sábado, 14 de janeiro de 2017

CHARGE ESCOLHIDA A DEDO (116)


A NETFLIX, BANDA LARGA E COMO ELA VERGOU (POR ENQUANTO) GOLPISTAS BRASILEIROS – SE BORRANDO TODOS VOLTARAM ATRÁS
A britânica NETFLIX protagonizou semana passada um dos embates mais interessantes no cenário político nacional. O golpista (des)Governo de Temer através de seu ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab lançou no ar a informação de que, favoreceria aos interesses das TV de canal aberto e canais pagos, começando a cobrar pela tal Banda Larga. A intenção era somente uma: atingir a Netflix, um sistema de transmissão de filmes variados via internet e a preços baratos, abaixo dos praticados pelo mercado. O que essa empresa faz é lançar em todos os países onde presta serviço, a adaptação de séries, filmes, documentários com legendas e traduzidos para vários idiomas. A pessoa escolhe como quer assistir e na hora a opção surge na tela, enquanto os serviços de TV por assinatura, tipo NET e GVT, por exemplo, te obrigam a comprar pacotes com a maioria dos canais, pelos quais a pessoa nunca assiste nada. Ou seja, paga caro por um sistema de pacote e nunca assiste o que se quer ver de verdade. E dificultam alternativas e quando existem, encarecem mais seus custos mensais.

Na Netflix a mensalidade básica gira em torno de meros R$ 25,90 com acesso a todo um incomensurável acervo. Ali se encontra de tudo. O que está acontecendo? As pessoas simplesmente comparam e deixam de continuar pagando TV por assinatura, pois deixa de ser viável e caem de boca na Netflix. O serviço oferecido é muito melhor. A juventude num todo já aderiu e nem pensa em voltar atrás. Quando perguntados sobre algo ainda não encontrado na Netflix a resposta está na ponta da língua, como a dada a mim por meu filho: “Notícia e informação tem de monte na internet e em lugares muito mais confiáveis do que na televisão normal”. Vou dizer o que? Nada. Acabo indo na dele.

A historinha mal contada da semana é a seguinte, sem tirar nem por: Kassab queria acabar com a banda larga e devolver a lucratividade para as TVs pagas e também a aberta, que perde dia a dia audiência, consequentemente anunciantes. A intenção era prejudicar a Netflix. Muito claro isso, pois quem faz uso da internet precisa da Banda Larga para receber o sinal da Netflix. Sem ele impossível assistir os filmes, séries e tudo o mais. A revolta nasceu logo após o ministro ter tentado esboçar como seria a coisa daqui por diante. Numa hashtag imediata viralizada pela internet estava lá um desafio: “Abaixo o limite da internet”. Em 24h foi a hashtag mais compartilhada na internet. Não deu outra, Kassab voltou atrás e rapidinho. Medo, ou melhor, cagaço. “Não se atrevam”, foi uma ameaça posta pelo Anonymous, simplesmente supondo que na tentativa de acabar com a Banda Larga invadiriam todos os sites governamentais e já anteciparam divulgando algo muito pessoal da vida do ministro. Os golpistas no poder provaram mais uma vez terem medo de ameaças e se borram todo. Com os cueiros ainda sujos, cederam vergonhosamente aos intentos.

Volto a ouvir algo vindo de meu filho: “A maioria dos jovens que eu conheço, pai, não mais assistem televisão por causa da Netiflix. Nela se assiste coisas do mundo todo e eles financiam filmes por todos os lugares, muitos não comerciais. Um cardápio dos mais interessantes. Não volto mais para a cara TV por assinatura”. Concordo com quase tudo. Sim, dá para assistir coisas do mundo todo, mas uma pergunta ainda paira no ar, mais do que necessária nesse momento: “O cardápio é mesmo dos mais interessantes, mas o que esses andam assistindo está dentro desse algo mais do que interessante?”. Mesmo sem saber a resposta, gosto muito de ver as grandes corporações irem se rendendo em ações como essa, mesmo que não durem muito. Vergar poderosos é algo prazeroso. A Netflix proporciona isso, mesmo já sendo ela uma grandona no mercado.

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