sexta-feira, 31 de maio de 2024

CENA BAURUENSE (252)


"ESFRIOU", DAÍ VENHO HOJE COM CENAS ENXERGADAS PELOS OLHOS MAFUENTOS
Na coluna Entrelinhas do Jornal da Cidade de hoje, sua primeira nota é sobre este clima modorrento de quatro dias de feriado - mais para o funcionalismo público. "O clima político de Bauru arrefeceu nesta semana com o feriado desta quinta-feira (30) e principalmente pela ressaca dos vereadores após meses de pauta legislativa travada e também a recente guerra de Comissões Processantes (CPs) na Casa. O ano eleitoral, porém, não deve demorar muito para que os ânimos voltem a esquentar". Assim sendo, eu também dando uma trégua - não deveria, pois o inimigo não descansa - e compareço hoje com minhas cenas...

01. Em 22/04/2024 publiquei: "Essa paróquia da igreja católica, mesmo bem deteriorada é muito mais imponente do que sua versão pós fechamento, construída alguns metros abaixo na mesma rua, lá no Jardim da Grama, boca de entrada da Nova Esperança. Quando fechou, tempos depois foi alugada e nela se instalou uma igreja evangélica neopentecostal que, como primeira medida, tascou pintura em cima dos afrescos ali existentes. Tempos depois, eu vendo a porta aberta, entro para espiar o que havia restado e sou surpreendido por uma senhora me dizendo ser ali sua residência e também salão de cabeleireira. Me desculpei, expliquei meu interesse e ouvi sua história. Hoje, creio eu, pela porta aberta, ou a mesma ou outra inquilina. O jeitão de paróquia continua resistindo e se impondo defronte os trilhos férreos".

02.
Em 27/04/2024 publiquei: "
Tudo na vida tem começo, meio e fim. Passo pela rua Primeiro de Agosto, quadra 6 e do lado da farmácia, essa na esquina com a Rio Branco, hoje um restaurante, antes um bar, ponto de encontro de muitos da velha guarda bauruense, infelizmente, a maioria não mais vivos. Por exemplo, o ex-prefeito Nilson Costa, passava na banca do Orlando, na quadra de baixo, levava o Bom Dia, lia ali sentado e o deixava nas mesas para os demais frequentadores lerem. No fundo, uma mesa de conversa e de baralho, com muitos remanescentes da ferrovia, desde Cláudio Amantini até Joaquim Mendonça. Frequentei e vivenciei muita conversa pra lá de saudosista. Do que ali acontecia até uns cinco anos atrás, pouco antes da pandemia, hoje nenhum resquício. Para quem conheceu o lugar, resta saudade".

03. Em 28/04/2024 publiquei: "Vejo a finalização e real utilização desta obra, em prol da comunidade das vilas Prudência, Nova Esperança e Rosa Branca, todos curtindo muito o amplo local, num vale, antes local de abandono e decrepitude. Ressalto e reafimo, tudo aquilo que se vê hoje e a comunidade desfruta, não deve ser creditado para a atual administração, a da incomPrefeita Suéllen Rosim. A iniciativa veio após a concessionária da ferrovia refazer a erosão e recuperar os trilhos férreos, sendo que, tudo o mais veio como contrapartida, daí é mesmo muito bom tirar proveito de iniciativas de outros. Já fazer de fato, isso é outra longa história, uma pela qual nunca devemos nos esquecer".

04. Em 29/04/2024 publiquei: "O que rola no comércio do centro da cidade é muito diferente do que rola no comércio dos bairros, da periferia da cidade. Nesta foto do centro do Santa Edwirges, luzes acesas na pequena loja, isso já quase 20h, enquanto todo o centro da cidade já se encontra fechado, portas arriadas há pelo menos duas horas. Na periferia, na maioria das lojas, detrás dos balcões, o próprio proprietário, este exercendo todas as funções, desde a de comprar, vender e também faxinar".

05. Em 04/05/2024 publiquei: "O centro velho de Bauru sempre foi uma exposição a céu aberto de suas antigas edificacões, como essa na esquina da avenida Rodrigues Alves com rua Rio Branco. Hoje elas, sem a devida manutenção se mostram sem a pompa de idos tempos, mas ainda conseguem representar muito bem o projeto arquitetônico aqui implantado. Olhar pra elas é também rever tudo o que ali já foi possibilitado".

06. Em 05/05/2024 publiquei: "Praça Machado de Mello, cena repetida toda manhã de domingo. Após ação da incomPrefeita Suéllen Rosim e a derrubada de muitos imóveis no local, sendo instalado em seu lugar um pedregoso estacionamento para veículos, ao estilo Zona Azul, permanecendo praticamente vazios durante toda a semana, quando chega domingo, se transformam num estacionamento para igreja evangélica neopentecostal, praticamente lotando o local, porém, sem que ninguém pague um centavo sequer por deixar ali seus veículos durante toda a manhã no imensa vazio urbano localizado bem no início do Calçadão da Batista".

07. Em 06/05/2024 publiquei: "A febre do momento nas quebradas e até mesmo em points nada periféricos é o tal do "copão", uma mistura de tudo um pouco e a preços possíveis de serem consumidos. Aqui um exemplo, quase na esquina das ruas Patagônia e Silva Jardim, altos do Bela Vista, mais prercisamente no Santa Edwirges, dessa proliferação por todos os lados, poros e situações. Enfim, quem ainda não experimentou o tal do "copão", que levante a mão?".

08. Em 16/05/2024 publiquei: "Dias atrás, reencontro tomando uma gelada cervejinha, horário comercial, o sempre servidor municipal Odil, o professor Teixeira e um amigo não identificado. Os dois citados, aposentados, em plena praça do distrito rural de Tibiriçá, deixando a vida os levar. Teixeira, professor unespiano, foi um dos maiores fotógrafos desta aldeia e hoje, não quer mais nada além de curtir a vida em sua propriedade por lá e bebericar umas na praça. O provoco sobre seu acervo, algo que não pode ser perdido. Ele, hoje, infelizmente, uma conservadora pessoa, depois de tanta boa arruaça vida afora, me diz: "Tanto hoje como antes, tínhamos muitos registros fotográficos, a diferença é que, ontem a quantidade também se traduzia em qualidade e hoje, proliferação de muita coisa sem nenhuma qualidade".

09. Em 17/05/2024 publiquei: "Lá nos altos do PVA - Parque Vista Alegre, onde de um lado da avenida, está localizada a sede do Cartola e do outro, até bem pouco tempo, a do Parquinho Futebol Clube, hoje uma inscrição na parede é a última lembrança de onde funcionou por décadas sua sede. Em mais um desastrado procedimento da administração de incomPrefeita Suéllen Rosim, em conjunto com a Via Rondon, derrubam a sede e no lugar, trecho de uma rotatória e estacionamento de caminhões da empresa que administra a rodovia Marechal Rondon. Do Parquinho, só mesmo o registro na parede, até para não nos esquecermos do que ali ocorreu e assim possamos toda vez que por ali passar, se lembrar de mais uma truculência cometida por quem administra a cidade de costas para a população, sua gente e seus interesses".

