CARNAVAL BOA ESPERANÇA DO SUL e PAULO NEVES CENAS CONTEMPORÂNEAS
Se fosse viver de premonições certamente morreria de fome, porém alguns acertos ocorrem em minhas parcas previsões futuras. Só os faço quando tudo está mais claro que os tais céus de brigadeiro. No quesito (skindum, skindum...) abertura dos envelopes da licitação do Carnaval 2010 de Bauru, não foi premonição, e sim, antecipação da barafunda em que estava metido os organizadores dos festejos de Momo nas ruas da cidade, tipo "favas contadas". Um edital feito com o claro intuito de que o ganhador fosse alguém caseiro, que entendesse a situação e os meandros do que se pretendia apresentar ao público. O tiro saiu pela culatra, pois não existia empresa ligada às hostes carnavalescas da cidade com documentação em dia para tanto, mesmo com todo tempo hábil (o ano passado todo). E a empresa ganhadora foi uma de Boa Esperança do Sul, do promotor Du da Marta. O valor será de R$ 102 mil reais e ela está obrigada a contratar no mínimo três escolas de samba e mais alguns outros detalhes de pequena monta. O que já adiantei aqui e que parece que vai acontecer é que quem ganha quer ter lucro no negócio e a negociação para ver quanto será pago para cada agremiação deve ser hilária, se não fosse trágica. Além do mais, diante de algum impasse, os donos do capital carnavalesco podem se irritar e contratar, por preços mais módicos, escolas de samba de outras cidades, já montadas, em valores bem mais em conta. Não existe impedimento se isso ocorrer. A que se deve isso tudo? Credito a bela organização de bastidores ocorrida o ano passado todo para se organizar, numa preparação que pode ser conferida mês a mês, com muito critério e assim sendo, o resultado final não poderia ser outro. Não precisava ser nenhum “bidu” da vida para acreditar que daria nisso. Queria ser uma mosca, para presenciar de camarote as negociações entre o criterioso pessoal especializado em festejos momísticos da Secretaria Municipal de Cultura e os representantes da empresa detentora do capital. Leiam o que escrevi aqui sobre o mesmo assunto no dia 15/01 e acreditem, não foi premonição, pois conhecendo algumas figuras envolvidas nos bastidores, só podia dar no que deu, trapalhadas mil e colocando o prefeito em atrapalhações desnecessárias. Lei de Murphy na sua essência.
Ontem, 28/01, quinta, noite de muita chuva em Bauru e o segundo capítulo de minha ida à Mostra de Teatro do diretor Paulo Neves. Eu e o filho lá estivemos, primeiro para abraçar um casal mais do que amigo, o Alex e a Norma Leoni, cuja filha Vitória, 13 anos, estaria estreando nos palcos da cidade e da vida. Família toda reunida, uma festa que o teatro propicia e valoriza. Casa bufando de gente, enquanto tudo o mais está praticamente fechado em janeiro pelos lados da Cultura municipal. Regina Ramos, a grande dama do teatro bauruense, me diz textualmente: “Começo a fazer um barulho em cima do tema: a cultura de Bauru não pode tirar férias em janeiro e fechar as portas de suas instalações, justamente quando a cidade bomba de gente de fora. Existem poucas opções na cidade e os existentes estão descansando. Inadmissível. Paulo Neves salva a todos com a imposição da realização de sua Mostra, mesmo tendo muita gente não querendo que essa maravilha ocorresse nesse momento”. Eu e ela vamos dar um abraço no emocionado Paulo Neves, que ainda nos bastidores após a apresentação da peça “Cenas contemporâneas”, com direção dividida com André Zambelo, quando estava mais do que radiante. “Tive que usar o microfone ao final, pois além do calor humano emanado da platéia, o próprio elenco se auto aplaudia nos bastidores e nunca havia visto isso. Eles sentiam que tudo ia mais do que bem e exultantes, irradiavam isso por todos os poros”, nos diz Paulo. Num outro momento, ao lado da Regina e do filho, no aperto de um corredor lateral do teatro, ouço dele algo que me marcará pelo resto de minha vida. “Você é uma das pessoas que mais admiro e respeito em Bauru, pela retidão de princípios, dos quais não se afasta e por ser a pessoa autêntica que é. Era para ser meu convidado para jurado da Mostra, mas na última hora acabou não dando certo. Te admiro muito”. Do forte abraço, a emoção que me fez sair pela chuva em estado de graça.
