Querem provas? Leio no site do jornal espanhol El País, versão em português, a elucidativa matéria: “Sem crédito para atravessar a pandemia, São Paulo ‘passa o ponto’ - Metade dos bares e restaurantes da capital paulista fechou sem o auxílio prometido pelo Governo federal. Apenas 12,7% das empresas no Brasil tiveram acesso ao crédito para o pagamento de salários, segundo o IBGE”. Eis o link para leitura da matéria completa: https://brasil.elpais.com/economia/2020-08-17/sem-credito-para-atravessar-a-pandemia-sao-paulo-passa-o-ponto.html.
Num trecho algo bem dentro do que estou a demonstrar. Na experiência de restaurante paulistano, a constatação: “Há meses ela tenta um empréstimo no Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) anunciado pelo Governo.” No banco, dizem que estamos na fila, que falta um papel, estamos numa batalha para que o Governo libere esse crédito para que a gente não feche. Se não conseguir, farei novos cortes no restaurante”, explica”. Ou seja, por mais que tentem nunca se consegue, sempre um papel a mais, algo faltando e assim, portas continuam fechadas. Isso é tática, prática de um desGoverno.
Noutro trecho: “A dificuldade da empresária em conseguir uma linha de crédito não é exceção entre os que tentam manter as empresas em pé em meio à turbulência econômica. No Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), os atendimentos às pequenas empresas triplicaram durante os meses da pandemia. Na lista de pedidos, reina no topo os questionamentos sobre por que o crédito prometido pelo Governo não chega. “O Governo anuncia muito valores, mas não explica como as pessoas podem conseguir. Estamos ajudando as pessoas as não desistir. As pessoas estão se afogando, não podem pedir uma lista de requisitos tão complicados, precisam jogar uma boia para socorrê-las”, diz diretor-superintendente do Sebrae-SP”.
Quando vejo a dificuldade de muitos em conseguir a periodicidade mensal do Auxílio Emergencial, a comprovação do que escrevo. Esse pessoal não é incompetente como se chegou a ser ventilado. Na verdade são é mal intencionados. Fazem tudo de propósito, causo pensado, tudo para fazer o pequeno, o necessitado padecer e fenecer. Não estão nem aí com essa camada da população, pois as escolhas são claras. Vieram para defender os mais ricos, os abastados, os que na verdade não precisam de auxílio e de amparo neste momento. Temo pelos amigos (as) donos de restaurantes e bares, pequenos comércios nos bairros, todos se segurando não se sabe nem como, muitos já desistindo de continuar buscando o tal auxílio anunciado. Cansados, depauperados, porém ainda quietos, não mobilizados e não contestando a contento. Neste momento, falta-nos união para vergar o “promessão”.
Isso que aqui escrevo não está acontecendo longe daqui, mas aqui também em Bauru. Enfim, por que insistem em escondem a verdade o SinComércio, Cafeo e o JC? O que defendem de fato? E o que escondem de nós, se fazendo passar por defensores de uma classe, porém a defender quem trai os interesses dos que lutam e estão fechando as portas por falta da necessária e obrigatória ajuda? Tem alguém escondendo algo de todos e se fazendo de santos – do pau oco, diria. Tem gente que precisa ser desmascarada, assim como a falsidade de Bolsonaro & Cia.
Não pensem que o motivo do fechamento da maioria dos negócios de dá neste momento por fracasso dos comerciantes ou somente pela ação da pandemia. A maior causa vem de quem deveria por obrigação estar ao lado destes, não permitindo o país afundar e quando viram as costas para tudo e todos, expõe a perversidade de uma proposta, uma amostragem do que foi colocado para nos governar. Já passou da hora de rever o erro coletivo e colocar estes para correr. Sem sensibilidade para com o semelhante, principalmente o mais desprotegido, impossível a continuidade. Unidos venceremos, desunidos continuaremos frágeis e cada vez mais desprotegidos.
O bate papo entre os dois foi alvissareiro. Stédile é uma pessoa muito bem humorada. Com um preparo extraordinário, dessas pessoas prontas para o embate, vividas e transparecendo por todos os poros ser um lutador, batalhador em todas as frentes, defensor de uma causa de toda uma existência. A resposta para a pergunta ele deu sorrindo para Mino: “Lá nos grotões, Mino, os que resistem, insistem são quando muito um padre, um advogado e um petista, sim, o PT”.
Essa sua resposta merece uma tese, um arrazoado de muitas páginas. Ali naquela conversa dois militantes de algo em falta, velhos bardos da Esquerda, essa escrita com E maiúsculo. Num certo momento Mino o provoca e lhe pergunta quem ainda é de esquerda neste país. Calmo, sorrindo, ele confronta a pergunta com algo arrebatador: “Mino, tudo bem, somos o que sempre fomos, mas não somos os únicos. Nós, eu e você não nos vergamos, somos e fazemos parte de uma esquerda teimosa, dessa que insiste e não desiste, mas não somos os únicos”. E daí ele se põe a citar nomes, Chico Buarque no topo da lista. Mino aceita, mas se contorce e diz que, “quantos estão de fato dispostos a ir à luta, meu caro?”.
Depois, quando na comparação com outros países, nações e povos, isso da “falta de sangue me nossa história” e do dito conformismo, sempre resvalando na oportunidade que tivemos e deixamos passar. Dentre conquistas, perdas e o choro pelas oportunidades que dificilmente teremos novamente, uma discussão que se prolonga.
