segunda-feira, 18 de maio de 2020
MEMÓRIA ORAL (255)
“CÃES BÉLICOS”, A PROSA E POESIA DE 52 AUTORES LOCAIS – A 10ª EDIÇÃO DE ANTOLOGIA POÉTICA PRONTA PARA SER LANÇADA
Nada como começar uma nova semana com algo do campo literário. Que tal um livro? E mais, um lançamento aqui em Bauru, ocorrendo em pleno período de quarentena da pandemia pelo COVID-19. Ou seja, mesmo com todos contidos, atividades externas praticamente suspensas, algo continua rolando e em plena movimentação nas entranhas bauruenses e não só na estabelecida guerra pelo “abre tudo” ou “continua fechado”. O livro em questão é mais um lançamento da já conhecida ANTOLOGIA de Poetas Bauruenses. Na Comissão organizadora um trio que, verdadeiramente faz e acontece, Ana Maria Barbosa Machado, Lauro Neto, Vagner Fernandes dos Santos, ainda contando com a ajuda sempre valiosa na diagramação do Eduardo Viver.
Ana se empolga quando o tema é mais esse lançamento: “Esta nossa ANTOLOGIA é especial NÃO só pelo momento difícil em que vivemos no Brasil pelo desgoverno e pela pandemia que assola todo planeta.....pois desta vez NÃO pagaremos a publicação, vamos ter o patrocínio da SAC, que foi contemplada pelo Ponto de Cultura e nos deu este apoio hiper especial!!”. É a décima antologia do Expressão Poética em Bauru, nos seus 21 anos de existência, algo mais do que auspicioso, pois publicam poesia num país hoje com seu poder constituído desqualificando quem produz cultura, desmerecendo a arte e os insistindo em escrever, produzir livros. Desta feita 52 autores – 29 mulheres e 23 homens, com três poesias cada, gêneros bem distintos, aqui reunidos a demonstrar como o gênero flui naturalmente na insólita Bauru.
Na Introdução a melhor explicação para o que virá a seguir: “Era noite, e tudo o que desejávamos era um punhado de horas de sono. Mas os cachorros, vendo o mundo através de suas lentes, ladravam sem parar. Os latidos varavam as horas noturnas cortando nosso sossego, acabando com a possibilidade de entrarmos no modo sono. Repouso. Reparo. Descompasso. Queríamos calá-los para que não mais nos incomodassem e assim estarmos como deveríamos. Queríamos silenciá-los para que vivêssemos do nosso modo sem medo dos latidos. Mas os cães pareciam não se importar com o status quo e seguiam em seu ritual noturno querendo ou não chamar nossa atenção. Eram cães anárquicos, cães de guerra, cães bélicos. É noite, o mundo deseja dormir e permanecer em trevas. Desacordar. Mas o poeta continua sua lida. Ele vê o mundo através de suas lentes, e o traduz com poesia. Querendo ou não, eles incomodam. Querem calá-los para que não vos incomodem e continuem em sua sonolência de baldes, e de bases e de alaridos. Querem silenciá-los temendo que afetem seu viver voraz. Expressão Poética Cães Bélicos”.
Enfim, os “Cães Bélicos” estão loucos para serem soltos e atormentar a vida desta cidade, mais que nunca precisando de uns latidos bem uivantes, até sacudi-la do marasmo provocado por tantos dias em reclusão, trancados entre quatro paredes. Mais um pouco explicado por eles mesmos logo na abertura: “A analogia chega ser bem simples e poético! Os cães...que quando latem incomodam, assim como os poetas quando escrevem e mostram seus sentimentos!”.
Vagner Fernando dos Santos, 45 anos, descreve um pouco mais da expectativa: “Mais um livro. É uma grande realização para o grupo. E no caso deste está sendo muito bom por termos o patrocínio, algo que não tivemos nos trabalhos anteriores. O nome foi escolhido pelos organizadores pensando em alguma frase que sintetizasse esse trabalho. Muitas vezes o ato de poetizar é incompreendido e causa reações inesperadas fazendo os poetas parecerem cães Bélicos. Assumindo este fato adotamos este nome. Isso, já por si só, causou reações inesperadas de alguns participantes, o que rendeu debates ricos sobre ideias, algo de que necessitamos”.
