domingo, 26 de janeiro de 2020

FRASES DE LIVRO LIDO (148)


SNOWDEN, LIVRO ME CAINDO NAS MÃOS POUCOS DIAS ANTES DE EMBARCAR PARA OS STATES – ESCREVO DELE SÓ DEPOIS DO RETORNO

Alguns livros me caem nas mãos por formas muito inusitadas. Este, “SNOWDEN – UM HERÓI DO NOSSO TEMPO” (MARTINS Fontes Editora SP, 2015, 224 págs), do cartunista norte-americano Ted Rall me chegou quando abri a geladeira de livros gratuitos da igreja do padre Beto, a Humanidade Livre. Já pesquei muita coisa mais que boa por lá, esse um achado. Trouxe na hora para meu acervo. Estava a poucos dias de conhecer os EUA, coisa de uns 20 dias e com a leitura aquele algo mais faltando para concluir de vez sobre o que fato é e encontraria no país visitado. Li quase numa sentada e acabei relendo por puro deleite. Um amigo próximo, ciente de como se deu a minha entrevista para a visto de entrada, pede para não fazer nenhuma citação dele nos meus escritos antes da viagem, para evitar problemas. Não sei se isso já é demasiada mania de perseguição, mas segui seu conselho, ainda mais porque o conteúdo diz muito disso de nos informar sobre o que de fato se passa nas entranhas deste país que se diz o lugar das liberdades, mas na verdade aplaca suas mais simples manifestações. Trata-se da primeira biografia gráfica de Edward Snowden, um quase herói do nosso tempo. O cartunista norte-americano Ted Rall conta a história do ex-técnico da Agência de Segurança dos Estados Unidos (NSA), que revelou ao mundo métodos ilegais de escuta e vigilância de americanos e de cidadãos de todo o mundo. Snowden é um thriller, também um perfil de coragem e civismo e ainda uma meditação sobre o equilíbrio sutil entre privacidade e segurança que domina a esfera pública na Era da Informação. Quem quer de fato conhecer algo mais das entranhas do Grande Irmão do Norte precisa conhecer a fundo a história de gente a resistir lá dentro, ou mesmo dos que ousaram denunciar o que fato lá ocorre. No final, na curta biografia do autor um exemplo do que escrevo, quando informam o fato de Ted estar sob vigilância por parte do Departamento de Polícia de Nova York e pelo fato de publicações e revelações do livro. Nas frases recolhidas com a leitura esse algo mais:

- “Graças a um jovem chamado Edward Snowden sabemos que o governo dos EUA gastou centenas de bilhões de dólares dos impostos dos americanos para construir a rede de vigilância mais sofisticada, abrangente e invasiva já concebida... para nos vigiar”.
- “o que é mais importante: os americanos descobriram que “seu” governo estava tratando como súditos de um estado policial autoritário, não como cidadãos de uma sociedade livre. Os documentos descrevem um governo que intercepta e armazena nossas comunicações e invadem arquivos do computador de todos – porque ele não distingue entre cidadãos e potenciais inimigos do Estado”.
- “Em 1984 de Orwell, a Teletela nunca podia ser desligada. A NSA tornou real aquela distopia. A agência pode usar seu smartphone para rastrear seus movimentos e escutar suas conversas em casa, mesmo que seu celular esteja desligado. Nome do programa: Captivated Audience. (...) A engenhosidade da NSA não tem limites. Os aparelhos Smart TV, a nova geração de televisores conectados à internet para permitir streaming e navegação na web, dispõem de câmeras que a NSA pode usar para transformá-los numa Teletela também vigiando e gravando todos os seus movimentos”.

- “Se eu quiser ver seus e-mails ou os registros telefônicos da sua muçher, só preciso de sistemas de interceptação. Vou pegar seus e-mails, suas senhas, registros telefônicos, cartões de crédito. Não quero viver numa sociedade que faz esse tipo de coisa”.
- “Um incidente em 2008 fez com que ele reavaliasse pronfundamente a CIA e o papel dos Estados Unidos no mundo. Agentes baseados em Genebra chategearam um banqueiro suíço incentivando-o a beber e depois dirigir embriagado até sua casa, fazendo então com que a polícia local o prendesse. É claro que a CIA o livrou de problemas com a Justiça, mas a um preço: dados financeiros secretos que ela procurava obter. (...) Grande parte do que vi em Genebra realmente me desiludiu quanto ao modo como meu governo funciona e qual o impacto no mundo. Percebi que fazia parte de algo que era muito mais nocivo do que benéfico”.
- “Cada momento que tinha sem ninguém olhando, Snowden copiava arquivos. Ele enchia um pen drive atrás do outro. Mais tarde ele foi visto viajando com quatro lap tops – mas esses eram para administrar comunicações seguras. Era provável que os documentos da NSA estivessem armazenados nos pen drives. Levou quatro semanas para baixar os arquivos. Quando terminou, entrou com um pedido de licença médica”.
- “Os indivíduos tem deveres internacionais que transcendem as obrigações nacionais de obediência. Fiz o que acreditava ser certo e comecei uma campanha para corrigir esses males. Não agi para enriquecer. Em vez disso, levei o que sabia ao conhecimento público, para que o que afeta a nós todos possa ser debatido por todos às claras, e pedi justiça ao mundo”.
- “Existe também o problema do controle do Estado. Como é possível alguém se sentir seguro sabendo que o Governo – qualquer Governo, até mesmo um Governo relativamente benévolo (por ora) – sabe tudo a seu respeito? A História demonstra que, mais cedo ou mais tarde, autoridades e instituições que sabem tudo sobre seus cidadãos usam esse conhecimento para controla-los”.
- “O posicionamento de uma pessoa quanto a Snowden costuma estar associado ao seu nível de confiança no governo. Se você encara o governo dos EUA como uma instituição com falhas, que emprega patriotas que tentam dar o melhor de si para manter o país forte e a salvo, é provável que acredite nos políticos quando eles dizem que não abusam do poder, que os alvos de sua vigilância são todos terroristas. Se, por outro lado, você considera os EUA um império militaresco, decidido a conquistar a maior parte do mundo e a dominar o resto, definido por uma longa história de genocídio, racismo sistêmico e uma implacável repressão a vozes discordantes, nesse caso é provável que você ache que não se pode confiar no governo”.
- “Precisamos mais de leis que limitem os poderes dos nossos líderes do que de leis que limitem nossos direitos”.


