A resistência em Bauru tem nome, endereço fixo e está localizada na Esquina da Resistência, cruzamento do Calçadão, Batista de Carvalho com Treze de Maio. Hoje, ante-véspera (o golpe se deu em 1º de abril de 64, dia da mentira), sábado, dia de povo nas ruas, o melhor local para demonstrar a insatisfação dos que ousam comemorar o Golpe de 64 é indo pras ruas e se posicionando na esquina já demarcada como território livre e soberano dos libertários desta terra, que alguns insistem em denominar com "sem limites". Nas fotos um bocadinho do que foi o ato em Desagravo à bestialidade do que fizeram ao país em 64 e querem (ou melhor, estão) repetir neste exato momento com o desGoverno dos Bolsotários. Botar o bloco nas ruas sem medo de colocar a cara para bater é o que fizeram alguns dos aqui retratados. O mundo precisa é da ação dos corajosos e dos que estão predispostos a não esmorecer, resistir e enfrentando o touro a unha. É o que muitos fazem nas 24h do dia e da noite. Registrei algo do ato e aqui publico como forma de demonstrar que, em Bauru, mesmo boa parte da cidade se mostrando indiferente, existem os que não aceitam o fascismo como forma de governo. Vamos e estamos resistindo. Bauru se faz presente.
domingo, 31 de março de 2019
DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (127)
A resistência em Bauru tem nome, endereço fixo e está localizada na Esquina da Resistência, cruzamento do Calçadão, Batista de Carvalho com Treze de Maio. Hoje, ante-véspera (o golpe se deu em 1º de abril de 64, dia da mentira), sábado, dia de povo nas ruas, o melhor local para demonstrar a insatisfação dos que ousam comemorar o Golpe de 64 é indo pras ruas e se posicionando na esquina já demarcada como território livre e soberano dos libertários desta terra, que alguns insistem em denominar com "sem limites". Nas fotos um bocadinho do que foi o ato em Desagravo à bestialidade do que fizeram ao país em 64 e querem (ou melhor, estão) repetir neste exato momento com o desGoverno dos Bolsotários. Botar o bloco nas ruas sem medo de colocar a cara para bater é o que fizeram alguns dos aqui retratados. O mundo precisa é da ação dos corajosos e dos que estão predispostos a não esmorecer, resistir e enfrentando o touro a unha. É o que muitos fazem nas 24h do dia e da noite. Registrei algo do ato e aqui publico como forma de demonstrar que, em Bauru, mesmo boa parte da cidade se mostrando indiferente, existem os que não aceitam o fascismo como forma de governo. Vamos e estamos resistindo. Bauru se faz presente.
O PRIMEIRO A RIR DAS ÚLTIMAS (69)
PASQUIM, FAUSTO WOLFF, BIBLIOTECA NACIONAL E A ENCHENTE NO MAFUÁ Eu colecionei O Pasquim durante décadas. Comecei aos treze anos, portanto em 1973. Não entendia direito tudo o que lia, mas adorava o formato, as charges, as mulheres de perna de fora, a irreverência. Ali conheci Ziraldo, Jaguar, Aldir, Henfil, Tarso, Millor e tantos outros. Não parei mais, até a última edição. Depois saiu também o PASQUIM 21 e esses tenho todos. Acho que já contei aqui, certa feita ainda menor de idade, fui na zona do meretrício, casa luxuosa da Mansão, onde ia visitar a Cleusa (por onde andará a Cleusa?) e ela ao me receber estava no hall com outras. Essas ao me verem com o Pasquim debaixo do braço me pedem para deixá-lo com elas, me devolveriam na volta do quarto. Assim o fizeram e o espanto é que até as putas conheciam o Pasquim. Eu, um reles moleque, estudante da Escolinha da Rede e elas, pensionistas da Mansão, líamos. Hoje cada vez menos os que ainda perdem tempo com leituras. Vejo as bancas de jornais fenecendo, tudo as moscas. Restam malucos como eu, velhos e com os dias contados.
Pois bem, guardei essa rica coleção uma vida inteira. Me casei, sai da casa dos pais e lá os mantive. Enviuvei, casei de novo, me separei e eles lá ocupando um baita espaço no alto de estantes. Muito tempo depois, cupins descobriram o acervo e iniciaram um trabalho de degustação. Descobri a tempo de salvar centenas de exemplares. Chorei em cada edição que joguei fora. Cuidei do restante, reli alguns, valia sempre mais que uma mera punheta. Atravessaram o tempo. Alguns mais se foram, emprestados, mais cupins e desta feita, com a enchente bostenta da semana passada, o que me restava deles, creio uns 50 foram todos melecados, molhados, grudentos. Quando os achei no lodo, estavam compactados. Joguei muita coisa fora, mas mesmo assim não tive coragem de jogá-los. Levei-os para um local seco, seguro e lá estão. Penso em recuperar alguns, talvez capas e páginas centrais, as novelas, decorando uma parede aqui no mafuá (vai ficar linda).
Estava desolado e hoje vim pro computador enquanto a mana e Ana estão a ver TV na sala, começando uma pesquisa sobre outra perda, todos os textos que imprimi diariamente do JB, lá pelos idos de 2007, dia após dia, do Fausto Wolff. Igualmente molhados os guardei e folheio diariamente na esperança que não colem. Então, taquei o nome do Faustão no google e estava viajando quando me deparei com essa esperança:
"Pasquim na íntegra na internet
POR CLARISSA STYCER 25/11/2018 08:40 O Globo
Nos 50 anos d’O Pasquim, completados em 2019, todas as edições do semanário poderão ser lidas na internet.
A Biblioteca Nacional está prestes a terminar a digitalização dos 1.072 números do tabloide que atravessou a ditadura no deboche.
O acervo ficará em uma página que terá, ainda, uma coleção de memórias dos colaboradores do jornal.
O portal será lançado com uma exposição sobre o Pasquim, a ser montada no Rio de Janeiro e em São Paulo", eis o link: https://blogs.oglobo.globo.com/…/pasquim-na-integra-na-inte….
