quarta-feira, 30 de setembro de 2020

INTERVENÇÕES DO SUPER HERÓI BAURUENSE (137)


"POR QUE A DEMORA, SR PREFEITO", QUESTIONA GUARDIÃO
Guardião, o super-herói bauruense não deixa a coisa passar e sempre está a dar seu devido pitaco, princiupalmente em temas candentes como este da reabertura das escolas públicas - e também todas as demais, particulares e afins -, em tempos onde a pandemia não esmorece e segue fazendo vítimas. No exato momento em que, várias cidades da região estão se posicionando e tomando a firme decisão de só reabir suas portas no próximo ano letivo, portanto, 2021, aqui em Bauru, a decisão parece continuar em banho maria, ou seja, a pressão segue firme e rija pra cima do prefeito, tudo para que ele abra as protas e permita que o vírus, assim como no cmércio, bares e tudo mais, continue infestando a cidade Sem Limites.

"Eu não podia deixar isso passar em branco. Ligo a Tv e a cada dia mais e mais cidades decidindo pela não reabertura das escolas nesse momento. A ponderação é mais do que justificável. Crianças são nossa esperança e permitindo que elas tenham contato mais imediato, não só como vírus, mas com tudo o mais neste momento, além da crueldade, pitada de insanidade de nossos governantes. Primeiro, porque amanhã, quinta, estaremos adentrando outubro, três últimos meses do ano. Se pouco foi feito até agora, pouco também ocorrerá nesse final de semestre. e se algo já está sendo feito, como se apregoa por aí, no quesito de ensino à distância, online, que tudo possa ser intensificado nesse final de ano, preparando tudo e todos para o reínicio a contento ano que vem. Um pouco de bom sendo não faz falta para ninguém", começa sua fala, Guardião, observando a queda de braço rolando na porta das escolas, dentre os que lutam pela não reabertura e do lado dentro, os que tentam escancarar os portões.

Interesses conflitantes e dissonantes. "Meus caros e caros, que tipo de pressão e quem o faz nesse momento junto ao prefeito, vereadores e cidade num todo? Precisamos dar nomes aos bois. Quais os interesses em jogo? Seriam somente os tais educacionais ou também os do que domina o mundo atual, os tais das leis do mercado, com isso de que, fechados por mais tempo o país fale. Fale pra quem, do que e como? Falidos já estamos com esse modelo educaional excludente implantado e seguido pelo bolsonarismo em curso, vide a fala do ministro da Educação, desdizendo de quem escolheu a profissão de professor como carreira. Que se espera de um desGoverno pensando assim? Quando essa mentalidade se espalha e se multiplica, sendo praticamente reproduzida nos municípios, eis o caos instalado. O debate sério começa com o entendimento de que a pandemia não acabou, segue fazendo muitas vítimas, principalmente neste momento nas periferias, local da maioria das escolas públicas. Juntando tudo isso, se o prefeitão de Bauru se sente acuado, por que não busca apoio junto da população, esculacha com os retrógrados e dá nome aos bois, diz de onde parte a pressão? o que não pode é ir adiando, quando a maioria das cidades no entorno de Bauru já decidiram pela não abertura e pelo jeito, irá tomar sua decisão na bacia das almas. Por que, sr prefeito?", questiona Guardião.

Ponderação, bom sendo e tentar fugir desse consenso bestializando querendo tomar conta de tudo e todos neste momento, eis algo proposto pelo intrépito Guardião: "Demorar mais para tomar a decião só lhe causará mais problemas, sr prefeito. Não demore mais, não tome decisões pensando só e tão somente em algo como peça eleitoral, agindo como candidato. A cidade não é constituida somente de uma fatia de eleitores. Se o todo já se pronunciou pela não abertura, pela falta de segurança, qual o motivo de retardar sua decisão? A cidade aguarda ansiosa sua tomada de posição, a sua e da Câmara de vereadores, outra que age pensando neste momento somente em eleitores e não em cidadãos. O fato é que os leitos disponíveis e reservados para Covid nunca estiveram tão cheios como agora, estamos chegando a 200 mortes, mas com número de atendimentos extrapolando o máximo de vagas de leitos existentes. Coloque isso na balança, o ano já está irremediavelmente perdido. Pensemos num recomeço ano que vem, talvez já com vacina e algum horizonte mais ameno pelo frente. Não faça como de muitas vezes e tomando decisões para atender interesses de minorias abastadas. Estamso todos aguardando...".
OBS.: Guardião é criação da verve do artista Leandro Gonçalez, aqui com pitacos escrevinhativos do mafuento HPA

DESVIANDO DO ASSUNTO PRINCIPAL
MUDANÇA NO MEIO DA NOITE
Conto aqui uma rica historinha dessa riqueza de ação popular, a dos que lutam desbragadamente pela sobrevivência, fazem e acontecem e sem se dar conta, propõe o algo novo, diferente, ousado e sem se importar se isto vai ou não causar boa impressão. É o tal do precisa ser feito, façamos e pronto.

Perco minha inquilina lá ao lado do Mafuá, a Cleide Souza, mineira do interiorzão das Minas Gerais e aqui aportando em busca de dias melhores, tudo interrompido pela pandemia. Fizemos um acordo de cavalheiros para ela ir conseguindo suportar o período pandemico, ela conseguindo tocar o barco até quando deu e neste último domingo jogou a toalha, se foi de Bauru, aportando junto da irmã na vizinha Bariri, pois ali dividirá custos e sua vida se tornará (toc toco toc, tomara!) mais amena. Arrumou algo provisório para fazer e faz, trabalha, toca a vida e assim prossegue. Na tarde de domingo me diz:

- Henrique, vou ter que ir, não tem mais mais jeito. A coisa ficou impossível. Até para arrumar um cara para fazer o frete não foi fácil. Tentei vários, preços bem fora do que consigo neste momento pagar. Um amigo topou e fez mais, topou também fazer a mudança, o pouco que conseguirei trazer para cá, depois do meu expediente de hoje aqui na pizzaria. Eu trabalho até a meia noite, por aí e depois disso, ele passa lá em casa, vejo se alguém vai comigo para ajudar e tocamos para Bauru buscar tudo que é meu. Posso ir esse horário?

- Cleide, não precisa nem pedir. Venha, faça o que tem que fazer. Tome só cuidado pelo adiantado da hora. Vou até avisar os vizinhos, pois quando orivem barulho na casa de domingo pra segunda, lá pela uma hora da manhã podem se assustar. Já deixo claro que será tu fazendo sua mudança. Cuidado também se passar algum carro de polícia na rua e ver você transportando móveis nesse horário, pois podem achar que é outra coisa. E em qualquer coisa errada, pode me ligar, o celular estará do meu lado.

- Obrigado, seu Henrique. Não tenho outro jeito, nem horário. Ele pode hoje, eu mesmo cansada, também posso hoje e se os dois podem, assim faremos. Agradeço por tudo e agora, tento recomeçar aqui do lado de cá, tendo meu sonho de fazer algo em Bauru interrompido, pois não queria sair deste jeito. Queria mesmo é estar trabalhando aí, cidade maior, mais oportunidades, mas não deu. Desde a pandemia as portas se fecharam de uma forma, que se não fosse o Auxílio Emergencial estaria num mato e sem cachorro. Volto pra Bariri, mas espero ter deixado a porta aberta contigo, pois foi ótimo ter morado aí por estes tempos. A gente percebe que existe solidariedade humana, ela sempre vai continuar existindo.

- Não te incomode, minha cara. Fiz o que pude, pois desde o primeiro momento te vi uma batalhadora, dessas que arregaçam a manga da camisa, vão à luta e não reclamam, dispostas a tudo, tudo em busca de realizar bocadinho do sonho que têm em mente. Siga seu caminho e se voltar um dia pra cá, me ligue, que se tiver vaga por aqui, será tua, pois gente como tu não precisa de avalista. A gente faz tudo pela confiança um no outro. 

E assim foi feito, ela veio com uma pequeno caminhãozinho, ela e o amigo no volante, os dois carregaram tudo pelo corredor, o cachorro latiu, mas tudo deu certo. Ninguém a abordou, todos estavam avisados e a coisa rolou dentro da mais absoluta normalidade. Daí, eu cá, já na segunda, fiquei a pensar, matutar com meus botões: esse pessoal das rebarbas da cidade, periferia, subúrbios, mundaréu lutador, faz tudo e mais um pouco, algo bem diferente do que vejo rolar aqui na Zona Sul onde moro. Quando por aqui alguém faria uma mudança no meio da noite, de domingo pra segunda? Primeiro, por aqui morreriam de vergonha, depois creio eu, isso nem seja possível por estas bandas. Na periferia e com eles, isso pode e não tem a menor importância, relevância. Se eles precisam que a coisa aconteça neste dia e desta forma e jeito, pronto, ela acontece e pronto, tudo resolvido, vida que segue. Amos estes todos e o jeito como resolvem tudo dentro da maior simplicidade, normalidade e sem nenhuma dor de cabeça. Viva Cleide e seu novo momento baririense. Que tudo dê certo pra ela e pra todos os que agem desta forma e jeito. Eles fazem com que o brilho dos meu olhos continue flamejando.