10. Em 18/05/2024 publiquei: "A Prefeitura Municipal de Bauru sempre gostou de locar prédios espalhados pela cidade e ali instalar vários de seus órgãos, fracionando tudo, membros desmembrados, cada qual num canto. Pensamento nada útil, diante de tantas possibilidades para unir tudo, gastar menos. A não utilização da Estação da NOB é um deles e nem querer se informar das condições de repasse do prédio do INSS, na Azarias Leite outro. No mais, como nesta foto, um prédio privado, rua Alípio dos Santos, Altos da Cidade, proximidades do Aeroclube, que antes abrigou escola do hoje pífio senador Marcos Pontes e desde algum tempo abrigando setores desconectados da Cultura, como o DEA - Divisão de Ensino as Artes, que atende preferencialmente jovens de baixa renda e desta forma, têm suas dificuldades ampliadas para o deslocamento para a Zona Sul. Nada disso é levado em consideração, quando na junção de tudo o que é gasto, poderia haver melhor racionamento de gastos, com amplo planejamento envolvendo todas as secretárias governamentais. Espalhar não é preciso, mas é cômodo, servindo também para beneficiar alguns privilegiados proprietários".

11. Em 20/05/2024 publiquei: "O fisioterapeuta Adriano Queiroz, morador da vila Pacífico, bem defronte o Bar do Tottó, estava desconsolado e me envia essa foto, com a seguinte legenda: "Que pena! Foram 30 anos". Seria mais uma lacônica despedida? Lembranças deste bar cheio, transbordando de gente após todos os jogos no Noroeste, ali do lado, 100 metros de distância do estádio, mas sabe-se, com jogo oficial agora só em janeiro do ano que vem, não existe como sobreviver só do público noroestino. Também me sinto triste, pois todas as mulheres ali tocando aquele negócio, detrás e na frente do balcão, são exemplos vivos de muita abnegação em algo sempre muito bem feito".

12. Em 21/05/2024 publiquei: "Na parede do único bar aberto no centro velho bauruense, o último a fechar, localizado na avenida Rodrigues Alves 3-12, gerenciado pelo casal Jucelino e Ana, batendo nas onze no lugar, desde atendimento do balcão, cozinha e limpeza, o amor pela ferrovia reverenciado, expresso já no nome, ESTAÇÃO NOROESTE e na parede um enorme painel com fotos variadas de quando a ferrovia era o motor principal desta cidade. Fazendo o que fazem e num local esvaziado à noite, juntam hóspedes dos hotéis da região e quem gosta de algum movimento num lugar que, décadas atrás, foi um dos mais movimentados. Resistem bravamente".

13. Em 22/05/2024 publiquei: "A rede familiar de padarias bauruenses, a Copacabana, com três unidades em Bauru, reconhecidas pelo bom pão, estão a vivenciar algo inusitado desde a fundação. Sua unidade na avenida Octavio Pinheiro Brisola não mais acompanha as outras duas. Ela definha, porém resiste bravamente. Tudo por lá já não é a mesma coisa de antes. Se nas outras duas unidades, prima a continuidade do que se viu até então, dias atrás vendo o proprietário sózinho atrás do balcão, puxei conversa e ele, altaneiro, me dizia do pão recém saído do forno. Não tocamos em outro assunto, ainda mais sobre o que estava acontecendo. Nem deveria, mas a casa estava vazia, uma só pessoa o auxiliava atrás do balcão e vendo-o batendo escanteio e correndo para fazer o gol, ou seja, receber também o valor no caixa, fiz o que pude pra o impulsionar pra cima. Meu breve comentário: "Não desista. Seu pão é bom e se necessitar de torcida, conte comigo". Agora, nem mais as cortinas são abertas e o salão principal anda com suas luzes, a maioria desligada. Daquele dia até hoje, voltei algumas vezes, por ele e pelo pão. E continuarei a fazê-lo, pois ele, o proprietário e, hoje também padeiro, não perdeu a mão de como fazer a massa de seu gostoso e principal produto, o pão. Na torcida".

quinta-feira, 30 de maio de 2024

INTERVENÇÕES SUPER-HERÓI BAURUENSE (174)

NUMA SEMANA ONDE DISSERAM TER CIRCULADO MALA DE DINHEIRO PELA AÍ

A última que se tem notícia, essa realmente existente, comprovada, foi aquela fotografa na residência do ex-presidente da Cohab Bauru, o Edison Gasparini Jr. Ele guardava muito dinheiro vivo em casa e tudo foi devidamente recolhido. As fotos circulam pela aí e não me deixam mentir. Isso já faz parte do passado dentro da história das tantas malas de dinheiro que já circularam por esta insólita cidade.

Nessa semana, Guardião, nosso super-herói, rastreou algo muito comentado durante toda a semana, a possibilidade de nova mala de dinheiro estar circulando pela cidade. "Aqui já se viu de tudo, mas sempre surge algo novo. Malas de dinheiro nunca são novidades. Elas sempre existiram e a maioria os pobres mortais nem tomam conhecimento. Quando muito são muito comentadas, porém como não são comprovadas, tudo permanece no campo hipotético. De algo tenham todos certeza, onde tem fumaça tem fogo, portanto, de tudo o que ouvi, rumores fortes circulando cidade afora, diria mesmo, na boca do povo, grandes chances dela ter realmente circulado. Por enquanto tudo ainda na base das conversas, essas espalhadas por tudo quanto é canto", comenta Guardião.

Guardião, assim como a maioria dos mortais, sabe muito bem onde pisa, por isso, impossível citar nomes, o fato concreto, daí divaga. "A história das malas de dinheiro é das mais instigantes nos meandros da corrupção mundo afora e em BAuru, não poderia ser diferente. Tudo é feito às escondidas, na penumbra, diria mesmo, nas sombras. O meliante, malversador de dinheiro público é um ser macabro, destes tantos fazendo negociatas, lesando o erário e participando de negociações nefastas, juntando bufunfa em causa própria. Um paga do lado de cá para receber algum benefício e do outro lado, o outro paga o combinado, tudo para ser beneficiado pela falcatrua. E quando o assunto extrapola, cai no imaginário popular. Isso aconteceu em muitos momentos na história bauruense e agora, neste momento, um algo novo, novos personagens. Observo tudo e fico cá do meu lado, esperando o deslize, a pisada na bola, para tudo vir à público. Ou seja, nada melhor do que, uma pessoa sendo beneficiada por uma mala de dinheiro, não fazer a coisa certa, deixar um rabinho para trás e tudo vir a público", emenda Guardião.

Quando o assunto reside no campo do "pode ter ocorrido", as histórias rolam e cada uma muito diferente da outra. Guardião não perdoa e crava algo mais sobre contundente tema: "Isso pode até ser tema de um samba carnavalesco do bloco do Tomate, pois estes adoram ridicularizar os malversadores desta terra não tão varonil quanto apregoam seus próceres. Isso de ter sido esquecido uma mala no terminal rodoviário é minha modesta contribuição para tudo o que ouvi nesta semana. Na qualidade de Guardião, vendo tudo num patamar privilegiado, sei do fundo de verdade de tudo. Evidente que, o último lugar por onde uma dinheirama assim passaria é lá na nossa combalida rodoviária, mas como é sempre bom rir - pra não chorar -, continuo me esforçando para saber algo mais, detalhes mais escabrosos, para revelar e levar a público. Aguardo o descuido, como o do cara da Cohab que deixou tudo bem guardadsinho em sua casa, até ocorrer a batida policial e daí, algo impossível de ser explicado. Eu não acho, eu tenho certeza, as malas existem, falta só um pouco mais de empenho para descobrir o algo mais, a concretude disso tudo".

OBS.: Guardião é obra do intrépito artista do traço, Leandro Gonçalez, junto com estocadas escrevinhatórias do mafuento HPA.