Aguardo ansioso por essa ação da Biblioteca Nacional, porém, nesse desGoverno de Bolsotários, creio que, se descobrirem que isso ocorrerá por lá, com certeza, irão interromper a criação do portal. Nesses tempos inenarráveis, de que vale preservar a história de um jornal, que se vivo estaria aprontando todas e muito mais contra esses bestiais todos da atualidade? Esses de agora querem mais é botar fogo nessa história e acabar de vez com a memória que tanto prazer me traz (me levanta até o falo). Portanto, quem ler essas mal traçadas, por favor não vá espalhar isso, pois pode cair nas mãos desses insanos e botariam sem pestanejar fogo nessa tal de Biblioteca Nacional. Deixo aqui reproduzida a foto do que me restou da velha coleção, molhada para terem certeza do valor exato das perdas que tive desta feita com essa merda de chuva por esses lados.
Leio agora, em substituição ao velho Pasca, deitadinho na cama, a última edição da Carta Capital, editorial do Mino, um dos últimos escrevendo dentro do padrão sarcástico, mordaz, chutando o pau da barraca, estilo e tacada perdidos no tempo. Hoje um jornal como o Pasca teria boa aceitação, pois o país se transformou num grande Febeapá. Nadariam de braçada. Pena que a maioria deles já se foram e eu mesmo, mero leitor, saudosista de antanho, reclamo de dores e males que só aumentam. Vivo de lembranças, boas por sinal. Elas me embalam.
sábado, 30 de março de 2019
INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (121)
O SONHO PODE ESTAR BATENDO AS ASAS
O pau comeu dentro de uma reunião do PDT, tudo por causa de uma ala, a Jovem querendo que o vereador do partido assinasse favorável a CEI da Estação de Tratamento de Esgoto. Esse assunto é tão sério que, o super-herói bauruense, o destemido e intrépido Guardião também dá o seu pitado a respeito de tão controverso assunto. "Estamos na iminência de perder o alto valor, nunca dantes conseguido na história desta cidade, já em conta, verba carimbada e reservada para a construção da tão necessária Estação de Tratamento de Esgoto de Bauru. Já se aventa na cidade até da possibilidade de utilização de parte dessa dinheirama para finalidades outras, mas concluir a obra pela qual foi destinada a bufunfa, cada vez mais incerta. E quais os motivos do entrave?", eis como ele começa seus questionamentos.
A história não é tão longa é pode ser resumida num único capítulo, aqui explicitada pelo Guardião: "A grana foi conseguida junto ao então Governo Federal, tempos ainda de Lula/Dilma, está nos caixas bauruenses e a obra foi licitada, tendo seu início feito e a partir daí, só confusões. A grande desgraça deste país hoje se chama ADITIVOS, que nada mais é do que os empreiteiros ganhando seus projetos junto aos órgãos públicos por preços baixos e depois, quando tudo em andamento, param exigindo complementos, pois do contrário não continuam. Isso quando os projetos deixam a desejar, como no caso bauruense, pois daí, dinheiro literalmente jogado na lata do lixo. Aliado a esses dois problemas, outro, o da ineficiência do contratante em exigir, batendo o pau na mesa, que o contrato seja cumprido até o fim como prometido e assinado. Não existiria legislação a exigir isso?".
Circula em Bauru um zum-zum-zum da possibilidade desse dinheiro ser recolhido e voltar para os cofres do Governo federal (hoje outra fonte de dúvidas sobre seu destino) e a cidade ficar a ver navios. Guardião lacra seus comentários com a facada (sic) fatal: "Já passou do momento de tudo estar devidamente solucionado. Não sei se com CEI dos vereadores, com posicionamento firme e resoluto do prefeito, com a população tomando partido e indo exigir isso nas ruas, mas não será, decididamente, com a morosidade atual que a cidade verá um dia em pleno funcionamento sua Estação de Tratamento de Esgoto. Engordar os cofres das empreiteiras com aditivos já passou de todos os limites. Rodrigo Gazzetta e Clodoaldo Agostinho (foi de propósito, viu!), nossos últimos prefeitos devem explicações e precisam mostrar a que vieram nesse quesito. Inexplicável é ter a grana no caixa e não encontrar soluções para a conclusão da obra. Essa nem Freud explica".
OBS.: Guardião é criação da verve criativa do artista Gonçalez Leandro, com pitacas escrevinhativas do mafuento HPA e sai publicado, pelo menos uma vez por mês (toc toc toc).
sexta-feira, 29 de março de 2019
UM LUGAR POR AÍ (119)
Sempre a tive entre as grandes. A ouvi desde sempre com louvor. Voz diferenciada, repertório idem, parcerias benditas, sempre esteve presente aqui no Mafuá. Agora mesmo lança um CD só cantando algo de um baita amigo, Tito Madi. Não descarto o que tenho dela, porém minha relação pessoal de fã está extremecida com sua declaração favorável ao Bozo e contra Chico e Gil. Tem algo não muito bom ocorrendo em sua vida para ter chegado a tamanhos impropérios. De Lobão, por exemplo, ainda tenho seus primeiros trabalhos aqui, alguns muito bons, nem os ouço mais, porém não os descartei até agora. Nana e a Família Caymmi me tocam mais. Que diria o velho patriarca disto tudo? Que pena...
ESSE BOTECO É CARA DA REBELDIA
Meses atrás o Marcão, ex-dono do Dona Pingueta me disse algo e não me esqueço mais da dica, advertência e conselho: "Nesses tempos a gente tem que valorizar e sair, beber e estar em lugares que comungam com a nossa cabeça, concepção de vida. Se sou de esquerda, por que vou lá beber num barzinho da Getúlio? Não tem liga isso, a gente fica bancando lugares onde não tem nada a ver com a gente. O negócio é ser e estar presente nos onde sabemos vamos nos deparar com gente da nossa laia". Isso não me sai mais da cabeça, já colocava em prática, mas agora o faço mais e mais, além de fazer questão de relembrar tudo e todos, para que não gastemos rojão em festa alheia.
