segunda-feira, 29 de junho de 2020

INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (134)


TIVESSEM FECHADO TUDO BEM ANTES, A SITUAÇÃO ATUAL SERIA BEM OUTRA, MAS...

Bauru está parecendo uma "sanfona", sofrendo dos efeitos de um desnorteado e descontrolado vai e vem, algo provocado pelas tais "forças vivas", as exercendo desmedida pressão para ver suas portas abertas em plena pandemia. Guardião, o super-herói bauruense, após tomar conhecimento que a cidade está novamente incluída na Fase Vermelha, a lacrando tudo, passeou pelo Calçadão da Batista de Carvalho e fez os seguintes comentários: "O cenário é este, sem tirar nem por. Um povo desorientado e após mais de cem dias de reclusão, uma quarentena meia boca, onde quem mais deveria estar incentivando e dando a retaguarda para o isolamento social, o Governo Federal, este se mostra favorável à abertura, daí, tudo começou a se perder. O incentivo para que tudo acabasse mais cedo teria que vir de onde não veio, dos encastelados no Planalto Central, eleitos para zelar pelos interesses da população, mas como não o fazem, envolvidos com pensamentos e ações outras, a debandada que se viu está tendo seus piores efeitos hoje, não só com novamente o fechamento das portas comerciais, como o prolongamento do isolamento. Que disso ninguém se esqueça: poderíamos estar sim, saindo dessa situação, mas se a prolongamos, os culpados são mais do que evidentes".

Aqui em Bauru algo reverberando o que se viu sendo expelido por Bolsonaro & Cia. Guardião não se contém diante destes: "As entidades patronais, os donos das empresas e quem nelas opina, possuem culpa desmedida pela situação atual. Os exemplos mundiais não foram seguidos pelos daqui. Quando todos pregavam o isolamento, estes não souberam cobrar a quem de direito, pregando junto deste a abertura, sem noção de no futuro, a coisa piorar. Pensando somente para com seus botões, não lutaram pelo Governo os defender e proteger, apostando suas fichas em abrir tudo, desdizendo dos riscos. Colocaram a população em risco e hoje, com o aumento em 400% dos casos na cidade, situação de pico, ainda ousam tentar levantar a voz que não aguentarão um novo fechamento. Não fazem Mea Culpa, não reconhecem seus próprios erros e insistem em continuar errando. A vergonha está institucionalizada em quem comanda as associações de classe patronais, pois erraram feio, apostaram nos seus negócios, sem pensar nos danos futuros para a população num todo. Deveriam ser responsabilizados também pelo prejuízo causados à toda categoria empresarial, pois não souberam conduzir os interesses de seus associados. Deram ouvidos para a loucura pregada pelo insano presidente e deram substancial ajuda para a cidade e o país estar assumindo a liderança de casos na América Latina, louquinhos para se tornarem campeões mundiais no quesito Insensibilidade - também insanidade".

A pressão continua, pois com a cabeça já no desvario, estes continuam pregando a continuidade de tudo aberto, jogam pesado, propagandeando sobre a quebradeira generalizada. Guardião os cutuca: "Cadê os créditos para estes? Cadê a garantia de funcionamento? Cadê a segurança para tocarem seus negócios e seguirem adiante? Se não a tiveram, como todos possuem envolvimento umbilical com o atual desGoverno Federal, deixaram de cobrar e fazer pressão a quem de direito, passando a fazê-lo com prefeitos e governadores tentando minimamente seguir orientações de especialistas. Se o nosso cartão postal, a Batista hoje é vista como um cemitério, a culpa foi de quem poderia e deveria ter agido de forma diferente lá atrás. Não o fazendo, quando diante do caos instalado, seguem despirocados e a provocar mais e mais a infestação do vírus pela cidade. Não dá para tapar o sol com a peneira com estes. Cagaram na entrada e cagam na saída, ainda tentando se livrar de qualquer culpa. Foi uma ação sem nenhuma pensada estratégia, movidos pela emoção, a visando somente seus negócios, sem olhar para o restante da população. Hoje, mesmo abertos, seus gastos com higienização, limpeza e manutenção do protocolo exigido são altos e a movimentação não pagará isso, mas persistem e estão contribuindo para que a população passe a apontá-los como insensíveis, daí sim, seus negócios terão problemas", finaliza.
OBS.: Guardião é obra do traço do artista Gonçalez Leandro, com pitacos escrevinhativos deste mafuento HPA. Obrigado, caro professor Oscar Fernandes da Cunha, com ideias para a criação deste post, muito úteis, todas devidamente aproveitadas.

