sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

COMENTÁRIO QUALQUER (197)


EU E O COLOMBIANO

Ele nos atendeu num lugar divinal onde almoçamos hoje aqui no Chelsea, Manhattan NY, um mercado espanhol. A pedida é misturar um pouco de cada casa, pois o local é como uma grande praça de alimentação, mas só com especialidades espanholas. Chegamos com fome, por volta das 14h30, após andarmos muito pelo bairro e dentre os por detrás do balcão e também no atendimento ao público, faxina e serviços de cozinha, muitos latinos. O espanhol paira no ar, é como se fosse uma espécie de som ambiente. Ana foi buscar uma garrafa de vinho numa casa, essa onde trabalha o colombiano, depois comprou um prato com algo numa e noutra algo diferente. Juntamos tudo na mesa no centro do lugar, servido por vários garçons de casas diferentes. O vinho foi servido pelo colombiano e ao tentar iniciar conversação em inglês, o descubro latino, pergunto sua nacionalidade e entre sorrisos tem início um bate papo.

A correria do almoço não permite muitas paradas, nem altos papos, mas uma empatia, algo continental, o fato em si de sermos latinos, ele ali na lida e eu do lado de cá. Penso eu pouca coisa a nos distanciar, mas ele me diz numa das vindas até a mesa algo triste, porém conclusivo sobre tratamento com imigrantes por aqui. O norte-americano trata todos na situação dele de uma mesma forma, sem grosseria, porém frio, sem intimidades. O tal do toma lá dá cá. Ele me diz de um casal de brasileiros com filhos numa mesa próxima de nós e o fato de nem responderem ao seu cumprimento. Frios demais, insensíveis diria. Nos percebemos brasileiros desde a chegada, pois ao abrirmos as bocas isso fica bem claro, mas não existiu nenhuma forma de aproximação, mero cumprimento. Com o garçom algo pior, nenhum gesto de simpatia, algo como desprezo. Pior, vejo que os filhos, no celular o tempo todo, o mesmo encaminhamento. Por fim me diz, na despedida: "Estou acostumado. Brasileiro é especialista em algo assim. É oito ou oitenta, ou nos tratam com todo carinho, como seu caso ou é como se não existíssemos. Me diga, como são essas pessoas no trato para com seus semelhantes lá no Brasil?". Engasgo, lhe dou um abraço de despedida e lhe agradeço por fazer parte do lado caloroso, cheio de afetos. Enfim, somos latinos, irmãos no padecer.


ALGO DO CARNAVAL BAURUENSE QUE SE APROXIMA:
SAIU DO FORNO ESTAMPA CAMISETA BLOCO DO TOMATE 2020 - VIVA SILVIO SELVA, SEU IDEALIZADOR...
Obra do artista plástico bauruense Silvio Selva, que tomateou conosco até a 6ª edição, escrevendo as marchinhas, deu um breque, mas não de todo, pois neste ano desenha a arte da 8ª edição do bloco farseco, burlesco e algumas vezes carnavalesco, o BAURU SEM TOMATE É MIXTO. 

Com tema, como sempre, pra lá de contundente, o deste ano será BAURU, A CANAÃ DAS CAPIVARAS, onde a festa se dará expondo algumas das tantas capivaras que infestam a vida bauruense e são bem diferente da vida animal, esses que a insanidade quer ver longe de condomínio fechado na cidade e com a mesma intensidade e grau de danação dos que destruíram com o assentamento Canaã e os despejaram na área urbana da cidade sem infra estrutura, já fazendo vista grossa para malas de dinheiro despontando logo ali na curva da esquina desta insólita cidade. 

Silvio juntou isso tudo e a arte está pronta. Em mais uma semana, estaremos lançando as camisetas e juntando todos os Tomateiros para festar, seguindo sempre nosso lema: A gente faz festa mas tá puto da vida. Ao Selva o agradecimento de todos por abrilhantar a galeria dos ilustres ilustradores. Vamos que vamos...

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