NA DESPEDIDA DE QUINO, NÃO SEI COMO AINDA NÃO PRENDERAM A MAFALDA 
Obrigado, Gilberto Maringoni!

terça-feira, 29 de setembro de 2020

BEIRA DE ESTRADA (128)


O SENSO COMUNITÁRIO DO BAIRRO POPULAR NÃO EXISTE NA ZONA SUL DAS CIDADES
Que os pobres são mais unidos e se entendem entre si, muito diferente do que se passa com os ditos e vistos como mais abastados, disso não existe a menor dúvida e as comprovações se dão aos borbotões. Conto uma. Aconteceu ontem, segunda, 28/09 no coração do Jardim Redentor, um dos primeiros bairros verdadeiramente populares desta insólita Bauru. Ali o bairro com mais praças nesta cidade, algo já pensado quando da idealização do núcleo habitacional. Numa delas, como as demais um tanto esquecida pela administração municipal e cuidado somente pelos seus moradores. Muitas árvores, sombra em abundância, mas descuido no visual, desordem no conjunto da obra. Num dos cantos da praça mora o casal André Henrique Souza e Valdete Bento Camargo, junto do filho Thiago Souza Camargo, ambos já motivo de anteriores escritos de minha lavra, pelo que fazem e pelo fato do filho ter demonstrado interesse e gosto pelo balé, vizinhos que são de Sivaldo Camargo, mestre no assunto e diretor da Cia Estável de Dança.

Na periferia acontece de tudo um pouco e de como se resolvem entre si, eis a mágica deste mundo onde vivemos. André já tentou fazer outra coisa na vida, mas se descobriu e se reinventa catando recicláveis na rua. Fez disso seu ganha pão e nestes tempos de pandemia, camelou um pouco mais no começo do confinamento, quando até o descartável, principalmente o papelão proveniente das lojas escasseou. Deu o seu jeito e aumentou o seu quilometro rodado, ou seja, foi cada vez mais longe para conseguir o que antes fazia. A ele se juntou, morando na mesma pequena casa, com pequenas alterações desde que foi construída, sua filha e o marido, mais seus filhos, desiludidos com o que faziam e sem outro lugar para morarem, se juntam e reforçam o serviço da coleta dos reciclados. A casa é modesta, pequena e sem nenhum conforto, cada centímetro muito bem dividido e ocupado. As coletas pelas ruas são feitas em períodos diários e depois de tudo juntado, uma ou duas vezes ao mês, tudo é colocado na frente da casa e até mesmo na praça.

Eles são muito bem organizados e selecionam tudo. Vê-los fazendo isso, acada imenso saco com destinação certa, um só para papelão, outro vidro, plásticos e assim por diante é como se fosse uma pequena fábrica de reciclados a céu aberto. Dedicados, juntam tudo e não deixam lixo nos arredores, mas os sacos se avolumam e ocupam espaço na praça. Um morador outro dia diante do visual surreal disse: "Quando isso seria possível num bairro chique?". Ele mesmo responde: "Nunca". É isso mesmo, André e os seus contam com a tolerância dos vizinhos, pois todos entendem o que se passa e dão até força para não esmorecerem, desistirem, pois se fazem tudo com tanto esmero, lindo de ir vendo como juntam tudo, cuidam e não deixando nada esparramado, cuidam também do lugar.

Este texto tem dois sentidos e uma preocupação. Um é enaltecer a disposição de luta, fibra do casal e os seus, todos unidos em busca de algo para sua sobrevivência, depois este algo mais, constituído nessa compreensão previamente estabelecida entre os moradores periféricos, quando cada qual entende muito bem o que o outro faz e não joga contra. Existe uma compreensão só possível mesmo entre estes e impossível de ser vislumbrada, por exemplo numa praça nos arredores da Getúlio Vargas ou Jardim América. Nessas regiãos mais abastadas, em primeiro lugar os vizinhos mal se conhecem e depois, quando se conhecem mal se cumprimentam, depois existe uma disputa e para um denunciar ou prejudicar o outro um pulo. Não que isso não ocorra na periferia, mas persiste esse modo fraterno de compreensão humana, cada qual com suas dificuldades e fazendo das tripas coração para, antes de tudo, sobreviver. Experiências como a aqui relatada são mato, acontecem por todos os lugares e se resolvem entre si, sem a necessidade da presença do poder público, que quando ocorre, e daí minha preocupação em fazer este relato, chegam para brecar, estancar e colocar fim em belas iniciativas.

Eu adoro relatar algo dessa natureza, pois além de provocar em mim um toque para algo que, ao abrir minha janela daqui onde moro, não consigo vislumbrar nada parecido por aqui, mas logo ali na periferia a vida me parece fluir com mais entendimento. Este é somente um dos lados dessa enorme diferença existente entre as muitas baurus existentes dentro da mesma grande cidade, uma a nos encher de esperança e outra não tanto. Conto isto com uma satisfação enorme por fazê-la e tento não estigmatizar a situação, pois nossa pobreza é algo inerente do sistema capitalista onde estamos todos inseridos e não mudará, por mais perfumaria que ocorra em reparos e reformas. O buraco, sabemos, é mais embaixo.

Creio que, algo mais do que positivo pode ser aproveitado dessas experências vivas, pulsantes e cheias de uma força, muitas vezes, desconhecida por muitos de nós. Ao receber ontem as fotos, primeiro uma incontida emoção, depois a tentativa de transpor para o papel o que ali percebi e vi fluir. Essa gente é de um incomensurável valor e para mim, são muito mais importantes do a imensa maioria destes pueris rentistas tomando conta do mundo atual, guardando seu dinheiro somente para usura pessoal e nunca pensando no todo. Num país onde a sonegação é mato entre os abastados, como pensar nestes tendo olhos para enxergar positivamente uma praça tomada de sacos de reciclados? Por fim, hoje a praça pelada, sem os imensos sacos, pois ontem foi dia da passagem do caminhão a recolher tudo, levando tudo o que foi coletado para ser pesado, daí a alegria da família, pois também seria o dia de fazer as compras do mês. A alegria estava estampada na fisionomia de todos eles e isso é para endoidecer gente sã.

EM NOME DA FÉ E DO ÓDIO - EVANGÉLICOS NEOPENTECOSTAIS SÃO MAIS QUE PERIGOSOS
Eis o link de vídeo da internet: “Em nome da "fé"... Como tem gente ruim no mundo se valendo do nome de Deus para impor sua intolerância” - https://www.facebook.com/edumojava/posts/10214386579338189

Os exemplos pululam. Eis o FUNDAMENTALISMO religioso na sua acepção. Creio eu, esse fundamentalismo como visto neste vídeo nasceu no gesto de Abraão. Lembrem-se que Deus, para testar a fidelidade de Abraão, ordenou-lhe que sacrificasse Isaac, o próprio filho. Aqui te faço a pergunta: você mataria seu filho se Deus lhe pedisse? Olhe bem para o seu filho e responda: lhe passa pela cabeça atender a tal exigência? Embora Deus tenha desistido, Abraão estava totalmente disposto a imolar Isaac. Já levantava a faca para cravar no coração do filho, quando um anjo mandou-o parar e apontou para um cordeiro. Isso de matar em nome de Deus tem sido o maior assassinato da humanidade e assim como esses bestias promovendo hoje por tudo quanto é lugar uma profanação ao que li muito tempo atrás na tal da Bíblia.
Quem tiver uma ideia igual a de Abraão hoje em dia deveria ser imediatamente trancafiado como insano, assim como quem tem uma interpretação tão desvairada do que está escrito no tal livro e age como se vê neste vídeo. São loucos, ficaram loucos, se tornaram muito doentes. Desgraçadamente a síndrome de Abraão é cada vez mais dificundida por milagres de seitas apocalípticas e infecta as grandes religiões num paroxismo insensato de violência e, não raro, de morte. Essa mulher do vídeo propõe algo de igual teor ao que Abraão estava prestes a fazer. Quem está disposto a fazer o que ela faz não conversa, não vê razão para conviver em paz com seu vizinho, nem com seu irmão, nem poupa o próprio filho. Vive entre o medo e a esperança louca e cega de uma recompensa por sua fé. Ou curamos essa doença ou essa doença nos eliminará, enfim, por que se deve odiar e matar em nome de ideias tão sublimes quanto as expressas pelas religiões? No momento em que o homem souber aceitar e conviver em paz e harmonia com a diferença, terá se aproximado um pouco mais desse ser denominado deus. O que ocorre agora, além dos interesses muito terrenos e fora do campo religioso é pura e simplesmente uma aberração. Um Deus que instiga e te provoca a agir assim contra seus semelhantes deve ser apagado do coração do homem.

