CHARGISTAS PALESTRANDO POR AQUI (E UM QUE SE FOI TRAGICAMENTE)
1. Não me canso de alardear por aqui meu carinho pelo traço dos desenhistas/chargistas brasileiros, que aprendi a amar pelas páginas de duas saudosas publicações dos anos 80, o Pasquim e o Folhetim (entre meus 20 e 30 anos). Estava pronto para escrever algo grandioso sobre a passagem de duas feras aqui por Bauru no começo da próxima semana, BETO MARINGONI na segunda e CARLOS LATUFF na terça, mas antes disso ao abrir os e-mails hoje cedo, a triste notícia: Assassinaram o GLAUCO e seu filho na madrugada de hoje, em Osasco, Grande São Paulo. Foi um baque, pois os dessa geração não existe um sequer que não conheço só de bater os olhos no traço. Esse, irmão de outro grande, o Pelicano, que desenha na rede BOM DIA, deixa saudades imensas. Tenho um livrinho de cabeceira aqui no mafuá, o "Abobrinhas da Brasilônia” de 1985, da Circo Editorial e folhear suas páginas é uma dolorosa volta ao passado. Ainda pela manhã, outro da mesma geração, o querido Fausto, de Reginópolis, liga lá de Guarulhos e triste me diz que precisa entregar uma charge até as 16h e está feito barata tonta, não sabe o que fazer, pois Glauco, além de amigo do peito, era uma boníssima pessoa. “Esse não briga com ninguém. Diante de uns moleques armados e boa praça como é, deve ter tentado dialogar. Ser assaltado e ainda ironizar o momento. Os moleques de hoje não são como os de ontem e ele foi perfurado irracionalmente por um monte de balas”, me diz. Do Glauco, além da capa do Abobrinhas, uma foto sua com outro instrumento que adorava (era também músico) e sua última charge, gileteada do Chargeonline (http://www.chargeonline.com.br/ , de outro monstro do traço, o Mariano). Fausto volta a ligar e me passa dois desenhos do Glauco e algo mais:"Taí Henrique, tudo em homenagem desse velho amigo que se foi...conheci o Glauco (no final dos anos 1970 ) quando trabalhava no jornal Última Hora...depois fui trabalhar na Folha de S. Paulo ao lado dele ( de 1979 a 1985 )...Nossa turma era muito boa e criativa (e o Glaucão - como nós o chamávamos, mais ainda ). Vivia aprontanto presepadas aos amigos. Foi uma honra, essa convivência pessoal e profissional. Forte abraço do Fausto". Essas coisas estragam o dia de qualquer um.
2.Iria (e vou) escrevinhar sobre a vinda de dois chargistas da melhor cepa aqui na terrinha. Pelo segundo ano consecutivo o Colégio D’Incao realiza sua Semana Latino-Americana, onde discute os grandes temas latinos e traz pessoas de renome para o centro das atenções (esse ano no SinComércio, Nações Unidas). Além de gente daqui de Bauru, dois destaques e dois reis do traço. Na segunda, 15/03, 19h, GILBERTO MARINGONI, ou para nós, simplesmente Beto. Esse nosso velho conhecido, escrevinhador do site Carta Maior e autor de um livro referência sobre os primórdios da industrialização brasileira, o “Barão de Mauá – O empreendedor”, em parceria com o Sebrae e um outro sobre a Venezuela. Beto é especialista, além do fino traço, em Venezuela e iremos ouvir sua abalizada opinião sobre os últimos acontecimentos na terra comandada por Hugo Chávez, sem aquela falsidade e imparcialidade da dita grande imprensa brasileira. Dele já falei muito por aqui em outras oportunidades e continuarei falando, pois gente igual a ele está cada vez mais difícil de encontrar por essas plagas.