DEPOIS PEGAM NO PÉ POR SER CONTRA O FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO
CORTANDO O MAL PELA RAIZ
Publico isso ainda sobre o tema do avanço indiscriminado do segmento evangélico neopentecostal, sem nenhuma forma de criminalização pelos abusos: "Presidente do Ruanda fechou mais de 6 mil igrejas e mesquitas no país. “Fechei mais de 6.000 igrejas e mesquitas no meu país e agora exijo um diploma de teologia para todos os líderes religiosos. Pare de brincar com a fé das pessoas e não faça disso um negócio. Ruanda já é um país abençoado”, disse o presidente ruandês, Paul Kagame. Já no Brasil, a Bancada Evangélica, votam para manter o direto de mentir ...", Marcos Santos, encontrado em publicação de João Lopes.

O pastor Celso Fonseca, de Pirajuí, que conheci quando por lá escrevia para o semanário Alfinete, hoje morando e atuando em igrejas evangélica na África, não gosta do que lê e me envia este comentário: "Essa á a sua proposta democrática? E quem controla as escolas de teologia? O MEC? Querendo ou não a bancada evangélica é uma instituição democrática assim como os votos dos beneficiados pelo bolsa família que fazem a eleição do PT". Respondi: "Vimos como se deu a democracia desta bancada agora quando aprovaram a continuidade dos fake news. Transformaram as neopentecostais num antro de perdição. Se sua igreja for realmente séria não tem o que temer, mas se não for, deveria se preocupar". Ele retruca: "Sou um ardente crítico das fake news. Mas essa matéria é polêmica. Acho que umas das soluções está num judiciário mais ágil e na educação para todos. Concordo que isso deva ser matéria de escola, tipo "como usar as tecnologias de informação. Mas tenho certeza que atitudes como a de Kagame afrontam os direitos humanos e a liberdade religiosa. Não se enfrenta fake news tirando o direito das pessoas. Que sirva de alerta a nossos governantes". Entendam como quiser, porém, eu cá do meu canto, vibrei com a ação do Kagame, pois existe, tanto aqui como por lá, abusos incontornáveis e só mesmo uma ação estatal em condições de reverter ou colocar tudo de um mínimo de civilidade.

Já meu ex-vizinho e funcionário em exercício do IML, Wanderley Cerigatto, emérito religioso fundamentalista me escreve: "Agora proibir que as pessoas vão à igreja...... O que será isso?". Respondo: "Fazer elas pensarem. Ler mais pra entender a enganação onde estão. E escolher algo sério, com falsários impedidos de continuar enganando incautos". Sua resposta: "Pois é, é enganado quem quer ser enganado, pois muitos vão em busca de milagres e crescimento financeiro..... Muitos "milagres" são plantados, por isso as escrituras já falam que existem falsos pastores etc. Muito querem as coisas do mundo, e viram presas fáceis por esses enganadores. Mas o ponto é: fechar as igrejas não resolve, mas isso já está revelado em Apocalipse. Nunca tinha pensado que eu estaria vivo pra ver tudo isso acontecer. O mal virou certo e o bem se tornou errado". E assim, com este discursinho 'cerca lourenço' esperam seguir adiante, tudo liberado e sem restrições. Isto precisa ter fim, é o que, tenho certeza, poderia colocar uma luz no fim deste túnel, no Brasil, infelizmente, ainda apagado.

quarta-feira, 29 de maio de 2024

FRASE DE LIVRO LIDO (201)


"PARA QUE A GENTE ESCREVE, SE NÃO É PARA JUNTAR NOSSOS PEDACINHOS?"
Essa é uma das tantas frases deste brilhante escritor uruguaio e latino-americano, Eduardo Galeano, entendido que era em histórinhas curtas, todas versando sobre o que ia trombando ao longo de suas eternas caminhadas. Li e reli muitos dos seus livros. Neste momento repito a dose com um destes, o "O Livro dos Abraços", editôra L&PM RS, 2ª edição, maio de 2005, 272 páginas.

A leitura não é simples, diria mesmo, demorada até demais, pelo menos no meu caso. Eu paro, reflito, contemplo a ilustração, divago sobre o melhor entendimento do vivenciado pelo escritor e do que ele quer nos transmitir com seus escritos. O que faria num beve tempo, levo muitos e muitos dias.

Eu também - não sei se já repararam - junto meus pedacinhos em cada novo escrito. Isso faz parte da existência humana. Eu, assim como Darcy Ribeiro disse um dia, mais perdi do que ganhei nos embates onde já enfiei minha disposição de luta. Ainda bem, dizia o antropólogo, pois vencer - coisa boa, todos sabemos -, mas se faz necessário analisar em que condições, pra beneficiar o que e ao lado de quem.

Tem muitos momentos em que é preferível perder e continuar na lida de cabeça erguida, do que fazer parte de um conjunto de procedimentos deploráveis, destes que não me deixarão dormir sossegado e só mancharão minha trajetória. E se perco aqui, sinal de que não devo entregar os pontos e seguir adiante. Enfim, ainda continuo de olhos abertos, enxergando tudo.

Nas minhas historinhas, muitas delas chinfrins, como este que vos escreve, passo algo disso, das contendas onde estou enfurnado, plena disputa. Tem quem me diga que falo e escrevo demais, deveria variar mais as coisas e deixar muitas outras para lá. Breno Altman passou por aqui dias atrás e disse algo sobre este assunto: "Se até agora agi assim, não será agora que irei mudar de lado ou me conter, me aquietar".

Enfim, ainda do Galeano e de seu livro, algo para mais uma bela reflexão, depois de tudo o que temos visto nestes últimos dias no campo da política bauruense: "Se o passado não tem nada para dizer ao presente, a história pode permanecer adormecida, sem incomodar, no guarda-roupa onde o sistema guarda seus velhos disfarces".

CELEBRAÇÃO DAS CONTRADIÇÕES, O QUE ESTÁ POR DETRÁS DE UMA FOTO
Hoje é o dia das citações do uruguaio Eduardo Galeano, tiradas de seu livro, formato de bolso, o "O livro dos abraços". Uso e tento alguma alusão com o vivenciado no momento político bauruense. "O sistema esvazia nossa memória, ou enche a nossa memória de lixo, e assim nos ensina a repetir a história em vez de fazê-la. As tragédias se repetem como farsas, anunciava a célebre profecia. Mas entre nós, é pior: as tragédias se repetem como tragédias", escreve.

Ótimo para constatar onde nos encontramos, o que queremos e o que deixamos alguns fazer pela gente. Tem muitos ótimos de serem seguidos, mas tem tanto embromador nos atravancando os caminhos e nós lhe renovando as fichas. Temos a certeza de que, nada sairá dali, mas optamos por ficar quietos. Sempre dá merda.

Leio a justificativa do Tribunal Superior Eleitoral livrando a cara do senador Sergio Moro e, assim, rejeitando sua cassação. Como aceitar o inaceitável? "É preciso mais do que estranhamento, indícios, suspeitas ou convicção. É preciso haver prova, e prova robusta", ponderaram. É pra engolir em seco. O cara gastou rios de dinheiro, tudo sem respaldo legal e lhe inocentam.

E por aqui, um conjunto da obra, verdadeiro circo de horrores, algo que afastou do maior partido de esquerda brasileiro qualquer tipo de renovação. Esses eram impedidos de ali militar, pois podia ofuscar o brilho de mando. Outros ousaram, mas quando se deram conta dos procedimentos, bateram asas. Quem conhece se afasta, foge, quer distância. Incautos se aproximam, por pouco tempo. Quando se dão conta, somem. Uns poucos insistem e tentam vergar o monstro. Um dia irão conseguir, pois não há mal que tanto perdure.

