafos do HPA
FEIRA FERRO VELHO - MARÍLIA SP Centro de Marília SP, prolongamento da avenida Sampaio Vidal e de um lado uma feira normal, como temos em todas as cidades e do outro, uma nos moldes da nossa Feira do Rolo. Lá com outro nome, FERRO VELHO e ocorrendo na horizontal, ladeando a linda do trem e até com sanitários instalados pela Prefeitura para não deixar o povo em maus lençóis. Achei a feira deles maior e mais organizada que a nossa. Cada uma com sua especifidade e pelo que vi lá, acredito dê para incrementar um pouco mais a de Bauru. Do alto de uma passarela (propícia para fotos) tiro muitas fotos em posição privilegiada. É o que sei fazer em cidades por ode aporto, ir conhecendo algo mais do que rola pelas suas entranhas.
HOMENAGEM MAIS DO QUE JUSTA, 500 ANOS DE PURA ESBÓRNIA... Foi agorinha de pouco. Estava lá para ver a votação (sobrestada por 4 sessões) ocorrida na Câmara dos Vereadores de Bauru dos que querem acabar com festas em repúblicas, residencias, redutos populares e afins, só ocorrendo na cidade em lugares previamente autorizados, ou seja, festa no mafuá nunca mais se aprovarem a lei. Bem, isso era uma coisa, mas vejo acontecendo lá algo e me coloco na fila do gargarejo para os devidos e efusivos aplausos: uma moção de aplauso para o Armazém Bar pelos seus 500 ANOS de funcionamento na cidade de Bauru. Claro que bati muita palma, gritei o nome dos dois e fiz questão de pedir uma foto junto deles no final do evento. Esses dois, o Paulo Armazen Penatti e a Valéria De Carvalho Costa, mais os filhos ali presentes são merecedores de todos nossos aplausos. Hilário, na apresentação feita pelo Nivaldo José, ele se enrolar na leitura de um dos nomes de banda famosa que já se apresentou por lá. Das duas uma, ou ele lendo o que estava escrito e não acreditando, fez questão de ler outra coisa ou ele não conhece mesmo os roqueiros do VELHAS VIRGENS. Fez parte da festa. Ao Paulo e a Valéria aquele abraço mais do que arroxado, sentido e com todo amor e carinho. Vocês são a casa mais mais mais de Bauru. Por sorte estava lá e pude bater palmas para vocês.
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