3. Estamos mesmo com sorte, pois na terça, 16/03, 19h, no mesmo espaço, outro monstro do traço, esse mundialmente conhecido. CARLOS LATUFF, um que briga feio contra os desmandos deste mundo. Vê-lo com sua lança enfrentando bravamente os dragões da maldade mundiais é para ficar cheio de esperança. Latuff se mete em todas as lutas pelo planeta. É zapatista, bolivariano, sem terra do MST, campesino, das FARC, palestino, contra os desmandos da PM e os abusos de poder, tanto os nacionais como os transnacionais. A Mossad, o Serviço Secreto israelense já o considera inimigo declarado e se isso ocorre, claro, estou ao lado de Latuff. Ele esteve aqui em Bauru participando do OLA – Observatório Latino Americano, em 2006 e volta agora, para falar sobre um instigante tema, UM OUTRO MUNDO É POSSÍVEL. Semana passada, o organizador do evento, professor Paulo Neves buscava um nome para preencher vaga de palestrante desistente. Ao me ligar, fomos juntos atrás do carioca Latuff, movemos céu e terra e o teremos aqui, em algo que deve merecer um destaque mais do especial. Quer saber mais dele e de suas lutas? Simples, clique seu nome no google e verás a quantidade de intervenções planeta afora. Outra paixão são os trens, a ferrovia e junto dele irei visitar cidades vizinhas na quarta, 17/03, em busca de histórias para seu blog em cima desse tema ( http://www.ferroviasdobrasil.blogspot.com/ ). Já marcamos uma ida para Bariri, localizar vestígios de um ramal desativado há décadas (contaremos com a ajuda do Renato, da Cultura de lá). Querem mais, acessem:
http://latuff2.deviantart.com/
1. Não me canso de alardear por aqui meu carinho pelo traço dos desenhistas/chargistas brasileiros, que aprendi a amar pelas páginas de duas saudosas publicações dos anos 80, o Pasquim e o Folhetim (entre meus 20 e 30 anos). Estava pronto para escrever algo grandioso sobre a passagem de duas feras aqui por Bauru no começo da próxima semana, BETO MARINGONI na segunda e CARLOS LATUFF na terça, mas antes disso ao abrir os e-mails hoje cedo, a triste notícia: Assassinaram o GLAUCO e seu filho na madrugada de hoje, em Osasco, Grande São Paulo. Foi um baque, pois os dessa geração não existe um sequer que não conheço só de bater os olhos no traço. Esse, irmão de outro grande, o Pelicano, que desenha na rede BOM DIA, deixa saudades imensas. Tenho um livrinho de cabeceira aqui no mafuá, o "Abobrinhas da Brasilônia” de 1985, da Circo Editorial e folhear suas páginas é uma dolorosa volta ao passado. Ainda pela manhã, outro da mesma geração, o querido Fausto, de Reginópolis, liga lá de Guarulhos e triste me diz que precisa entregar uma charge até as 16h e está feito barata tonta, não sabe o que fazer, pois Glauco, além de amigo do peito, era uma boníssima pessoa. “Esse não briga com ninguém. Diante de uns moleques armados e boa praça como é, deve ter tentado dialogar. Ser assaltado e ainda ironizar o momento. Os moleques de hoje não são como os de ontem e ele foi perfurado irracionalmente por um monte de balas”, me diz. Do Glauco, além da capa do Abobrinhas, uma foto sua com outro instrumento que adorava (era também músico) e sua última charge, gileteada do Chargeonline (http://www.chargeonline.com.br/ , de outro monstro do traço, o Mariano). Fausto volta a ligar e me passa dois desenhos do Glauco e algo mais:"Taí Henrique, tudo em homenagem desse velho amigo que se foi...conheci o Glauco (no final dos anos 1970 ) quando trabalhava no jornal Última Hora...depois fui trabalhar na Folha de S. Paulo ao lado dele ( de 1979 a 1985 )...Nossa turma era muito boa e criativa (e o Glaucão - como nós o chamávamos, mais ainda ). Vivia aprontanto presepadas aos amigos. Foi uma honra, essa convivência pessoal e profissional. Forte abraço do Fausto". Essas coisas estragam o dia de qualquer um.
2.Iria (e vou) escrevinhar sobre a vinda de dois chargistas da melhor cepa aqui na terrinha. Pelo segundo ano consecutivo o Colégio D’Incao realiza sua Semana Latino-Americana, onde discute os grandes temas latinos e traz pessoas de renome para o centro das atenções (esse ano no SinComércio, Nações Unidas). Além de gente daqui de Bauru, dois destaques e dois reis do traço. Na segunda, 15/03, 19h, GILBERTO MARINGONI, ou para nós, simplesmente Beto. Esse nosso velho conhecido, escrevinhador do site Carta Maior e autor de um livro referência sobre os primórdios da industrialização brasileira, o “Barão de Mauá – O empreendedor”, em parceria com o Sebrae e um outro sobre a Venezuela. Beto é especialista, além do fino traço, em Venezuela e iremos ouvir sua abalizada opinião sobre os últimos acontecimentos na terra comandada por Hugo Chávez, sem aquela falsidade e imparcialidade da dita grande imprensa brasileira. Dele já falei muito por aqui em outras oportunidades e continuarei falando, pois gente igual a ele está cada vez mais difícil de encontrar por essas plagas.