Assim sendo, falo de um boteco desses que a gente conta nos dedos, mas não nas duas e sim, nos de uma só mão. O BODEGA foi um criado para preencher um vazio num festival de teatro lá junto de um dos espaços mais lúdicos e com o astral lá nas alturas, o Protótipo Tópico, na rua Monsenhor Claro, quadra 2, perto da antiga estação da NOB. A pegada do Protótipo é única e já atrai muitos, porém agora tem um algo a mais, o Bodega, um bar parangolé, desses que a gente bate os olhos e já quer sentar, ir se acomodando e não tem mais intenção de ir embora. Fui ontem ver de perto a reunião do prefeito com o pessoal da Cultura e conheci a proposta da dupla dinâmica, o Fábio Valério e a Juliana Ramos. Foi encantamento à primeira vista, gamação. Um lugar para seguir a rica o que o Marcão prescreveu e citei no começo desse texto. Bar é também isso de pele, da gente se sentir imantado, plugado na proposta do lugar e ali esse algo mais acontece na sua plenitude. Como para mim, boteco é vida e ainda mais nesses tempos onde precisamos muito de estar interligados umbilicalmente com gente na mesma vibe que a nossa, esse é o lugar. A dupla acertou em cheio e tomara essas iniciativas tenham imenso sucesso e a gente quando for cair na gandaia, botar o bloco na rua, lembre assim de cara: um lugar maneiro é o Bodega. E mais que tudo, o local é um dos nos levando pra centro velho da cidade, área ainda dregradada, abandona e um tanto vazia. Esse malucos dão seu quinhão de contribuição para nos fazer voltar ao centro velho de Bauru durante o período noturno.
RODEADOS DE INSENSATOS
MAFUÁ RENASCENDO... - AGRADECIMENTOS/ENCAMINHAMENTOS Esses dias não tem sido fáceis. A barra está pesada, principalmente pelo amor que tinha por muita coisa perdida com essa absurda enchente aqui pelos lados ribeirinhos do rio Bauru. Eu ainda não entendi direito como isso tudo acometeu somente esse lado, o do rio Bauru e quase nada aconteceu naquela noite na Nações, um local onde os alagamentos são muito mais frequentes. Estou trabalhando com muito afinco por esses dias, deixando de lado tudo o mais, numa tentativa de recuperar algo. Assim por cima devo ter perdido perto ou mais de 50% do que guardei ao longo dos anos. Um acervo que nunca pensei em levar para o apartamento onde moro com Ana, até porque faltaria espaço. Desde quando herdei essa casa, hoje denominada de Mafuá, isso aqui virou exatamente isso, um imenso mafuá e ganhou forma por causa desses amigos, esses que me rodeiam e aqui aconteceram encontros, reuniões, festas e inciativas louváveis, admiráveis e a movimentar minha vida e a de mais pessoas.
Assim sendo, falo de um boteco desses que a gente conta nos dedos, mas não nas duas e sim, nos de uma só mão. O BODEGA foi um criado para preencher um vazio num festival de teatro lá junto de um dos espaços mais lúdicos e com o astral lá nas alturas, o Protótipo Tópico, na rua Monsenhor Claro, quadra 2, perto da antiga estação da NOB. A pegada do Protótipo é única e já atrai muitos, porém agora tem um algo a mais, o Bodega, um bar parangolé, desses que a gente bate os olhos e já quer sentar, ir se acomodando e não tem mais intenção de ir embora. Fui ontem ver de perto a reunião do prefeito com o pessoal da Cultura e conheci a proposta da dupla dinâmica, o Fábio Valério e a Juliana Ramos. Foi encantamento à primeira vista, gamação. Um lugar para seguir a rica o que o Marcão prescreveu e citei no começo desse texto. Bar é também isso de pele, da gente se sentir imantado, plugado na proposta do lugar e ali esse algo mais acontece na sua plenitude. Como para mim, boteco é vida e ainda mais nesses tempos onde precisamos muito de estar interligados umbilicalmente com gente na mesma vibe que a nossa, esse é o lugar. A dupla acertou em cheio e tomara essas iniciativas tenham imenso sucesso e a gente quando for cair na gandaia, botar o bloco na rua, lembre assim de cara: um lugar maneiro é o Bodega. E mais que tudo, o local é um dos nos levando pra centro velho da cidade, área ainda dregradada, abandona e um tanto vazia. Esse malucos dão seu quinhão de contribuição para nos fazer voltar ao centro velho de Bauru durante o período noturno.
RODEADOS DE INSENSATOS
MAFUÁ RENASCENDO... - AGRADECIMENTOS/ENCAMINHAMENTOS Esses dias não tem sido fáceis. A barra está pesada, principalmente pelo amor que tinha por muita coisa perdida com essa absurda enchente aqui pelos lados ribeirinhos do rio Bauru. Eu ainda não entendi direito como isso tudo acometeu somente esse lado, o do rio Bauru e quase nada aconteceu naquela noite na Nações, um local onde os alagamentos são muito mais frequentes. Estou trabalhando com muito afinco por esses dias, deixando de lado tudo o mais, numa tentativa de recuperar algo. Assim por cima devo ter perdido perto ou mais de 50% do que guardei ao longo dos anos. Um acervo que nunca pensei em levar para o apartamento onde moro com Ana, até porque faltaria espaço. Desde quando herdei essa casa, hoje denominada de Mafuá, isso aqui virou exatamente isso, um imenso mafuá e ganhou forma por causa desses amigos, esses que me rodeiam e aqui aconteceram encontros, reuniões, festas e inciativas louváveis, admiráveis e a movimentar minha vida e a de mais pessoas.