DOIS MOMENTOS BEM DISTINTOS NA TRIBUNA DO LEITOR DO JC – IGNORÂNCIA TEM LIMITES
Domingo, 27/09, leio na Tribuna do Leitor do JC, missiva de Benone Augusto de Paiva, com algo incompreensível, mas bem ao estilo da barafunda bolsonarista dos tempos atuais. Carta misturando alhos com bugalhos, totalmente desconectada da realidade, espalhando ódio e inverdades. Leiam a seguir: https://www.jcnet.com.br/.../736681-a-china-e-o-brasil.html

Abro o jornal hoje, 29/09 e um alento numa missiva em resposta, a de Benedito J. Almeida Falcão: https://www.jcnet.com.br/.../736843-ignorancia--sem...

Sem muitos comentários. A resposta tem que vir exatamente desta forma e jeito, precisa, cirúrgica, na lata. Gente sem noção, doentes por dentro e por fora merecem a estocada, a chamada na chincha, pois precisam ter um choque de realidade, para ao menos ver se conseguimos devolvê-los ao mundo real. Adorei a resposta...

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

RELATOS PORTENHOS / LATINOS (83)


FOTOS
1.) OS IRRECONCILIÁVEIS SE UNEM, MAS COMO?
Isso que acontece neste momento em Pederneiras é o algo a mais para explicar dessas discordâncias irreconciliáveis, que com o passar do tempo acabam por se juntar e deixando todos os que lutaram por uma causa mais do que perplexos. Ivana Camarinha foi prefeita de Pederneiras e num mandato dito e visto como bom, trabalho com a vertente popular e combatendo de frente o que representava o tucano, também ex-prefeito, Rubens Cury, médico e desde então atuando nas hostes do staff dos governos tucanos. Mantiveram uma disputa de décadas, cada qual tentando ao seu modo e jeito manter seu jeito de governar e atuar, diferentes como a água e o vinho. O inacreditável acontece na política e não espanta ninguém e aqui está a prova. Nessa eleição estão juntos, ela, Ivana como candidata a prefeita e ele na retaguarda, não como candidato mas na linha de frente da candidatura. Mas como isso é possível? Ouço dizer que tudo não passa de acordos a envolver a religião onde atuam, a maçonaria. Inimigos até então, foram aproximados pela conveniência maçonica e hoje sentam juntos, lado a lado na mesma mesa, algo até pouco tempo impensável. Por essa eu não esperava e quando constato ser possível, pois ocorre de fato, chego na conclusão de que não existe isso de continuar votando em quem é o menos pior, está do lado de lá mas com características populares ou ficar comprando brigas a defender eternos inimigos, pois um dia eles sentam e se acertam e dane-se o resto. Posto a foto de evento para comprovar minha indignação e revolta, aqui manifestada. Não vejo isso como novidade, mas em alguns casos, confesso, ainda estranho. Por essa não esperava, mas como vejo, acontece e pelo visto, serão imbatíveis este ano na vizinha cidade. Fiquei prostrado, sem palavras para externar o que sinto. 

2.) O QUE GOSTO DE VER NO TAL DO FUTEBOL
O Noroeste fez das tripas coração para voltar e conseguir ter um time para disputar o que resta de campeonato AIII. Não fosse a participação de torcedores, abnegados em produzir campanhas de arrecadação, creio nem conseguiria. Com essas campanhas pagam salários atrasados de funcionários, os que mais necessitam. Não que os jogadores também não precisem, pois ao assistir matério com Fidel, um jogador oriundo do Nordeste, contando sua saga, diz ter passado poucas e boas em tempos de pandemia, tendo que recorrer a trabalhar na construção civil e hoje, voltando aos gramados, faz o possível e o impossível para mostrar futebol, ser visto, reconhecido e seguir carreira. Deve estar ganhando uma merreca, como a maioria dos jogadores da AIII, mas em muitos casos melhor do que o que fizeram parados, sem instrução para fazer outra coisa e quando param, se submetem ao que aparecer. Nem todos são assim, o craque do time, Richarlyson vive momento diferente, jogou em grandes times, tem nome firmado, soube amealhar o que ganhou e leva uma vida ao sdeu modo e jeito, do que jeito que acha melhor, sem se importar com o que falam dele. Melhor que isso é vê-lo como exemplo e ao final dos jogos os jogadores dos outros times o rodeando para fotos. O craque pode não ser um exemplo de virtude, mas é do tipo que gosto, chama minha atenção e sabe não ser arrogante, prepotente e nem esnobe. Me parece ser um sujeito aproximável, destes que a pessoa pode se aproximar e até se espelhar, se for o caso. Quando até o futebol se torna algo distante, algo cheio de pompa, gosto de ações pé no chão, futebol de séries inferiores, pois mostra quem somos de fato, remendos de times, vivos pela abnegação de alguns e sobrevivendo sem se sabe como. Quando alguns como Richarlyson se juntam a isso, não esperando ganhar mais, mas para continuar fazendo o que gosta, incentivar outros e permanecer na vitrine, esse é o futebol que me envolve, daí prefito sempre assistir a um jogo, por exemplo, do Juventus na rua Javari ou do Santacruzense naquele estádio que a bilheteria dá de frente para um botequim, do que entrar nestes estádios todos reformulados e travestidos de pompa, arenas invioláveis e intransponíveis. o que ainda me atrai no futebol é poder presenciar Richarlysons esbanjando categoria e finesse nesses campinhos rastaqueras pelo que resta de interior, entranhas do futebol.

3.) EIS OS MOTIVOS PELOS QUAIS GOSTO MUITO DE LER O URUGUAIO EDUARDO GALEANO...
Galeano em todos os seus livros faz exatamente isso. Ele pesca causos, ocorrências do dia a dia, algo da massacrante rotina latina, o percalço, as agruras deste povo sofrido, vilimpediado, esquartejado e traça em poucas palavra um diagnóstico com um sentimento de atordoar. Suas palavras me servem de consolo e também me mantém aceso, vivo e em ponto de bala, pronto para agir. Não existe uma só escrita dele que não me faça permanecer atento, em posição de resistência, combate, pois seus toques são todos nesse sentido, um chute no saco dos conformistas, dos que se entregaram ou estão em vias de. Quem lê Galeano não se deixa levar, não se entrega e mantém a chama mais que acesa. Nestes tempos de reclusão, eu já com 60 nos costados, não estou lendo nada de teorias, pois fiz isso em boa parte de minha vida. Hoje me reservo a crônicas do cotidiano, algo mais leve, mas todos com a pegada social, possuidores de um lado. São leituras mais amenas, não necessitam reflexões de grande monta. Não que gente como Galeano não me propicie isso, mas busco ler algo não tão difícil, interpretação mais demorada, os teóricos disso e daquilo. Nem por causa dessa atual opção me sinto apartado, pois o que estão aqui em cima de minha mesa de leitura são todos da pá virada, como a releitura que fiz de três livros do Galeano por estes dias e o Querô, do Plinio Marcos, uma crônica lida de uma só golfada, sobre as agruras dos marginalizados na beira do cais santista. Esses todos me mantêm vivos e assim prossigo até quando der.

4.) CANSEI, OU SEJA, CONTINUO CANSADO
O facebook relembra algo que anos atrás, em outra eleição, deixei demarcando o portão do território livre mafuendo do HPA. O reacdo ali pregado evitou a aproximação de muita coisa indesejável. Queria postar o mesmo aqui noi meu facebook, tendo como princípio, começo de conversa algo bem simples: se tu em algum momento ousou ou ainda defende algo próximo de ideias bolsonaristas, nem se aproxime pois não terá chance nenhuma. Pra começo de conversa, toda e qualquer pessoa professando ideias próximas do Senhor Inominável não tem como ser boa pessoa, quanto mais merecedor de meu voto e consideração. E depois tem tantas outras coisas a serem adicionadas junto dessa primeira avaliação, que destes mais de 400 candidatos a vereador hoje se apresentando em Bauru, a imensa maioria não passa no crivo de ser pessoa de luta, fibra, resistência, desses que posso contar até debaixo d'água. Ah, como esse país, estado e cidade seriam bem melhores sem esse pensamento bolsonarista a vigorar!!!
Eis me texto de 28/09/2016: "Folhetos de candidatos que não tenho nenhuma coragem e disposição para crer, quanto menos votar, esses borbulham, pipocam, chafurdam no meu portão. Daí, fixo nas grades do portão de casa, porta de entrada do Mafuá do HPA, esse recado aos incautos e distribuidores do mau agouro".

