sexta-feira, 31 de maio de 2024

CENA BAURUENSE (252)


"ESFRIOU", DAÍ VENHO HOJE COM CENAS ENXERGADAS PELOS OLHOS MAFUENTOS
Na coluna Entrelinhas do Jornal da Cidade de hoje, sua primeira nota é sobre este clima modorrento de quatro dias de feriado - mais para o funcionalismo público. "O clima político de Bauru arrefeceu nesta semana com o feriado desta quinta-feira (30) e principalmente pela ressaca dos vereadores após meses de pauta legislativa travada e também a recente guerra de Comissões Processantes (CPs) na Casa. O ano eleitoral, porém, não deve demorar muito para que os ânimos voltem a esquentar". Assim sendo, eu também dando uma trégua - não deveria, pois o inimigo não descansa - e compareço hoje com minhas cenas...

01. Em 22/04/2024 publiquei: "Essa paróquia da igreja católica, mesmo bem deteriorada é muito mais imponente do que sua versão pós fechamento, construída alguns metros abaixo na mesma rua, lá no Jardim da Grama, boca de entrada da Nova Esperança. Quando fechou, tempos depois foi alugada e nela se instalou uma igreja evangélica neopentecostal que, como primeira medida, tascou pintura em cima dos afrescos ali existentes. Tempos depois, eu vendo a porta aberta, entro para espiar o que havia restado e sou surpreendido por uma senhora me dizendo ser ali sua residência e também salão de cabeleireira. Me desculpei, expliquei meu interesse e ouvi sua história. Hoje, creio eu, pela porta aberta, ou a mesma ou outra inquilina. O jeitão de paróquia continua resistindo e se impondo defronte os trilhos férreos".

02.
Em 27/04/2024 publiquei: "
Tudo na vida tem começo, meio e fim. Passo pela rua Primeiro de Agosto, quadra 6 e do lado da farmácia, essa na esquina com a Rio Branco, hoje um restaurante, antes um bar, ponto de encontro de muitos da velha guarda bauruense, infelizmente, a maioria não mais vivos. Por exemplo, o ex-prefeito Nilson Costa, passava na banca do Orlando, na quadra de baixo, levava o Bom Dia, lia ali sentado e o deixava nas mesas para os demais frequentadores lerem. No fundo, uma mesa de conversa e de baralho, com muitos remanescentes da ferrovia, desde Cláudio Amantini até Joaquim Mendonça. Frequentei e vivenciei muita conversa pra lá de saudosista. Do que ali acontecia até uns cinco anos atrás, pouco antes da pandemia, hoje nenhum resquício. Para quem conheceu o lugar, resta saudade".

03. Em 28/04/2024 publiquei: "Vejo a finalização e real utilização desta obra, em prol da comunidade das vilas Prudência, Nova Esperança e Rosa Branca, todos curtindo muito o amplo local, num vale, antes local de abandono e decrepitude. Ressalto e reafimo, tudo aquilo que se vê hoje e a comunidade desfruta, não deve ser creditado para a atual administração, a da incomPrefeita Suéllen Rosim. A iniciativa veio após a concessionária da ferrovia refazer a erosão e recuperar os trilhos férreos, sendo que, tudo o mais veio como contrapartida, daí é mesmo muito bom tirar proveito de iniciativas de outros. Já fazer de fato, isso é outra longa história, uma pela qual nunca devemos nos esquecer".

04. Em 29/04/2024 publiquei: "O que rola no comércio do centro da cidade é muito diferente do que rola no comércio dos bairros, da periferia da cidade. Nesta foto do centro do Santa Edwirges, luzes acesas na pequena loja, isso já quase 20h, enquanto todo o centro da cidade já se encontra fechado, portas arriadas há pelo menos duas horas. Na periferia, na maioria das lojas, detrás dos balcões, o próprio proprietário, este exercendo todas as funções, desde a de comprar, vender e também faxinar".

05. Em 04/05/2024 publiquei: "O centro velho de Bauru sempre foi uma exposição a céu aberto de suas antigas edificacões, como essa na esquina da avenida Rodrigues Alves com rua Rio Branco. Hoje elas, sem a devida manutenção se mostram sem a pompa de idos tempos, mas ainda conseguem representar muito bem o projeto arquitetônico aqui implantado. Olhar pra elas é também rever tudo o que ali já foi possibilitado".

06. Em 05/05/2024 publiquei: "Praça Machado de Mello, cena repetida toda manhã de domingo. Após ação da incomPrefeita Suéllen Rosim e a derrubada de muitos imóveis no local, sendo instalado em seu lugar um pedregoso estacionamento para veículos, ao estilo Zona Azul, permanecendo praticamente vazios durante toda a semana, quando chega domingo, se transformam num estacionamento para igreja evangélica neopentecostal, praticamente lotando o local, porém, sem que ninguém pague um centavo sequer por deixar ali seus veículos durante toda a manhã no imensa vazio urbano localizado bem no início do Calçadão da Batista".

07. Em 06/05/2024 publiquei: "A febre do momento nas quebradas e até mesmo em points nada periféricos é o tal do "copão", uma mistura de tudo um pouco e a preços possíveis de serem consumidos. Aqui um exemplo, quase na esquina das ruas Patagônia e Silva Jardim, altos do Bela Vista, mais prercisamente no Santa Edwirges, dessa proliferação por todos os lados, poros e situações. Enfim, quem ainda não experimentou o tal do "copão", que levante a mão?".