Esse não será o fim do Mafuá. Ele vai renascer, creio que com uma outra roupagem, menos objetos, mas até mais fortalecido. Talvez isso tudo sirva para nos unir ainda mais. O momento do país pede isso e quero dispor isso tudo para algo onde possamos atravessar esses tempos sombrios mais unidos e coesos. Escrevo isso tudo tentando ainda acordar do pesadelo, pois hoje quando botei na rua parte da coleção d'O Pasquim, toda a da revista Bundas, Coojornal, Carta Capital, revistas Senhor que herdei do sogro, mais toda a coleção de livros do João Antonio e do Plínio Marcos, livros de História e romances pelos quais nutro verdadeira paixão, daí senti o baque. Um metro e meio de água dentro de um espaço cheio dessas preciosidades foi demais da conta. Eu perdi isso, parte de mim, mas outros perderam mais, tudo o que tinham e aqui no quarteirão e adjacências as histórias são de arrepiar. Que fazer com uma casa na beirada do rio? Vender pra quem? A saída é incrementar o Mafuá e para tanto convoco quem acredita nessa possibilidade.
Sim, muitos se propuseram a ajudar, não só com ajuda material, mas com ideias. A ajuda material eu anotei várias, mas ainda não contatei as pessoas, pois antes preciso rearrumar o espaço. Hoje joguei fora sofás, camas, guarda-roupas, mesas, armários e cômodas. Estavam inservíveis. O que sobrou está secando, depurado e resistindo a mais essa investida. Estou terminando de limpar os CDs e amanhã começo nos LPs. Os livros salvos ainda estão espalhados, mas em breve tudo terá nova cara. Creio que até o final desta semana, terei novidades e daí farei os contatos com quem se predispôs a incrementar o renascimento do Mafuá. Se ele já incomodava antes, farei de tudo para que incomode muito mais. Isso me move. E não conseguirei fazer isso sozinho. A gente quando unido dá sempre um trabalhão pra quem nos quer contidos e atuando como manada. A gente vai se falando e vou contando as novidades. Beijão pra tudo, todas e todos que se solidarizaram comigo por esses dias. Não vou me lembrar de todos, mas nos reencontros, saberei reconhecer. O Mafuá persiste, resiste e insiste...
Sim, muitos se propuseram a ajudar, não só com ajuda material, mas com ideias. A ajuda material eu anotei várias, mas ainda não contatei as pessoas, pois antes preciso rearrumar o espaço. Hoje joguei fora sofás, camas, guarda-roupas, mesas, armários e cômodas. Estavam inservíveis. O que sobrou está secando, depurado e resistindo a mais essa investida. Estou terminando de limpar os CDs e amanhã começo nos LPs. Os livros salvos ainda estão espalhados, mas em breve tudo terá nova cara. Creio que até o final desta semana, terei novidades e daí farei os contatos com quem se predispôs a incrementar o renascimento do Mafuá. Se ele já incomodava antes, farei de tudo para que incomode muito mais. Isso me move. E não conseguirei fazer isso sozinho. A gente quando unido dá sempre um trabalhão pra quem nos quer contidos e atuando como manada. A gente vai se falando e vou contando as novidades. Beijão pra tudo, todas e todos que se solidarizaram comigo por esses dias. Não vou me lembrar de todos, mas nos reencontros, saberei reconhecer. O Mafuá persiste, resiste e insiste...
quinta-feira, 28 de março de 2019
COMENDO PELAS BEIRADAS (69)
quarta-feira, 27 de março de 2019
RELATOS PORTENHOS / LATINOS (62)
DUAS NOTÍCIAS LIGADAS PELO CORDÃO UMBILICAL – FIM DA INDEPENDENTE UNASUL E CRIAÇÃO DA DIREITISTA PROSUR Em 15/03 os jornais noticiavam que o atual presidente equatoriano estava propenso a dar cabo a sede da UNASUL, organismo regional de apoio a uma América do Sul livre, soberana e altaneira. O atual presidente equatoriano, Lenín Moreno, traidor declarado dos interesses libertários não só do seu povo, mas do que representou um dia o termo e a utilização de duas palavras chaves na luta pela emancipação dos povos latinos, Pátria Grande, esse com um nome de revolucionário, porém declarado algoz do seu povo e do representou o Governo de seu antecessor, Rafael Correa. A intenção estava exposta e as cartas postas na mesa. O diário argentino Página 12, um dos únicos com noticiário diário sobre quase todos os países latinos, deu em destaque nesse dia: “A ESTOCADA DE MORENO A UNASUL”. Eis o link da matéria: https://www.pagina12.com.ar/181054-la-estocada-de-moreno-a-unasur e mais este: https://www.pagina12.com.ar/181051-ecuador-se-retira-de-la-unasur-y-quiere-la-sede.
Para entender melhor o que vem a ser a UNASUL, eis um algo a mais, quando o próprio Itamaraty ainda mantém em seu site uma explicação mais do que lógica para o Brasil fazer parte dessa composição: http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/integracao-regional/688-uniao-de-nacoes-sul-almericanas. Entenda o que é UNASUL: http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI2904983-EI7896,00-Entenda+o+que+e+a+Unasul.html. Hoje, com a nova composição dos chefes de Estado latino-americanos algo novo está no ar além dos aviões de carreira. Aquele sonho de libertação e independência deixou de pontuar a atuação da maioria desses mandatários, quase todos subservientes aos interesses norte-americanos, portanto, a despedida de um sonho de liberdade para outro, o da dependência e subserviência.