5.) TIPOGRAFIA SEM LIMITES
Anos atrás, aluno da Unesp, Vitor Camilo, no seu TCC em Design produziu trabalho de pesquisa sobre as grafias que viu em três regiões de Bauru, o Giesel, Centro e Altos, apresentada em fotos de variados lugares e seu trabalho hoje acaba de ser transformado num site, o http://tipografiasemlimites.com.br/, onde expõe o que fez, como essa foto tirada no centro da cidade, reveladora de perfil de parte significativa dos pequenso comerciantes, todos buscando letreiros e identificações simples, porém de bons resultados para o que almejam com seus negócios.

OBS: Hoje me reservo a isto, fotos encontradas em diferentes fontes e lugares, aqui pelos meios internéticos, redes sociais e os pitacos deste mafuento, todos ao seu modo e jeito.

domingo, 27 de setembro de 2020

REGISTROS LADO B (13)


NO 13º BATE PAPO AO VIVO LADO B, O ADVOGADO DOS DIREITOS HUMANOS, GILBERTO TRUIJO
Chego ao 13º entrevistado no Bate Papo ao Vivo “Lado B – A Importância dos desimportantes” e desta feita mais um cheio de histórias para contar. Brinco muito com ele dizendo como se fosse brincadeira, mas lá no fundo se tratando de mais uma das verdades destes tempos bem sombrios e nebulosos: “Em qualquer saída pela aí, seja para a ida a um mero jogo de futebol, passeio na feira, bebericagem dominical no bar de sua preferência ou mesmo aceitar convite para uma festa em terreno desconhecido, se faz necessário estar acompanhado de um causídico”. Rimos sempre, mas a cada dia, com o que vemos acontecendo diante de nossos olhos neste desgoverno descontrolado e insano do Senhor Inominável, a colocação me parece cheia de sentido. Dai ter a presença de alguém como o Dr. GILBERTO TRUIJO ao seu lado, primeiro como amigo, depois como consultor e segurança para problemas futuros, algo mais que necessário.

Decididamente eu não sou ENTREVISTADOR. Talvez não o seja também um bom PERGUNTADOR, nem a pessoa mais qualificada para executar a contento isso a que estou aqui me propondo, mas faço o que posso e de uma coisa tenho a mais absoluta certeza, mesmo com todas minhas inabilidades e inqualificações, com resultados não tão satisfatórios, creio ser possível extrair destes doze já feitos, algo salutar, o registro de histórias de vida, de resistência de pessoas que, na maioria das vezes não são encontradas facilmente pela aí. Poucos são os dispostos a fazer o que ando fazendo. Estamos todos mais do que cansados de LIVES, pois elas pipocam aos borbotões, mas na maioria delas não vê o pensamento de pessoas como as que aqui me proponho a registrar, primeiro algo de suas vidas, depois a linha de pensamento e ação popular, enfronhada nas rebarbas da cidade e junto a estes. Peguei gosto e mesmo aos trancos e barrancos seguirei em frente. Talvez isso tudo possa ir se transformando em livrinhos, imagino quando alcançar a marca dos 25, no máximo 30, já poderei tentar algo neste sentido. Será o máximo, conseguir deixar registrado algo da vida destas pessoas como fonte de consulta, primeiro nos vídeos e depois no papel.

E daí, cá estou neste domingo, 27/09 tendo ao lado para esta conversa um baita amigo, GILBERTO TRUIJO. Sua história a gente irá contar juntos na conversa ao vivo e hoje, aqui nos registros que já fiz dele no blog Mafuá do HPA, algo para apimentar o que virá amanhã e servindo para conhecerem um bocadinho mais desta imensa figura humana. Sintam como deverá ser a conversa lendo alguns destes textos:

- Em 09.03.2012 publiquei: “GILBERTO TRUIJO, UM “HUMANO” ADVOGADO - O trocadilho entre aspas no título não é para destacar algo sobre desumanidade na classe dos advogados, a qual Gilberto Truijo faz parte, mas por ele fazer parte e comandar com afinco e dedicação a seção local dos Direitos Humanos na OAB Bauru. Além de presidir e direcionar essas questões criou no facebook uma página sempre bombando de temas mais do que picantes, exatamente com esse nome, Direitos Humanos. Sua ação contribui e muito para um melhor entendimento do que venha a ser a ação dessas duas palavrinhas, tão polêmicas e a atrair a ira de uma ala do conservadorismo brasileiro. Truijo tem o pé fincado num dos bairros mais populares da cidade, O Gasparini, onde já dirigiu a Associação de Moradores e continua morando seus filhos. Um advogado preocupado com o lado social da sociedade, um que não se deixa levar por modismos, muito menos permanece exilado no ar refrigerado de escritórios bem montados, preferindo ir à luta onde for requisitado. Muito comum passar defronte sua casa durante o período noturno, quando a maioria dos seus pares já está em atividades de lazer e ele ali, de portão aberto e pronto para o diálogo, sempre franco, alegre e simpático. Uma diferenciada pessoa, que dignifica a profissão escolhida. Truijo é desses considerados “pau para toda obra” e vê-lo ao lado da defesa dos desprovidos, os invisíveis de nossa Bauru é algo mais do que natural em sua vida. Estatura mediana, mas uma imensa personalidade, marcante e em ascensão. Truijo é "fogo no boné do guarda".

- Em 08.03.2016 publiquei: “UM NÃO SEI O QUE LÁ NA CÂMARA HOJE - Um grupo declaradamente de direita e junto de membros dos ditos skins, estavam marcando posição na Câmara dos Vereadores hoje e preparados para pressionar o vereador Roque Ferreira, depois dos acontecimentos da Batista no sábado passado, quando provocaram pessoal aglutinado na Esquina da Resistência, mas se deram mal. Foram enxotados no local aos gritos de "Fora Fascistas!". Pretendiam armar o circo hoje junto ao Legislativo. Em questão de minutos, com comunicações pipocando de um lugar para outro, a militância social dessa cidade baixou por lá e recolocou tudo no seu devido lugar. Não houve nenhum confronto, mas somente algo mais do que necessário, ainda mais nos dias de hoje: a necessidade de resistir ao que está surgindo pela aí, o monstrengo direitoso, com mil faces, junções mais do que surreiais e com a balela de tentar impingir possuirem algo de democrático em sua composição. Nos escritos pelas redes sociais isso é facilmente desconstruido. Foi realmente algo valoroso ver muitos irem se achegando, ocupando espaço e não deixando que nada de ruim que, porventura estivesse sendo montado pudesse se concretizar. Por fim, todos assistimos a entrega de uma Moção de Aplauso para a Comissão da Verdade de Bauru, ali representada por Carlos Roberto Pittoli, Clodoaldo Meneghello Cardoso, Gilberto Truijo e Maria Orlene Daré”.

- Em 16.07.2016 publiquei: “A HISTÓRIA DO CAFEZINHO PELA JANELA SERVE PARA A CAMPANHA ATUAL - Estive ontem à tarde com o amigo e advogado Gilberto Truijo. Ele me relembrou velha história de eleições passadas em Bauru, algo mais do que folclórico, mas a evidenciar muito bem como surgem os candidatos e de suas andanças por lugares nunca dantes imaginados. Pois bem, reza a lenda (mas é a mais pura verdade), que um desses na disputa para prefeito, empoada pessoa, foi obrigado a sair do seu reduto e ir num comboio para visita na residência de um presidente de associação de moradores, lugar simples e sem nenhuma pompa na periferia. Chegando lá, sala cheia, lhe passam um café, coado na hora, numa xícara simples. O danado fica com o negócio na mão esfriando e sem nenhuma vontade de beber o líquido. Segundo reza seus preceitos de classe, só ingere algo proveniente de fonte conhecida e ali, no desconhecido, reduto que não é o seu, não quer arriscar. No descuido de todos os presentes e diante de uma janela aberta, joga sem pestanejar o conteúdo para fora. Por azar, tudo cai na cabeça do filho do dono da residência, o tal presidente da Associação. Momentos depois, o garoto adentra a sala e reclama ao pai na presença de todos, que jogaram café pela janela e na sua cabeça. A sequência deve ter sido algo para entrar nos anais (ui!) do contorcionismo de como é o fazer política e de como tocar eleições em situações múltiplas e variadas. Só quem lá esteve, como o dr Truijo, para contar em detalhes o final dessa história”.

