quarta-feira, 2 de março de 2016

DROPS - HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (128)


TRÊS HISTÓRIAS NO MESMO DIA NUMA BAURU ENFRONHADA COM AS MODERNIDADES DO MUNDO ATUAL E OUTRAS LEMBRADAS ASSIM AO ACASO


Em Bauru a coisa se dá dessa forma e jeito, tudo ao mesmo tempo.

Na primeira, o proprietário de uma pequena empresa de reciclagem é assaltado, quando lhe levam a féria de alguns dias de trabalho, algo em torno de R$ 2 mil reais. Encapuzados, não consegue identificar os assaltantes, mas o faz com o tipo e cor do veículo utilizado na fuga. Um cerco é feito pela polícia, o veículo localizado e todos presos. Levados para a Delegacia, na presença do assaltado, a grande surpresa, dentre os três ali na sua frente, um deles é seu próprio filho.

Na segunda, a Polícia Federal em mais uma operação, nem sempre sigilosa e dessa vez prende vários integrantes de mais uma, dentre tantas ramificações do tráfico de drogas na cidade. Dentre os detidos um casal, ela funcionária de uma empresa terceirizada de limpeza, trabalhando dentro do Fórum, diante de processos á sua frente os fotografa quando encontra o nome de um conhecido nos papéis. É o do traficante do bairro. O marido ao ver o tal nome, leva ao seu conhecimento o desenrolar da trama e todos ficam de alerta diante de prisões em fase de ocorrência. E, por pouco, algo deixa de dar tão certo.

Na última, recheada com muita tragicidade, um casal tem seu relacionamento amoroso terminado. Ela aceita ir conversar com o ex num lugar afastado, em nova tentativa de explicações e até de reconciliação. No local é atacada e morta de forma violenta, vil e cruel. Na sequência, nem dez minutos depois, o assassino também se mata e dessa forma coloca fim, não somente em sua vida, mas na de alguém que dizia amar.

Quer mais? Tem a do pastor evangélico que, conchava entre os seus irem em bloco numa eleição, fretando até ônibus para transporte dos prováveis eleitores e lá votarem num certo nome, inscrito num papel. A maioria nem sabia do que se tratava, mas como foi algo pedido pelo pastor, a recusa seria o mesmo que desdizer de pregação bíblica. Foram todos parar no plantão policial. Tem a dos moradores que, diante de uma rua intransitável chamam a TV para registrar o local e dessa forma tentarem apressar o reasfaltamento da mesma, mas tem também a de um senhor que, de forma isolada, vendo os tais buracos ali na quadra de sua casa e diante da inércia das respostas ao clamores pela solução via procedimentos habituais, resolve ele mesmo, munido de terra, pedriscos, cimento e areia executar ele mesmo o serviço.

E para finalizar teve uma que, não ocorreu na cidade, mas acreditem, pode estar em vias de também se repetir por aqui. Os caras ligados ao Governo Estadual, gente de dentro do Palácio dos Bandeirantes lesaram o estado inteiro no já denominado escândalo da Merenda Escolar, quando sem dó e piedade tiraram efetivamente o “leite das crianças” e o colocaram em suas contas bancárias. Um grupo de jovens foi protestar na ALESP, a nossa Assembléia Legislativa e clamando por providências. Sabe como foram atendidos? Todos detidos. Os ladravazes continuam todos muito bem soltinhos, para felicidade geral de parte considerável dos paulistas sempre a aplaudir tudo o que venha das hostes alckmistas, sem fazer questionamentos e aceitando tudo como se vivêssemos no melhor lugar do mundo.

E mais não escrevo, pois não me lembro de mais nada e a vista anda um tanto turva.

OBS.: As três primeiras fotos são meramente ilustrativas, a de Dayane de seu facebook e abaixo uma tira de Miguel Rep, tirada do ótimo diário argentino Pagina 12, sobre algo a envolver as coisas de velho, nas quais garbosamente me incluo.

DAYANE MOZER, MORTA POR ROMPER E NÃO REATAR RELACIONAMENTO
Eu não a conhecia pessoalmente, mas ela morava em Bauru, na mesma cidade onde todos nós continuamos a viver. Ontem ainda estava por aqui, hoje não mais. Ontem no facebook de uma amiga, Mary Jay, um recado lacônico com essa foto aqui reproduzida: “Hoje o dia está menos iluminado. Uma menina linda, guerreira, divertida, parceira e com muita coisa ainda pra viver, foi brutalmente tirada de nós. Que Deus conforte a família e os amigos e que ela descanse em paz. Sentiremos saudades gatona!!!”. Fui ver do se tratava e a triste constatação. Mais uma jovem assassinada pelo seu ex. Quando diante da não possibilidade de reatarem, mata e depois comete suicídio. Comentar o que diante de tamanha bestialidade humana? Escrevo dela.

DAYANNE MOZER, essa jovem de apenas 24 anos estava para concluir o curso de Psicologia numa das faculdades da cidade. Dias atrás havia rompido um relacionamento amoroso com Lucas, nesses desencontros onde a pessoa percebe que, o melhor mesmo é partir para outra, buscar outros caminhos, seguir outras rotas. Aceitou conversar com o ex, se falarem a respeito, prováveis entendimentos entre ambos e do encontro seu assassinato e depois o suicídio dele. Morava com a mãe no Mary Dota, cursava o terceiro ano na Anhanguera, pensava num bom emprego após a conclusão do curso, tinha uma turma animada de amigos, festava e bailava a vida. Enfim, vivia o seu tempo de forma intensa. Sonhava, fazia planos, construía seus castelos de areia e no facebook, logo na capa uma frase está lá postada como mensagem de vida: “não plante espinhos pelo caminho, a vida costuma nos deixar descalços”. Ambos se foram, muito vai se falar disso nos próximos dias, alguns tentarão explicar dos motivos, dessa tal sociedade despirocada, fora de controle, prumo aos avessos, jovens sem rumo, cabeças ao leo, mas nada vai devolvê-la ao convívio dos seus. Tragédias são assim, surgem muitas vezes de pequenos grandes fatos e quando a notamos já aconteceu. Daya, como gostava de ser chamada pelos muitos amigos foi vítima de mais uma dentre tantas ocorrendo pela aí e esse mundão vai ficando pouco mais triste a cada repetição disso tudo.

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