O primeiro movimento de Moreno será o de fechar a sede em Quito e retirar do local a estátua de Néstor Kirchner, presidente argentino quando de sua inauguração na entrada do local. Dia 22/03, o atual mandatário brasileiro (até não se sabe quando), Jair Bolsonaro, junto de seu par chileno, Sebastián Piñera, em visita ao Chile e junto de Macri e outros anunciam algo bem ao estilo vassalagem, a criação de um novo órgão latino-americano, o PROSUR. Simples assim, primeiro defenestram a UNASUL, com característica bem diferente dessa agora sendo formatada. Novamente o melhor diário impresso da América Latina, o argentino Página 12 dá em manchete no dia seguinte, 23/03, a seguinte manchete, “O CLUBE DE AMIGOS DA DIREITA”. Eis o link: https://www.pagina12.com.ar/182773-el-club-de-amigos-de-la-derecha-sudamericana e mais esse: https://www.pagina12.com.ar/182777-contra-el-parlasur. Evidentemente, excluem a Venezuela e a Bolívia do bloco. Pior impossível. Essa guinada para a direita é tudo o que nossos países não precisam nesse momento (nenhum outro), porém, quando os dirigentes atuais são todos vendilhões e vassalos de interesses que não os de seus países, mas a defender interesses pessoais e do Grande Irmão do Norte. Nem se faz preciso informar que, consequentemente, o MERCOSUL está também desprestigiado, como tornado inútil. A ironia é que, da reunião dos presidentes direitistas latinos pouca coisa de concreta, além da foto oficial do encontro. O site Carta Maior explica bem a situação: https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Prosul-encontro-de-presidentes-latino-americanos-nao-foi-mais-que-uma-foto/4/43657.
O panorama latino-americano hoje é de uma decrepitude a assombrar gente sã. Gente da pior espécie no comando da maioria dos países e aquilo que um dia se sonhou com o PÁTRIA GRANDE (o que vem a ser isso: https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/O-Renascimento-da-Patria-Grande/6/34913) sendo jogado por terra. Sonhos abortados, situação atual de decrepitude, fundo do poço de desenvolvimento para a área, desalento tomando conta de tudo e todos, porém, como ninguém desiste fácil do jogo e de jogar, que o tabuleiro se altere rapidamente, a ficha caia para todos desses países e o novamente “quintal norte-americano” se enfraqueça e renasça aquele sonho de nos tornarmos, como já o fomos, a zona (sic) mais livre e libertária do mundo. Muita disposição, garra e luta pela frente para defenestrar o mal hoje instituído sob a forma de governantes latinos.
O que os latinos precisam de verdade é da reativação do sonho da Pátria Grande. |
terça-feira, 26 de março de 2019
CENA BAURUENSE (183)
A CADA MÊS, DEZ NOVAS CENAS PARA SEREM DISSECADAS POR OLHOS, OUVIDOS E BOCA
01. Essa placa esteve presente por mais de uma década na rua atrás de onde um dia foi a rádio Bandeirantes, ao lado do rio Bauru, perto avenida Nuno de Assis, ponto de caminhoneiros e de amor em lugares escondidos e clandestinos, mas foi retirada pelo moralismo vigente.
02. Defronte o teatro ou em eventos e locais espalhados cidade afora (adentro também), a pipoqueira mais famosa da cidade, Maria Ines Faneco sobrevive botando seu bloco, ou seja seu carrinho de pipocas na rua. 03. No campus da Unesp Bauru tem muita lembrança do Lula Livre e essa novíssima grafitagem da Marielle, para que ninguém se esqueça que a luta continua. 04. Abandono atual da edificação e até da praça, local onde até bem pouco tempo funcionou Pronto Socorro Saúde do Bela Vista, junto ao Paiva. 05. O fusca estacionado na rua Santo Antonio, Bela Vista, resiste ao tempo e à tentação da venda. 06. Até quando esse cenário com esta edificação abandonada vai perdurar ali perto do Bosque da Comunidade? 07. Guarita abandonada do antigo quartel da PM Bauru, junto aos trilhos e do outro lado a Tilibra, boca de entrada (ou saída) do jardim Santana. 08. Estação férrea de Triagem Paulista, cada vez mais abandonada, depenada e pelo visto, sem nenhum futuro pensado, daí, fenece a olhos vistos dentro de um dos maiores vazios urbanos do município. 09. Na Pio XII, altos do Vista Alegre um maravilhamento, fizeram um furo na poda da árvore para passagem dos fios elétricos e não a ceifaram. 10. Batista com Azarias, a cena se repete: nunca tantas lojas permanecem com suas portas fechadas no coração do centro comercial bauruense, seu Calçadão.
segunda-feira, 25 de março de 2019
BAURU POR AÍ (163)
BAURU EM TRÊS ABORDAGENS DIFERENTES
1.) SEU BAU, O DO SEBO NA RODRIGUES FALECEU E COM ELE MAIS UM LIVREIRO DE RUA QUE SE VAI
Essa cena registrada na foto aqui publicada, seu Bau, ou João Francisco de Bau, o idealizador do famoso Sebo do Bau diante de sua loja não mais ocorrerá. Ele se foi definitivamente dia 20/03, com mais de 90 anos de idade. Essa loja já estava fechada há várias semanas, desde quando foi internado no Hospital Estadual e lá permaneceu até seu óbito. Fez história, desde os tempos quando abriu um pequeno sebo numa banca na vila Independência, junto ao um mercado não mais existente. De lá veio para o centro e junto dos filhos tocou um sebo, também não mais existente diante do antigo Cine (esse também derrubado e hoje só mato no lugar) na rua Treze de Maio e outro, esse o único aberto e tocado pelo outro filho. Seu Bau tocava o seu na Rodrigues Alves, entre a Treze e a Agenor, num corredor atulhado de livros, discos, CDs e afins. Era a simpatia em pessoa e fazia qualquer negócio para revender seus produtos. Bom de conversa, sempre tinha um bom desconto para os que ali aportavam e além de tudo, o papo ali propiciado era alentador, sempre carregado de muito calor humano. Sua vida foi recheada de muitas histórias, algumas já contadas por mim em posts do Mafua do HPA (eis o link de alguns deles: https://mafuadohpa.blogspot.com/search?q=sebo+do+Bau). Numa delas, essa dos seus tempos de capital paulista, quando era zelador de um prédio, o que morava Elis Regina. Contava que, no dia de sua morte, seus filhos Maria Rita e Pedro Mariano, amigos de seus filhos ficaram sob seus cuidados até a situação se normalizar. Um livreiro desses simples, se desdobrando para manter aberto seu negócio em tempos onde só mesmo fazendo uso do seu raro poder de negociação e entendimento de comércios dessa natureza o levaram a permanecer vigoroso até o fim. Um espaço que fará muita falta no centro bauruense, pois ali era também espaço de reunião de amigos e amantes de livros. Só de passar diante do local e já ver a porta fechada e aquilo tudo lacrado e não mais ali a presença irradiante do seu Bau, motivo de grande tristeza para quem o conhecia. O loja da Treze continuará aberta, tocada pelo filho e dando prosseguimento ao ramo de negócio idealizado pelo pai. Imensa saudade. Tomo conhecimento da morte, pois dias atrás estive no sebo da Treze para saber dos motivos da loja da Rodrigues permanecer fechada. Sou informado da internação e do seu estado grave de saúde. Sou autorizado a ir visitá-lo no Hospital, mas devido enchente no Mafuá, adio a visita e quando vou fazê-la nesta manhã recebo no guichê da entrada do hospital a triste notícia. Cheguei tarde.