- Em 25.02.2020 publiquei: “O advogado Gilberto Truijo faz história em Bauru, primeiro como o mais alto nome dentro de todas as Comissões de Direitos Humanos que a OAB regional já teve nestas plagas. Dignificou a função pela forma como a executou, sempre ao lado dos menos favorecidos. Em seu portão, até hoje, muitos sem condições de pagar honorários e o faz por escambo, trocando, por exemplo, leitoa pelo serviço executado. Truijo tem uma das pernas atrofiada, anda com pesadas botas, muleta e para descompensar mais, perdeu anos atrás sua companheira de todas as horas. Uma das válvulas de escape foi se juntar ao pessoal do bloco Bauru Sem Tomate é MiXto, guarida para embalar e dar sentido para a continuidade da vida. Mais do que integrado ao grupo, segue participando de tudo, mesmo hoje, acometido de probleminhas de alcova, ou seja, alguns outros de ordem médica, impossibilitado de bebericar álcool e consumir muita gordura. É também diabético, o que lhe restringe mais os movimentos. Neste Carnaval queria descer, tentou várias formas, desde alugar uma cadeira de rodas, como o fazer dentro do banco do carona do carro de som. Não deu certo nem coisa, nem outra. Juntou forças, tomou seu mais forte fortificante, passou sebo nas canelas, cheirou um pó de mico e chega para a desfile de Uber, desce, pedindo somente algo para os organizadores: "Desçam devagar, não quero tropicar". E assim foi feito, muitos se escorando uns nos outros, todos chegaram ao final do percurso, sãos e salvos, alguns com escoriações, contusões e mais dores, mas todos alegres, contentinhos por estarem unidos e coesos, junto de grupo provocador, contestador e o único a levantar a voz no Carnaval bauruense contra os desmandos desta cidade dita e vista como "sem limites". Truijo é uma das tantas caras alvissareiras deste agrupamento humano, uma onde cada membro ativo (ui! cadê esses?) consegue tocar o barco adiante por se escorar um no ombro doutro. Assim seguem fortalecidos e tentando passar por esses bicudos tempos sem ninguém soltar da mão do outro”.

- Em 02.03.2020 publiquei: “GILBERTO TRUIJO é o causídico que não nos abandona. Fazemos uma troca, espécie de permuta, eu o trago para os jogos, busco e levo em casa, mas ele sempre de prontidão para o que der e vier com uma turma da pesada, rueira, barulhenta e causando pelos descaminhos fora dos trilhos. Ele, após alguns revezes da vida, dá a volta por cima, encontrou uma turma para chamar de sua, vive com o filho e nas horas vagas adora um boteco e noroestar. Pessoa por demais conhecida por onde circule, não se liga em andar alinhado, mas está mais do que alinhado nos encaminhamentos para manter todos dentro enquadrados dentro da lei, pois sabe que, todos sendo do avesso, os cuidados são sempre além do normal. Ele é nosso anjo da guarda e sabe muito bem que para andar junto do grupo se faz necessário carregar consigo a carteirinha da OAB, pois algo sempre pode acontecer a algum logo na curva da esquina e ele precisa estar preparado”.

Escrevi e continuo escrevendo muita coisa dele pelas redes sociais e pelo blog, mas nada mais publico, pois não quero estragar a surpresa da conversa, que além de sabortosa  foi alvissareira e peripatética. Eis o link para assistir o bate papo com duranção de 1h10:
https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/3869731196390194

MEU SINCERO COMENTÁRIO: Truijo não me surpreende, mas ao final do bate papo, quase nas despedidas, quando lhe pergunto sobre o momento atual, algo dos que não tem mais mêdo de nada. Cada vez menos as pessoas estão se expondo, dizendo realmente o que pensam e com clareza. Ele não mediu as palavras e foi de um sinceridade, comosempre no seu caso, a demonstrar quem de fato é, o grande sujeito, que nunca se filiou a nenhum partido político, mas não renega seu pai, que abrigou encontros da esquerda em sua casa e hoje segue a mesma linha, altaneira e se posicionando. É por essas e outras que gosto cada vez mais de gente como o Truijo. Uma bela erntrevista, tanto que ao final, nem bem termino, o celular toca e do outro lado, Duílio Duka, o professor hoje exilado em Botucatu: "Henrique, essa sua melhor live. Truijo não te deixou falar, ocupou muito bem os espaços, seguiu um linear linha de pensamento, claro, objetivo e preciso. Parabéns". Melhor elogio não podia ter recebido. Ganhei o dia.

sábado, 26 de setembro de 2020

MEMÓRIA ORAL (259)


FRITZ UTZERI E AS TAIS OPORTUNIDADES QUE TEMOS DE ADENTRAR A BANDALHEIRA DE ENRICAR PASSANDO POR CIMA DE TUDO O MAIS - TOM & JERRY, ZÉ ARIGÓ E DR FREUD, TUDO NO MESMO BALAIO
Quero contar aqui a história que tive com o médico e jornalista FRITZ UTZERI, muitos anos atrás, já falecido e que me fez escrevinhar esse texto. Fritz é alemão, da safra de 1945, tendo vindo para a América do Sul ainda menino junto de sua família, passou a infância no Paraguai e depois Brasil, Rio de Janeiro. Cursou medicina, mas foi escrevinhando que o conheci. Publicava crônicas divinais, primeiro no Jornal do Brasil, depois na revista Bundas e por fim no Pasquim 21. Devorei muitas delas e dele me lembro que no fim da vida, tentou fazer algo para continuar ganhando algum. Criou pela internet e por e-mail uma espécie de cooperativa jornalística, quando mantinha um periódico seu, com um nome que não me lembro, com muita informação e textos periodicamente atualizados. Mantinha um controle sobre quem o lia e cobrava destes uma paga mensal, depositada em sua conta, que era o seu sustento em tempos difíceis, quando já não conseguia maias espaço na imprensa massiva. Tentou até quando pode. Esbravejava algumas vezes, quando percebia que as pessoas o liam, mas não eram muito sérias e inventavam desculpas na hora de lhe remunerar. Eu depositei em alguns meses certo valor, mas depois não o fiz mais.

Na época, trocamos vários e-mails e por umas duas vezes nos falamos ao telefone. Era um sujeito com baita experiência nisso da prática jornalística, mas no fim da vida, estava depauperado, triste e anos depois veio a falecer. Numa das conversas me dizia de suas crônicas também publicadas n’O Globo. Meses atrás, já na pandemia, vasculhando a Estante Virtual me deparo com seu livro, o “Dancing Brasil - As melhores crônicas de Fritz Utzeri”, editora Record, 2001, 338 páginas e o compro pela bagatela de uns meros R$ 10 reais. Ele me chega de um sebo do interior do Rio, Petrópolis, cheirando a mofo e o deixo ao sol, quarando por uns dias. Quando o cheiro forte se dissipa o abro e vou saboreando aos drops, crônica por crônica e me lembrando dele e das brigas que comprou com o pessoal da Bundas e do Pasquim 21 por causa de grana. Devia já estar mais que necessitado e o pessoal quebrando não podia lhe pagar o devido e merecido valor. Acompanhava à distância, ora dando crédito para um, ora para outro. Ambos tinham dentro de si algo pelo qual também era o motivo de minha existência, o desprendimento de se posicionar contra o sistema, falar e fazer o que tinha que ser feito, mas precisando sobreviver e dentro do sistema. Ou seja, ninguém consegue viver sem grana aqui neste inferno, nem que queira, ele nos move e até nos faz fazer besteiras ao longo da vida.

Pois bem, ao reler o livro com as crônicas do Fritz me deparo com uma e dela me lembro de um curto diálogo tido com ele, creio deve ter sido na época em que escreveu a que leio neste momento, “Freud, Tom & Jerry e o Dr. Fritz” (JB, 05/12/1999). Ele estava desdizendo das oportunidades que teve ao longo da vida, poucas como todos, para enricar fácil e as perdeu por causa disto que temos dentro da gente, essas tal de integridade moral nos levando a querer mudar o mundo, transformar as pessoas e possibilitar igualdade de condições para todos. Um sonho nunca realizado, muito buscado e que dana os que não se aboletam e fazem acordo com a parte contrária, ou seja, são aliciados, comprados e começam a fazer parte do jogo, o grande esquema de que, para enricar se faz necessário sempre e sempre fazer muitas coisas de errado, fechar os olhos e ir em frente, danando tudo à sua volta se necessário. Fritz optou por não fazer e conta algo na crônica. Quando terminei de ler, foi como um soco no estomago, pois tudo o que havia praticamente deletado de minha cabeça veio à tona e em segundos me lembrei dele e de suas tentativas, todas muito honestas de conseguir sobreviver do jornalismo quando este não mais lhe empregava e das oportunidades que teve para fazer parte do grande esquema capitalista.

