COLUNISTA FERNANDO PINHO NUNCA DEVE TER OUVIDO FALAR EM PAULO FREIRE A rádio bauruense Auriverde, 760 AM, termina a parte da tarde, pouco antes da entrada ao ar da Voz do Brasil, com um programa de cunho jornalístico de uma só via, onde apresenta colunistas dentro da linha de pensamento capitaneada pelo hoje diretor Alexandre Pittolli, não possibilitando discussões de outra linhagem política. Dia desses, um desses colunistas a se revezarem todo dia, ouço Fernando Pinho, se dizendo consultor para “Conjuntura e Mercado”, ou seja, segundo sua concepção não existe saída fora do que rege as tais leis estabelecidas pelo mercado e pelo cruel “deus dinheiro”. Sei que, ouve a rádio quem quer e se assim agem, continuando com a postura atual, devem ter audiência para tanto. Como nada mais no resta em Bauru em outros dials, ouço e desta forma, faço a crítica abaixo, na qualidade de ouvinte.
Estava ele confabulando com o plantonista do horário e num certo momento, desiludido com os destinos da nação, diferente do que sugere sua cabeça, soltou algo assim: “O país está assim muito pela forma como votam. Existem no país uns que nada entendem, não são nada cultos e mesmo assim votam e seu voto é válido”. Falou mais e por fim passou a ideia de que, somente aos ditos cultos deveriam ser concedido o direito do voto, aos demais, sobreviver e nada mais.
Esse é o Pinho... |
Comento me baseando no que conheço de um grandioso pesquisador e ainda pouco difundido em sua própria terra, o educador Paulo Freire. Educação, cultura, política e tudo o mais (inclusive a Economia) nunca deve se dar somente por uma práxis e quando assim ocorre, uma deformidade. Impossível falar de Paulo Freire sem ter lido sua obra. Eu li, descrevo algo e comparo com a linha de pensamento de gente como o tal Pinho. O diálogo sempre se dá e assim o entendo, numa relação sujeito/sujeito e não sujeito/objeto, ou seja, falar e ouvir. Mais que isso, não se deve encarar o semelhante como objeto e sim, como sujeito. No discurso do ódio não existe comunicação, ela é interrompida e só de uma via, mão única, sem possibilidade do outro falar, participar, atuar...
O que vejo no discurso de gente como o Pinho é muito simples. É a substituição da ideia de massa, pela ideia pessoal, ela deve prevalecer, sempre e sempre. Gente assim não entende como pode ser contrariado, como ele com tanto estudo pode ser contrariado por alguém com pouco ou sem nenhum estudo. Para Paulo Freire não existe diálogo com pensar crítico de A + B e sim, de A e B, sempre um respeitando e dando valor ao outro. O sujeito hoje é moldado para não atuar mais coletivamente, mas pelo individual. Ou seja, a minha comunicação sempre é melhor que a do outro. Se eu falo mais bonito que você, com certeza a minha opinião é mais abalizada que a sua. Ou seja, a sua não vale nada diante da minha. Querer condicionar tudo segundo a sua própria conveniência é, em princípio, não respeitar o semelhante. Para Freire, mesmo sabendo mais, o professor não é o melhor. Deve saber ouvir e compartilhar, dividir conhecimento, somar e não excluir.
Cada vez mais se deve abominar o ter opinião formada sobre tudo. Ter opinião não é o problema, ruim é ter uma engessada opinião, uma acima de tudo. A transformação da sociedade é um longo processo social. A sociedade não é neutra e a sabedoria é não desmerecer o outro. Quando se enxerga aproveitamentos no conteúdo apresentado pelo outro, tudo avança mais democraticamente. Quando se olha para outro como o ruim e para a própria face (haja espelho) como o certo, não existe respeito. Não se faz necessário ser neutro, pois ninguém o é, mas é importante ser transparente. Estudar Paulo Freire é buscar algo emancipador para o ser humano, enfim, por que o tempo todo eu tenho que manter a mesma opinião?
Para encerrar, proponho levar um livrinho de Paulo Freire para o tal do Fernando Pinho, se ele aceitar, já será um começo, pois nem eu, nem tu, nem o rabo do tatu somos os donos da verdade. Basta de Economia e economistas desumanizados!
Um comentário:
ALGUNS DOS COMENTÁRIOS VIA FACEBOOK:
Roque Ferreira O elites brasileiras que há nasceram decadentes, e o voto no Brasil era garantido aos que tinham patrimônio. Nada de novo meu caro Henrique.
Gilberto Truijo NÃO OUÇO ESSA EMISSORA E JÁ FAZ MUITO TEMPO.
Jaime Prado Meu amigo Henrique tem tantos desse tipo que se julgam sabedores são os falsos intelectuais que a gente vê por ai da nojo de ouvir asneiras diga a ele se sabe o que acontece no dia 14 de outubro de 1951 no Palácio do Catete no Rio de Janeiro. Jaime Prado Bauru SP
Fatima Brasilia Faria Também não me dou ao trabalho de sintonizar....
Luiz Felipe Não é aquela rádio comprada com dinheiro de Furnas?
Gilberto Truijo KKKKKKK
Henrique Perazzi de Aquino Exatamente...
Jaime Prado Caro amigo Henrique pergunta para cidadão o que aconteceu no Brasil no dia 14 de outubro de 1951 no Rio de Janeiro que Lei Federal foi assinada rs
Henrique Perazzi de Aquino e agente pensava que conseguiria um espaço para um programa realmente comunitário lá na rádio do Tião Camargo, mas para decepção geral, até ele já pulou fora da experiência lá. Acéfalos total, pois as rádios atuais atuam pela via de mão única...
Gilberto Truijo QUERO OUVIR UMA RADIO INDEPENDENTE EM BAURU, QUE TENHA DEBATE LIVRE E OUÇA A POPULAÇÃO, CHEGA DE RADIOS CONVENCIONAIS E COMUNITÁRIAS QUE SEGUEM UM MESMO CAMINHO.
Gilberto Truijo POR SER PUBLICA A RADIO UNESP FM É A MELHOR.
Aparecido Ribeiro Esse mané esquece que quem sustenta a sua audiência, é justamente esse manipulado, que nas entre linhas, detesta.
Jaime Prado Como tem falsos intelectuais por ai amigos querendo dar um de SABIDÃO da nojo isso.
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