terça-feira, 28 de janeiro de 2020

DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (139)


QUANDO TUDO PRECISA SER REGULAMENTADO, EIS O PERIGO À VISTA – CARNAVAL (E MANIFESTAÇÃO) LIVRE PELAS RUAS CADA DIA MAIS VIGIADO

Carnaval, a maior festa popular deste país se aproximando e um algo mais que saiu na imprensa local, via Jornal da Cidade eu repercuto por aqui, com comparações de algo visto pessoalmente em New York USA. Eis o link do JC, matéria publicada em 23/01, “Cultura regulamenta blocos no município – Haverá chamamento de interessados, diz secretário Rick Ferreira em reunião”: https://www.jcnet.com.br/…/711724-prefeitura-realiza-reunia…. No texto saliento esse trecho: “Na ocasião, o Secretário anunciou a regulamentação dos blocos de rua: “é necessário garantir segurança e estrutura básica, mas a Prefeitura tem pouco controle sobres os blocos de rua que são organizados pela internet e mobilizam milhares de pessoas. Por isso, é preciso um regulamento, que está na Secretaria De Negócios Jurídicos para a elaboração de um decreto, que será publicado nos próximos dias, para abertura do chamamento dos interessados em organizar os bloquinhos de rua”.

Vamos aos fatos. Em Bauru existem três blocos de rua saindo fora do recinto do Sambódromo, extrapolando a vigilância e legislação existente para os predispostos a ali desfilar. Antigamente existia um bloco, o das Solteironas, que mesmo enquadrado, era uma espécie de “vai quem quer e como quer”, hoje tudo dentro das normas. Não critico isso, meu texto irá por outra vertente. Sou parte integrante de um desses três blocos, o burlesco, farsesco e algumas vezes carnavalesco Bauru Sem Tomate é MiXto, primando pela irreverência, criatividade e desdizendo dos acontecimentos surreais desta cidade. Sai aos sábados de Carnaval, oitavo ano consecutivo, 12h, concentração praça Rui Barbosa e descida do Calçadão da Batista até a praça Machado de Mello. Precisaria de autorização e regulamentação para fazê-lo? Pelo sim, pelo não, todo ano encaminhamos ofício para a SMC – Secretaria Municipal de Cultura comunicando a saída do bloco e deixando claro não precisar de nenhum dispositivo público, como som, pessoal, etc. Pedimos sim, sempre se possível a presença da corte carnavalesca, seus reis e rainhas no furdunço. Creio não ser necessário nada além disto. O alvo da dita regulamentação tem nome e sobrenome, não se trata do bloco que sai do BB Batatas com destino à Getúlio Vargas, lado nobre da cidade e sim o outro, o dito “Bloquinho”, esse arregimentando a maior concentração de gente nas ruas de Bauru no período. Esse já desce seguindo orientação e preceitos ditados pela Prefeitura, pois são muitas ruas, muita gente e uma muvuca intensa e carnavalesca se instalando nas ruas. O grande perigo é que, regulamentando e ditadas regras mais restritivas, se ele continuará saindo? Hoje o faz normalmente, ainda arejos e lampejos ditos democráticos, mas talvez não mais ocorra se formos tomados por onda conservadora. Muito cuidado, é o que se pede, na formatação dessa regulamentação, para não abrir brechas para algo apunhalando a festa no futuro.

Faço comparações com algo presenciado por este mafuento em New York no meio deste mês, quando participei de “Marcha das Mulheres”, pelas ruas daquela cidade. O intuito eram vários, desde o protesto das mulheres, o fato de seus participantes serem contrários ao presidente Trump e a entrada dos EUA em mais um guerra. Foi tudo ótimo, porém, tudo dentro dos limites e me informo por lá, nada mais ocorre sem essa intervenção pública. Vamos aos fatos. Toda e qualquer manifestação nas ruas é comunicada previamente e todo o aparato legal é disponibilizado. Chegando ao local vi tudo gradeado, cercas no entorno das ruas e aparato policial praticando isolando quarteirões. Em cada quadra o povo ia chegando e ali no cercado, com seus cartazes exercitavam o que ali o trouxeram para as ruas. Nada fora disto. Certo isso? Em partes. Lá tudo é muito bem compactado. Cada quarteirão só foi liberado para se juntar ao outro num sinal policial, quando a marcha começou, com começo, meio e fim bem definido. Impossível tentar sair pelas laterais, vicinais ou seja lá outras possibilidades. Gritamos, protestamos, tudo dentro da ordem e dos bons costumes, depois cada um foi para suas casas, com incidentes fora do permitido e cada vez mais impossibilitados.

