Tudo o que temos visto acontecer nos costados dos interesses desta cidade, estado e país, feito pelos vendilhões ululando pela aí, é para termos virado essa mesa já faz tempo. Porém, ficamos cá só escrevinhando, como que pisando em ovos, querendo ainda ser educadinhos com quem nos apunhala desavergonhadamente. Aqui em Bauru, a coisa chegou a um tal nível, que um promotor aposentado, vereador de alguns mandatos, conservador de reconhecida cepa, porém não aceitando a pouca vergonha implantada como método lá na Câmara, clama para que o MP - Ministério Público -, citando nomes de vários procuradores, para que façam algo, pois lá pelos lados da Câmara nada será feito.
Chegamos ao ponto de clamar aos céus, pois não estamos conseguindo nos unir para dar uma basta na pouca vergonha vigente. Se um acontecimento hoje causa alarde, consternação, o que virá amanhã suplantará este e assim sucessivamente. Os tais dos 17 x 4 lá vigentes na Câmara precisam ter um fim. É o escracho, o mesmo que vemos vigente dentro da atual composição da Câmara dos Deputados e quiçá, quase tomando conta também do Senado. Os piores estão dominando a cena, com a caneta nas mãos para fazerem das suas e danarem com nossas vidas. Os interesses deles e os que aprovam não fazem nenhum bem para a coletividade e sim, para seus interesses, cada vez mais escusos. Esperar até a próxima eleição para tentar modificar tudo é tempo demais e o estrago será incomensurável.
A vestimenta de BOBO DA CORTE é a que mais se adequa não só a mim, mas para todos os que possuem vergonha na cara e estamos aqui patinando, deixando os desavergonhados tomarem conta da situação. O Judiciário já entrou em ação em vários lugares deste país, tentando reestabelecer algo com princípios elementares de funcionamento. Por aqui, creio eu, ainda falta aquele algo mais, o que fará isso tudo terminar dentro de um plantão policial. Tomara falte pouco, pois a cidade não aguenta mais, ou melhor, quando os de hoje se forem, será difícil administrar esta cidade, pois não restará pedra sobre pedra. Trabalhei na última administração de Tuga Angerami, 2005/2008 e vi como ele de desdobrou para em quatro anos conseguir recuperar Bauru. Foi um trabalho de Hércules. O de quem sucederá a atual administração será imensamente pior, pois pelo montante de dívidas sendo contraídas, uma atrás de outra, sem palnos de ação convincentes, nem se existisse ajuda dos céus, seria muito difícil. Ainda dá tempo, porém não será com essa atitude contemplativa atual que tudo virá a cabo e esclarecido. Os milhares de bobos da corte precisam ter mais coragem e tomar atitudes mais ousadas. Pelo que se observa, "eles" não são assim tão fortes. Nós é que estamos sendo fracos demais.
QUANDO NÃO ESTOU COM VONTADE DE ESCREVINHAR NADA, RECORRO PARA DILETOS AMIGOS, OS QUE CONTINUAM ESCREVINHANDO E ACOMPANHANDO OS ACONTECIMENTOS COM A DEVIDA ATENÇÃO
PREFEITA E LEGISLATIVO DÃO RISADA NA NOSSA CARA, DESAVERGONHADOSEles estarão ali como quem terá vencido uma disputa que nunca será travada diante da cidade. Compartilharão entre si uma cumplicidade silenciosa, própria de decisões que serão tomadas longe dos olhos públicos, com a tranquilidade de quem acreditará não ser chamado a responder pelos efeitos do que aprovará. No plenário, o ambiente será controlado, quase protocolar. Fora dele, a cidade assistirá, mais uma vez, ao próprio futuro ser decidido por meio de acordos construídos à margem do debate, da transparência e da participação pública.
Em Bauru, o ano político termina como começou: com pressa, atropelo e silêncio imposto. A prefeita Suéllen Rosim, amparada por uma maioria confortável na Câmara Municipal, decidiu mais uma vez empurrar decisões estruturais para os últimos dias do calendário, quando o debate público já está exaurido, a cidade desacelerada e a vigilância social enfraquecida. Não é coincidência. É método.
Sessões extraordinárias convocadas em série, projetos complexos tramitando em regime de urgência, votações encadeadas que praticamente eliminam o intervalo entre primeira e segunda discussão. Tudo isso forma um roteiro conhecido, repetido à exaustão ao longo de 2025. O resultado é previsível: concessões, reorganizações administrativas, alterações na Planta Genérica de Valores e autorizações para empréstimos passam sem o devido escrutínio público, embora impactem diretamente o orçamento do bauruense por muitos anos.
A Câmara, que deveria funcionar como espaço de contenção e fiscalização, opera como correia de transmissão do Executivo. A maioria governista não apenas aprova, mas aceita o cronograma imposto, mesmo quando isso significa votar temas sensíveis às vésperas do recesso, com vereadores ausentes, viagens em andamento e pouca possibilidade de participação da sociedade.
Esse cenário fica ainda mais simbólico quando se observa o comportamento da liderança do governo. Sandro Bussola, vereador experiente e líder da prefeita no Legislativo, reaparece nas redes sociais em viagem internacional, desta vez aos Estados Unidos, enquanto temas centrais para a cidade avançam em plenário. A imagem não é inédita. O nome do vereador já foi associado, em outros momentos, a deslocamentos e viagens custeadas por entes públicos, como a Cohab, episódios amplamente noticiados à época e nunca plenamente esclarecidos à população.
Bussola é relator da CEI da Sucata, uma das investigações mais sensíveis da atual legislatura, que apura denúncias envolvendo a venda irregular de materiais inservíveis da Emdurb. Ainda assim, deixou de participar de diligências importantes, como a visita técnica à própria empresa investigada. Não se trata de detalhe burocrático. Relator ausente é investigação fragilizada.