08. Em 16/05/2024 publiquei: "Dias atrás, reencontro tomando uma gelada cervejinha, horário comercial, o sempre servidor municipal Odil, o professor Teixeira e um amigo não identificado. Os dois citados, aposentados, em plena praça do distrito rural de Tibiriçá, deixando a vida os levar. Teixeira, professor unespiano, foi um dos maiores fotógrafos desta aldeia e hoje, não quer mais nada além de curtir a vida em sua propriedade por lá e bebericar umas na praça. O provoco sobre seu acervo, algo que não pode ser perdido. Ele, hoje, infelizmente, uma conservadora pessoa, depois de tanta boa arruaça vida afora, me diz: "Tanto hoje como antes, tínhamos muitos registros fotográficos, a diferença é que, ontem a quantidade também se traduzia em qualidade e hoje, proliferação de muita coisa sem nenhuma qualidade".

09. Em 17/05/2024 publiquei: "Lá nos altos do PVA - Parque Vista Alegre, onde de um lado da avenida, está localizada a sede do Cartola e do outro, até bem pouco tempo, a do Parquinho Futebol Clube, hoje uma inscrição na parede é a última lembrança de onde funcionou por décadas sua sede. Em mais um desastrado procedimento da administração de incomPrefeita Suéllen Rosim, em conjunto com a Via Rondon, derrubam a sede e no lugar, trecho de uma rotatória e estacionamento de caminhões da empresa que administra a rodovia Marechal Rondon. Do Parquinho, só mesmo o registro na parede, até para não nos esquecermos do que ali ocorreu e assim possamos toda vez que por ali passar, se lembrar de mais uma truculência cometida por quem administra a cidade de costas para a população, sua gente e seus interesses".

10. Em 18/05/2024 publiquei: "A Prefeitura Municipal de Bauru sempre gostou de locar prédios espalhados pela cidade e ali instalar vários de seus órgãos, fracionando tudo, membros desmembrados, cada qual num canto. Pensamento nada útil, diante de tantas possibilidades para unir tudo, gastar menos. A não utilização da Estação da NOB é um deles e nem querer se informar das condições de repasse do prédio do INSS, na Azarias Leite outro. No mais, como nesta foto, um prédio privado, rua Alípio dos Santos, Altos da Cidade, proximidades do Aeroclube, que antes abrigou escola do hoje pífio senador Marcos Pontes e desde algum tempo abrigando setores desconectados da Cultura, como o DEA - Divisão de Ensino as Artes, que atende preferencialmente jovens de baixa renda e desta forma, têm suas dificuldades ampliadas para o deslocamento para a Zona Sul. Nada disso é levado em consideração, quando na junção de tudo o que é gasto, poderia haver melhor racionamento de gastos, com amplo planejamento envolvendo todas as secretárias governamentais. Espalhar não é preciso, mas é cômodo, servindo também para beneficiar alguns privilegiados proprietários".

11. Em 20/05/2024 publiquei: "O fisioterapeuta Adriano Queiroz, morador da vila Pacífico, bem defronte o Bar do Tottó, estava desconsolado e me envia essa foto, com a seguinte legenda: "Que pena! Foram 30 anos". Seria mais uma lacônica despedida? Lembranças deste bar cheio, transbordando de gente após todos os jogos no Noroeste, ali do lado, 100 metros de distância do estádio, mas sabe-se, com jogo oficial agora só em janeiro do ano que vem, não existe como sobreviver só do público noroestino. Também me sinto triste, pois todas as mulheres ali tocando aquele negócio, detrás e na frente do balcão, são exemplos vivos de muita abnegação em algo sempre muito bem feito".

12. Em 21/05/2024 publiquei: "Na parede do único bar aberto no centro velho bauruense, o último a fechar, localizado na avenida Rodrigues Alves 3-12, gerenciado pelo casal Jucelino e Ana, batendo nas onze no lugar, desde atendimento do balcão, cozinha e limpeza, o amor pela ferrovia reverenciado, expresso já no nome, ESTAÇÃO NOROESTE e na parede um enorme painel com fotos variadas de quando a ferrovia era o motor principal desta cidade. Fazendo o que fazem e num local esvaziado à noite, juntam hóspedes dos hotéis da região e quem gosta de algum movimento num lugar que, décadas atrás, foi um dos mais movimentados. Resistem bravamente".

13. Em 22/05/2024 publiquei: "A rede familiar de padarias bauruenses, a Copacabana, com três unidades em Bauru, reconhecidas pelo bom pão, estão a vivenciar algo inusitado desde a fundação. Sua unidade na avenida Octavio Pinheiro Brisola não mais acompanha as outras duas. Ela definha, porém resiste bravamente. Tudo por lá já não é a mesma coisa de antes. Se nas outras duas unidades, prima a continuidade do que se viu até então, dias atrás vendo o proprietário sózinho atrás do balcão, puxei conversa e ele, altaneiro, me dizia do pão recém saído do forno. Não tocamos em outro assunto, ainda mais sobre o que estava acontecendo. Nem deveria, mas a casa estava vazia, uma só pessoa o auxiliava atrás do balcão e vendo-o batendo escanteio e correndo para fazer o gol, ou seja, receber também o valor no caixa, fiz o que pude pra o impulsionar pra cima. Meu breve comentário: "Não desista. Seu pão é bom e se necessitar de torcida, conte comigo". Agora, nem mais as cortinas são abertas e o salão principal anda com suas luzes, a maioria desligada. Daquele dia até hoje, voltei algumas vezes, por ele e pelo pão. E continuarei a fazê-lo, pois ele, o proprietário e, hoje também padeiro, não perdeu a mão de como fazer a massa de seu gostoso e principal produto, o pão. Na torcida".

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