Fiquei a pensar em como fazer, por exemplo, REVOLUÇÃO, pedindo permissão para o poder público e contando com força policial de proteção quando das manifestações. Uma cidade deve mesmo ter suas regras, mas tudo também deve ter um limite. Está cada vez mais difícil “mijar fora do penico”, seja lá ou aqui. O perigo é essa condição sine qua non de tudo passar pelo crivo da ordem estabelecida e até mesmo quando a proposta é algo contra ela, ter que se a ela se dirigir para obter autorização e acompanhamento. Levando isso para o Carnaval e outros atos já ocorrendo em Bauru sob essa ótica, em algumas concordância, noutras nem tanto. A liberdade de um bloco sair pelas ruas em estado de festa e de forma libertária não pode ser reduzida a artigos regulamentados somente pela ordem estabelecida, pois cerceado perde, no mínimo, o sentido. Que essa dita “regulamentação” ocorrendo em Bauru não seja restritiva, punitiva, cerceando a liberdade de ir e vir, restringindo o juris esperniendi, algo já em discussão de sua continuidade num país cada vez mais obscuro. Não creio que, o secretário de Cultura e seu staff pensem a festa de forma a fechar porteiras. Os vejo propondo a festa, esbravejando contra muitos dragões para realiza-la e que também nesse quesito, que deixem fluir a espontaneidade, a verve rueira que essa festa sempre teve e nunca poderá vê-la perdida, pois se assim ocorrer, ela ocorrerá triste, contida, macambuzia e sem sentido. Seu fim.

O bloco do Tomate é constituído de seres desregulamentados, tenha lá isso o sentido que possa ser dado, então, carecemos de muita vigilância e controle. Já basta o que estamos submetidos no dia a dia. Temos por lema, “a gente faz festa mas tá puto da vida”, daí esse negócio de corda no nosso entorno é o mesmo que nos enforcar. Vigiado sempre fomos, agora que não passe disso. A gente até comunica ao poder público do nosso encontro anual, mas estamos observando que, num futuro bem próximo, talvez exijam algo mais, como já acontece no Rio de Janeiro, governo evangélico neopentescotal, quando muitos blocos para sair, terão que ter a presença de médicos por público em metro quadrado, inviabilizando a ida às ruas. Regulamentação não pode ser o prenúncio de controle absoluto sobre essas manifestações de rua, pois do contrário o modelo norte-americano será o predominante. O Tomate esperneia e diz a que veio.
Em tempo: As fotos são da manifestação novaiorquina, essa contida e limitada ao permitido e vigiado.

MAIS UMA DA MÍDIA MASSIVA BAURUENSE:
A VELHA KLAN E A BANDEIRA DO "CONTA RODRIGO" - E POR QUE ELES MESMO NÃO FALAM?
Ouço a rádio Jovem Pan Bauru, ops, digo, Velha Klan ontem e na manhã de hoje, quando insistem, Alexandre Pittoli e Koffani apregoam em alto e bom som que o ex-prefeito Rodrigo Agostinho deveria dizer quem foi que o pressionou para quando assumiu seus mandatos manter no cargo o presidente da Cohab, Gasparini Junior. Dizem mais, querendo se mostrar importantões, um alega ter presenciado a ligação telefônica de um dos lados do diálogo travado com esse importantão da cidade e o prefeito, quando este impôs ao prefeito a continuidade do presidente no cargo e o outro disse estar do outro lado da questão. Um com o prefeito, outro com o pressionador. Ou seja, ambos foram testemunhas oculares da História, se omitem de dizer o nome do cara e apertam o ex-prefeito para que esse o faça junto às autoridades de plantão.

E por que os dois, que apregoam terem presenciado tudo não o fazem? Se denunciam Rodrigo por omissão, seriam tanto como ele e ainda piores, pois detentores de microfone, de informação privilegiada, de algo a estremecer alicerces desta cidade, jogam a pinimba pra outra instância e ficam cantando de galos. Não que Rodrigo não deva contar, deve sim, mas se mais gente sabe e ainda mais jornalistas, pérfido o fato de escamotearem com a informação. Jornalismo de péssima reputação e a serviço do que de pior existe hoje no momento. 


Desde aqui do meu canto mafuento, lanço um balão de ensaio para ver os dois sabichões do microfone abrindo o bico, dizendo o que sabem, para o bem desta cidade, que ouço dizer defendem tanto. Não o fazendo, os coloco no rol dos piores, muito mais de tudo o que denunciam. Jornalismo que sabe dos fatos e esconde o jogo vale nada, ou pior, serve a interesses. Lanço a campanha, CONTA PITTOLI E KOFFANI!

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