Ontem, 28/01, quinta, noite de muita chuva em Bauru e o segundo capítulo de minha ida à Mostra de Teatro do diretor Paulo Neves. Eu e o filho lá estivemos, primeiro para abraçar um casal mais do que amigo, o Alex e a Norma Leoni, cuja filha Vitória, 13 anos, estaria estreando nos palcos da cidade e da vida. Família toda reunida, uma festa que o teatro propicia e valoriza. Casa bufando de gente, enquanto tudo o mais está praticamente fechado em janeiro pelos lados da Cultura municipal. Regina Ramos, a grande dama do teatro bauruense, me diz textualmente: “Começo a fazer um barulho em cima do tema: a cultura de Bauru não pode tirar férias em janeiro e fechar as portas de suas instalações, justamente quando a cidade bomba de gente de fora. Existem poucas opções na cidade e os existentes estão descansando. Inadmissível. Paulo Neves salva a todos com a imposição da realização de sua Mostra, mesmo tendo muita gente não querendo que essa maravilha ocorresse nesse momento”. Eu e ela vamos dar um abraço no emocionado Paulo Neves, que ainda nos bastidores após a apresentação da peça “Cenas contemporâneas”, com direção dividida com André Zambelo, quando estava mais do que radiante. “Tive que usar o microfone ao final, pois além do calor humano emanado da platéia, o próprio elenco se auto aplaudia nos bastidores e nunca havia visto isso. Eles sentiam que tudo ia mais do que bem e exultantes, irradiavam isso por todos os poros”, nos diz Paulo. Num outro momento, ao lado da Regina e do filho, no aperto de um corredor lateral do teatro, ouço dele algo que me marcará pelo resto de minha vida. “Você é uma das pessoas que mais admiro e respeito em Bauru, pela retidão de princípios, dos quais não se afasta e por ser a pessoa autêntica que é. Era para ser meu convidado para jurado da Mostra, mas na última hora acabou não dando certo. Te admiro muito”. Do forte abraço, a emoção que me fez sair pela chuva em estado de graça.
OBS.: Todas as fotos aqui publicadas são da peça "Cenas contemporâneas", pois do Carnaval, aguardemos... Faço publicamente meu pedido de desculpas ao Paulo, pois ciente da proibição de fotos durante a peça, assim procedi durante encenação, mas ao final, quando de sua fala, não resisti e o cliquei falando com a platéia.
5 comentários:
Henrique
Você já escreveu por aqui que a Regina Ramos é a grande damado teatro brasileiro. Como seria o corrspondente masculino? Ele se encaixa como uma luva para o Paulo Neves, uma pessoa de reconhecido valor. Com esse não se faz necessário fazer o tste de São Tomé, o do ver para crer. Ele é dez!!!!!!!
Luizão
ESSA CARTA ESTÁ PUBLICADA HOJE NA TRIBUNA DO LEITOR, DO JORNAL DA CIDADE. LI E GOSTEI, MESMO GOSTANDO DEMAIS DE CARNAVAL, TENHO QUE CONCORDAR. PAULO LIMA
30/01/2010
O que é prioridade?