ELES SE APROXIMAM DO MEU PORTÃO, EU OS DEFENDO, MAS ELES QUEREM MINHA CABEÇA
Hoje, no meio dessa balbúrdia toda pelo fecha reabre, eu me lembrei do dilema de uma velha história que já tinha se repetido por aqui neste país quando o guerrilheiro estava encurralado num aparelho lá pelo começo dos anos 70, cercado e para ser morto. Ele ali a defender os interesses daqueles que também ajudavam a cercá-lo e iriam na sequência matá-lo sem dó e piedade. Nós todos, aqui escrevendo laudas e laudas a defender os interesses daqueles que hoje saem nas ruas e se matam sem ao menos entender que, poderiam estar levando vida diferente se, ao invés de saírem como loucos em busca de trabalho, sobrevivência, ganhar algum para comer, se todos estivéssemos juntos na mesma trincheira e pressionando a quem de direito, o detentor das chaves do cofre, este que hoje nos sustentaria nesse período de turbulência, teríamos muito mais condições de superar esses tempos difíceis, mas não, cada um resolveu fazer a coisa pelo que lhe deu na telha, resolver o imbróglio ao seu modo e jeito, e o que se vê são estes a defender aqueles que, na verdade, não estão nem aí pelos seus interesses, não defendem vida digna para gente como eles, mas só pensam nos seus botões e daí os expõe às piores situações. Como se deixaram levar pela onda da abertura no pior momento, se dizem num beco sem saída, acusam os que ainda podem permanecer em isolamento como uma nata de privilegiados insensatos, que não estão nem aí para com a situação deles. Acusam os ainda querendo se manter isolados de defender o próprio umbigo, sem o saber serem esses os que mais defendem os seus interesses.
Ninguém está atinando mais coisa com coisa e após mais de cem dias entre o fecha e o abre, agora reabre, as cabeças já não giram mais conforme o sentido do relógio, as batidas já não são mais sincopadas e não falta mais quase nada para esses todos se voltarem contra os em isolamento, os culpando de tudo, invadindo suas casas e obrigando-os a também fazer o mesmo que eles, do contrário, serão executados em praça pública. E o folgadão lá de Brasília rirá de tudo e se dará por vitorioso se a gente não conseguir mudar tudo isso. Não vai ser fácil, pois já vejo uma turba munida de paus e pedras querendo invadir minha casa, me forçando a se juntar a eles. Justo eu, mais um dos que só queria viver mais um pouco, estender a vida e defender que todos eles, os que hoje estão no meu portão, para que também pudessem se salvar, conseguir algum agora e depois, todos juntos mudar esse mundo, realizar o algo novo, diferente desse modelo vigente, mais unidos, um entrelaçado no outro, derrubando juntos esses muros separando os que exploram dos que são explorados. Sei não, mas acho que estão fazendo tudo pelo jeito mais difícil, pois já sou visto como perigoso inimigo. Dessa acho não escaparei.

Um comentário:

Anônimo disse...

Espero que aprendam com os erros, se é que irão aprender. Muito falam em um "Novo Normal", duvido muito, duvido muito, que isso possa acontecer aqui nesse país. Com essa ganância capitalista, onde na calada da noite o Senado vota a privatização do "Bem", mais valioso para o ser humano, a água. Poderia aqui elencar uma série de motivos que nós confirma, não haverá um novo normal para os trabalhadores. A esses caberá a miséria. É esse o novo normal?
Oscar Fernandes da Cunha