Bauru é mesmo surreal e alguns dos seus personagens são hilários. Essa é mais do que real e foi vista por quem assiste a TV Preve. Ontem à tarde em um programa ao vivo, o narrador chefe da emissora, professor Duda Trevizani entrevistando alguém e aproveitando o espaço para fazer o que mais gosta, descer a lenha no Governo de dona Dilma. Num certo momento de trégua lê uma reclamação de um telespectador e por incrível que pareça o negócio era com ele e sua escola. Duda foi lendo até sem perceber o que viria pela frente. O sujeito dizia que tem um filho estudando na escola do professor, acredito que a Preve e que seu filho não havia recebido até então as devidas apostilas do curso, com o semestre já em andamento e tudo já estava devidamente embutido no preço das mensalidades. Duda não pestanejou e reafirmou tudo ser culpa de dona Dilma e do Governo do PT. Disse mais, numa explicação a merecer entrar nos anais (sic) de Springfield, a cidade dos acontecimentos inauditos das HQ. Foi assim na cara dura e sem delongas, mais ou menos dessa forma e jeito. “Nós esperávamos que a crise pegaria as escolas de jeito, com uma queda grande na quantidade de matriculas e para evitar gastar muito dinheiro, mandei fazer uma quantidade menor, pois não podia perder e ficar com tudo encalhado. O número de matriculados surpreendeu e foi muito além da quantidade que tinha rodado. Daí não deu para distribuir para todo mundo. Fui pego de surpresa e não deu tempo de rodar mais a tempo de distribuir.”, foi o que que disse. Por fim, lacrou o comentário reafirmando o que já havia feito anteriormente por diversas vezes, “culpa do Governo de dona Dilma”. Sim, deve ser, enfim, ela nem avisou que a crise não era lá tão séria como a da previsão do pessimista educador e o deixando numa situação das mais complicadas. Essa dona Dilma não tem mesmo jeito. Merece um puxão de orelha.
Diante desse ódio nas ventas, fuças e atitudes de parcela significativa da população, principalmente paulista, insuflada pela mídia a descarregar bestialidades dia após dia como se verdade fossem, as reações são as mais imprevisíveis possíveis. Respostas grosseiras para questionamentos simples são o mais comum, num mundo cada vez mais eivado de xingamentos e admoestações. Tenho um dileto amigo, Sivaldo Camargo, que bem lá atrás me ensinou algo e nunca mais esqueci. Diz que, em situações problemáticas onde é obrigado a emitir sua opinião, mesmo contrariado e até não querendo fazê-lo, magoar a pessoa diante de si, sai com uma frase, segundo ele, dita pelo ator Paulo Autran e ótima para resolver imbróglios dessa natureza: "SEM PALAVRAS". Dessa forma, deixando a pessoa diante de si, com aquela cara de não ter certeza de ter sido elogiado ou algo ao contrário, encerra o assunto. Na tira de hoje do diário argentino Pagina 12, Miguel Rep faz o mesmo e impossível não me recordar do procedimento de Sivaldo. Vale o registro. Bom sábado para tudo, todas e todos, são os votos desse "Sem Palavras".
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