Não encontro a tal crônica disponível na internet e pouca coisa dele, desta forma me reservo a um breve resumo para encerrar este exercício de minha ainda conservada Memória Oral e Reservativa, dentro do que me resta de sapiência dentro no meu cérebro, hoje já um tanto depauperado com tanto desgaste, após 60 anos de ininterrupta utilização. O Tom & Jerry foi lembrado, pois Tom estava sempre dividido entre as opiniões dos dois lados, do bem e do mal. Isso atormentava suas ações, algo freudiano segundo Fritz. Daí entra em sua história propriamente dita. Ele Fritz, diz que na época em que morreu o Zé Arigó, o que recebia o espírito do dr Fritz, lá em Congonhas MG, baixou nele um anjo em um demônio, ambos lhe propondo rumos diferentes para sua vida. Um queria que, se aproveitando da situação se mudasse imediatamente para Congonhas, pendurasse na parede o diploma de medicina com o nome Fritz, verdadeiro, junto da certidão com brasão alemão e lá novamente o nome Fritz, começando a clinicar e incorporar. Outro queria que ele fizesse o que fez, medicina de roça: partos, atendimentos aos sem grana, vacinas, curativos em lugares distantes, etc. Deu no que deu, não venceu na vida, apesar de todo esforço e dedicação. Abandonou a medicina, optou pelo jornalismo, conheceu o mundo, mas terminou seu dias sem nenhuma bufunfa na conta bancária. E diz nem poder se lamentar, pois ao fazê-lo, algo no seu interior o avisava: “Foi o que escolheu, dane-se”. Encerra o texto, com um Acho que só o dr Freud pode explicar este dilema...”.

Fritz toca nestes dilemas todos e das atais oportunidades para adentrarmos a grande sacanagem financista e emancipativa neste país, a de se lambuzar em vantagens nos costados dos mais fracos, ditos também como oprimidos. Isso me faz lembrar das oportunidades que também tive na vida e que qualquer dia conto por aqui. Hoje fico com as lembranças do jornalista falecido, cujo livro terminarei por estes dias e neste momento tento recuperar algo de e-mails e papéis de vinte anos atrás, ao menos o nome do jornalismo que tentou implantar e manter com depósitos em sua conta. O máximo que consigo ao pesquisar no google foi saber ter virado nome de rua e dos tantos imóveis disponíveis na mesma, todos anunciados pela aí e divulgando seu nome: “Imóvel disponível na rua Fritz Utzeri nº...”. Ele merece muito mais e aqui o reverencio com o devido louvor.

NÃO QUEIMAREI MEUS LIVROS...
Como faço todos os dias, leio virtualmente o melhor jornal do nosso mundo, o argentino Página 12 e nele, algo pelo qual adoro, as tiras diárias de Miguel Rep. A cada dia, ele e seu traço são algo pra lá de fazer pensar. Adoro gente do traço com esse toque de nos fazer ir além, divagar em elocubrações diversas e variadas. Na de hoje algo instigante, sobre o sujeito que se antecipando aos tempos ruins, tempestade pela frente, inicia uma queima total e destruição de seus livros e todos os documentos comprometedores aos mandatários dos novos tempos. Com o sensor ligado e plugado em 220, acaba com tudo o que tem de bom em suas prateleiras, pois diante da insanidade em curso e já agindo do lado de fora de sua janela, o perigo é mais do que eminente. Antes que cheguem nele se antecipa e destrói tudo. Eu sei que, se a coisa continuar nos rumos atuais neste país chamado Brasil e nada for feito hoje, temos grandes chances de se transformar num perigoso país de caça à gente com livros "perigosos" em suas estantes, mas nada farei, pois não sei viver sem esse acervo conseguido ao longo das décadas em que nele estive inserido. Cá continuarão e se chegarem, eles que queimem tudo e junto dos papéis todos, a mim também. Seguirei até onde puder e conseguir, por enquanto só uns babacas já querendo algo como uma nova inquisição, mas nada ainda além disto. Se querem que vire bicho indomável, toquem nos meus livros. Posso me transformar num monstro perigoso e incontrolável.

Viva os livros e os que lêem, pois ainda ontem um amigo porteiro, evangélico neopentescostal me aborda e ao me ver cada dia com um livro diferente nas mãos pergunta: "O sr já leu a bíblia?". Minha resposta: "Sim, li, bom livro de história, algumas mais do que aproveitáveis, muitas nem lembro mais. Gosto é da diversidade, cada hora com um tema e autor diferente. Não sei como conseguem os que, seguem lendo só ela e sem conhecer nada além, pois tem muito mais por aí para ser desvendado e descoberto". Enfim, como na tira do Rep, imagina os que quimam tudo e depois os caras não aparecem e se aparecem o faz por outro motivo. Não suportaria continuar vivendo tendo praticado o fim dos meus livros. Seria insuportável.

KYN JUNIOR ME ENVIA VÍDEO INÉDITO DE ALEMÃO DA KANANGA CANTANDO E TOCANDO
Telefone toca aqui pela manhã e do outro lado KYN JUNIOR, amigo de longa data e muito acabrunhado nos últimos tempos, pelos percalços da vida. Começa me dizendo estar completando dois anos da perda da filha, algo irreparável e incontornável em sua vida, mas mesmo assim não desiste e morando agora lá nos altos do Jardim Bela Vista, perto do Panelão da Santa Edwirges, diz ter conseguido se adaptar e tenta levar sua vida como pode, numa boa, sem entrar em muitas divididas. Lhe digo: “Kyn, você é um sábio no que faz, sabe muito bem como ir se safando em todas as situações e diferenças de classe. Sabe de infiltrar e usufruir de benesses dos mais abastados, assim como onde se encontra, junto a quem não tem muito, mas tem calor humano e assim, nessa mescla toca sua vida, sem grana e se safando, tocando-a para frente com maestria”. Kyn esteve junto a vizinhos, muitos deles já amigos e me conta da noite de ontem, quando bebeu e comeu, conversou e teve acesso a mais e mais histórias de vida, muitas cheias de dor e alegria. Cada dia, no raiar de um novo dia, ao abrir os olhos, tenta ver como fará para driblar as adversidades e seguir de cabeça erguida. Ele tem sido mestre sapiente neste quesito, o de contornar adversidades e seguir altaneiro. Mas o motivo de sua ligação para comigo foi outro e isso muito me envaidece. Conseguiu um vídeo, que me diz ser inédito de nada menos que o Alemão da Kananga e ao assistir chora, lembra de mim, me liga e me passa o vídeo pela whatts. Ao desligar assisto e ao rever o amigo que se foi, sua voz, aquele jeito boêmio e fanfarrão, a saudade me invade. Kyn volta a ligar e conversamos sobre o amigo em comum, muitas histórias de ambos com o músico. Kyn batalha como pode, com as armas que tem em mãos e se safa, ou seja, segue em frente e isso me faz ver o quanto muitos conseguem maravilhas neste mundão desesperançoso. Fico revendo o vídeo do Alemão e assim passo boa parte deste sábado, envolvido em histórias que não voltam mais.
Eis o vídeo enviado pelo Kyn Junior:
https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/posts/3867170849979562

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

COMENDO PELAS BEIRADAS (93)


SOU DO TIME DOS QUE FALAM SÓZINHO NAS RUAS
Sai ontem, rápida escapulida para resolver pendências inadiáveis que não conseguiria fazer daqui de onde me encontro acoitado. Resolvo e volto rápido para o confinamento, após banho de ervas e arruda, além de sabão é claro. Sabe o que mais me impressionou ontem nas ruas, me fazendo até a escrever este texto? Estava estacionando o carro ali na Primeiro de Agosto, entre a Araújo e a Antonio Alves, defronte o Bom Prato e um senhor passa por mim e só não o fotografei, pois seria degradante fazê-lo no que fazia. Falava sózinho, como também costumo fazer, depois destes mais de seis meses de confinamento, devo ter aumentado e muito o velho hábito. A cabeça fervilha coisas o tempo todo e quando menos nos damos conta estamos a falar sózinhos. Fechei o carro e antes de me dirigir ao banco na praça - não o da praça Rui Barbosa, mas o onde mantenho minha conta bancária, também na mesma praça -, fiquei por alguns momentos o admirando, olhar perdido em pensamentos. Ele fez mais e me vi fazendo igual. Olhar perdido, sujo, em andrajos, num certo momento se abaixou e pegou uma pequena planta entre as mãos, algo que insistia em nascer ali num montinho de barro na beirada da calçada. Quantos tem ainda essa percepção de se abaixar para, ao menos notar essas pequenas lindas coisinhas nascendo entre o caos? Ele fazia e conversava com a plantinha. Eu acho que faço o mesmo, ou até pior. Motivos não me faltam para falar sózinho e manter o mesmo olhar perdido, sem esperanças, como se tudo já estivesse mais do que com a viola em caco ou mesmo já não percebesse quase mais nada ao redor.
Seguimos cada vez mais e mais desorientados neste mundão véio, cada vez mais sem porteira. De algo tenho cada vez mais certeza, vai ser difícil, quase impossível gente como eu conseguir se reorientar novamente, pois o baque foi - e continua sendo - grande. Eu sei que não posso, não devo e nem tenho a pretensão de desistir, mas fácil não está sendo. Manter a consciência no lugar não é pra qualquer um. Talvez seja mesmo tudo o que queiram da gente, que nos percamos e assim livremos a cara deles, diminua a concorrência e deixemos que façam tudo a la vontê. Vou continuar falando sózinho e catando gravetos na rua, mas insistindo que, a bestialidade reinante precisa ter fim. E só terá quando a gente criar vergonha na cara e irmos pro pau, enfrentar esses bestiais, confronto direto e reto, pois do contrário, esperando algo de nossas falidas instituições, nada virá, pois o conluio continua ativo e destruindo tudo à nossa volta. Ah, se todos os que falam sózinho se unissem, creio eu calaríamos a boca dos que falam muito e aprontam com nossas vidas. Tenho fé é nisso, nessa revolta brotando dos povos das ruas e acendendo a chama em todos os demais. Sigo assim.
PS: O senhor de ontem era lindinho e só não fui abraçá-lo assim do nada, outro dos meus hábitos, pois resolvi seguir à risca os preceitos, normais e dizeres do tal do afastamento social anti-Covid, algo que ainda nos consegue manter vivos. Do contrário...

