Acordo cedo e vou buscar o jornal na portaria do prédio. O porteiro, muito atencioso puxa conversa. Falamos de tudo e o assunto resvala na morte de ontem. Ele me diz: "Se viu, mataram o juiz. Isso é coisa do Lula?". Ainda bem ter sido em tom de pergunta, não de afirmação. Tento lhe explicar em poucas palavras. Se ocorreu algo de errado nessa morte, não poderia ter vindo de Lula, pois justamente nos próximos dias, quando o STF voltar ao trabalho, ele, o ministro morto, iria apresentar uma continuidade dos processos contra a Lava Jato e iria comprometer mais (muito mais) o golpista Temer, Renan Calheiros e essa turma que nunca vai em cana (e possuem muita culpa no cartório), a dos tucanos, com Aécio & Cia. Quer dizer, explícito isso, se existe algum interesse na morte do ministro, ela não vem de Lula. Mas, como o brasileiro se deixa levar facilmente por tudo, acredito que já tenha se iniciado uma campanha para colar em Lula a provável culpa, o que demonstra o quanto o brasileiro de hoje está não só doente, mas muito mal informado e sendo conduzido como manada por interesses diversos e variados, nenhum verdadeiramente os seus.
Mino Carta e sua revista, Carta Capital, na edição chegando as bancas nesse próximo domingo, vem com um capa sobre outro personagem nessa história, o Procurador Geral da República, Janot, dito Xerife. Esse senhor pode causar o mesmo tipo de problemas aos mesmos senhores aqui já citados (Temer, Renan, Aécio...) se, de fato, cumprir a risca o que lhe prescreve o seu ofício. Se Justiça houver, algo nesse sentido precisa ocorrer. Mino fica na dúvida, eu também e os sensatos idem. Discutir isso tudo dentro de algo plausível é o que a revista faz e eu vou na cola. Viajar na maionese é algo bem distante de discussão séria e quando se fala em seriedade, ela, com certeza, não reside em quem nos governa atualmente e até em quem nos fiscaliza. Daí, começo o dia com um: Toc toc toc
Macacos me bloguem. Aderi. Estarei juntando aqui, direto do meu mafuá particular, translucidação da minha bagunça pessoal, uma amostra de escritos variados, onde cabe de tudo (quase!) um pouco, servidas sempre, de forma desorganizada, formando um mural esclarecedor do pensamento de seu escrevinhador.
Pegue carona aqui e ao abrir a tampa do baú, constate como encaro tudo isso. Deixo cair rostos, palavras; alguma memória. O diálogo se instaura.
Abracitos do
Henrique Perazzi de Aquino - direto de Bauru S.P.
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