sexta-feira, 1 de maio de 2020

COMENDO PELAS BEIRADAS (87)


DIA DO TRABALHADOR, LUTA HOJE NÃO NAS RUAS, MAS DAQUI DE NOSSO CONFINAMENTO
Começo por algo encontrado e bem ilustrando como será a comemoração no dia de hoje, com ninguém nas ruas em manifestações e concentrações para lembrar a data, mas dentro de casa, empunhando um mause de computador e assim marcando presença. "O Primeiro de Maio na França não é um feriado como os outros. No Dia do Trabalho, os operários de todos os cantos saem às ruas para fazer suas reivindicações, lembrar suas lutas, seus heróis, sua batalha sem fim. Mas este ano não vai ser igual aquele que passou. O Primeiro de Maio confinado é assunto de capa do jornal Libération desta quinta-feira", Alberto Villas.

Desde que me conheço por gente estive nas ruas nas manifestações deste dia. Foram belíssimas concentrações, umas mais, outras menos, mas todas marcando posição, algo a dizer, sempre nas ruas e junto de tantos outros. Hoje não, pelo menos neste ano de 2020. Tudo o que faço é daqui de dentro de minha casa e pela via internet. Não adianta gritar pela janela. Meu grito ecoa por essa via, a dos escritos via computador e tentando sempre alcançar um número cada vez maior de gente interessada em ler e passar adiante a mensagem. Hoje teremos uma concentração diferente, com sindicalistas, trabalhadores, políticos e gente interessada nos destinos da classe trabalhadora, uns mais outros menos e será em algo coletivo, reverberando não só a causa do trabalhador, motivo da junção, mas também pelo "Fora Bolsonaro", algo mais do que necessário para que este país volte a ter dignidade, soberania e respire ares mais digno.


Olho para situação que tínhamos do trabalhador até bem pouco tempo e na constatação do que lhe restou, poucas garantias, leis quase todas dizimadas e hoje, praticamente sem legislação que o defenda, sem Justiça do Trabalho ao seu lado, união esfacelada, uma situação deprimente e lamentável. Ainda ontem ouvia a reclamação de um trabalhador da vizinha Arealva, ganhando o seu salário numa fábrica de confecção de roupas de cama, única na cidade, sem registro em carteira e tendo que faze-lo ao lado de uns poucos registrados, mas a maioria o fazendo por produção e na contagem, não conseguem, mesmo com desmedido esforço, alcançar algo perto do salário mínimo. No último mês seu soldo não passou dos R$ 800 reais, com família e filhos. E não pode nem pensar em deixar de ganhar o pouco que ainda o alimenta, pois se reclamar, perdendo o emprego, não encontrará outro na cidade. E pior, não tem a quem reclamar. Eis a situação da imensa maioria do povo trabalhador brasileiro no dia de hoje, abandonado à própria sorte, sem eira nem beira e tendo que se segurar no que ainda possui. Tendo continuidade desGovernos como o atual, o trabalhador só tem a perder, mais e mais. Ele, porém, não tem tempo e não pode parar para lutar mais pelos seus direitos, pois se o fizer, perde o pouco que ganha e passará fome, na rua da amargura.

Sitaução parecida a dos empregos despontando no mundo atual, dito por muitos como moderno. Ver essa legião de gente atuando em Uber ou transportando caixas nas costas de bicicleta e motocicletas, sem nenhuma garantia trabalhista, comissionados e enfrentando tudo de peito aberto, como espécie de última opção, sem almejar nada além disso é não só para lamentar, mas para nos juntarmos e promover o quanto antes um levante, propiciando uma virada de mesa. Como chegamos a situação tão lamentável? Como foi possível perder tanto em tão pouco tempo? Algumas respostas a gente até sabe, mas agora, de onde nos encontramos, lamento muito pelo deixado de fazer, mas luto pela transformação do que já somos e pela reversão do atual estado. Desunidos não seremos nada. Esgrimo daqui de meu quartinho dentro de casa, espalho esse vírus da revolta e quero muito voltar pras ruas, mas tendo a certeza de alcançar outros tantos na mesma situação, pois também de nada adiantará, quando acabar essa quarentena, estarmos nas ruas e tudo continuar como dantes, desunidos, fragmentados e cada um olhando mais para o seu lado e não para o todo. "Eu quero é botar o bloco na rua", dizia Sergio Sampaio, sim, quero muito, mas engrossando o caldo, criando problemas para quem nos oprime e não me atirando isolado na ponta das baionetas. E como fazer para juntar esses tantos oprimidos para a promoção da coletiva luta que nos libertará? Eis a questão daqui por diante.

ALGO INIMAGINÁVEL TEMPOS ATRÁS, MAS BEM POSSÍVEL HOJE - EU DO LADO DO SR PREFEITO

Eis o link: https://www.jcnet.com.br/opiniao/articulistas/2020/04/722477-pandemia-de-uma-nota-so--nego--a-situacao-ou-acho-um-culpado.html
Este mafuento HPA compartilha neste momento artigo do prefeito de Bauru, Clodoaldo Gazzetta, publicado hoje na seção Opinião do Jornal da Cidade - Bauru SP, em resposta aos que clamam e até entram na Justiça, querendo de todo jeito e maneira reverter o isolamento social e fazendo de tudo e mais um pouco para ver tudo aberto e escancarado na cidade, mesmo diante do momento mais crítico da pandemia. O artigo é um tapa com luva de pelica na cara de gente como Reinaldo Cafeo, WalaceSampaio, José Roberto Segalla, Cássio Carvalho, Alexandre Pitolli, entidades patronais e outros que, até o presente momento não entenderam a gravidade da situação e não sacaram o que o prefeito já sacou e explicita no artigo: a abertura só ocorrerá para os municípios que neste momento cumprirem com suas obrigações e conseguirem aumentar os índices de isolamento social e, consequentemente diminuir o número de infectados e de internados. Lá na frente, as cidades cujos índices estiverem satisfatórios serão as primeiras a ter um relaxamento gradativo. Ou seja, o momento ainda é de muita precaução, para lá na frente, poder ser um dos primeiros a tomar medidas pela volta da normalidade. Aqueles que só pensam e colocam a economia e o mercado em primeiro lugar, em detrimento da vida humana, são os que tentam impor, até pela força, de maneira coercitiva a abertura desde já e estarão todos sendo expostos, ganância mais do que demonstrada. Eu, opositor do prefeito, ele que um dia já foi verde, hoje tucano,se mostra atuante e merecedor de elogios neste momento. As medidas tomadas pela Prefeitura de Bauru são, neste momento, merecedoras de elogios deste até então crítico.Tenho dito.

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