Junto o papo deles dois com o que ouvi de Marcelo Adnet, humorista, no Roda Viva também ontem: “Nós perdemos a linguagem da aproximação com o povo. Somos por demais academicistas no cotidiano do campo progressista. Esse o desafio da comunicação: conquistar o terreno perdido. Falar não só o que o povo quer e precisa ouvir, mas saber o que e como falar”.
Em Tempo: Meus caros Fabricio Genaro, Pimpão Pimpaozios, Valéria De Carvalho Costa, Cosmo Franco Franco, Guilherme Reis, Maria Helena Ferrari, Roseni Xavier , Wagner Fatore, Gonçalez Leandro, Cledson Branco, Raul Magaine, Aran Carriel, Tiago Lyra, Brazuka Edna Maria Roedas, Liz Amaral, escrevo esse artigo pensando em vocês, na situação em que se encontram e na que poderiam estar, se vivêssemos sob um Governo sério e a atender os reais interesses de sua população.
OBS.: As duas fotos são da reportagem do El País.
OBS.: As duas fotos são da reportagem do El País.
QUEM É A FORÇA TRANSFORMADORA NUMA CIDADEZINHA DO INTERIOR?Essa pergunta foi feita e respondida ontem pelo João Pedro Stédile, um dos representantes maiores do MST – Movimento Sem Terra, entrevistado por Mino Carta para a próxima edição da melhor revista semanal do nosso mundo, a Carta Capital.
O bate papo entre os dois foi alvissareiro. Stédile é uma pessoa muito bem humorada. Com um preparo extraordinário, dessas pessoas prontas para o embate, vividas e transparecendo por todos os poros ser um lutador, batalhador em todas as frentes, defensor de uma causa de toda uma existência. A resposta para a pergunta ele deu sorrindo para Mino: “Lá nos grotões, Mino, os que resistem, insistem são quando muito um padre, um advogado e um petista, sim, o PT”.
Essa sua resposta merece uma tese, um arrazoado de muitas páginas. Ali naquela conversa dois militantes de algo em falta, velhos bardos da Esquerda, essa escrita com E maiúsculo. Num certo momento Mino o provoca e lhe pergunta quem ainda é de esquerda neste país. Calmo, sorrindo, ele confronta a pergunta com algo arrebatador: “Mino, tudo bem, somos o que sempre fomos, mas não somos os únicos. Nós, eu e você não nos vergamos, somos e fazemos parte de uma esquerda teimosa, dessa que insiste e não desiste, mas não somos os únicos”. E daí ele se põe a citar nomes, Chico Buarque no topo da lista. Mino aceita, mas se contorce e diz que, “quantos estão de fato dispostos a ir à luta, meu caro?”.
Já participei de inúmeras conversas desse tipo, enfim: que esquerda temos? que esquerda precisamos? que esquerda somos? São tantas coisas num mesmo bate papo. Primeiro o reconhecimento do PT ter sido e ainda hoje representar a cara da resistência em cidadezinhas perdidas país afora, a cara dos que colocam a cara para bater e estão lá, enfrentando os barões, dragões e sem esmorecer. Isso é reconhecimento.
Junto o papo deles dois com o que ouvi de Marcelo Adnet, humorista, no Roda Viva também ontem: “Nós perdemos a linguagem da aproximação com o povo. Somos por demais academicistas no cotidiano do campo progressista. Esse o desafio da comunicação: conquistar o terreno perdido. Falar não só o que o povo quer e precisa ouvir, mas saber o que e como falar”.
TOMADA DE DECISÃO
Um comentário:
COMENTÁRIOS VIA FACEBOOK DA ENGANAÇÃO DO DINHEIRO QUE NUNCA CHEGA:
Pimpão Pimpaozios - Henrique, além do bar, sou contabilista. Falo pelos clientes do meu escritório: o dinheiro não chega na ponta. Fica no meio do caminho, talvez nos grandes. O Pronampe não chegou em nenhum cliente nosso até agora. Mandam documentos, mas a grana acaba antes de chegar nessas empresas, infelizmente. Continuarei com o bar fechado, por que meu pai e eu somos grupo de risco, portanto, as dívidas vão se acumular ainda mais um pouco. Mas... Bola pra frente: dizem que o Brasil é o país do futuro...
Valéria De Carvalho Costa, do Armazém Bar - Pimpão Pimpaozios pra gente tudo é mais difícil...
Orlando Alves - Henrique, essa semana fechei minha empresa de produção cultural em atividade quase 20 anos , até tentei um empréstimo mas só consegui o consignado descontado em folha.
Wagner Fatore - A gente lutou muito pra conquistar o Café-014, foram anos trabalhando, guardando, comprando usados, até na feira do rolo, porque a gente é humilde, mas tínhamos o sonho de nos libertar das amarras do patrão que sempre nos explorava. Infelizmente o Café não vingou, fomos vencidos pela crise da greve dos caminhoneiros e na sequência o golpe sobre Dilma, problemas com o imóvel e não tivemos como manter aberto. Foi um baita aprendizado, guardo somente as boas memórias, inclusive da sua presença, do Lago e esposas por umas 2 ou 3 vezes nos prestigiando. Vamos seguir lutando. Luto pra gente é verbo!
Henrique Perazzi de Aquino - O dinheiro federal foi repassado para os bancos e não como o Governo do PT fez, emprestando diretamente ao povo. Via banco impossível. Banco só empresta para quem já tem, nunca para quem não tem.
Walisson WB Bragião - Esse foi o pulo do rato
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