2.) A PREFEITURA VEIO ATÉ OS MORADORES DA QUADRA UM DA GUSTAVO, OS PREJUDICADOS PELA ÚLTIMA ENCHENTE
Foi hoje pela manhã. Trazidos pelo vereador Natalino da Pousada, o Secretário de Obras da Prefeitura Municipal de Bauru, Ricardo Zanini Olivatto e do sr Theo, funcionário graduado de carreira da mesma secretaria, estiveram reunidos com moradores das quadras 1 e 2 da Gustavo Maciel, da quadra 1 da rua Aparecida e das quadras 1 e 2 da rua Inconfidência discutindo soluções para o problema das frequentes enchentes no local. Desta feita, a última ocorrida semana passada teve um pico de altura de quase dois metros de água dentro de uma das residências, a mais prejudicada. A reunião ocorreu na calçada defronte essa residência e ali a fala dos três presentes.
De tudo o que foi ouvido, algo bem claro:
- A Prefeitura não tem dinheiro para quase nada. Não pode até dragar o rio. Seu piso é de concreto e não pode retirar essa base, pois toda a lateral pode ruir e piorar a situação.
- A ideia de afundar a leito do rio foi descartada, por esse motivo.
- Alargar as laterais também inviável financeiramente, pois seria uma obra grandiosa e de vários quilômetros, envolvendo até diminuição do leito da avenida Nuno de Assis.
- Elevar a altura da ponte uma ideia, pois é sabido que enquanto as águas do rio passam por debaixo da ponte não são lançadas na marginal lateral, inundo essa região. Ficaram de ver essa possibilidade, mas também envolve custo elevado e Prefeitura sem recursos.
- A construção de um Piscinão em área a ser definida desafogando o rio em dias de muita chuva.
Solução à vista? Poucas ou nenhuma. O que ficou claro é ser essa área CONDENADA, como foi dito explicitamente para os presentes. Alguns se exaltaram, o prefeito foi xingado, o funcionário Theo ouviu palavrões e no fim, visitaram algumas residências, se colocaram à disposição dos moradores, mas de concreto, além do interesse em resolver, nada. Se algo ocorrer, muito a longo prazo e com recursos a serem buscados via deputados e Governo Estadual e Federal. Nenhum dos últimos prefeitos fez algo de concreto para sanar a situação e esse também não fará, pois segundo ficou entendido, além da busca da solução, existe todo um outro problema envolvendo a impermeabilização do solo, localização das residências próximas a rios, etc. Ou seja, nada será feito, além de uma única coisa, o trivial que sempre se promete nessas oportunidades, a isensão do IPTU para os moradores do local. Todos ali presentes, com gastos imensos de reposição de móveis e limpeza de suas casas, provavelmente terão um paliativo de aproximadamente R$ 300 anuais, que é o valor da anuidade do IPTU. No mais, menos...
Foi hoje pela manhã. Trazidos pelo vereador Natalino da Pousada, o Secretário de Obras da Prefeitura Municipal de Bauru, Ricardo Zanini Olivatto e do sr Theo, funcionário graduado de carreira da mesma secretaria, estiveram reunidos com moradores das quadras 1 e 2 da Gustavo Maciel, da quadra 1 da rua Aparecida e das quadras 1 e 2 da rua Inconfidência discutindo soluções para o problema das frequentes enchentes no local. Desta feita, a última ocorrida semana passada teve um pico de altura de quase dois metros de água dentro de uma das residências, a mais prejudicada. A reunião ocorreu na calçada defronte essa residência e ali a fala dos três presentes.
De tudo o que foi ouvido, algo bem claro:
- A Prefeitura não tem dinheiro para quase nada. Não pode até dragar o rio. Seu piso é de concreto e não pode retirar essa base, pois toda a lateral pode ruir e piorar a situação.
- A ideia de afundar a leito do rio foi descartada, por esse motivo.
- Alargar as laterais também inviável financeiramente, pois seria uma obra grandiosa e de vários quilômetros, envolvendo até diminuição do leito da avenida Nuno de Assis.
- Elevar a altura da ponte uma ideia, pois é sabido que enquanto as águas do rio passam por debaixo da ponte não são lançadas na marginal lateral, inundo essa região. Ficaram de ver essa possibilidade, mas também envolve custo elevado e Prefeitura sem recursos.
- A construção de um Piscinão em área a ser definida desafogando o rio em dias de muita chuva.
Solução à vista? Poucas ou nenhuma. O que ficou claro é ser essa área CONDENADA, como foi dito explicitamente para os presentes. Alguns se exaltaram, o prefeito foi xingado, o funcionário Theo ouviu palavrões e no fim, visitaram algumas residências, se colocaram à disposição dos moradores, mas de concreto, além do interesse em resolver, nada. Se algo ocorrer, muito a longo prazo e com recursos a serem buscados via deputados e Governo Estadual e Federal. Nenhum dos últimos prefeitos fez algo de concreto para sanar a situação e esse também não fará, pois segundo ficou entendido, além da busca da solução, existe todo um outro problema envolvendo a impermeabilização do solo, localização das residências próximas a rios, etc. Ou seja, nada será feito, além de uma única coisa, o trivial que sempre se promete nessas oportunidades, a isensão do IPTU para os moradores do local. Todos ali presentes, com gastos imensos de reposição de móveis e limpeza de suas casas, provavelmente terão um paliativo de aproximadamente R$ 300 anuais, que é o valor da anuidade do IPTU. No mais, menos...