São tantas histórias. Uma mais escabrosa que a outra. Ontem mais um capítulo. Tenta se mostrar mais que o presidente eleito. Como seguir lutando por outro mundo possível diante de alguém jogando só pensando em si e articulando com o adversário? Votando alinhado deste. Fingiu ter um candidato quando já tinha tudo negociado por outro rumo, com outros personagens. Inventou um e o descatará, questão de dias. Uma foto bonita, pura ostentação, tudo para inglês ver, jogo de cartas marcadas.

Galeano retratou tantas histórias parecidas. "Somos, enfim, o que fazemos para transformar o que somos. A identidade não é uma peça de museu, quietinha na vitrine, mas a sempre assombrosa síntese das contradições nossas de cada dia. Nessa fé, fugitiva, eu creio. Para mim, é a única fé digna de confiança, porque é parecida com o bicho humano, fodido mas sagrado, e à louca aventura de viver no mundo". Quantos dias mais para revelações pipocarem no centro do picadeiro.

NÃO TENHO MAIS IDADE PARA ACEITAR TUDO QUE ME É IMPOSTO
Aliás, nunca tive. Pelo menos isso carrego comigo pro resto da vida. Quando forem algum dia fazer um rescaldo de minha vida - se o fizerem -, irão verificar e constatar que, nunca fiz acordos com a tal que diz ser dona das ações de um partido político na cidade, uma que o faz alegando ter boas relações com os do andar de cima da agremiação partidária e assim, segue seu jogo, se beneficiando pessoalmente de tudo e nunca pensando coletivamente. Fez e aconteceu ao longo do tempo, mais de 20 anos neste repugnante joguinho. Desde quando percebi como era seu proceder, mantive distância.

Como é bom recorrer sempre, buscando reforço nos escritos deixados pelo Eduardo Galeano. Ele me serve como alento para tudo, inclusive para essas horas, pois foi um destes que não se deixou levar, nem ser enganado, não foi na onda e assim, só colhendo suas histórias, construiu algo sólido, para sempre. "Desamarrar as vozes, dessonhar os sonhos: escrevo querendo revelar o maravilhoso, e descubro o real maravilhoso no exato centro do real horroroso da América", escreve ele num dos trechos deste livrinho de cabeceira, o "O livro dos abraços", que em em três textos me servem de base, auxílio luxuoso para conseguir ir tocando a vida diante de tanta iniquidade.

Talvez a gente novamente se veja obrigado a se vergar e ter que aceitar o imposto pelos que, decidem lá nos degraus de cima. Acatar cegamente é algo que nunca fiz na vida e não é agora, beirando o 64, que irei fazê-lo. Observo alguns que comungam de algo similar à minha linha de pensamento e ação, mas preferem se manter à distância. Cientes de como tudo ainda é decidido pela cabeça de alguém totalmente no desvio de algo dentro do bom senso e do pensamento coletivo, não se aproximam. Eu vou até onde consigo não vomitar em público, daí, vomito e, creio eu, o faça escrevinhando. Ah, se fosse relembrar as histórias passadas com este personagem. teria muito para relatar deste "real horroroso" dito pelo Galeano.

No mesmo livro, ele transcreve, "não se necessita ser Sigmund Freud para saber que não existe tapete que possa ocultar a sujeira da memória". Penso muito nisso e com o passar dos anos, com quase mais nada a perder, por que não produzir um amplo relato de tudo o que se sabe destes anos de estrada? Daria o que falar e, é claro, alguns processos. Poderia fazê-lo, como Galeano me ensina, citando também o pecado, sem o fazê-lo com o pecador. Mas será que assim, saberiam de que e de quem se trata? Creio eu, no mundo atual, com essa dificuldade toda de interpretação de texto, mesmo sendo explícito, nem todos entenderiam ou mesmo, muitos ainda duvidariam e continuariam a louvar quem lhes apunhala. 

Continuo tentando. Não sou santo, também tenho as minhas histórias, mas nenhuma de malversação, nenhuma de negócio escusos, de rasteiras, negociatas e até como dizem, de barris com dinheiro enterrado num lugar incerto e não sabido. Enfim, como o escritor em voga vaticinou, "no Sul do mundo, ensina o sistema, a violência e a fome não pertencem à história, mas à natureza, e a justiça e a liberdade foram condenadas a odiar-se entre si". 

Encerro com uma poesia de sua lavra, a O SISTEMA:
"Os funcionários não funcionam.
Os políticos falam mas não dizem.
Os votantes votam mas não escolhem.
Os meios de informação desinformam.
Os centros de ensino ensinam a ignorar.
Os juízes condenam as vítimas.
Oss militares estão em guerra contra seus compatriotas.
Os policiais não combatem aos crimes, porque estão ocupados cometendo-os.
As bancarrotas são socializadas, os lucros são privatizados.
O dinheiro é mais livre que as pessoas.
As pessoas estão a serviço das coisas".

E tenho dito. HPA, sempre tentando continuar sonhando.

terça-feira, 28 de maio de 2024

ALGO DA INTERNET (213)


ALGUMAS PALAVRINHAS MAIS SOBRE O DIA DE ONTEM NA CÂMARA E ALGO SOBRE AS REPERCUSSÕES JÁ NA TERÇA
A sessão de ontem, achei-a morna. Poderia estar mais quente, mas pelo visto, foi esvaziada desde seu início. Quem mais deveria etsra lá, continuando a luta, agora pelo Fora Suéllen, ainda não se deram conta de que, os desmandos todos só terão fim quando algo neste sentido ganhar corpo e envolver a cidade num todo. Chegaremos lá, pois pelo conjunto da obra, essa administração tem muito ainda a se explicar, responder e, por fim, pagar junto à Justiça. MAis dia, menos dia, muita coisa virá ainda à tona e se tudo der certo bem antes das eleições. Não perco as esperanças, de que, como já é sabido, sem grande chance de tudo vingar pela ação advinda das ruas, onde ocorre pouquíssimas manifestações, infelizmente, tudo deverá vir da ação do Judiciário. Não tem como esse momento vivido pelas ações da Prefeitura e da Câmara passem batido.

Ontem, pelo que senti do pouco tempo que lá passei - só o das votações das duas Processantes, a da Mesa e contra Chiara -, creio eu, já estava em vigência uma espécie de acordão coletivo, pois o clima estava bem mais ameno, quase todos já mudando de assunto. Nem o intempestivo voto da única vereadora do PT junto de quem deefende a atual administração, pela galeria estar um tanto vazia, não mereceu uma ovaçãoà altura do ocorrido. O único ainda com sangue nas veias parecia ser Eduardo Borgo, pegando no pé de quem, em primeiro lugar deverioa estar do lado de cá, mas votou enfileirada com a manada suellista. Borgo, pelo visto, sabe de coisas que nós, pobres mortais não sabemos. Pelo menos não deixou a questão passar batida. Foi o único momento ontem em que vi algo mais contundente, no mais, trivialidades.

Triste ver a Câmara se propondo a esquecer rapidamente de tudo o que a movimentou de forma inolvidável nos últimos dias. Pelo que vejo, daqui para a frente, muito em breve estarão quase todos cordialmente se confraternizando lá dentro do cercadinho e nós, aqui do lado de fora, incrédulos e de boca aberta: Mas como? O presidente da Câmara escapa de duas Processantes e a mais contundente, a do Marcos Paulo Casalechi Resende nem foi lida, pois no entendimento da consultoria jurídica da Casa, mudando parecer, dizia estar incompleta e não preenchendo requisitos. Balela, pois o que não existe é vontade política de levar adiante algo a envolver o que é tão explícito, um acordão de quem apóia a alcaide, votos em conjunto, fechados, feitos de comum acordo, igual a algo já ocorrido tempos atrás na mesma Câmara, com o Trem da Alegria, quando se aprovava tudo quase sem oposição.

