O CONSTRANGIMENTO QUE O MINISTRO MÁRCIO FRANÇA FEZ OS TRÊS ÚLTIMOS PREFEITOS BAURUENSES PASSAR ONTEM EM BAURU NO EVENTO DO PSBMárcio França é político de velha cepa, sabe como conduzir uma prosa e um bom discurso. Tem traquejo de décadas de estrada. Ontem esteve em Bauru num evento específico para alavancar as candidaturas de seu partido, o PSB - Partido Socialista Brasileiro. Num certo momento de sua fala, após tomar conhecimento que em Bauru muitos bairros estão tendo que efetuar rodízio com as torneiras abertas, dia sim, dia não, fez uma loga fala sobre isso e jocosamente perguntou: "Então agora só é possível tomar banho um dia sim, dia não em Bauru?". Era a mais pura verdade, essa a realidade vivenciada em muitos bairros da cidade neste exato momento. Enquanto cai chuva dos céus, muitas torneiras só jorram água de quando em quando.
Foi além e disse textualmente que a falta d'água é também proveniente da falta de protagonismo bauruense. Citou cidades que hoje estão mais pujantes que Bauru, como São José do Rio Preto, Piracicaba, Ribeirão Preto e, pasmem, Araraquara, muito menos, mas conseguindo amealhar muitos mais recursos que Bauru. Da questão da água, foi como se mostrasse algo incompreensível isso de Bauru ter parado no tempo e no espaço, sem projetos consistentes e grandes realizações nos últimos tempos, culminando com a situação atual.
Ele, num outro momento, louvou dentre os presentes, os ex-prefeitos Tidei de Lima, Rodrigo Agostinho e Clodoaldo Gazzetta. Brinca pela ausência de Tuga Angerami: "O Tuga ainda está vivo?". Foi um tanto sem graça essa sua observação, porém, essa ausência é plenamente justificada. Já dos dois presentes, Rodrigo e Gazzetta, somando 12 anos, mais dos três de Suéllen, totalizando 15 anos e nosso tratamento de esgoto, com muito dinheirto em caixa e obra interrompida, paralisada e sem solução de continuidade à vista. Mais que isso, pouca coisa foi feita concretamente por estes para resolver nossa eterna dependência do Batalha. Ou seja, brincou lá com o microfone na mão e talvez não fosse essa sua intenção, mas na verdade, deu uma sonora cutucada nos dois últimos prefeitos e na atual, ela ausente no ato. Fica o registro. Deu pra observar a fisionomia de espanto na face dos dois enquanto falava. Para mim, foi o ponto nevrálgico de sua fala, o fato de Bauru ter parado no tempo e no espaço.
Os três primeiros objetos pelos quais estou já mergulhado em sua magnitude são três livros, a completa coleção, "O Rio de Janeiro do Meu Tempo", do jornalista Luiz Edmundo, realização da Imprensa Nacional, 1938. Somando os três, mais de mil páginas e nelas, junto de um belo texto, retratando detalhes da vida cotidiana da Capital Federal, um belo álbum de fotos e ilustrações. Ao vê-las, juntando com a leitura, me transporto para aqueles tempos e como num filme, procuro saborear com muito apetite tudo o que ali encontro. Nas fotos, principalmente dos tipos populares, trabalhadores ambulantes nas ruas, com suas gastas vestes, a maioria atuando sem sapatos nos pés, vendendo de tudo como meio de vida, algo dói dentro do peito, mas pouco se difere do que continuo a ver hoje.
Recebi amigos em casa hoje e mesmo por mais agradável que tenha sido eles aqui em casa, rodeado de boa conversa, me mentive separado dos três catataus na parte inteira da tarde. Mal me despeço deles, me tranco no quarto de leitura e dali não quero mais sair. Esqueço até do cansaço e do sono, que insiste em me rodear. Eu me envolvo dos pés à cabeça com uma boa leitura, ainda mais quando o assunto é daqueles, para mim, arrebatador. Escrevo este curto texto e volto para saciar mais um bocadinho de conhecimento de como era o Rio, que tanto amo, nos idos dos anos 30. De cada personagem dado destaque, parece que o tenho aqui diante de mim. Que poder têm um texto destes que pegam a gente e não nos largam mais, enquanto não findar, não ver ver finda sua leitura. Passarei uns bons dias envolto sob essa névoa inebriante. Volto em breve...