3.) POR QUE NÃO SE DISCUTIR A REAL UTILIDADE DA ATIVIDADE DELEGADA NA CIDADE?
Dias atrás ouvindo o Informa Som da 94FM, percebo uma insistência no pessoal da bancada, o trio que comanda o programa matutino em cobrar do prefeito e ver seu posicionamento o mais rápido possível, em respeito à renovação do contrato que dá guarida dentro da Prefeitura para a denominada Atividade Delegada. Ela, na verdade, nada mais é do que o rapasse de considerável valor para as mãos de um grupo, capitaneado por comandantes da Polícia Militar e esse redistribui o valor para soldados atuarem numa hora extra oficializada nos seus horários de folga dentro do trabalho que executam. Muita pressão em cima do prefeito para essa renovação. Circula nos meios de mídia, incentivado por esses, que o prefeito não acorda cedo e só começa suas atividades bem mais tarde que os demais, porém, nesse dia, quase no final do programa, um dos locutores interrompe a narrativa de outro tema para anunciar que o prefeito havia ligado para informar que a cidade deveria permanecer tranquila, pois o contrato seria renovado. Ufa! Confesso ter sido contra desde o primeiro momento, pois ele abre um perigoso precedente para o serviço público. Porteira aberta para um, pode ser escancarada para muitos outros setores, que se acharão no mesmo direito. A atividade policial é imprescindível dentro de qualquer sociedade e a defendo de forma intransigente, mas uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. O buraco, porém, é bem mais embaixo e hoje, quem se arvoraria em levantar o debate sobre a real utilidade e necessidade dessa atividade dentro do serviço público? Mais que isso, além do precedente perigoso, outros riscos e um poder paralelo sendo levantado, assegurado e bancado de forma a fortalecer cada vez mais esse segmento. Não se esperava do prefeito outro posicionamento, pois deve estar tomando a decisão dentro de muita pressão, vinda de todos os lados e lugares. Creio que, diante de tantas Audiências Públicas na Câmara Municipal de Vereadores, essa nenhum dos edis ainda teve coragem de sugerir, mas que o assunto é mais que pertinente, isso não se tem a menor dúvida.
domingo, 24 de março de 2019
CARTAS (198)
ALGO QUE MUITO ME INCOMODA - A PARVOÍCE DO BRASILEIRO Leio algo no editorial da melhor revista semanal do nosso mundo, a Carta Capital, edição desta semana algo pelo qual queria escrever faz tempo: "Devo dizer com absoluta sinceridade que nada me surpeende, conquanto mais me doa, embora previsível, a insensibilidade e a parvoíce, a tranquilidade dos brasileiros ao encararem o triunfo da loucura. A maioria vive no limbo, a casa-grande cuidou com notável competência, e até com a colaboração de muitos entre quantos se supõem esquerdistas, de manter de pé a senzala, onde, obviamente, faltam a consciência da cidadania e um mínimo de saber. Já houve quem provasse que sem alimentos os neurônios não proliferam. Do lado oposto, o saber também é escasso, contudo há grana e bens. Refiro-me às classes A e B1, digamos assim, e a quem mais acha que vai chegar lá, aos paneleiros dos dias recentes, aos crentes da vocação predatória do comunista Lula".
A parvoice do brasileiro me assusta, assombra e amedronta. Ando pela rua, olho para os lados e não noto nenhuma reação, mesmo o povão sendo apunhalado dia após dia, de repetidas formas, jeitos e maneiras. Nada o abala e o faz sair do berço esplendido. o que foi feito ao longo desses anos todos para ter transformado tanto a mente do brasileiro a ponto dele não se dar conta do quanto foi enganado com essa eleição do Bolsonaro? E hoje, mesmo diante de toda barbaridade, uma atrás de outra, algumas já comprovadas, outras sendo expostas e tudo fazendo crer estarmos diante de gente muito mais inescrupulosa do que se podia imaginar. Nada, porém, abala a tranquilidade do brasileiro. Existem os protestos, mas vejo neles os de sempre, os que lutam dia após dia por uma Brasil diferente, melhor, mais justo e igualitário. O povão continua sua sina, como se nada estivesse acontecendo.
Isso me intriga e muito. Como chegamos nesse estágio tão desalentador? Mino foi na veia e ataca alguns pontos, que também enxergo como a fonte dos motivos da letargia. Os caras lá de cima fazem e acontecem e os daqui debaixo continuam com suas vidas, sem nenhuma movimentação para virar de uma vez por todas essa mesa. Hoje na feira, sentei com o amigo Sivaldo no Bar do Barba e me pus a olhar para a fisionomia das pessoas. Uma manhã de domingo como outra qualquer e ninguém esboçando nenhum tipo de protesto. O resmungo de sempre contra a classe dominante, mas reações só da boca pra fora, de quem fala, mas nada faz. O que mais precisará ser feito para que esses façam algo, reajam e botem pra correr seus verdadeiros algozes.
Evidente que muito foi feito nesses últimos anos para engambelar o povão e a mídia tem muita culpa disso, a TV principalmente, a TV Globo em especial. Seu noticiário de mão única criminaliza diariamente tudo o que possa se transformar numa reação contra os desmandos dos poderosos. Veladamente fazem o pior jogo sujo que esse país teve notícia e pouco a pouco ajudou a minar todo tipo de resistência e de entendimento razoável do que se passa verdadeiramente no país. Transformou quem podia lhe ajudar de fato em inimigo. Tudo fizeram para destituir a presidente que combatia a corrupção e foi por ela defenestrada do poder. Em seu lugar gente imensamente pior do que tínhamos e a partir daí, aquele povão insuflado pelas mídias, hoje se calam e nada fazem. Atuam por indução, como gados sendo teleguiados para o matadouro. Olho para o povão hoje e os vejo assim, uma imensa manada, muitos não percebendo de fato a grandiosidade das maldades praticadas contra ele após o golpe de 2016.
