SE UM PODE, O OUTRO TAMBÉM DEVERIA PODER - DÁ-LHE VARELA
Campanha eleitoral é um disputa interessante, pelo menos aqui no Brasil, “pau que dá em Chico” costuma não "dar em Francisco”, ou pelo menos é assim que tentam fazer valer os políticos, ou uma parcela deles. Percebo isso nas inaugurações e falas variadas em pronunciamentos expostos pela mídia. O governador José Serra, o mesmo que ignora uma greve de professores e espalha pedágios mil estado afora, está vindo para Bauru amanhã, 20/03, acompanhando do seu secretário José Alckmin, ambos candidatíssimos nas próximas eleições, um a presidente da República e outro ao governo do Estado. A chegada dos dois está revestida de muita festa e pompa, pois estarão inaugurando o trecho duplicado da rodovia que liga Bauru a Marília (100km). Estamos em ano eleitoral e se isso não for considerado um ato político e eleitoral por excelência, não sei o que seria. Ou seja, a hipocrisia graça entre o tucanato, pois se dizem impolutos, mas fazem e acontecem com a mesma (ou até maior) intensidade que os petistas, seus inimigos univitelinos. Precisam de exemplos? Se alguém os querem citados, encho folhas e folhas e discutiremos um por um. Não existe inocentes nesse quesito no Brasil, pois a corrupção e o desatino verborrágico estão entrelaçados umbilicalmente à nossa atividade política.
Pois bem, o governador e seu secretário estão a percorrer o estado mais rico da federação e outros estados brasileiros, inaugurando obras mil e para eles, tudo pode, tudo deve ser permitido e tudo está amplamente amparado pelas leis vigentes. Segundo eles, nada a contestar e nada é caracterizado como campanha. Agora já para os petistas, nada é permitido, tudo é campanha. O presidente Lula faz o mesmo e recebe um pau danado quando carrega a ministra Dilma consigo. Pera lá, se um pode, o outro também e sem problemas. O programa do PT sofreu interdição judicial na parte em que Lula falava de Dilma e aplaudiram (eu não, os tais hipócritas de plantão) efusivamente. Não vejo diferença no que um faz e no que o outro pratica. O caso é que a maioria dos jornalões brasileiros critica só o fato de Lula expor Dilma e nada, quase nada sobre Serra e Alckmin inaugurarem até postes por aí, com carreatas, fogos, aparato de comício eleitoral e fica tudo dito pelo não dito.
Para os caolhos de plantão, uma perguntinha ao estilo do Ernesto Varela, aquele que perdia a piada, mas não a oportunidade: "Caro governador, se pessoas umbilicalmente ligadas ao tucanato criticam e tiram do ar parte do Programa Eleitoral do PT, por Lula participar de inaugurações ao lado de Dilma, não te serve a carapuça de que praticas o mesmo erro, ao cortar fitas de inaugurações, sendo ti também candidato e ao lado de outro, o da Opus Dei? Não estarias confirmando que o esporte nacional nesse país partido ao meio é mesmo o de cair de cacete nos adversários?".
PS.: Entenda os motivos de usar tanto o nome de Ernesto Varela lendo o texto acima - clique nele.
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