CONFINAMENTO RIMA COM LIVROS - CARREGAR A GELADEIRA
Eu moro aqui perto da GELADEIRA da igreja Humanidade Livre, iniciativa dos padres Beto e Matheus, quando conseguiram uma usada, dessas inservíveis, adesivaram ela inteira e assim se deu o início desta bela empreitada, a de angariar e distribuir livros na cidade Bauru. Outras iniciativas existem aqui na cidade - gostaria de conhecer e divulgar todas -, mas essa, até por ser perto de casa, sempre contou com minha participação. Virou vício e desde que ali foi instalada, passando de carro na rua Henrique Savi, não consigo resistir, paro o carro e vou ver se existem novidades. Tenho também deixado coisas boas por lá, pois a coisa se dá não só tirando, mas também colocando livros. Conheço muitos que, como eu, já leram preciosidades dali advindas. O leva e trás é uma delícia, contagiante e inebriante, diria também viciante.

O tempo foi passando, a pandemia chegou, a igreja fechou as portas temporariamente - já reabertas - e a geladeira ali permaneceu como uma espécie de totem da irradiação de Cultura na cidade. Nem a Prefeitura, o pessoal lá na Biblioteca Central, junto ao Teatro Municipal, que sei possuem livros para serem doados aos borbotões não possuem algo neste sentido, daí a iniciativa desta geladeira me é muito grata. Desde uns dois meses a geladeira, infelizmente, está abarrotada de livros didáticos e quase nada de novo chega para outros leitores, os que já não precisam mais deste tipo de leitura, mas necessitam de outros livros e leituras para tocar suas vidas, ainda mais em tempos como estes, de confinamento e reclusão mais que estabelecida. Eu não me canso de passar ali e ver as novidades, mas nos últimos tempos só decepção. Imaginem a felicidade de alguém em levar livros que serão lidos por outrens e ao abrir a porta dar de cara com algo que o provoque e o arrebate a levar para seu lar e iniciar nova leitura. Isso é o êxtase do êxtase, puro orgasmo.

Querendo revigorar o que antes por ali florescia, lanço aqui uma campanha para que, tudo, todas e todos que estão com livros em situação de descarte - mas só o servíveis, hem! -, que passem por ali, desçam de seus carros e abasteça a geladeira, pois ela anda muito triste e seus habituais frequentadores, dentre os quais me incluo, mais ainda. A circulação de gente no entorno da geladeira não se dá somente entre fiéis da igreja, mas estudantes, comunidade no entorno e inclusive frequentadores do parque Vitória Régia, daí lanço aqui o apelo pelo revigoramento da dita cuja, pois ela fica muito tristinha quando sem livros bons, destes que podem circular de mão em mão, abrindo mentes e corações. Já estou separando alguns aqui dentre os que posso descartar - difícil tarefa, pois não quero me desfazer de nenhum - e levarei lá na próxima saída e do mesmo jeito, conclamo para outros tantos que me lêem para fazer o mesmo. Abarrotar essa geladeira e propiciar essa circulação de livros é uma benção nestes tempos. Adoradores de livros agradecem de todo coração.

OBS.: Se existirem outras iniciativas de igual teor na cidade, por favor, enviem fotos, informem os locais, pois ver mais e mais gente lendo é um encanto. E se o pessoal lá na Cultura, da Biblioteca Central resolver montar algo parecido, me avisem, pois começo desde já uma campanha para conseguir uma servível geladeira.

RELEMBRANDO O BATE PAPO DO HPA COM O ATOR PAULO BETTI
O papo aconteceu há quase duas semanas atrás e rende boa conversas até agora, ou seja, causou e foi bom. Muitos me pedem: "Mas como localizá-lo?". Publico novamente o link de sua localização pelas redes sociais, minha página aqui no Facebook: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/3829166040446710.

Falamos de tudo um pouco e do todo um pouco. Já começamos ousando, ele soracabano envergando a camisa do São Bento e eu bauruense com a do Noroeste. Política, Teatro, Cultura, reminicências, posicionamentos, muita coisa de Bauru e também de Sorocaba e de onde ele está atuando e participando da efervecência de uma vida mais que contagiante. Vale a pena rever a conversa e com um grande final, quando adentra Ana Bia, a esposa e juntos relembram de como ele pelo menos uma vez na vida foi cupido, quando me apresntou a ela e deu no deu, 12 anos juntos. Paulo Betti não se esquiva de responder nada e a converrsa foi tão agradável, gerando pedidos para que localize e a divulgue novamente. O bom daquele papo foi que ele, no dia seguinte me passa um curto recado pelo whatts: "Gostei muito". Eu também.

"NÃO SEI SE ESTOU ME FAZENDO ENTENDER, O CERTO É SEGUIR OS MANDAMENTOS BLACK"
Quase uma década atrás o SESC trouxe a Bauru o "rei do soul brasileiro", GERSON KING COMBO, morto terça passada aos 76 anos, após complicações pela diabetes. Possuidor de gingado dos mais contagiantes, enfeitiçou o pessoal do meio musical e os que gostam de requebrar ao som de soul e funk. Aqui em Bauru não foi diferente, lembro bem dele e vários músicos bauruenses numa tenda montada junto ao gramado do parque Vitória Régia e todos inebriados com seu jeito malemolente, inclusive Ralinho Manaia. Nosso James Brown tinha uma voz rouca e dele tenho somente um CD, comprado naquele dia, 24/10/2010, o "The Best of Gerson King Combo - A Fúria Negra do Soul". Gasto ele por estes dias por aqui na vitrolinha e escolho para compartilhar a MANDAMENTOS BLACK

Eis o link: https://www.youtube.com/watch?v=l_Bq7pSrg3g

"Brother!/ Assuma sua mente, brother!/ E chegue a uma poderosa conclusão/ De que os blacks/ Não querem ofender a ninguém, brother!/ O que nós queremos é dançar!/ Dançar, dançar e curtir muito som/ Não sei se estou me fazendo entender/ O certo é seguir os mandamentos blacks/ Que são, baby/ como dança um black!/ Amar como ama um black!/ Andar como anda um black!/ Usar sempre o cumprimento black!/ Falar como fala um black!/ E eu te amo, brother!/ Viver sempre na onda black!/ Ter orgulho de ser black!/ Curtir o amor de outro black!/ Saber que a cor branca, brother/ É a cor da bandeira da paz, da pureza/ E esses são os pontos de partida para toda a coisa boa, brother/ Divina razão pela qual amo você também, brother!/ Eu te amo brother!".

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

CARTAS (220)


"AGORA SIM ESTOU COM MEDO", A COVID NÃO ACABOU MINHA GENTE
Essa foi a fala ontem ouvida por mim e da boca de funcionário da área de Enfermagem, atuando na linha de frente no Hospital Estadual. Num contato por telefone, um sentido desabafo: "O hospital nunca esteve tão lotado como neste momento e já não dá a mesma propaganda de antes. Antes não estávamos tão lotados como agora, praticamente sem nenhuma vaga e com uma diferenção que não sei explicar, mas assusta a todos aqui dentro. Antes se morria aqui dentro de forma mais lenta, havia tempo para tentar salvar as pessoas, hoje isso parece ter mudado e o tempo de internação é outro. A doença atingiu um outro grau, pois a pessoa morre mais rapidamente, até sem tempo para se fazer algo de concreto. Agora sim estou com medo, pois tudo muito mais lotado, a cidade toda aberta, quase tudo funcionando como se nada estivesse acontecendo e essa nova realidade não sendo levada em conta. Aqui dentro, todos estamos mais que apreensivos, fazendo o que pode ser feito, com muito profissionalismo e cientes de que, o hospital não comportará a demanda crescente de internados se algo não ocorrer do lado de fora".
Não gravei a conversa e nem tenho a mínima intenção em expor este meu conhecido, trabalhando também em outra unidade hospitalar da cidade e a compilação de sua fala, serve como alerta para o que ocorre na cidade com a liberação quase geral, cidade lotada, como se estivessemos superado o Covid-19. A realidade é bem outra e quando algo assim é ouvido, sem querer instalar o pânico, mas uma constatação: pelo visto, o pior ainda está por vir. Quando alguém da área da Saúde, atuante com infectados, dentro da unidade hospitalar referência em Bauru diz algo assim, com a percepção de que o momento se alterou - e para pior -, algo precisa ser feito, pensado, estratégia para reverter o que está em curso e ceifando vidas mais que antes. 