Hoje, Snowden continua sendo o cibercrimonso (sic) mais procurado do mundo, ou seja, os EUA não perdoam os que delatam seus atos, mesmo sendo esses invasivos e criminosos. Prefiro afirmar ser ele, algo como um herói, mesmo não gostando da titulação como empregada hoje em dia. Prefiro ficar com a observação de um famoso personagem da vida norte-americana, Noam Chomsky e assim encerro meu relato sobre algo permeando nossas vidas: “O livro é um relato dramático, evocativo, sensível e muito acessível de uma das mais importantes histórias do século”.

GENTE DE MINHA ALDEIA

1.) SEU JUSTINO E O MARAVILHAMENTO DOS REENCONTROS DOMINICAIS NA FEIRA DA GUSTAVO
Seu Justino fez de tudo nessa vida, desde ser o piloto de uma lambreta pelas ruas bauruenses, algo do qual guarda imensa recordação, mas com a idade só avançando a filha lhe proibiu de continuar se arriscando por aí, daí hoje conseguiu matar saudade da feira, quando lhe trazem até as beiradas da mesma, ali na Gustavo Maciel e daí ele deslancha para o lado de dentro, só reencontrando pessoas e lugares por ele frequentados uma vida inteira. Me disse que o violino ele não abandonou e não o fará enquanto existir forças. Rindo disse que o podem para "tocar até hoje festas, como aniversários e até em velórios, quando o o defunto está lá sem poder se manifestar e eu prestando uma homenagem para ele". Foi também um nato consertador a domicílio de objetos domésticos, quando acionava sua lambreta, fixava a ela sua bolsa de trecos indispensáveis e ia na residência das pessoas, levando a solução para o problema, como trazendo consigo a simpatia de ter o reparo feito a preços módicos, como ter o papo prolongado até quando o dono da casa o avisava que já tinha passado da hora. Outra recordação dele e escrevi disso num velho texto no Mafuá foi sobre seu celular (hoje ele não usa mais esses aparelhos e se localiza pelo que conhece a cidade), todo decorado por ele, cheio de rococós, verdadeira peça de museu. Ou seja, seu Justino é um eterno personagem das ruas bauruenses e vê-lo inteiro, na ponta dos cascos, conversador e tinindo de saúde é mesmo de um prazer mais que inenarrável. Eu sou um trombador por natureza e hoje na feira podia ter parado pelo menos uns dez, mas na correria escolhi um e com ele presto homenagem a esses que, mesmo com a passagem do tempo, fazem de tudo e mais um pouco para continuarem em exposição, sendo, fazendo e acontecendo. As nossas ruas só são ricas, cheias de vitalidade por causa dessas valorosas pessoas, todas convergindo para um dos espaços democráticos destas plagas. Com esse reencontro fica decretado meu retorno oficial para as ruas bauruenses após quase um mês de ausência.
Eis o link do que já escrevi sobre esse Justino, inquebrantável personagem desta aldeia bauruense: https://mafuadohpa.blogspot.com/search?q=Justino.

2.) DANADO DO LULINHA AINDA NO HOSPITAL, MAS LOGO MAIS RECUPERADO

Escapuli mais cedo hoje da feira dominical na Gustavo, o espaço mais democrático desta aldeia, mas o motivo era mais do que justificável. Eu me juntei a outro tomateiro e fomos visitar o amigo Agnaldo Lulinha Silva, internado no Hospital de Base, o grandalhão mais velho em funcionamento na cidade, ali na Duque com Monsenhor. Lulinha, como já é sabido sofreu um acidente no sábado retrasado quando um veículo atravessou a preferencial e o ejetou ao alto, ele caindo sobre o mesmo e batendo a cabeça no chão, quando seu capacete voou longe. O danado não tem um hematoma no corpo todo, mas bateu a cabeça e isso é fatal para motociclistas. Foram três dias no corredor do PS, quando conseguiu vaga após intervenção da Justiça, depois UTI por mais três dias e agora no quarto, no restabelecimento do corpo, esse maravilhamento da regeneração possível com o passar do tempo. Ele está bem, quadro estável, lá deitadão e recebendo visitas do dia todo. Olhou para mim e Oscar e perguntou que dia o bloco do Tomate desce o Calçadão e quando lhe disse ser dia 24/2, sábado de Carnaval, contou nos dedos e disse que até lá estará bom e afinado, perfilado para o furdunço. Ele é um touro, franca recuperação e desses amigos que a gente faz questão de permanecer junto pro resto da vida. Ele é meu sindicalista de plantão, assim como meu consultor para assuntos umbandistas e sobre temática de clube de motociclistas, sendo esses três o objeto da movimentação de sua vida. Eu e Oscar Fernandes da Cunha voltamos de lá contentes, pois o danado escapou e em breve estará nas ruas e lutas fazendo o que gosta e o move. Ele não quis tirar uma foto em trajes de cueca no quarto, preferindo fazê-lo outro dia, quando mais apresentável. Um gentleman.

VIVA LULINHA!

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