Na repercussão do dia de hoje, por duas rádios de Bauru, algo a demonstrar uma disputa ainda não inconclusa - quando o será? Na 96FM, Estela Almagro, faz questão de sempre demonstrar ser a maiorial, mas ainda não revelando não estar nem um pouco envolvida com a candidatura de Iara Costa, mas sim, algo engendrado secretamente desde o início. Atacar Claudio Lago, pré-candidato à prefeito é só o que sabe fazer, enquanto deveríamos estar lutando por decisão tomada em reunião ampliada do partido, a candidatura própria. Fica feio esses ataques diretos ao Lago e defender algo totalmente fora de sentido. Por outro lado, Chiara Ranieri estava na 94FM, já prevendo algo em torno de seu nome. Ela tenta a realização de uma Frente Ampla, talvez ao estilo do ocorrido com Lula na última eleição. Ela é de direita, porém não obtusa como a ultra-direita hoje comandando a cidade. Mesmo mais palatável, difícil algum acordo. Sou mais Lago como candidato e colocar logo esse bloco na rua, sem muito mi mi mi. Tentar vencer as arestas internas do partido e da Federação, mas já alavancando seu nome como o mais viável. Este o momento de se ir pras cabeças e tentar, com grandes possibilidades, de fazer até 3 vereadores. Com Lago encabeçando a chapa, vejo grandes possibilidades disso se concretizar. Seria uma boa renovação e oxigenação interna nas hostes petistas e também dentro da Câmara. Luto por isso, sem medo de já estar no campo de luta, entrincheirado pela aí, esgrimando muito, entre "tapas e beijos", buscando vida nova pra essa cidade, em todos seus sentidos.

ALGO AINDA SOBRE A ABERRAÇÃO DA REJEIÇÃO DO PEDIDO DE PROCESSANTE PARA NOVE VEREADORES DE BAURU - QUAL TERIA SIDO MESMO O MOTIVO?*
* Alguns comentários deste mafuento HPA antes da leitura da carta do autor do Pedido de Processante, enviado para imprensa bauruense. Tudo hoje nas hostes da Câmara e Prefeitura Municipal de Bauru beiram a algo em desrespeito a legislação vigente. Nada de anormal a rejeição, pois diante de tanta aberração ocorrida lá na dita Casa de Leis bauruense, essa seria só mais uma. Confiram dos motivos pelos quais a rejeição ocorreu e entenda dos motivos de muita coisa sendo lá aprovada, deve em breve ser revisto pelo Judiciário. Link de como tudo foi noticiado pelo InformaSom, da 94FM: 
https://web.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/372326525854154

"Meus caros, compartilho aqui uma nota enviada por mim para a imprensa bauruense sobre o parecer do jurídico da Câmara sobre meu pedido de processante.

Sou autor do pedido da processante contra os 9 vereadores da base da prefeita e cujo pedido teve o parecer da consultoria jurídica da Câmara pelo arquivamento, e claro, parecer que será seguido pela mesa diretora, nada de surpresa nisso. Durante a semana passada o que circulou inicialmente era que o pedido carecia de "documentos", sendo que todos os meus dados constam na solicitação de processante, depois, na sexta-feira, era de que o parecer pedia pelo arquivamento por "não preencher os requisitos jurídicos".

E aqui se faz necessário alguns esclarecimentos... vi alguns setores da imprensa bauruense, defendendo o parecer da "consultoria jurídica" da Câmara, alegando que não se pode "banalizar" o pedido de processante ao faze-lo contra 9 vereadores, sendo que, cada vereador responde por si e não deveria ser responsabilizado pelo seu voto que é da convicção de cada parlamentar. Eu concordaria com esse argumento se a votação do PL em questão (da concessão da ETE), tivesse ocorrido dentro da legalidade.

O vereador quando assume o mandato faz um juramento e assume um compromisso de exercer com lisura a função de parlamentar, respeitar a Constituição Federal, a Lei Orgânica do Município e o Regimento Interno da Câmara... fiscalizar o poder Executivo e atuar dentro da ética.

Mas o que se viu na sessão do dia 13/05, o que ocorreu nesse dia foi a maior aberração em termos de rasgação de leis da história legislativa de Bauru. Toda a sessão foi pautada pela ilegalidade, e as ilegalidades não foram só do presidente da casa, mas corroborada por todos os outros 8 vereadores da base que suportaram todas as aberrações jurídicas cometidas, como por exemplo, aceitar a indicação da relatoria pela mesa diretora, emitir parecer e colocar em votação pelo plenário e não pela comissão, entre tantas outras ilegalidades observadas por todos naquele fatídico dia como a própria prorrogação da sessão feita de forma irregular o que resultou na retirada dos outros 8 vereadores da oposição da sessão.

Alguém tinha dúvida de qual seria o resultado daquela sessão? Não precisa ser guru para enxergar que claramente havia um circo armado com o bloco dos 9 da base da prefeita para cometer tais ilegalidades e aprovar o cheque em branco cuja conta será caríssima a ser paga pela população. Essa concessão será no curto, médio e longo prazo, uma tragédia para o povo de Bauru.

Todo cidadão eleitor tem o direito constitucional de diante de ilegalidades, quebra de decoro, etc... solicitar um pedido de abertura de comissão processante chamando pelo Decreto 201/67 e expondo os motivos e quem decide pela abertura ou não é o plenário da Câmara em votação. Um parecer por arquivamento só poderia ser no caso de falta de dados do munícipe e de exposição dos fatos sem chamar pelo decreto 201. Nenhum cidadão nesse caso é obrigado a ter amplo embasamento jurídico e escrever uma tese de doutorado para fazer tal solicitação.

E que moral tem essa consultoria jurídica da Câmara para alegar "falta de embasamento jurídico", depois de toda aberração jurídica cometida por esta na sessão do dia 13? E lembrando que o motivo de processante anteriormente protocolada por outro munícipe contra a mesa diretora, questiona justamente a suspeição da licitação na contratação dessa "consultoria jurídica".

Que meu pedido de processante teria um parecer contrário não causa nenhuma estranheza, não é mesmo? Já o pedido lá do pastor contra a vereadora Chiara Ranieri foi pela normal tramitação alegando "quebra de decoro" por causa de um copo quebrado.
Essa consultoria jurídica da Câmara é que anda precisando de um choque jurídico na hora de emitir os pareceres na casa.

Nada nesse episódio surpreende, mas nada que não se possa estudar rediscutir judicialmente para restabelecer legalidades, como já a própria sessão do dia 13 e a votação do PL da concessão será rediscutido no judiciário.
Agradeço pela oportunidade para contribuir ao bom debate.
Grande abraço a todos!
Marcos Paulo Casalecchi Rezende".

E PRA AURI-VERDE, HOJE MUITO PIOR QUE A JOVEM PAN, NÃO VAI SOBRAR NADA?

segunda-feira, 27 de maio de 2024

RELATOS PORTENHOS / LATINOS (130)


DINHEIRO NA CONTA DESSA PREFEITURA É ALGO CONFIÁVEL?
Dou minha modesta contribuição neste momento, intermediando com meus parcos conhecimentos para que uma entidade da cidade possa receber lá na frente um valor, por ela solicitado e já quase na fase final de aprovação, advindo do Governo Federal. A presidente dessa associação me indagava se o valor correspondente teria como entrar direto em sua conta e assim, ela prestar contas. Existe um entrave e tudo irá para a conta da Prefeitura e ela, como uma espécie de verba carimbada, deve repassar tudo para a entidade.