Sim, eles sabem, estamos todos carentes de bons diálogo, alvissareiras conversas e até acaloradas discussões. O jornalista Lauro, outro organizador, segue na mesma linha: “Entrei em 2017, sou novo no grupo, quando havia lançado o meu primeiro livro. Hoje já estou no quarto e quando me convidaram, participei e não mais sai do grupo. Três anos com muitos eventos e algo do título, ele é o nome de um poema da Amanda Helena. Dessa vez, Aninha me chamou a participar junto deles dois, ambos fundadores. Ajudei a selecionar os textos e também na revisão. Estamos dando voz poética para muitos novos poetas, inclusive com sonetos, contos e muitos novos atores, gente do Sarau do Viaduto, de rolês de bares, bem variado. Tem muita gente que escreve na cidade e assim ,abrimos para muitas novas vozes. O apoio da SAC veio através da ajuda do José Vinagre, com estímulo, amparo. É um livro bastante variado, diversidade tanto discursiva como na faixa etária”.
O livro está pronto e o lançamento devido à COVID-19 está sendo pensado, repensado e ainda muita coisa a ser definida. Deve acontecer de forma virtual, numa nova roupagem devido a isso tudo aí fora e quando o bicho for devidamente solto – cuidado com os cães ladrando no seu portão – e atazanando as ideias de quem gosta de novidades e de ver a Cultura bauruense em plena efervescência, uma certeza, a da existência dos que não param nunca, nem se atazanam e se intimidam com a pandemia. Muito mais poderia ser dito, escrito, falado em alto e bom som e para tanto, nada como dar uma espiada na página do facebook desses intrépidos guerreiros da escrita bauruense, a https://www.facebook.com/1726817484202468/posts/2537516163132592/?sfnsn=wiwspmo&extid=W0Echk29QEhWvOyV. Ali, em posts regulares algo do que fazem, como fazem e da sequência dos trabalhos, tudo pela voz deles mesmos. Vale a pena conferir e aguardar ansioso pela lançamento. Enfim, a pergunta: É para quando mesmo?
SE É QUE EXISTE O LADO BOM DO COVID-19, EIS ELE EXPLICITADO NO CURTO TEXTO E NA FOTO ABAIXO:
Ver pessoas tendo alta hospitalar, como no caso do construtor e músico Tadeu Vian, em foto disponibilizada pela esposa Lilia Souza, após muitos problemas e 45 dias no Hospital Estadual, enfim, livre do coronavírus, algo para se comemorar até com balões, verdadeira festa para tudo, todas e todos à sua volta. Assim como no atendimento dado a ele, o serviço hospitalar de Bauru ainda está suportando a carga de infectados, mas beira o seu limite e na continuidade da queda do isolamento social, talvez o caos se instale na cidade muito em breve.
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3 comentários:
Caríssimo Agapeá,
Sinto muito!
Poetas jamais poderiam ser tidos como "cães bélicos", independentemente das falsas razões ...
Poeta, estive sempre na luta.
Nunca como cachorro.
Bom guerreiro, porém, nunca belicoso ...
Garoeiro
COMENTÁRIOS VIA INTERNET CÃES BÉLICOS:
Lazaro Carneiro Carneiro participo desse livro com o conto O DEMÔNIO TROVADOR.
Amanda Helena Valeu Henrique Perazzi de Aquino pela bela divulgação!!!!
Amanda Helena Ana Maria Barbosa Machado é muito orgulho né????
Ana Maria Barbosa Machado Amanda Helena simmmm!!! ❤❤❤❤
Rosemeire Santos Silva Feliz por fazer parte, junto com excelentes Poetas 😊🌹
Wellington Leite Tive o prazer de fazer um comentário no livro e estou ansioso para tê-lo em mãos.
Ana Maria Barbosa Machado Wellington Leite um comentário tão especial que se tornou Prefácio! Mto Obrigada !!!
Wellington Leite Ana Maria Barbosa Machado surpresa boa! Gratidão!
Eric Schmitt Estou dentro tambem ;-)
Rosa Leda Accorsi Gabrielli Participo também, com um conto romântico... o livro ainda não tinha nome quando mandei kkkk. Dizem que a vida é feita de contrastes...
Ana Maria Barbosa Machado Este é um livro especial realmente! Agradeço a divulgação Henrique Perazzi de Aquino e ao apoio da Sac na pessoa de José Vinagre na realização deste projeto!
Rose Flag Vou divulgar
Obrigada pela publicação, em momentos de confinamento, onde muitos se sentem acuados, dispersos, desconfiados do futuro que nos espera, sentimos honrados em através de nossas modestas palavras, no íntimo de nossos sentimentos, estarmos participando de um projeto
desse pra homenagear a SAC pelo anos de trabalho, comprometimento com a cultura de nosso município, parabéns à nós do Expressão Poética, a SAC e gratidão Henrique pelo carinho e as maravilhosas palavras.
Amo seus escritos e sua forma de dar voz e visibilidade aos que muitas vezes não a tem.
Kristinna Oliveira
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