segunda-feira, 26 de junho de 2017
PRECONCEITO AO SAPO BARBUDO (115)
UM LANCE ASSIM DE ‘QUASE’ RACISMO NO FEIRÃO DOS IMÓVEIS BAURU Essa cidade, estado e país não são mesmo nada racistas. Tudo invenção da mente de gente pervertida e despirocada, desses que não tem nada mais o que fazer. Mera ilusão de ótica (ou de foco). Sábado á tarde, eu e a sogra vamos perambular pela badalada FEIRA DOS IMÓVEIS DE BAURU, no recinto do estacionamento do Bauru Shopping. Eu com uma vistosa camiseta tendo o Che Guevara na estampa central e ela, negra retinta no alto dos seus 80 anos e empurrada por mim numa cadeira de rodas. Somos intrepidamente ignorados, enfim, pudera, o que uma dupla dentro de envergadura desta natureza poderia vir a querer numa feira voltada para aquisição de imóveis? Enfim, socialista e guevarista pode querer comprar imóvel? E negra? Assim mesmo tentamos. Por fim, escolhemos um incauto e foi-lhe dito sobre o que a motivava ali naquele lugar: informações sobre um apartamento de 3 quartos, na Zona Sul da cidade e com mais de 100 metros quadrados de área. Espanto e uma espécie de constrangimento na face do imodesto corretor, diria, uma sonora engasgada. Ele, constato, não sabia ao certo o que fazer, como agir, se dava uma sonora risada ou nos atendia tentando manter as aparências. Por fim, saiu-se com algo sobre um provável valor, bem inferior ao mínimo possível para algo da natureza do proposto. Quando lhe dissemos ser baixo demais, daí o espanto se generalizou, pois deve ter achado que estávamos, o branquelo e a velhusca negra, a tirar sarro com sua cara (de tacho) de bonachão. Não conseguíamos avançar na conversa, pois havia uma trava, um empecilho maior, um impedimento, uma barreira, um muro, uma separação sepulcral entre as partes. Um velado e intransponível pisar em ovos. Percebemos, por fim, que a feira era só e tão somente para novas aquisições e para imóveis de metragem menor. Desistimos da pesquisa dela ver preços para ter algo só seu por aqui. Fomos para uma loja de acabamento, mas não fomos sequer notados. Sabe o que fizemos? Batemos em retirada. Hoje, terça, ela visita alguns imóveis tendo como parceira uma linda corretora, negra como ela, atenciosa como poucas, bem mais atenta, dessas compreendendo que a cor não é sinal de resistência e de desconfianças. Ela procura imóvel, mas ainda não sabe ao certo se por aqui deve também fazer uma pesquisa entre os demais moradores do lugar, uma espécie de tentar evitar problemas, onde iria se certificar de que, sendo esse novo morador negro, poderia ousar querer morar junto deles, os brancos, sem nenhum tipo de problema.
OBS.: A foto é meramente ilustrativa e não representa o local visitado e palco do acontecimento aqui narrado.
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