Enquanto isso, a oposição, minoritária mas atuante, tenta cumprir seu papel com os instrumentos disponíveis: discursos, requerimentos, embates em plenário e exposição pública. O episódio envolvendo a vereadora Estela Almagro, cujo vídeo viralizou ao ultrapassar a marca de um milhão de visualizações, é revelador. A repercussão não veio do acaso, mas da percepção social de que há algo profundamente errado na forma como a Câmara vem funcionando. Quando um vídeo de fiscalização vira fenômeno nas redes, não é espetáculo. É sintoma.
O que se desenha ao fim de 2025 é um Legislativo esvaziado de sua função essencial. Não por falta de vereadores, mas por excesso de alinhamento automático. A pressa constante, a urgência fabricada e a falta de transparência não são falhas pontuais. São a engrenagem de um modelo que prefere decidir rápido para não ser questionado.
Bauru entra em 2026 com compromissos financeiros assumidos, mudanças administrativas em curso e investigações inconclusas. Tudo isso decidido por uma Câmara que, na prática, abriu mão de exercer plenamente o papel que lhe foi conferido pelo voto popular. Não é uma crítica ideológica. É uma constatação institucional.
O risco não está apenas no conteúdo dos projetos aprovados, mas no precedente que se consolida. Quando o Executivo governa por urgência permanente e o Legislativo aceita, a democracia local se torna decorativa. E quando isso acontece, o custo nunca é abstrato. Ele aparece no IPTU, nos contratos, nas concessões, nos empréstimos e, sobretudo, na sensação crescente de que as decisões importantes são tomadas longe demais da população.
Encerrar o ano assim não é apenas uma escolha administrativa. É uma escolha política. E como toda escolha política, terá consequências.
FERNANDO REDONDO / Jornalismo Independente
Registro Profissional: 26.640/SP
Em Bauru, o ano político termina como começou: com pressa, atropelo e silêncio imposto. A prefeita Suéllen Rosim, amparada por uma maioria confortável na Câmara Municipal, decidiu mais uma vez empurrar decisões estruturais para os últimos dias do calendário, quando o debate público já está exaurido, a cidade desacelerada e a vigilância social enfraquecida. Não é coincidência. É método.
Sessões extraordinárias convocadas em série, projetos complexos tramitando em regime de urgência, votações encadeadas que praticamente eliminam o intervalo entre primeira e segunda discussão. Tudo isso forma um roteiro conhecido, repetido à exaustão ao longo de 2025. O resultado é previsível: concessões, reorganizações administrativas, alterações na Planta Genérica de Valores e autorizações para empréstimos passam sem o devido escrutínio público, embora impactem diretamente o orçamento do bauruense por muitos anos.
A Câmara, que deveria funcionar como espaço de contenção e fiscalização, opera como correia de transmissão do Executivo. A maioria governista não apenas aprova, mas aceita o cronograma imposto, mesmo quando isso significa votar temas sensíveis às vésperas do recesso, com vereadores ausentes, viagens em andamento e pouca possibilidade de participação da sociedade.
Esse cenário fica ainda mais simbólico quando se observa o comportamento da liderança do governo. Sandro Bussola, vereador experiente e líder da prefeita no Legislativo, reaparece nas redes sociais em viagem internacional, desta vez aos Estados Unidos, enquanto temas centrais para a cidade avançam em plenário. A imagem não é inédita. O nome do vereador já foi associado, em outros momentos, a deslocamentos e viagens custeadas por entes públicos, como a Cohab, episódios amplamente noticiados à época e nunca plenamente esclarecidos à população.
Bussola é relator da CEI da Sucata, uma das investigações mais sensíveis da atual legislatura, que apura denúncias envolvendo a venda irregular de materiais inservíveis da Emdurb. Ainda assim, deixou de participar de diligências importantes, como a visita técnica à própria empresa investigada. Não se trata de detalhe burocrático. Relator ausente é investigação fragilizada.
Enquanto isso, a oposição, minoritária mas atuante, tenta cumprir seu papel com os instrumentos disponíveis: discursos, requerimentos, embates em plenário e exposição pública. O episódio envolvendo a vereadora Estela Almagro, cujo vídeo viralizou ao ultrapassar a marca de um milhão de visualizações, é revelador. A repercussão não veio do acaso, mas da percepção social de que há algo profundamente errado na forma como a Câmara vem funcionando. Quando um vídeo de fiscalização vira fenômeno nas redes, não é espetáculo. É sintoma.
O que se desenha ao fim de 2025 é um Legislativo esvaziado de sua função essencial. Não por falta de vereadores, mas por excesso de alinhamento automático. A pressa constante, a urgência fabricada e a falta de transparência não são falhas pontuais. São a engrenagem de um modelo que prefere decidir rápido para não ser questionado.
Bauru entra em 2026 com compromissos financeiros assumidos, mudanças administrativas em curso e investigações inconclusas. Tudo isso decidido por uma Câmara que, na prática, abriu mão de exercer plenamente o papel que lhe foi conferido pelo voto popular. Não é uma crítica ideológica. É uma constatação institucional.
O risco não está apenas no conteúdo dos projetos aprovados, mas no precedente que se consolida. Quando o Executivo governa por urgência permanente e o Legislativo aceita, a democracia local se torna decorativa. E quando isso acontece, o custo nunca é abstrato. Ele aparece no IPTU, nos contratos, nas concessões, nos empréstimos e, sobretudo, na sensação crescente de que as decisões importantes são tomadas longe demais da população.
Encerrar o ano assim não é apenas uma escolha administrativa. É uma escolha política. E como toda escolha política, terá consequências.
FERNANDO REDONDO / Jornalismo Independente
Registro Profissional: 26.640/SP



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