MEU CANDIDATO A PREFEITO FALOU POR DEZ MINUTOS NA VELHA KLAN
Fiquei sabendo dos dez minutos a ele reservados, dentro da programação matinal da rádio Jovem Pan, ops, digo, Velha Klan, manhã de hoje, 8h35 - cronometrados. Ligo a rádio especificamente para ouvir a fala de Jorge Moura, o candidato do PT à Prefeitura de Bauru no próximo pleito. Quem me avisou do imbróglio radiofônico foi a jornalista Bibiana, que conhecia e sempre admirei muito pelo excelente trabalho no Jornal Dois e agora atuando na campanha. Ontem trocamos alguma conversação e ela ao final me diz que Jorge estaria falando ao vivo na rádio. Ouvi e ao final escrevo a ela algo, minhas considerações:

"Me sinto na quase obrigação de responder a ti, pois me consultou ontem e me passou até banner de divulgação da fala do Jorge, ouvida neste momento. Nem sei se querem ouvir minha opinião. Sou amigo pessoal do Jorge, mas abomino ele chamar alguém como o Pittolli de "amigo", como ouvi. Essa pessoa não é amigo do PT, da esquerda, dos movimentos sociais e de tudo o que possa ser considerado avanço democrático. Já da fala do Jorge, ele está preparado, apto para fazer o debate de confronto e não de passar a mão na cabeça de ninguém. Foi ótimo ele afirmar que o PT investiu muito em Bauru enquanto tínhamos a vice na Prefeitura, algo nunca visto até então de investimentos, mas não tivemos num mísero momento nenhuma participação de como foram usados essses recursos. Ou seja, os recuros chegaram, mas o PT, mesmo sendo vice foi alijado do poder. Era utilizado para trazer recursos e trouxe, muitos, mas ficou nisso. Jorge tem muito a oferecer quando confronta, bate de frente, aponta não só o dedo, mas propõe uma alternativa viável, mesmo na adversidade de hoje ser oposição. A experiência de Araraquara é latente, pulsante e deve ser sempre lembrada. Toquem o barco, baita abracito, pois temos alguma chance, pequena todos sabemos, mas se algo novo ocorrer, talvez o despertar de consciência na cabeça do eleitor. Como fazer isso acontecer e estes deixarem de votar nos mesmos de sempre, como Jorge mesmo ressaltou, não sei. Por favor, peça ao Jorge não alisar com nenhum destes todos, pois se mostrando diferentes de verdade, alguma possibilidade. Baita abracito do HPA".

Posto a resposta da jornalista, pois não travamos nada devendo ser mantido oculto: "valeu, henrique!!! estou com o Jorge aqui. acredito que ele tenha chamado isso de amigo mais por um tratamento ali na hora. obrigada pela força e pelo apoio". Postei algo mais, pois segui ouvindo na sequência na programação da rádio entrevista com outro candidato: "Mais que perceptível algo. Segui ouvindo - já desliguei - até ouvir também a do Sandro Bussola e nesta outro tratamento, menos agressivo, perguntas para levantar a bola do entrevistado. O tratamento é diferenciado. Jorge se saiu bem, está preparado. Mas eles são sacanas com a gente em tudo, nos mínimos detalhes, inclusive nas perguntas mais difíceis para uns e muito mais leves para outros. Vida que segue...".

Enfim, a imprensa massiva abomina o PT e tudo o que possa fugir de candidaturas ligadas umbilicalmente aos "donos do poder" local. Estejamos todos muito cientes disto e tratemos a todos com respeito, mas sem salamaleques, pois sabemos como agem. Achei por bem postar este texto, na certeza de que, devemos sim ocupar os espaço quando convidados, mas sem fazer, por exemplo, o que vi Sandro Bussola fazendo ao vivo, fazendo um gracejo e até repetindo bordão da rádio, tudo para agradar. Nós sabemos quem eles são e eles sabem das nossas ideias transformadoras, daí sem intimidades. Se houver debates, Jorge promete, mas vejo com muita apreensão a realização destes, pois a Covid não dá tréguas e hoje alcança índíceis nunca dantes alcançados na cidade. Eu, por exemplo, farei campanha para meu candidato a vereador, Claudio Lago e daqui de casa, fazendo uso do telefone e da internet, sem correr riscos desnecessários e creio, o próprio Lago e Jorge deveriam fazer o mesmo, pois a coisa aí fora está mais séria do que possamos imaginar.

AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA CONTINUIDADE OU NÃO DA DERRUBADA DO QUE NOS RESTA DE ÁREA VERDE - É HOJE
Está anunciando para hoje, 19h, no Teatro Municipal de Bauru, portanto, parte presencial e parte online, mais uma Audiência Pública, desta feita marcada pela Prefeitura Municipal. A de hoje é destas que não pode passar desapercebida, pois trata de assunto dos mais candentes, urgentes e de necessário posicionamento e decisão, o mais rápido possível. O país inteiro está diante de queimadas mais que suspeitas, inclusive algumas aqui em Bauru e região e muitos interesses pipocando com o nome de "progresso", tudo fazendo para ampliação de áreas para pastagem, grilagens, agronegócio e também ampliação de negócios imobiliários, como os ricos condomínios residências de luxo, que agora pipocam na área rural das cidades. A discussão de hoje será em cima da revisão de dois artigos, o 59 e o 66 do Plano Diretor e neles algo a incomodar os tais agentes do desinteressado "progresso". Neles a proibição da construção de prédios ao lado dos tais condomínios fechados e outro ainda mais confliante, a proibição da derrubada de vegetação em ARIE - Áreas de Relevante Interesse Ecológico, preservadas por Lei Estadual. Não sei se é este o interesse da Prefeitura, mas a propositura é revogar tudo e estabelecer como norma um LIBEROU GERAL, bem ao estilo predominante e vigente sob os auspícios do desGoverno Federal do Senhor Inominável. Fosse em outro momento o teatro lotaria e eu também lá estaria, mas não posso fazê-lo, daí grito daqui de onde de encontro. Outros irão e a maioria, creio eu, permanecerá em suas casas. Hoje nada será decidido, mas bem encaminhado e a depender das discussões, deixando tudo pronto para a aprovação, que deverá ocorrer na sequência pelos nossos nobres edis. Estar atento a tudo o que for hoje discutido se faz necessário, pois depois não podemos nos dizer de ter sido enganados. A trama ocorrerá hoje, justamente no palco do Teatro Municipal, local de outras ações teatrais muito mais relevantes. o escrito é para que se promova um LEVANTE a defender o que nos resta de cerrado, mata nativa e do verde a envolver Bauru, pois do contrário deixando as tais "Forças Vivas" decidirem tudo, já sabem, teremos pela frente terra arrasada. Já que todos estão sabendo, a mobilização é mais do que necessária, pois não é somente o fogo que destrói tudo, mas arcabouços com dizeres de legalidade também são utilizados para nos engambelar. Estejamos mais que atentos atentos...

OBS.: A foto é reprodução de nota da coluna Entrelinhas, do Jornal da Cidade - Bauru SP, edição de 20/09/2020, domingo passado.

DESISTÊNCIAS CAEM NO COLO DE RAUL...
Comento aqui sobre algo em curso nos bastidores das campanhas dos candidatos a prefeito em Bauru e alguns desdizem, me dizem estar divagando. Tudo conspira a favor de algo sendo montado para, várias candidaturas já formatadas irem se decompondo com o passar dos dias e o que sobrou, todos irem se compondo, juntando, agarradas umas nas outras com a do candidato Raul de Paula DEM, o que gosta de ser também chamado de Dr. No Entrelinhas de hoje do único jornal impresso da cidade, o Jornal da Cidade, algo nesse sentido. Com a renúncia de Clemente Resende PDT, a coligação foi desfeita. O Cidadania já oficializou apoio a Raul, o Avante deve seguir na mesma linha e o PDT, está numa encruzilhada, pois sózinho dificilmente elegerá alguém, daí o caminho mais suave será aderir, deixando Gazzetta PSDB/PTB chupando o dedo. E assim, de grão em grão, degrau por degrau a direitona mais reacionária desta cidade se junta a outros, uns mais outros menos, mas todos se alinhando com Raul, na tentativa de se leger no 1º Turno. Retrocesso à vista. E até quando irá durar a candidatura de Sandro Bussola PSD, a de MDB já impugnada e a do Valle - Podemos, ainda hospitalizado? De doze, em alguns dias menos de dez candidaturas. A direitona se junta...