Hoje, ouço o vereador Segalla contar uma aterradora história de outra entidade da cidade. Essa associação pede apoio financeiro junto ao Banco do Brasil, num amplo projeto social. O banco analisa todos os deatlhes e acha viável efetivar o repasse. O faz, mas tudo adentra a conta da Prefeitura Municipal e essa a responsável por repassar para a associação. Hoje, passado quase um ano do valor já tendo sido entregue, o Banco do Brasil está solicitando para a associação que comece a proceder a prestação de contas, algo tão importante quanto o repasse. 

Pois bem, sabem o que aconteceu. A associação não tem como prestar contas de nada, pois até a presente data, um ano do repasse, o dinheiro continua retido nas contas da Prefeitura, administração da incomPrefeita Suéllen Rosim e não foi repassado, apesar dos constantes e insistentes pedidos. 

Volto para a entidade onde tento dar meu quinhão de colaboração e diante dessa notícia, sei o que deveM estar a pensar: "Depois de tudo, toda a papelada, toda a documentação que tive que providenciar, tanta ida ao cartório regularizando tudo, será que quando for aprovado, o dinheiro chegar na conta da Prefeitura, ela repassará ou acontacerá o mesmo que acabo de ouvir da boca do vereador Segalla?".

Eis uma dúvida das mais cruéis. Este o retrato da atual administração municipal, descrédito total, além de desconfiança absoluta. 

DECEPÇÃO ou NÃO SOU BASE DE APOIO DA SUÉLLEN
Na verdade fui hoje na sessão da Câmara, pois não acreditei quando vi a justificativa da vereadora petista Estela Almagro para não votar pela abertura da Processante para a atual Mesa Diretora da Câmera, que tanta coisa fez de errado, tanta infração cometeram diante da legislação existe, burlando fartamente o Regimento interno da Casa, tudo para beneficiar interesses da alcaide municipal, a incomPrefeita Suéllen Rosim. Ela já havia apregoado como seria seu voto, mas na qualidade de petista, tinha que me certificar de algo assim ser mesmo possível. Foi, ela realmente votou parelhada com toda a base de apoio da alcaide.

Fiquei prestando atenção em como procedeu seu voto. Foi lacônico, triste, um tanta cabisbaixa. O partido, por tudo o que representa hoje para o Brasil, não pode se satisfazer com uma justificativa tão chinfrim. Como pode ter feito tudo o que fez até agora, todas as reuniões, tanta gente envolvida nas questões discutidas e depois, quando da votação, pula fora e se diz contra a Processante, mas sim, para não generalizar, talvez só o afastamento. Não pegou, não ficou feio, foi um horror.

Eu certa feita, muito tempo lá atrás vesti uma camiseta ostentando um sonoro "Sou PT, voto Tuga", plenamente justificado na época e por algo ocorrido justamente com a mesma pessoa. Naquele momento era inconcebível, depois de tudo, continuar seguindo o que ditava o partido na cidade. Não fui expulso, sai e nunca deixei de ser petista, um só dia sequer. Todas as lutas durante o período em que estive fora do partido, estive presente e desde então, algo pelo qual tenho a mais absoluta certeza, foi o mais correto, sempre longe de qualquer proximidade com as pessoas que me fizeram tomar aquela atitude naquele momento.

Não me envergonho nem um pouco do que fiz. E antes que, como resposta, alguém tente me jogar isso na cara, explico. Tenho é muito orgulho do que fiz, pois enfrentei, confrontei e se for hoje contar a história nos seus detalhes, sei que ela possui muita semelhança com tudo o que vi ocorrer hoje na sessão da Câmara. Eu não me envergonhei de ter saído naquele momento, mas me envergonho do que vi hoje. Para qualquer petista é algo mais do que natural, numa votação como a de hoje, sem que ocorra qualquer orientação do partido a votação pela abertura da Processante. A tal Mesa da Câmara não só merece ser cassada, como processada judicialmente por tudo o que fez. As infrações foram e continuam sendo recorrentes. Hoje mais uma, quando impediu o suplente do Borgo de ser acionado.

Também não achei nada anormal a fala do vereador Borgo, quando lhe sugere prestar ajuda, em casa de necessidade futura, os tais préstimos jurídicos, que um dia, pelo que vi hoje, ele já o fez e agora, diante de, talvez uma Processante contra ela, a do Hacker em seu Gabinete, sugere e oferece ajuda se estiver sendo pressionada contra a parede. Essas foram as palavras dele, não as minhas. O jogo é jogado de uma forma pela qual os pobres mortais, os que estão do lado de fora, talvez nunca tomem conhecimento de tudo o que se passa nos bastidores de um cenário político. Daí, como tudo é possível, fofocas e comentários de toda espécie ganharam espaço hoje nos corredores da Câmara, um mais escabroso que o outro. Ou todos por lá são muito sugestivos, assombrosa criatividade ou a coisa por lá é pra lá do balacobaco, o que acho mais acertado. Eu não quero dar tempo ao tempo, quero sim me posicionar já, antes da poeira baixar.

Vergonha é ver tudo isso e se manter calado. Eu ainda acredito num outro PT e é por isso que aqui continuo, esgrimando e lutando, pois além desses problemas internos, temos uma luta insana do lado de fora de nossa janela. E dela não posso me esquivar, nem me omitir.

LEIO TODOS OS DIAS - O MELHOR JORNAL DO MEU MUNDO É ARGENTINO, PÁGINA 12
Sua edição virtual é leitura matinal diária.
O único brasileiro da lista das crônicas da edição especial é o jornalista e escritor Eric Nepomuceno, eterno tradutor do colombiano Gabo. Hoje eu só leio ele neste jornal e muitos compartilho por aqui, um dos nossos melhores jornalistas ainda em atividade. Junto aos demais, um time que bate muito mais que um bolão.

"Neste domingo o diário argentino Página/12 vai publicar um suplemento com uma seleta de 40 de seus melhores colaboradores, de todas as partes do mundo, que escrevem desde que foi criada a página cultural Contratapas, 37 anos atrás. Entre outros, lá estão Juan Gelman, Mário Benedetti, Tomás Eloy Martinez e Eduardo Galeano. O único, solitário brasileiro, é o Eric Nepomuceno, atual diretor da EBC no Rio", Fernando Morais, jornalista e escritor.

domingo, 26 de maio de 2024

DIÁRIO DE CUBA (244)


O CONSTRANGIMENTO QUE O MINISTRO MÁRCIO FRANÇA FEZ OS TRÊS ÚLTIMOS PREFEITOS BAURUENSES PASSAR ONTEM EM BAURU NO EVENTO DO PSB
Márcio França é político de velha cepa, sabe como conduzir uma prosa e um bom discurso. Tem traquejo de décadas de estrada. Ontem esteve em Bauru num evento específico para alavancar as candidaturas de seu partido, o PSB - Partido Socialista Brasileiro. Num certo momento de sua fala, após tomar conhecimento que em Bauru muitos bairros estão tendo que efetuar rodízio com as torneiras abertas, dia sim, dia não, fez uma loga fala sobre isso e jocosamente perguntou: "Então agora só é possível tomar banho um dia sim, dia não em Bauru?". Era a mais pura verdade, essa a realidade vivenciada em muitos bairros da cidade neste exato momento. Enquanto cai chuva dos céus, muitas torneiras só jorram água de quando em quando.