O danado hoje trabalha junto de seu irmão numa estabelecimento especializado em mármores, algo pesado e quando de folga, vem pra cá, primeiro pra espairecer, depois para se recarregar junto de outros tantos iguais a ele, lulistas, esquerdistas e querendo mudar o mundo de ponta cabeça, tudo para ver vingar algo de bom pro lado dos trabalhadores.
Chegou, pediu permissão para entrar e foi ocupando a cozinha. Para quem não sabe, este dadado é um original chef de cozinha. Sabe de tudo e a cada dia vem com uma receita nova.
Está sempre à procura de lugares que lhe permitam exercitar tudo o que lhe vêem à mente. Evidentemente, abrimos logo a casa, pois ninguém por aqui estava interessado em esquentar panelas num dia como ontem.
Daí, sua primeira providência, já trazendo tudo numa quantidade certa para um tanto de pessoas, liga para estes e estende o convite. Em questão de menos de uma hora a casa estava cheia. De um domingo modorrento, uma transformação inesperada e divinal. Vindo der quem veio, aceitamos tudo, pois Mauricio Dos Passos é dos caras mais autênticos e ponta firme que conheço dentro da instabilidade do mundo atual.
Ele veste um avental pendurado lá na cozinha e começa sua saga. Sabíamos de antemão que o tal baião de dois, com produtos comprados em três lugares diferentes e uma manteiga de garrafa, conseguida de última hora lá do Bar da Rosa, por um dos convidados, não seria coisa rápida. Nos preparamos com uns acepipes e cervejinha gelada. Não o rodeamos, para não deixá-lo nervoso e assim, devagar quase parando, tudo foi sendo possibilitado. Lá pelas 16h, ele sai lá da cozinha, invade a sala e diz o que todos esperavam já há um certo tempo: "A comida está pronta".
Numa travessa grandona, uma salada de verduras, com cebola feita numa frigideira especial, depois esfriada na janela e noutra, o tal do pratio principal. Quando tudo estava já na mesa, ele olha e lembra de ter esquecido de colocar o queijo coalho. Tudo volta pra cozinha e ficamos degustando a salada. O pratão chega e é devorado com muiuto apetite. Triste fiquei, pois não sobrou quase nada para a minha segunda feira.
Numa travessa grandona, uma salada de verduras, com cebola feita numa frigideira especial, depois esfriada na janela e noutra, o tal do pratio principal. Quando tudo estava já na mesa, ele olha e lembra de ter esquecido de colocar o queijo coalho. Tudo volta pra cozinha e ficamos degustando a salada. O pratão chega e é devorado com muiuto apetite. Triste fiquei, pois não sobrou quase nada para a minha segunda feira.
O gostoso destes amigos é isso mesmo, algo feito sempre pensando um no outro, quando nos reunimos para simplesmente estar juntos. Não existe isso de um motivo forte. Existe sim, a necessidade de todos se recarregar, ainda mais diante de tanta perversidade e olho gordo pela aí. Unidos venceremos e assim o domingo se foi, alegres ficamos, comemos bem, dividimos tudo e estamos prontos para os emabtes todos que se apresentarão no início da nova semana.
Louvamos a este nosso mestre cuca, um que se diz vegetariano. Faz tudo de carne, mas não come nada onde ela esteje presente. Por fim, quase me esqueço, trouxe também uma goibada cascão, a derrete numa panela, mistura algo lá com ovos batidos, coloca tudo no forno e depois mistura já nos potinhos com catupiry frio. Deu uma combustão legal e novamente, para minha tristeza, nada sobrou para segunda feira. Assim levamos a vida, enfrentando os tais dragões e moinhos pela frente, porém, unidos, um escorado no outro. Tendo gente como Maurício, para ao menos nos manter com a barriga cheia, já é um grande começo. Enfim, fazer a revolução de barriga vazia não é muito recomendável, ainda mais na nossa idade , com todos já passando dos 50, alguns beirando os 60 e eu, já ultrapassando essa marca histórica.
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