3. Estamos mesmo com sorte, pois na terça, 16/03, 19h, no mesmo espaço, outro monstro do traço, esse mundialmente conhecido. CARLOS LATUFF, um que briga feio contra os desmandos deste mundo. Vê-lo com sua lança enfrentando bravamente os dragões da maldade mundiais é para ficar cheio de esperança. Latuff se mete em todas as lutas pelo planeta. É zapatista, bolivariano, sem terra do MST, campesino, das FARC, palestino, contra os desmandos da PM e os abusos de poder, tanto os nacionais como os transnacionais. A Mossad, o Serviço Secreto israelense já o considera inimigo declarado e se isso ocorre, claro, estou ao lado de Latuff. Ele esteve aqui em Bauru participando do OLA – Observatório Latino Americano, em 2006 e volta agora, para falar sobre um instigante tema, UM OUTRO MUNDO É POSSÍVEL. Semana passada, o organizador do evento, professor Paulo Neves buscava um nome para preencher vaga de palestrante desistente. Ao me ligar, fomos juntos atrás do carioca Latuff, movemos céu e terra e o teremos aqui, em algo que deve merecer um destaque mais do especial. Quer saber mais dele e de suas lutas? Simples, clique seu nome no google e verás a quantidade de intervenções planeta afora. Outra paixão são os trens, a ferrovia e junto dele irei visitar cidades vizinhas na quarta, 17/03, em busca de histórias para seu blog em cima desse tema ( http://www.ferroviasdobrasil.blogspot.com/ ). Já marcamos uma ida para Bariri, localizar vestígios de um ramal desativado há décadas (contaremos com a ajuda do Renato, da Cultura de lá). Querem mais, acessem:
http://latuff2.deviantart.com/
http://www.flickr.com/photos/96755483@N00/
Outra coisa: Acordo e folheando o Jornal da Cidade, coluna do Rufino, lá está que Paulo César Pereio poderia vir hoje à Bauru para participar de workshop, em cima de peça que está sendo apresentada hoje à noite na cidade, o “Hiner Muller em Repertório”. Pereio é gaúcho boa cepa, brizolista, vozeirão do cão e um dos que ainda me move a ir vê-lo onde se apresente. Fiz ligações, escarafunchei e a triste constatação. Pereio não vem, fora de cogitação. Sua voz estará em off durante o espetáculo e só. Ficará para a próxima.
Outra coisa: Acordo e folheando o Jornal da Cidade, coluna do Rufino, lá está que Paulo César Pereio poderia vir hoje à Bauru para participar de workshop, em cima de peça que está sendo apresentada hoje à noite na cidade, o “Hiner Muller em Repertório”. Pereio é gaúcho boa cepa, brizolista, vozeirão do cão e um dos que ainda me move a ir vê-lo onde se apresente. Fiz ligações, escarafunchei e a triste constatação. Pereio não vem, fora de cogitação. Sua voz estará em off durante o espetáculo e só. Ficará para a próxima.
4 comentários:
Pai
Ontem quando me falou da morte do Glauco lembrei das revistas que eram suas e agora são minhas.
Geraldão, Los 3 Amigos, Circo e o livro do Abobrinhas. Gosto muito do casal Neuras.
Adorei ter ficado comigo na internet me mostrando as coisas do Latuf. Vou querer ir sim conhecer ele pessoalmente. Me leva para Bariri no dia em que for com ele tirar foto dos trens antigos.
seu filho
também Henrique
HPA fiquei em choque qdo deparei com a noticia na internet,era muito louco aquilo tudo!a principio a revolta,depois a tristeza,a constatação da impotencia diante de tanta violencia,irracionalidade!amo o trabalho do Glauco,é um vazio q fica.meus filhos desenvolveram a leitura com Mauricio de Souza nos seus tenros 5...6 anos,depois vieram os livros infantis e as revistas com as charges herdadas dos pais,aprenderam a apreciar o Laerte(fãs incontestáveis),o Glauco,Angeli,Gonsales(o pequeno de 7 adora o Niquel,temos "A Perereca da Vizinha" na mesinha de cabeceira)os chargistas brasileiros fazem um trabalho fantásticos!!gde bjo!Marisa F
Henrique..O meu filho mais velho chama-se Glauco.Pus este nome no meu filho por causa de um livro que eu li.E la tinha um personagem com este nome.Gostei muito da leitura e foi na epoca que o meu filho nasceu.Ate entao eu nao conhecia ninguem com este nome.Ate que eu percebi lendo a Folha e foi bem na epoca que o Glauco comecou a publicar as tiras dele la.Entao eu disse a minha esposa...Descobri um outro Glauco...Tempos depois descobri outros Glaucos.A partir dai eu sempre estava la conferindo as tiras do dele.Eu descobri que ele morreu aqui no seu blog.Vim dar uma conferida e li a noticia.E estranho como certas pessoas vao embora deste mundo...Principalmente quando elas vao de forma violenta.Ontem mandei um email com um link para o meu filho pois ja tinha comentado com ele a respeito do chara dele simplesmente porque ele um dia me perguntou onde eu tinha descoberto o nome dele...Contei a ele inclusive o detalhe do Glauco chargista.Abracos.
oi henrique, só agora vi o blog. muito obrigado pela força. segunda nos vemos em bauru.
abração,
beto maringoni
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