Foi além e disse textualmente que a falta d'água é também proveniente da falta de protagonismo bauruense. Citou cidades que hoje estão mais pujantes que Bauru, como São José do Rio Preto, Piracicaba, Ribeirão Preto e, pasmem, Araraquara, muito menos, mas conseguindo amealhar muitos mais recursos que Bauru. Da questão da água, foi como se mostrasse algo incompreensível isso de Bauru ter parado no tempo e no espaço, sem projetos consistentes e grandes realizações nos últimos tempos, culminando com a situação atual.

Ele, num outro momento, louvou dentre os presentes, os ex-prefeitos Tidei de Lima, Rodrigo Agostinho e Clodoaldo Gazzetta. Brinca pela ausência de Tuga Angerami: "O Tuga ainda está vivo?". Foi um tanto sem graça essa sua observação, porém, essa ausência é plenamente justificada. Já dos dois presentes, Rodrigo e Gazzetta, somando 12 anos, mais dos três de Suéllen, totalizando 15 anos e nosso tratamento de esgoto, com muito dinheirto em caixa e obra interrompida, paralisada e sem solução de continuidade à vista. Mais que isso, pouca coisa foi feita concretamente por estes para resolver nossa eterna dependência do Batalha. Ou seja, brincou lá com o microfone na mão e talvez não fosse essa sua intenção, mas na verdade, deu uma sonora cutucada nos dois últimos prefeitos e na atual, ela ausente no ato. Fica o registro. Deu pra observar a fisionomia de espanto na face dos dois enquanto falava. Para mim, foi o ponto nevrálgico de sua fala, o fato de Bauru ter parado no tempo e no espaço.


MERGULHANDO NAS HISTÓRIAS DO RIO DE JANEIRO LÁ PELOS IDOS DE 1930 - PERDIÇÃO DOMINICAL
Tenho acesso nesta semana a livros que foram de minha sogra e estavam em São Paulo. Chegaram até eu e Ana Bia dias atrás. Imensidão de objetos pessoas de dona Drcy Soliva Soliva da Costa, guardados até então e hoje em Bauru. Dentro tudo, o que muito me interessa - e daqui por diante cada vez mais e mais - são os livros, CDs e LPs. Ela possui um gosto cultural dos mais apreciáveis, algo que tento, seguir tocando este barco adiante. Peças maravilhosas, que para muitos passam batido, mas para mim, motivo não só de atenção, como de fixação.

Os três primeiros objetos pelos quais estou já mergulhado em sua magnitude são três livros, a completa coleção, "O Rio de Janeiro do Meu Tempo", do jornalista Luiz Edmundo, realização da Imprensa Nacional, 1938. Somando os três, mais de mil páginas e nelas, junto de um belo texto, retratando detalhes da vida cotidiana da Capital Federal, um belo álbum de fotos e ilustrações. Ao vê-las, juntando com a leitura, me transporto para aqueles tempos e como num filme, procuro saborear com muito apetite tudo o que ali encontro. Nas fotos, principalmente dos tipos populares, trabalhadores ambulantes nas ruas, com suas gastas vestes, a maioria atuando sem sapatos nos pés, vendendo de tudo como meio de vida, algo dói dentro do peito, mas pouco se difere do que continuo a ver hoje.

Recebi amigos em casa hoje e mesmo por mais agradável que tenha sido eles aqui em casa, rodeado de boa conversa, me mentive separado dos três catataus na parte inteira da tarde. Mal me despeço deles, me tranco no quarto de leitura e dali não quero mais sair. Esqueço até do cansaço e do sono, que insiste em me rodear. Eu me envolvo dos pés à cabeça com uma boa leitura, ainda mais quando o assunto é daqueles, para mim, arrebatador. Escrevo este curto texto e volto para saciar mais um bocadinho de conhecimento de como era o Rio, que tanto amo, nos idos dos anos 30. De cada personagem dado destaque, parece que o tenho aqui diante de mim. Que poder têm um texto destes que pegam a gente e não nos largam mais, enquanto não findar, não ver ver finda sua leitura. Passarei uns bons dias envolto sob essa névoa inebriante. Volto em breve...

AMIGO É COISA PRA SER GUARDAR... E TER PRA SEMPRE, AINDA MAIS QUANDO ESTE SE CHAMA MAURÍCIO DOS PASSOS
Ontem, domingo, 26/05, foi um dia um tanto frio, com alguma chuva, destes maravilhosos para gente não sair de casa, não fazer nada, colocar tudo em dia, desde leituras, filmes, arrumação da casa e espriguichamento geral. Estava nessa, proém a campainha toca e quem chegava assim de surpresa era o magistral amigo, Maurício dos Passos - o danado é incomensuravelmente encantador com seu inseparável boné cubano -, para mim eterno provedor da Santa Casa de Pederneiras, cargo que ocupou com bastante afinco num dos governop da Ivana Camarinha lá naquela cidade. O danado veio pra Bauru, convicto de que, em casa poderia colocar em execução um plano dos mais arrojados, fazer um Baião de Dois.

O danado hoje trabalha junto de seu irmão numa estabelecimento especializado em mármores, algo pesado e quando de folga, vem pra cá, primeiro pra espairecer, depois para se recarregar junto de outros tantos iguais a ele, lulistas, esquerdistas e querendo mudar o mundo de ponta cabeça, tudo para ver vingar algo de bom pro lado dos trabalhadores.
Chegou, pediu permissão para entrar e foi ocupando a cozinha. Para quem não sabe, este dadado é um original chef de cozinha. Sabe de tudo e a cada dia vem com uma receita nova.

Está sempre à procura de lugares que lhe permitam exercitar tudo o que lhe vêem à mente. Evidentemente, abrimos logo a casa, pois ninguém por aqui estava interessado em esquentar panelas num dia como ontem. 
Daí, sua primeira providência, já trazendo tudo numa quantidade certa para um tanto de pessoas, liga para estes e estende o convite. Em questão de menos de uma hora a casa estava cheia. De um domingo modorrento, uma transformação inesperada e divinal. Vindo der quem veio, aceitamos tudo, pois Mauricio Dos Passos é dos caras mais autênticos e ponta firme que conheço dentro da instabilidade do mundo atual.

Ele veste um avental pendurado lá na cozinha e começa sua saga. Sabíamos de antemão que o tal baião de dois, com produtos comprados em três lugares diferentes e uma manteiga de garrafa, conseguida de última hora lá do Bar da Rosa, por um dos convidados, não seria coisa rápida. Nos preparamos com uns acepipes e cervejinha gelada. Não o rodeamos, para não deixá-lo nervoso e assim, devagar quase parando, tudo foi sendo possibilitado. Lá pelas 16h, ele sai lá da cozinha, invade a sala e diz o que todos esperavam já há um certo tempo: "A comida está pronta".

Numa travessa grandona, uma salada de verduras, com cebola feita numa frigideira especial, depois esfriada na janela e noutra, o tal do pratio principal. Quando tudo estava já na mesa, ele olha e lembra de ter esquecido de colocar o queijo coalho. Tudo volta pra cozinha e ficamos degustando a salada. O pratão chega e é devorado com muiuto apetite. Triste fiquei, pois não sobrou quase nada para a minha segunda feira.

