sábado, 11 de julho de 2020
ALFINETADA (193)
DESUMANIDADE E DESLEALDADE PARA COM OS EM ESTADO DE NECESSIDADE - O AUXÍLIO DESAUXILIANDO Volto à carga sobre esse assunto da irregularidade nos pagamento do Auxílio Emergencial, pois ao ouvir relatos das dificuldades em receber dentro de algo tão simples, de 30 em 30 dias, o mínimo plausível, creio eu, algo precisa ser feito para obrigar que a CEF - Caixa Econômica Federal e o Governo Federal, aqui representado pelo mais insano governantes que este país já teve, o Senhor Inominável cumpram com suas mínimas obrigações enquanto dirigentes políticos e de instituições até então sérias. Sei que é impossível cobrar seriedade de quem não é nem um pouco sério, mas a pouca vergonha está atingindo níveis irreversíveis e incontornáveis. Trata-se de "casos de polícia" sem precedentes o que fazem com as necessidades dos inscritos para receber o auxílio.
CASO 1 - Ela recebeu a primeira parcela há mais de 60 dias, já com atraso e a segunda não entra de jeito nenhum. Fez de tudo pelo aplicativo, buscou auxílio para ver se fazia algo errado e, por fim, foi até à Caixa. Prorrogam descaradamente o prazo de outro recebimento e sem nenhuma justificativa. Se recebeu a primeira, qual o motivo para não receber a segunda? Não existe. O que existe é uma enrolação em fim, forçando as pessoas a se humilharem, como se a pedir esmola para que o dinheiro entre em suas contas. E como faz para viver uma pessoa nessa situação, sem emprego, sem amparo de quem deve estar ao seu lado neste momento? Vê-la diariamente tentando resolver pelo aplicativo é uma humilhação sem fim.
CASO 2 - Ele recebeu a segunda parcela, leu ali no aplicativo que ela já estava em conta, mas na hora de sua utilização o dinheiro não está disponível e agora tenta por todo modo e jeito ver o que acontece, sem conseguir resposta convincente. Conta a mim do tempo que fica ao celular tentando acessar os aplicativos, buscar uma resposta e nada de concreto. Diz que já aprendeu ser necessário ter paciência, pois ao digitar algo pelo aplicativo, o tempo mínimo de espera para uma resposta é sempre longo, passando até mais de horas ali aguardando resposta e quando ocorre, nada de solução. São pessoas humilhadas rotineiramente, pois ao pedirem o auxílio, diante de momento aflitivo, agora passam outro, o do pouco caso, de tentar de tudo para conseguir respostas e não as encontrar a contento.
CASO 3 - Todos os casos desembocam na mesma resposta, ineficiência ou pouco caso? Ela me diz que o dinheiro da segunda parcela está em sua conta, mas ao tentar pagar contas, aparece uma mensagem bloqueando essa opção, ou seja, tem e não tem o dinheiro. Ela o enxerga ali no saldo, mas não pode sacá-lo e fazer uso de dinheiro para pagar as suas contas e quando o quer fazer quitando boletos, algo a impede. Se vê num mato e sem cachorro, sem saber a quem recorrer. Tenta emprestar de alguém próximo e para tanto mostra o saldo existente e lá uma nova data, ali apregoada como aquela onde conseguirá sacar o valor. Da pessoa que foi emprestar ouve que, isso não é garantia de nada, pois viu a mesma tela de outros e depois no dia aprazado o valor não estava liberado, sendo novamente prorrogado. Ele diz querer dela outra garantia de que iria receber se emprestasse, mesma sabendo que era para comprar gás, comida e não deixar cortar sua conta de água e luz já bastante atrasadas.
Histórias como essas se repetem e são a combustão para uma necessária revolta, algo além do grito que precisa nascer e se fortalecer das entranhas deste país, dos tantos humilhados contra seus algozes, mentirosos instalados nas suas instâncias maiores e hoje fazendo pouco caso da situação de penúria da maioria da população brasileira.
OBS.: Todas as imagens aqui reproduzidas foram enviadas a mim via WhatsApp pelas pessoas aqui constantes das histórias reunidas neste texto.
QUE BOM RECEBER NOTÍCIAS DE PAULO NEVES*
* Por esses dias, todos ilhados, cada um fechado em seu mundinho particular, de muitos poucas notícias e hoje tive de um destes, o querido professor de História e de teatro, Paulo Neves. Eu e ele já fomos muito mais ativos, mas envelhecemos e só não caímos no ostracismo, pois esperneamos e assim, fazemos e acontecemos para continuar merecendo algumas notas. Vez ou outra a gente grita e ressurge o interesse pelo que fazemos, onde estamos. Paulo hoje gritou e se mostrou em carta publicada na Tribuna do Leitor, do Jornal da Cidade e assim tomamos todos conhecimento dele, do que anda fazendo e mesmo com toda angústia que andamos carregando no peito, é bom saber que ele também está conseguindo sobreviver. Paulo, não esmoreça e vamos assim mesmo, aos gritos, trancos e barrancos cavando nossos espaços. Eu sempre te admirei demais e sei o quanto deve estar sendo difícil passar por isso tudo - para nós todos. Não desista, insista e persista, pois ainda temos alguma lenha para ser queimada. Eis seu texto expelido hoje de forma espontânea, sincera e ao seu modo e jeito:
Após 100 dias, sou o quê? por Paulo Neves - professor
"Na real, um trouxa, um professor babaca, que há 104 dias está fechado no apartamento, com a segurança da Talita, do Thiago e da Maria Rita (me guardando há 800 quilômetros de distância, Três Corações, via telefone). Eu me coloco como um grande trouxa, pois a pandemia não chegou aqui, ainda, para valer, não atingimos o pico, no entanto, os bares do Leblon (RJ) estavam com uma aglomeração absurda; as festinhas acontecendo; querem a volta do futebol com público... Sem dúvida, estamos vivendo um extermínio de certos grupos, acredito que não preciso explicar ou desenhar quais...
Das leituras que faço diariamente, o que observo é a ignorância, a estupidez, o reacionarismo, a arrogância, a petulância, o conservadorismo de determinados grupos, de determinados capitães do mato, de determinados babaquaras, aproveitadores de situação, afinal, o projeto de extermínio estava claro desde 2019 (morrer, r daí?) e diariamente vemos, lemos, observamos que a grande massa está a deriva, não esqueçam: diariamente observem os números... só isso! Ou será que para 2020 o prato será o suicídio coletivo, ou, para amenizar, uma limpeza étnica e social com tubaína?!"
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