Li nesta tribuna dia 28/1 a carta sobre o assunto acima e quero dizer que concordo em gênero, número e grau com o senhor Ubiratan quanto ao texto redigido e o questionamento feito. Quero acrescentar ainda que, enquanto as entidades de classe batalham o ano todo para angariar fundos para suas instituições, como por exemplo promovendo churrascos, vendendo sacos de lixo, artesanatos e fazendo bingos, rifas e toda espécie de trabalho, os presidentes e integrantes de escolas de samba passam o ano inteiro em “berço esplêndido”. E quando se aproxima o Carnaval, querem dinheiro público para, entre outras coisas, gastar em carros alegóricos e fantasias que depois de duas ou três apresentações ridículas ficarão se deteriorando nos pátios de suas escolas de samba como um memorial a lembrar quem passa que ali está um investimento sendo corroído pela ferrugem, sem o menor sentimento de culpa, pois no próximo ano haverá mais verba para em nome da “cultura” ser jogada fora. Por que, a exemplo da Vila Vicentina, Sorri, Gilgal, Combate ao Câncer e tantas outras que dão duro o ano todo para conseguir recursos, estes “carnavalescos” também não trabalham para gerar recursos? E se querem jogar dinheiro fora, que jogem o seu, e não o dinheiro público. Como diz nosso amigo da TV: “Isto é uma vergonha”.
Odete L. Rodrigues - professora
Quero deixar aqui registrado o meu posicionamento sobre o Carnaval e o seu desdobramento na cidade:
Adoro o Carnaval e mais ainda quando ele ocorre. Não torço contra nenhuma medida tomada pelo renascimento dele enquanto festividade de alegria e contentamento, muito melhor do que o confinamento proposto por retiros, etc.
O que sou contra é o amadorismo, mesmo que ele dê certo em algumas vezes. Verbas imensas para nossas Escolas, inativas a quase uma década seria loucura. Uma pequena verba é aceitável. Minha crítica era pela forma como foi feita, praticamente na bacia das almas, em cima da hora.
O dirigente da Cultura local tentou negociar com empresas, que supostamente podiam participar da licitação, que totalizava R$ 102 mil reais, por algo em torno de R$ 60 mil. As Escolas teriam muito menos a ser dividido, mas o que acabou vingando foi muito melhor, pois os jornais informam que ficará em torno de R$ 10 mil para cada uma das sete. Do restante, um gasto com caminhão de som e o restante lucro do ganhador da licitação.
De algo que poderia e seria pior, acabou vingando algo bom. Pura sorte, pois não fosse esse empresa, o Carnaval das Escolas estaria comprometido. Tem genteque precisa levantar às mãos aos céus e agradecer de joelhos em altares por aí isso tudo ter caído de bandeja no seu colo.
Consumado isso, torço para que tenhamos um bom Carnaval e esse valor, mesmo que pequeno, seja muito bem vigiado e controlado, para não ser desviado. Fiscalizar é mais do que preciso, necessário.
E vamos aos festejos, pois estão um tanto atrasados.
Henrique P. de Aquino - direto do mafuá
O Carnaval de Bauru está tão organizado e todos tão satisfeitos que o Secretário levou um carreirão de um representante de um Bloco Carnavalesco, dentro da Secretaria Municipal de Cultura, tendo que se esconder numa sala, também conhecida por lá com Patrícia Pillar, pelo motivo de ter um grande pilar no seu meio.
Tudo anda maravilhosamente bem por lá, tanto que depois desse carreirão, o mesmo secretário nem se dignou a comparecer ao baile da escolha da rainha e rei momo do Carnaval de Bauru.
E em algumas notas no Jornal da Cidade, ele é mencionado como valoroso. Só faltou falarem que também é muito bem organizado e que faz tudo com uma precisão cirurgica.
Um dia a casa cai.
Tomara que não demore muito.
Lopes
senhor Henrique
Li seu comentário no blog e sinto informar-lhe que está mal informado.
A empresa ganhadora da licitação não pagará dez mil reais para sete escolas de samba e sim, somente para três.
O lucro da empresa ganhadora da licitação será imenso e uma grande vergonha para todos nós.
Faça as contas voce mesmo. Dez mil reais para três escolas de samba e o restante tudo para a empresa.
Que grande mamata estamos proporcionando para essa empresa. Quem está sendo culpado por esse prejuízo para os cofres municipais terá que responder por isso.
Confiram se o que estou afirmando aqui será ou não verdade. Eu presenciei as negociações e sei que o que aconteceu envergonha a todos e coloca o prefeito Rodrigo num papel de ótario. de distribuidor de grana para empresas de fora.
Uma festa patrocinada por irresponsáveis.
Não aceite isso sr Rodrigo.
Faça algo
JYT
Postar um comentário