O gostoso destes amigos é isso mesmo, algo feito sempre pensando um no outro, quando nos reunimos para simplesmente estar juntos. Não existe isso de um motivo forte. Existe sim, a necessidade de todos se recarregar, ainda mais diante de tanta perversidade e olho gordo pela aí. Unidos venceremos e assim o domingo se foi, alegres ficamos, comemos bem, dividimos tudo e estamos prontos para os emabtes todos que se apresentarão no início da nova semana.

Louvamos a este nosso mestre cuca, um que se diz vegetariano. Faz tudo de carne, mas não come nada onde ela esteje presente. Por fim, quase me esqueço, trouxe também uma goibada cascão, a derrete numa panela, mistura algo lá com ovos batidos, coloca tudo no forno e depois mistura já nos potinhos com catupiry frio. Deu uma combustão legal e novamente, para minha tristeza, nada sobrou para segunda feira. Assim levamos a vida, enfrentando os tais dragões e moinhos pela frente, porém, unidos, um escorado no outro. Tendo gente como Maurício, para ao menos nos manter com a barriga cheia, já é um grande começo. Enfim, fazer a revolução de barriga vazia não é muito recomendável, ainda mais na nossa idade , com todos já passando dos 50, alguns beirando os 60 e eu, já ultrapassando essa marca histórica.

sábado, 25 de maio de 2024

PRECONCEITO AO SAPO BARBUDO (202)


HISTÓRIAS ESCABROSAS DE BAURU E DO BRASIL
Uma baita amiga recebeu doações variadas e fomos deixar na loja da Jalovi dos Altos. Ela, com sua singuralidade, agradece a todos que disponibilizaram alimentos, roupas, sapatos e quetais, tudo embalado e dividido por ela - numa hora dessas, tomara já esteja a caminho do Rio Grande do Sul. Nesse agradecimento, diz que, de um lote muito grande de lingerie recebida, estava pensando em dividir, uma parte seria doado para os gaúchos e outra disponibilizaria para os assentados aqui da região de Bauru. Pois a notícia chegou ao ouvidos do empresário local, o doador da lingerie e este ficou uma fera, esbravejou algo do tipo, "não dou nada para vagabundos". Liga para ela e solta os cachorros, num tom de voz acima dos décibeis da normalidade. Aquele vexame que todos conhecemos sai preferencialmente da boca de qualquer bolsonarista. Olha, que a amiga nem disse especificamente em MST, mas somente assentados. Teve que se desculpar com o cara - eu não o faria -, e informou ao mesmo ter somente pensado em dividir, mas tudo foi enviado para os gaúchos. Isso eu posso confirmar, pois estava com ela quando levamos o lote de doações e nada estava fracionado. A irracionalidade de muitos que doam, mas não fazem nenhuma questão em dar seu quinhão para resolver outro grande problema nacional, o da reforma agrária e da distribuição de terras, feita de forma ainda insipiente e surreal neste país. Fica o registro só para todos que aqui ainda lêem meus textos, para constatar como anda a cabeça das pessoas depois do advento desGoverno do Seu Jair, um que pode ser preso a qualquer hora, mas continua idolatrado por uma turba não fazendo questão de enxergar um palmo diante do nariz.

UM COMENTÁRIO: "Na verdade o advento de Jair a presidência não transformou ninguém em idiotas, eles sempre o foram, nós só não havíamos percebido ainda, e eles estiveram durante toda a sua vida ao nosso lado, muitos deles se diziam amigos nossos, mas em silêncio e vivendo em simbiose conosco, mas bastou o coliforme humano aparecer para eles surgirem e tomarem forma e darem voz a suas loucuras e preconceitos que até então estavam dormentes, e então descobrimos que muitos que estavam conosco, na verdade nunca estiveram, só não tinham coragem até então de mostrarem quem eles eram de verdade. Facistas, xenófobos, racistas, homofóbicos, misóginos, hipócritas que estavam aqui, mas que até então não sabíamos destes sentimentos nocivos que os alimentava secretamente", Leandro Leandro.

NÃO SOMOS BASE DA SUÉLLEN
A intrincada história vivenciada em Bauru por estes dias merece um olhar mais atento de todos. Tudo teve início quando a vereadora petista, única do partido na Câmara de Vereadores de Bauru, com um mandato quase irretocável, demonstrando garra e disposição para todos os enfrentamentos até este momento, principalmente contra todos os desmandos desta insana administração municipal, a da incomPrefeita Suéllen Rosim. Dentro do Legislativo Estela Almagro correspondia as expectativas, principalmente em suas votações. Vez ou outra dava um vacilo, como quando foi o voto de minerva, o que decidiu pela eleição da atual Mesa da Câmara, na qual o então líder da alcaide foi eleito seu presidente. Foi um fiasco, este digerido com dificuldade. O jogo continuou e o fato já estava quase sendo esquecido por tudo, todas e todos.

Semana passada uma decisão, até então muito controvertida em relação ao voto petista. Estava sendo votado Processante solicitada por um munícipe contra a Mesa da Câmara, essa agindo como se prolongamento da administração municipal. Os suplentes dos três da Mesa foram chamados e na somatória dos votos, daria empate, 8 x 8, tudo sendo desempatado pelo então presidente, vereador Segalla, presidindo a votação, por ser o com mais idade na Casa. A processante seria aprovada, porém a vereadoira petista não compare. Sua alegação foi problema de saúde, anunciado alguns dias antes. Difícil de entender dos motivos pelos quais não liberou chamada de seu suplente. A votação naquele dia só não ocorreu, pelo motivo do presidente adiar a sessão, pois o vereador Borgo se disse impedido de votar, não havendo tempo hábil para chamar o seu suplente.

Daí, isso na segunda, os dias passando e nada da vereadora dizer como estava sua saúde, se estaria presente na próxima sessão ou se liberaria para seu suplente fazê-lo. Foi quando na quarta, um grupo de representantes da Executiva do partido solta Nota cobrando exatamente este posicionamento da vereadora. Nada além disso, sem nenhum tipo de ataque pessoal. Ela, até então calada, se apresenta numa Nota, com papel timbrado da Câmara, uso de termos irônicos e jocosos, alguns muito agressivos e expressa algo um tanto incompreensível para o partido, detentor do mandato. Dentro do PT, isso é mais do que lógico, existe uma premissa básica de conduta e nela, evidentemente, ser contrário ao produzido pela atual administração. Estela até aquele momento, sempre o fez, sem máculas, sendo das mais contundentes neste sentido.

Claudicou neste momento, quando é, mais uma vez o voto de minerva e sendo do PT, os holofotes todos sobre este. Se diz contariada em votar pela abertura de uma Processante - que pode resultar em tudo, inclusive no arquivamento -, pois é favorável somente pela destituição da Mesa da Câmara. Para o que se entende o modo petista de atuar, incompreensível, até porque em cópia aqui publicada, ela já havia votado favoravelmente quando do "Requerimento solicitando a abertura de Comissão Processante", datado de 13/05/2024.

Por que a brusca mudança de idéia e de conduta? Creio eu, o assunto não deveria merecer toda a polêmica e discussão hoje ocorrendo pelas redes sociais, pois dentro das hostes petistas, o mínimo compreensível seria por ela, anunciando desde o primeiro momento, algo natural, pela abertura da Processante. Ocorrendo o contrário, surgem comentários desairosos cidade afora e todos eles envolvendo o seu nome e do partido. Isso que faço não é expor o partido, pois ele já está exposto, algo lamentável, exatamente no começo de um período eleitoral. Muitos destes comentários podem ser conferidos, inclusive na página na própria vereadora no Instagram. Daí, a pergunta que não quer calar e somente a vereadora pode responder com toda propriedade: O que a fez mudar de ideia em tão curto espaço de tempo?