Tudo isso e um líder pé de chinelo consegue chegar ao poder, com a ajuda desses e de uma classe média idiota, aliada a essa elite inculta e boçal, só pensando em seus botões e nada mais. Estamos nas mãos desses, aliás tudo hoje nas mãos desses e transformando o país nesse chiqueiro político. E o que mais me assusta são os ainda a defender tudo o que está aí, os que mesmo diante de tudo e com alguma informação continuam afirmando e crendo num algo novo, numa mudança pra melhor. Muito cegos, muito bocós e após tanto tempo só se informando pela fonte única de informação acabaram por se transformar em robôs, bestas feras reproduzindo algo indo contra seu próprio patrimônio. Onde vai dar isso tudo não imagino, mas ainda creio ser possível trazer para junto dos que protestam e pregam contra esse desGoverno uma boa parcela dos ainda cegos. Da elite e de parcela da classe média, os que se acham e querem se tornar ricos e autoritários, cruéis e insanos, desses nada espero, são os irremediavelmente perdidos, doentes sem cura. Mas tem uma parcela que ainda pode ser salva. Creio nisso e o trabalho de todos nós deve ser para diminuir a parvoíce reinante, abrindo os olhos desses tantos que se deixaram levar pelo canto da sereia.
sábado, 23 de março de 2019
FRASES (181)
ENFIM, QUEM EM BAURU É A FAVOR DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA? A crueldade, insensibilidade e também insanidade está mais do que estabelecida neste país. Na mais recente declaração o ministro da Economia, Paulo Guedes declara em alto e bom som que, “se a reforma da Previdência não for aprovada como está proposta serão cortados salários dos servidores públicos federais”. Ponto. Isso se chama CHANTAGEM e da pior espécie. Fossem outros tempos e não estivéssemos vivendo no meio de um período de exceção, algo estaria sendo feito contra uma declaração não só infeliz, mas contra a própria legislação vigente. Esses senhores hoje no desGoverno do Bozo vão além dos descaramento, confrontam a lei na cara dura e nada lhes acontece. Enquanto o país permanecer nesse estado de letargia, esses continuarão dando as cartas, blefando, blasfemando e bafejando esse mal hálito na nossa cara. Infelizmente, a bazófia produzida diretamente de Brasília tem repercussão por todos os lugares e aqui na aldeia bauruense existem os asseclas, os repetidores, os papagaios de pirata, os dragões da maldade fazendo questão não só de referendar, como emprestar o aval para tudo o hoje nos empurrado goela abaixo.
Cito só alguns dos que aqui na Cidade Sem Limites referendam não só esse absurdo da reforma da Previdência como apresentada, mas tudo o mais. São os ceguetas, os que cravam a faca nos interesses populares, tudo para ficarem ao lado do baú de maldades a destruir tudo o que ainda nos resta de legislação decente. Estamos falando de luta de classes e o objetivo de Bolsonaro é destruir tudo o que tínhamos de salutar, desde o movimento sindical até uma reforma da Previdência onde o trabalhador não mais conseguirá se aposentar em vida. Reformar sim, massacrar, humilhar, espezinhar e impor condição aviltantes não. As regras para a concessão são tão duras que a maior parte da população talvez nunca se aposente. “Existem hoje no país 170 milhões de brasileiros em idade ativa, mas cerca de 40 milhões estão fora da força de trabalho. Há ainda 12 milhões de desempregados e 35 milhões de trabalhadores sem carteira assinada ou com vínculos precários. Ou seja, quase 90 milhões não tem capacidade de contribuir para a Previdência hoje e dificilmente contarão com essa proteção na velhice”, alerta o economista Eduardo Fagnani. Isso não impressiona quem hoje nos governa, muito menos buscar equidade na contribuição das classes, restringindo-se os privilégios concedidos ao poder econômico e às camadas de alta renda. Vejamos quem prima pela insensibilidade aqui também em Bauru:
Parte considerável do empresariado. Olham somente para seu próprios botões e se aproveitam do momento, aumentando seus lucros e deixando os trabalhadores cada vez mais numa tanga.
Parte considerável da mídia, capitaneada na cidade pelo que diariamente se ouve pelas ondas do rádio, veiculadas por exemplo, pela Jovem Pan, ops, Velha Klan, que finge defender o bauruense (Bauru Sem Dono), mas na verdade apunhala a todos quando referenda a reforma como sugerida. Cito esses, mas quase toda mídia age da mesma forma e jeito. Zarcilio Barbosa, no seu artigo semanal no JC desta semana segue na mesma linha, preferindo se alinhar com os que retiram direitos dos trabalhadores. Enfim, poucos se salvam, muito poucos.
Parte considerável dos atuais vereadores. Dá para se contar nos dedos de uma só mão quem dos edis bauruenses não dê apoio cego e sem nenhum tipo de questionamento.
Parte considerável do clero, capitaneado na cidade pelo atual bispo católico, que passa por cima da própria decisão do papa. Do segmento evangélico, todos, sem nenhuma exceção estão ao lado dos patrões, nunca dos trabalhadores.
Os bolsonaristas de primeira hora e os que ainda continuam ao lado do atual presidente, mesmo diante da infinidade de trapalhadas e atos mais que arbitrários. Esse continuam agindo como se tudo fosse culpa do PT, mesmo esse já estando fora do poder há dois anos e assim continuarão agindo ad eternum, pois estão doentes, cegos de ódio e não enxergam nem a facada entrando também nos seus costados.
Estejamos atentos com esses e tantos outros, os tais lobos em pele de cordeiro. Saibamos dar o devido troco para esses todos lá na frente.
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